Vereador de Brejo da Madre de Deus tem mandato cassado por compra de votos

O vereador Pedro Marconi de Souza Barros, de Brejo da Madre de Deus, teve seu mandato cassado pela Justiça Eleitoral após decisão que reconheceu a prática de captação ilícita de sufrágio durante as eleições. A sentença, proferida com base no artigo 41-A da Lei nº 9.504/97, determinou, além da cassação do diploma, a aplicação de multa no valor de R$ 25.000,00.

De acordo com a decisão judicial, houve comprovação de que o vereador cometeu irregularidades relacionadas à compra de votos. O juiz responsável pelo caso julgou parcialmente procedentes os pedidos da ação, confirmando a ilicitude da conduta eleitoral, mas rejeitando a declaração de inelegibilidade. A Justiça não reconheceu abuso de poder econômico no caso concreto.

Além disso, o processo aponta que caberá ao Ministério Público Eleitoral avaliar e adotar medidas sobre eventuais crimes previstos nos artigos 299 do Código Eleitoral (corrupção eleitoral) e 342 do Código Penal (falso testemunho). A decisão ainda cabe recurso, e o processo será remetido ao Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) caso haja manifestação da defesa. O vereador Marconi poderá apresentar contrarrazões antes da análise pelo TRE. Número do processo para consulta: 0600409-39.2024.6.17.0054

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A Compesa divulgou o vídeo do assalto à Estação Elevatória de Bita, em Ipojuca, ocorrido na noite passada (16). Homens armados renderam e amarraram dois funcionários, depredaram a unidade e roubaram toda a fiação e componentes elétricos.

O crime deixou parte do Sistema Suape inoperante, afetando o abastecimento em localidades do Cabo e Ipojuca, como Gaibu, Suape e Porto de Galinhas. A empresa informou que vai trocar a fiação por material sem valor comercial e que registrará boletim de ocorrência. Assista:

Dulino Sistema de ensino

A gestão do prefeito interino de Goiana, Eduardo Batista (Avante), recuou e cancelou unilateralmente contratos que somavam mais de R$ 21 milhões para aquisição de materiais didáticos com a empresa Eleva Capacitação e Representação Educacional. A decisão veio após o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) abrir investigação sobre possíveis irregularidades e uso indevido de recursos públicos. O cancelamento foi formalizado em ofício assinado no dia 10 de abril pela secretária de Educação, Natália Barbosa dos Santos, que também responde como ordenadora de despesas da pasta.

Os contratos foram celebrados apesar de alertas da própria Diretoria de Ensino do município, que informou à gestão sobre a existência de materiais semelhantes já disponíveis na rede pública, oriundos de outro contrato ainda vigente. Em documento oficial, a área técnica chegou a afirmar que não seria “necessário, nem pouco adequado” realizar nova contratação para os mesmos fins, o que poderia configurar mau uso do dinheiro público. Ainda assim, o parecer da Procuradoria da Prefeitura recomendou a contratação, que foi feita com base em inexigibilidade — dispositivo legal reservado a casos em que não há concorrência possível, o que, segundo os apontamentos, não se aplica ao caso.

A empresa Eleva foi contratada para fornecer livros e outros serviços educacionais. O gabinete do prefeito interino recebeu a notificação dos distratos em 3 de abril, mas até o momento ainda não publicou a anulação no Diário Oficial do município.

Petrolina - O melhor São João do Brasil

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) suspendeu a greve de fome que fazia há nove dias, apenas com a ingestão de líquidos, depois de um acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). O Conselho de Ética aprovou a cassação do deputado por quebra de decoro parlamentar, no último dia 9. Glauber chutou um militante do MBL (Movimento Brasil Livre), em abril de 2024, em meio a uma discussão.

— Estou neste momento suspendendo a greve de fome que anunciamos há nove dias. Esse suspensão ocorreu depois de dialogar com os movimentos, e depois de um compromisso assumido pelo presidente da Câmara. Uma articulação que envolveu diversos parlamentares. Motta faz uma publicação que, na prática, suspende a deliberação da cassação neste semestre —disse Glauber em coletiva na saída do anexo 2 da Câmara. As informações são do Jornal O Globo.

Hugo Motta disse que o caso não deve ir para o plenário da Casa neste semestre. Com isso, aliados de Braga afirmam que ganharam tempo para negociação de mudança na pena do deputado, que hoje é de cassação.

