Mães de portadores de deficiências terão dia de modelo no Paulista North Way

Hoje, um grupo de 32 mães de pessoas com deficiências, moradoras do Paulista, vão viver um dia só para elas e participar de um desfile de moda no Paulista North Way Shopping (PNWS). O evento no shopping começa às 14h e vai até às 17h, finalizando o mês da mulher e antecipando a celebração do Dia Mundial de Conscientização do Autismo.

O desfile é uma iniciativa da organização Juntos pela Inclusão Paulista, que reúne 320 mães, pais e cuidadores de pessoas com deficiência. O grupo representa 480 crianças e jovens, a grande maioria (cerca de 70%) portadoras do Transtorno do Espectro Autista (TEA). A organização, ainda em fase de formalização para se tornar uma Oscip, mobiliza o poder público e a sociedade para lutar pelos direitos dessas pessoas contando apenas com doações e o trabalho voluntário de profissionais de saúde, educação e de outras áreas.

A coordenadora das atividades e ações do grupo, a bombeiro militar Christiane Oliveira, explica que a maior parte das mulheres dedicam todo o seu tempo e recursos para cuidar dos filhos com TEA e outras doenças como a Síndrome de Down, esquecendo delas mesmas. “Por isso decidimos homenagear as mães que, em grande parte, perdem a identidade feminina, com um tempo só para elas. Vamos dar oportunidade de cuidarem da beleza e de desfilar numa passarela como modelos, por um dia”, explica Christiane.

A programação começa às 9h00, na Faculdade Uninassau, no Paulista. Lá as mulheres vão fazer as unhas, os cabelos e receber massagens de massoterapeutas do Instituto de Cegos do Recife, enquanto os filhos ficarão sob os cuidados de estudantes de Psicologia e Pedagogia da faculdade, numa sala sensorial especialmente adaptada para portadores do TEA. O espaço sensorial também será montado no PNWS para que mães e seus filhos fiquem tranquilos durante o desfile.

O evento conta com o apoio de empresas do Paulista, como o Estúdio de Beleza Lena Mota, e do cantor, deficiente visual, Marcel Lima, que ofereceu a trilha sonora do desfile e um show com músicas que exaltam a mulher, no final do evento. “Estas mulheres precisam da autoafirmação da sua identidade. As famílias são muito carentes e a mulher perde a identidade feminina porque não sobra dinheiro nem tempo para se cuidar. Por isso queremos priorizá-las neste mês da mulher, cuidando de quem cuida”, afirma Christiane Oliveira.

No dia 2 de abril de 2022, o Paulista North Way Shopping celebrou o Dia Mundial de Conscientização do Autismo destinando duas vagas de estacionamento para portadores do TEA. As vagas ficam próximas às entradas do mall, foram pintadas com o laço colorido, símbolo global do autismo. Este ano, o PNWS abraçou a ideia do Juntos Pela Inclusão Paulista e abriu espaço para o desfile que vai fechar o dia das mães especiais.

“Desde o ano passado estamos buscando apoiar e dar visibilidade para o grupo e sua pauta inclusiva. As mães especiais, como são chamadas, sempre têm muita dificuldade de olhar para si, cuidar de si, já que dedicam sua vida a cuidar do filho ou parente que tem necessidades especiais. Promover um dia voltado para elas, ainda no mês da Mulher, foi uma bela forma encontrada pelo grupo de valorizar esse potencial feminino, que muitas vezes fica em segundo plano. Para o PNWS essa é uma temática social de grande importância e estamos engajados nessas pautas porque acreditamos que isso vai fazer a diferença na sociedade”, diz a gerente de Marketing do Paulista North Way Shopping, Rafaela Vieira.

O prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino, está de volta ao município, onde já retorna à agenda de entregas à população. Hoje, faz o lançamento do Castramóvel, no Parque Euclides Dourado. O chefe do executivo garanhuense se encontrava em Brasília desde a segunda-feira, onde participou da XXIV Marcha dos Prefeitos e cumpriu intensa agenda na Câmara dos Deputados e em órgãos do Governo Federal, acompanhado do secretário de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Econômico, Alexandre Marinho; o diretor de finanças, Paulo Catão; o assessor do deputado federal Felipe Carreras, Cayo Albino, e o assessor de comunicação, Thomas Ravelly.

Sivaldo Albino visitou o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, ao qual foi entregue um ofício com demandas do município.  Pauta também para o Ministério das Cidades, onde foi recepcionado pelo chefe de gabinete, Sílvio Arthur, que representou o ministro Jader Fontenelle. Segundo Albino, os pedidos são para infraestrutura de Garanhuns.

Um dos pontos altos da agenda foi o encontro de prefeitos socialistas pernambucanos com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, em uma agenda política, na Fundação João Mangabeira, instituto do PSB nacional.

Na agenda, alguns encontros importantes e produtivos, a exemplo do realizado pela AMUPE, no plenário principal do evento, na Câmara dos Deputados, que reuniu prefeitos e deputados estaduais e federais pernambucanos na capital federal. Em cada encontro, sempre a boa relação institucional e a busca por investimentos para o município.

Sivaldo Albino retorna a Garanhuns e inicia em abril nova agenda de entregas e inaugurações, a exemplo de novas creches, escolas e Unidades Básicas de Saúde.

A Justiça do Estado suspendeu a eleição da União de Vereadores de Pernambuco por irregularidades, principalmente, no processo de convocação da disputa interna.

No dia 17 de fevereiro, a sexta-feira anterior ao sábado de Zé Pereira, a comissão eleitoral da UVP, que é comandada pelo presidente da Câmara de Gravatá, Léo do Ar (PSDB), publicou no Diário Oficial do Estado a convocação para as inscrições das chapas concorrentes, mas sem dar o prazo necessário.

Na liminar, a Justiça reconheceu as irregularidades e suspendeu a eleição prevista para a próxima segunda-feira (3). O prazo para a nova eleição deverá ser publicado com “ampla divulgação” e também precisa respeitar o prazo de 15 dias entre a divulgação e o início do período das inscrições.

“Ante o exposto, dou provimento ao pedido de tutela de urgência para suspender a Assembleia que se realizaria no dia 03 de abril do ano corrente, para a eleição da Diretoria e Conselho fiscal da União dos Vereadores de Pernambuco”, diz um trecho da decisão. A UVP e a comissão eleitoral têm 15 dias para se pronunciar e tentar recorrer.

Realizada na semana da Marcha dos Prefeitos, a Confra do Blog, ontem em Brasília, foi um retumbante sucesso. Como sempre, à frente o colega Aristeu Plácido Júnior, o chamado embaixador de Pernambuco no Distrito Federal.

Caras novas apareceram por lá, como o deputado federal Pastor Eurico, o deputado estadual Waldemar Borges, os jornalistas Fernando do Rego Barros, Gabriel Garcia, Houldine Nascimento, Renato Ferraz, Adriano Roberto, Elielson Silva e Américo Rodrigo.

Também meu amigo Tião, astro musical do Squema6, que já tocou para uma penca de presidentes da República, incluindo da Velha República, como João Figueiredo, Geisel e Sarney. O prazer de rever meu amigo Roberto Andrade, secretário especial do governador do DF, Ibaneis Rocha.

Figura igualmente festejada foi meu amigo Anchieta Hélcias, jornalista que circula com desenvoltura em Brasília. Também presentes Aurélio Macedo, Rodrigo Gomes, Pedro Lucky, Thaylan Bezerra, vice-prefeito de Granito, e Daniel Tavares, vereador em Bodocó.

O prazer de rever também meu amigo Roberto Marinho, o Bel, grande executivo e consultor em Brasília. Bateram o ponto também Arthur Borba, assessor do deputado federal Túlio Gadelha, e o secretário de Finanças da Prefeitura de Araripina, Paulo Teogens.

A cenário da Confra foi o restaurante Camarão Camarada, do meu amigo Eduardo Lira, pernambucano do Recife, empresário bem sucedido no Distrito Federal. A próxima Confra já está marcada para o dia 10, desta vez numa quarta-feira, atendendo a um pedido da bancada federal pernambucana.

Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco

Nesta entrevista exclusiva à Folha de Pernambuco, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, rompe o silêncio sobre as constantes fake news dando conta de que estaria demissionário ou que entregaria o cargo. Com a ressalva de que não sabe de onde isso tem partido, desabafa: “Não sei quem tem tanto interesse na minha saída do Governo. Já li essas especulações pelo menos umas três vezes. Estou aqui tranquilo”.

Múcio ressalta que está na Defesa para cumprir uma missão delegada por Lula, sem interferência de nenhuma agremiação partidária. “Eu não tenho filiação partidária, não tenho projeto político. Meu projeto é ajudar o presidente da República, de quem eu sou amigo e grato pelos gestos que teve comigo ao longo da vida. E essa nossa amizade só tende a solidificar”.

E acrescenta: “Não é este Ministério que aumenta ou diminui a nossa relação. Eu aqui ou fora tenho por ele a mesma admiração. Mas de vez em quando sai que eu entreguei o lugar, que eu entreguei o cargo, que me tiraram. Pode acreditar que quando eu estiver pensando nisso, eu aviso”.

No próximo dia 10, no Recife, tem a posse do novo comandante Militar do Nordeste, mas Lula marcou uma reunião ministerial para o mesmo dia. Será adiada?

No próximo dia 10, o presidente da República Lula quer fazer uma reunião com todo o Ministério. São 37 ministros para avaliação dos 100 dias de Governo. Se isso acontecer, não vou poder ir. Gostaria muito de estar na passagem do general Richard Fernandes Nunes, uma pessoa que gosto muito, mas também não posso faltar a reunião ministerial.

Encontrei o senhor aqui, hoje, muito mais tranquilo. Reina agora a paz absoluta nos quartéis?

Sim. Deus ajudou e os amigos. Muita paciência. Realmente aqui está tranquilo. O Ministério da Defesa, as Forças Armadas todas com a consciência de que são instituições de Estado Brasileiro e estão prontas para ajudar o Governo.

Foi difícil essa operação de apaziguamento?

Não foi fácil. Nesses embates, todos querem ter razão. Mas, com o tempo, que é o senhor da razão, vamos completar cem dias e parece que aqueles problemas de início, o mês de janeiro, faz mais tempo. E dá para notar um ambiente de absoluta tranquilidade.

O senhor foi o primeiro ministro escolhido por Lula e antes de tomar posse o senhor já começou a trabalhar nessa direção, não foi?

Eu passei o mês de dezembro todo em Brasília, conversando com os ministros de Bolsonaro, tentando fazer uma transição que alguns não aceitavam. Conversando com os militares da reserva que têm um papel muito importante, porque militar não se aposenta, ele vai para reserva, fica à disposição, mas opina, ouve. De maneira que hoje nós estamos em uma fase tranquila. Ainda nesta semana eu disse ao presidente da República que é um Ministério que não tem dado mais problemas.

E a operação que foi montada em Brasília para a chegada do ex-presidente Bolsonaro, com a cidade tomada por policiais, até helicóptero no ar, o ministério da Defesa teve alguma participação nisso?

Se eu disser que não, estaria mentindo. Evidentemente, a gente não poderia ter outra surpresa. Mas o propósito principal foi proteger o ex-presidente, proteger o presidente, proteger a sociedade e proteger principalmente a democracia. A gente precisa ter cuidado com as coisas e fazer com que os arbitrários que muitas vezes usam a política para cometer seus desatinos mais uma vez voltassem a depredar o patrimônio público.

Mas o Governo recebeu alguma informação preliminar de que estava chegando ônibus, algum movimento estranho?

Não. Desta vez não. Estava tudo tranquilo.