Desde que o Conselho de Ética o votou pela perda de mandato, Glauber Braga entrou em greve de fome e permaneceu no anexo 2 da Câmara dos Deputados, dormindo em um colchão. Glauber Braga recorreu à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para uma reavaliação do parecer do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), que indicou a cassação.

“Em diálogo com a deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP) e o líder Lindbergh Farias (PT-RJ), avançamos para o fim da greve de fome do deputado Glauber Braga. Garanto que, após deliberação da CCJ, qualquer que seja ela, não submeteremos o caso do deputado ao Plenário da Câmara antes de 60 dias para que ele possa exercer a defesa de seu mandato parlamentar. Após esse período, as deputadas e deputados poderão soberanamente decidir sobre o processo” , disse o presidente em uma publicação nas redes sociais.

De acordo com a assessoria de Glauber, o deputado terá todo um protocolo de recomendação para transição da greve de fome para a alimentação normal.

Aliados de Glauber, como Lindbergh Farias, afirmam que a decisão de Hugo Motta os fará ganhar tempo para negociação de uma pena menor, que não seja a cassação de mandato. A mudança no parecer de punição pode ocorrer antes da votação do caso no plenário da Casa.

— Ganhamos tempo para negociar, trocar a cassação (por outra pena mais branda). Foi uma vitória importante, dá para construir caminhos — disse Lindbergh.

O presidente da CCJ, Paulo Azi (União-BA), explicou que pretende dar sequência ao caso, designando um relator, mas que o mérito do parecer feito no Conselho de Ética não poderá ser modificado. Cabe a comissão analisar os procedimentos que foram adotados ao longo do julgamento no Conselho de Ética.

— A CCJ será obrigada a aceitar. Vou designar um relator, que vai emitir um parecer. Não há hipótese do caso chegar e não ser analisado. O parecer da CCJ não entra na mérito. A comissão analisa se houve vícios no procedimento, atropelo, ou cerceamento da legítima defesa — afirmou Azi.

Como o GLOBO mostrou no último domingo, desde que foi criado, em 2001, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados recebeu 234 representações contra deputados acusados de corrupção, agressão verbal ou física, calúnia ou difamação, disseminação de fake news e homicídio. Apesar do alto volume, apenas 8 desses pedidos de punições resultaram em perda de mandato aprovado pelo plenário da Casa, o equivalente a 3%. A maior parte, 203 casos, foram arquivados. O restante acabou em penas mais brandas como censura verbal ou escrita e suspensão temporária de mandato.

Dos 6 casos de agressão física, que se assemelham ao de Glauber Braga, cinco foram arquivados e um acabou em censura escrita. Um deles envolveu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), acusado de ter dado um soco no senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), em 2013, durante visita da Comissão da Verdade ao prédio do antigo DOI-Codi, no Rio de Janeiro. O caso foi arquivado.

Ipojuca - IPTU 2025 - Vencimento 30 Abril
Caruaru - São João na Roça

O presidente Lula (PT) convocou ao Palácio do Planalto os chefes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Luiz Fernando Corrêa, e da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, para cobrar explicações sobre uma operação de espionagem contra o Paraguai. A reunião foi descrita como tensa.

Lula chamou os dois diretores após uma ação secreta da Abin de hackear autoridades paraguaias de alto escalão em meio a negociações sobre os valores pagos ao país vizinho pela energia da usina de Itaipu ter virado notícia. A informação foi divulgada pelo UOL no fim de março.

A audiência ocorreu no gabinete de Lula depois que o governo já havia emitido uma nota em que atribuía a operação à gestão de Jair Bolsonaro (PL). Segundo relatos, o encontro foi conflituoso e chegou a ser interpretado como uma acareação entre Corrêa e Rodrigues. As informações são da Folha de São Paulo.

Investigadores da PF apontam que a ação de espionagem contra o Paraguai teria continuado durante os primeiros meses do governo Lula, com o conhecimento de Corrêa. A atual direção da Abin, por sua vez, afirma que mandou interromper a operação.

Dentro do governo, Corrêa e Rodrigues são considerados rivais. A principal divergência é o inquérito da PF sobre a chamada “Abin paralela”. O grupo de Corrêa afirma que a investigação tem motivações políticas, enquanto policiais enxergam movimentos do chefe da Abin para obstruir as apurações.

Também participou do encontro com Lula o chefe da Casa Civil, Rui Costa, a quem a Abin está subordinada e a quem o diretor-geral da agência se reporta.

De acordo com relatos, além dos detalhes da suposta espionagem, os diretores da Abin e da PF também discutiram, na presença do presidente e do ministro, o vazamento da operação. A Polícia Federal abriu um inquérito sobre a divulgação das informações.