E por que proibiram Bolsonaro de sair de carro aberto do aeroporto até a sede do Partido Liberal (PL)?

Acho que não houve essa proibição, isso foi mais especulação. Apenas as forças estavam presentes para proteger a sociedade. Pelo aeroporto tem passageiros de todos os lados. De maneira que foi uma coisa tranquila, mas é melhor prevenir do que depois estar arrependido porque não fazer nada.

Como deveria ser tratado Bolsonaro nessa volta ao Brasil, como principal líder da oposição?

Ele mesmo já disse que não quer ser o líder da oposição. Eu acho que com preocupação. Nós temos quatro anos pela frente e temos adversários mais fortes, como desemprego, a fome, esses são verdadeiramente os grandes adversários para quem está no poder.

O senhor quer dizer que ao invés de estar criando situações constrangedoras para o ex-presidente, o Governo deveria cuidar da área social?

Quero dizer que não havia propósito de criar situação constrangedora, pelo contrário, estive com o presidente da República, que estava tranquilo, conversei com alguns ministros, eles estavam tranquilos. Não houve nenhum constrangimento, não houve nenhuma operação acintosa. Ele desembarcou como um passageiro normal, porque ele é um ex-presidente. A sociedade brasileira tem vencedores e vencidos, além de inimigos comuns, que são as injustiças sociais que ainda existem.

Houve uma declaração do ministro Alexandre Padilha, dando a impressão de comemorar o depoimento que Bolsonaro vai dar, na próxima semana, na PF sobre a questão das joias, logo após o seu retorno ao Brasil. É como se o PT quisesse criar esse clima para o ex-presidente?

Os dois lados têm. Quando era ao contrário também houve. Isso é da política, da democracia. A gente tem que defender o direito até de dizer as coisas até que a gente não concorde.

Essa questão das joias pode complicar a vida de Bolsonaro?

Tudo que não pode ser dito, não devia ter sido feito. É uma regra que eu tenho. A política requer muito que as coisas sejam feitas à luz do sol, para que todo mundo fale, diga. É melhor dizer uma coisa que a princípio crie problema, mas que você não precise justificar por que você disse. De maneira que eu acho que aquilo precisa ser explicado. O Tribunal de Contas pediu explicações, o Ministério Público também. É da democracia.

E no episódio de Sergio Moro, o senhor não acha que o presidente falou demais e falou o que não devia?

Isso é ele que pode avaliar. Cada um tem o seu temperamento. Ele é um líder político dizendo o que pensa e cada um deve avaliar o que deve dizer ou não.

Mas o ministro Flávio Dino foi tão contundente em relação à transparência da operação da Polícia Federal, não foi?

O ministro Flávio Dino eu considero um dos melhores ministros do governo. Se alguém pode condená-lo é porque ele é transparente, mas é melhor do que omitir. Ele é responsável pela segurança, pela Polícia Federal, que tem feito um grande trabalho à frente do Ministério da Justiça e nós combinamos sempre as coisas, cada um dentro do seu estilo.

De onde é que saem essas especulações de que o senhor está querendo deixar o Governo?

Eu sei lá. Eu acho que já teve essa especulação umas três vezes. Estou aqui tranquilo. Eu não tenho filiação partidária, não tenho projeto político. Meu projeto é ajudar o presidente da República, de quem eu sou amigo e grato pelos gestos que teve comigo ao longo da vida. E essa nossa amizade só tende a solidificar. E não é este Ministério que aumenta ou diminui a nossa relação. Eu aqui ou fora tenho por ele a mesma admiração. Mas de vez em quando sai que eu entreguei o lugar, que eu entreguei o cargo, que me tiraram. Pode acreditar que quando eu estiver pensando nisso, eu aviso.

Até o deputado André Janones fica pregando nas redes sociais que o senhor entregou…

Não. Ele não afirmou que eu entreguei, mas que todo o PT queria o meu cargo. O meu cargo é do presidente da República. Não fui indicado por ninguém para estar no Ministério da Defesa. Eu não venho indicado por grupo, não tenho voto no Congresso. Me colocar aqui não dá voto. O presidente sabe por que me trouxe. Meu cargo vive permanentemente à disposição dele. Eu vou fazer 75 anos, de maneira que esse negócio de projeto político é coisa do passado.

E se o senhor quiser sair por uma questão pessoal, terá cumprido a sua missão, não é?

Eu vim para apaziguar as relações das Forças Armadas com o Governo. E você vê o clima aqui em Brasília. Nesses últimos 90 dias eu não tenho uma declaração de militar em jornal, nem em blog, redes sociais. E tudo que eu faço aqui é combinado com os comandantes e com todos.

A presença do ex-candidato a senador pelo PL, Gilson Machado, do deputado federal Coronel Meira (PL) e do estadual Coronel Feitosa (PL) na primeira coletiva do ex-presidente Jair Bolsonaro de volta ao Brasil, ontem, provocou especulações sobre a sucessão do Recife, em 2024, no ambiente político local.

Ao se posicionarem no primeiro plano, ao lado de Bolsonaro, a leitura natural foi a de que as três lideranças, que representam setores das forças de direita no Estado, são as que vêm demonstrando mais prestígio e sintonia pessoal com o ex-presidente, sinalizando uma unidade política em construção para a sucessão do prefeito João Campos (PSB).

Neste entendimento, o ex-ministro Gilson Machado seria o nome preferencial do grupo, em função do apoio e da relação de confiança político-pessoal dele com Bolsonaro. Machado foi o candidato a senador nas eleições passadas já por imposição do ex-presidente da República ao PL nacional e local, tendo conquistado uma expressiva votação no Recife (cerca de 324 mil votos), ficando em segundo lugar no resultado geral.

Na Flórida (EUA), onde Bolsonaro permaneceu em reclusão por mais de três meses até ontem,  poucos tiveram o privilégio de serem convidados pelo ex-presidente a dividir sua companhia. Gilson Machado foi uma dessas raras exceções. Participou de programações e agendas públicas, lado a lado, como um fiel e leal correligionário e amigo.

Neste movimento, Gilson Machado, com o apoio de Meira e de Feitosa, através de autorização tácita do ex-presidente Bolsonaro, estaria demarcando o campo dentro do próprio partido, face à aproximação do grupo dos Ferreira com a governadora Raquel Lyra (PSDB). Essa outra tendência interna do PL tem o comando do deputado federal André e de Anderson, ex-prefeito de Jaboatão e candidato a governador derrotado.

Na avaliação do time mais próximo ao clã Bolsonaro, a governadora Raquel Lyra faz jogo duplo. Foi eleita com os votos dos bolsonaristas, mas sinaliza aproximação com o governo do presidente Lula (PT). E teria cooptado os Ferreira para essa posição de neutralidade, condição inaceitável para o projeto do político nacional do PL e do ex-presidente, que já anunciou uma programação de visitas a vários Estados e Capitais do País nos próximos meses, destrez as quais Recife estaria na agenda como prioridade e deferência a Gilson Machado.

Michelle está fora

Na volta ao Brasil, ontem, o ex-presidente Bolsonaro quis dar um basta ao noticiário de que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro poderia ser uma alternativa ao Palácio do Planalto em 2026, caso algum processo que responde após deixar o poder o deixe inelegível. “Ela não tem vivência para disputar um cargo no Executivo, deseja apenas colaborar na política”, afirmou, em entrevista ao sistema Jovem Pan.

“Todo mundo pode disputar um cargo eletivo desde que tenha idade, mas tem que ter algo a mais. Eu tive dificuldade para ser presidente mesmo com 28 anos de deputado federal, tem coisa que só descobri quando cheguei lá. É uma dedicação 24h por dia a semana toda. Então a Michelle está fora disso, ela não deseja”, acrescentou. Michelle desponta como um nome presidenciável em 26, ao lado de Tarcísio Freitas e Romeu Zema, respectivamente governador de São Paulo e Minas.

Recentemente, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, afirmou que Michelle seria uma opção caso o ex-presidente não disputasse a próxima eleição presidencial. A ex-primeira-dama hoje é presidente do PL Mulher. Bolsonaro chegou ao Brasil desembarcando no aeroporto de Brasília às 6h38, em voo comercial da companhia aérea Gol vindo de Orlando, na Flórida (Estados Unidos). O ex-chefe do Executivo não cumprimentou apoiadores que o aguardavam no saguão do aeroporto.

Seguiu direto para a sede do Partido Liberal, onde foi recebido pela própria Michelle e aliados do partido, como o presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, o ex-ministro Braga Netto, seu vice na chapa na disputa pela reeleição, e o senador e filho mais velho, Flávio Bolsonaro. Em discurso na sede do PL, afirmou que a atual legislatura no Congresso está melhor que a anterior e por isso não vão permitir que o governo Lula faça “o que bem entender com o destino da nossa nação”. Bolsonaro também disse que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está “por pouco tempo no poder”.

Pés de barro – O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), foi o porta-voz do governo Lula para comentar o retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao País. Segundo Padilha, a recepção montada por apoiadores de Bolsonaro “flopou”, termo comumente utilizado nas redes sociais para se referir a eventos frustrantes ou que não atingiram as expectativas. Padilha ainda chamou Bolsonaro de “líder com pés de barro” que “fugiu do País”. O ministro foi escalado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comentar o retorno do principal adversário político do governo.

Gilson disputa Recife – Tão logo saiu do ato na sede do PL, ontem, em Brasília, em comemoração ao seu regresso ao País, o ex-presidente Bolsonaro foi almoçar com alguns amigos, entre eles o ex-ministro Gilson Machado Neto. E ainda tratou de eleições municipais. Ao ex-chefe da Nação, Machado manifestou seu desejo de disputar a Prefeitura do Recife. Nas eleições para o Senado, ano passado, o ex-ministro não foi eleito, mas teve uma baita votação – 1,3 milhão de votos.

Custo do exílio voluntário – A decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro de permanecer nos Estados Unidos após a derrota nas urnas para Luiz Inácio Lula da Silva custou, até o dia 15 de março, R$ 529,2 mil aos cofres públicos. Esse foi o gasto com diárias para a equipe de apoio pessoal e segurança do ex-chefe do Executivo, que incluem custos de hospedagem e alimentação. Por lei, após deixar o cargo, ex-presidentes têm direito a um grupo de servidores para acompanhá-los, cujos gastos são custeados pela própria Presidência da República com recursos públicos.

Joias registradas – Nas primeiras horas em solo brasileiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deu explicações sobre seu envolvimento na tentativa de liberar joias apreendidas pela Receita Federal sem pagar imposto. Em conversas na sede do PL e em entrevistas, Bolsonaro alegou que todos os presentes que recebeu foram registrados. O ex-presidente, contudo, não comentou as ações de ministérios ainda na sua gestão para retirar, sem pagar imposto, do cofre da Receita no aeroporto de Guarulhos uma caixa avaliada em R$ 16,5 milhões com joias presenteadas pelo regime da Arábia Saudita.

Reunião ministerial – O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, tende a desmarcar a posse do novo comandante militar do Nordeste, Richard Fernandes Nunes, prevista para o próximo dia 10, no Recife. Tudo porque o presidente Lula agendou para a mesma data uma reunião com todos os seus 37 ministros, em Brasília. Pode não ser desta vez, portanto, que Múcio pise em solo do seu Estado pela primeira vez como ministro da pasta que agrega todas as forças armadas.

CURTAS

NORONHA – A revisão do plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) federal de Fernando de Noronha começa a ser discutida no próximo dia 5. A reavaliação do documento pode alterar normas ambientais na região onde está localizada a zona urbana da ilha, área destinada à moradia e ao comércio. Na ocasião, serão apresentadas a metodologia e o cronograma de trabalho, de acordo com a chefe do ICMBio em Noronha, Carla Guaitanele.

CARIMBADA – Em entrevista, ontem, ao Frente a Frente, direto de Brasília, o presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto (PSDB), disse que a proposta da governadora Raquel Lyra, de remanejar R$ 5 bilhões, já em discussão nas comissões temáticas da Casa, deve ser aprovada com folga pelo plenário. “Trata-se de uma verba já carimbada”, observou.

Perguntar não ofende: Qual vai ser a linha de defesa de Bolsonaro na Polícia Federal em relação às joias?

Em entrevista exclusiva à Folha de Pernambuco, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, diz que não tem noção de onde partem as fake news propagando que ele entregou o cargo. Mais detalhes, amanhã na edição impressa da Folha.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimizou os efeitos políticos do retorno de Jair Bolsonaro (PL) ao Brasil, hoje, e adotou a estratégia de transparecer normalidade na rotina do Palácio do Planalto e evitar embates diretos do petista com o ex-mandatário.

Além disso, interlocutores do governo e aliados fizeram a leitura de que a chegada de Bolsonaro, após 89 dias nos Estados Unidos, não teve o impacto planejado; e que o clima de apoteose que muitos bolsonaristas vinham vendendo não se concretizou. Isso acabou permitindo até zombarias nas redes sociais, embora tenha ficado acertado que Lula não seria envolvido nessas manifestações. As informações são do portal Folha de São Paulo.

Bolsonaro aterrissou em Brasília pouco antes das 7h, encerrando assim a sua temporada na Flórida. Ele deixou o Brasil no dia 30 de dezembro, às vésperas do encerramento de seu mandato. Ignorou assim a tradição democrática de passar a faixa para o seu sucessor, um simbolismo de que houve transição pacífica de poder.

As datas de retorno ao país chegaram a ser divulgadas em diversos momentos pelo próprio Bolsonaro e por alguns de seus aliados mais próximos, embora tenha havido recuos, sempre indicando e convocando uma grande mobilização para receber o ex-mandatário.

Nesta quinta, dezenas de apoiadores o aguardaram no saguão do aeroporto de Brasília e em frente ao complexo de torres comerciais onde está localizada a sede do PL. A mobilização não impressionou interlocutores de Lula.

O esquema de segurança montado pelas autoridades do Distrito Federal impediu que Bolsonaro se juntasse a militantes no aeroporto ou mesmo desfilasse pelas ruas da capital. Desde o início da manhã, Lula recebeu relatos de seus ministros sobre a recepção a Bolsonaro. Um deles chegou a informar, em tom jocoso, que havia dois policiais para cada apoiador em frente ao prédio onde fica o PL.

Aliados afirmaram que o petista evitou dar importância e recomendou que se imprimisse ar de naturalidade ao dia. Segundo aliados, Lula afirmou que a melhor resposta seria mostrar que o atual governo está em movimento e trabalhando. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse que a volta do ex-presidente “não é fato relevante que mereça ser comentado”.

Embora tenham minimizado a chegada de Bolsonaro, aliados admitiram que a divulgação da nova regra fiscal poucas horas depois acabou por ofuscar as ações dos bolsonaristas. Um interlocutor apontou que o trabalho apresentado pela equipe do ministro Fernando Haddad (Fazenda), de grande repercussão no mercado, acabou ocupando os principais espaços noticiosos.

Oficialmente, governistas negaram que a definição do momento da divulgação da regra tenha levado em conta o desembarque de Bolsonaro. No entanto, reconheceram que houve uma antecipação. Aliados apontaram nos bastidores que a apresentação oficial de Haddad estava prevista para amanhã.

Da mesma forma da última, há 15 dias, a Confra do meu Blog em Brasília atrai, neste momento, um expressivo número de “sócios”. Começou às 18 horas e não tem hora para acabar. Amanhã, conto tudo!