O hackeamento de autoridades do Paraguai veio à tona a partir do depoimento de um servidor da Abin à PF no âmbito da investigação sobre o aparelhamento da agência no governo Bolsonaro.

Esse inquérito está sob sigilo no STF (Supremo Tribunal Federal). Agentes que acompanham o inquérito apontam que dezenas de pessoas, sobretudo advogados de investigados, tiveram acesso aos depoimentos do caso.

Na reunião com Lula, Andrei Rodrigues teria apresentado elementos que apontam que o ex-número 2 da Abin Alessandro Moretti, demitido em janeiro do ano passado, autorizou a continuidade da operação. Corrêa, segundo os mesmos indícios, teria dado seu aval —como relatou o servidor que depôs à PF.

Na nota que divulgou sobre o episódio, o governo negou as informações do depoente. Afirmou que a ação foi autorizada em junho de 2022 pelo governo Bolsonaro e tornada sem efeito por Moretti em 27 de março de 2023, “tão logo a atual gestão tomou conhecimento do fato”.

“O governo do presidente Lula desmente categoricamente qualquer envolvimento em ação de inteligência, noticiada hoje, contra o Paraguai, país membro do Mercosul com o qual o Brasil mantém relações históricas e uma estreita parceria”, afirmou o Itamaraty.

Para distanciar Corrêa do caso, a nota do Itamaraty afirma que, à época, ele já havia sido indicado pelo presidente para a diretoria-geral da Abin, mas ainda não ocupava o cargo porque seu nome ainda não havia sido aprovado pelo Senado.

Na reunião, Rodrigues teria contestado os termos da nota, que havia sido divulgada pelo Itamaraty com informações fornecidas pelo próprio Corrêa.

Investigadores veem com desconfiança o papel de Corrêa no caso e afirmam haver elementos para demonstrar que ele já dava ordens na Abin antes de ser aprovado pelo Senado.

Corrêa e Moretti prestam depoimento nesta quinta-feira (17). Procurada, a PF afirmou que não se manifestaria sobre os relatos da reunião. A Abin não respondeu até a publicação desta reportagem, assim como o Palácio do Planalto.

A ação contra o Paraguai teria ocorrido meses antes de o governo brasileiro fechar um novo acordo sobre os valores pagos ao país vizinho pela energia vendida ao Brasil, em maio de 2024. A PF abriu inquérito para investigar a operação e o vazamento de dados sigilosos.

A associação que representa os servidores da Abin, a Intelis, divulgou nota na noite de quarta-feira (16) com críticas à PF. O grupo fala em “interesses políticos” e “deslegitimização da inteligência de Estado”.

“É inadmissível e nocivo aos propósitos de uma grande nação como o Brasil que uma campanha de descredibilização do seu serviço de Inteligência seja capitaneada, não por atores estrangeiros adversos, mas por grupos da própria administração pública nacional”, diz a associação.

Camaragibe - Cidade trabalho 100 dias

A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (17) uma redução de 3,38% nos preços do óleo diesel nas refinarias da estatal. A partir de amanhã (18), o preço por litro passa de R$ 3,55 para R$ 3,43, o que corresponde a uma queda de R$ 0,12 por litro.

É a segunda redução do preço do diesel em menos de um mês. O último reajuste do diesel foi em 1º de abril.

“Considerando a mistura obrigatória de 86% de diesel A e 14% de biodiesel para composição do diesel B vendido nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará a ser de R$ 2,95 /litro, uma redução de R$ 0,10 a cada litro de diesel B”, disse a Petrobras em nota. As informações são do Valor Econômico.

Na quarta-feira (16), a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que a estatal vinha monitorando os preços dos derivados de petróleo no mercado externo, diante do cenário turbulento a partir das novas tarifas para produtos importados fixadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Os preços do barril de petróleo despencaram desde o “tarifaço” de Trump. Segundo Chambriard, seria preciso cautela para avaliar o cenário externo antes de qualquer decisão.

“Não podemos trazer para o Brasil uma confusão que não é nossa”, disse.

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025 prorrogado

Em meio ao desgaste provocado pela adesão de deputados de partidos da base do governo ao projeto de anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve se reunir na próxima semana com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e com líderes.

O encontro será nos moldes do realizado com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e com líderes da Casa no dia 2 de abril. Na ocasião, em um gesto de aproximação com os parlamentares, Lula foi até a residência oficial do Senado para um jantar. As informações são do Jornal O Globo.

O presidente está decidido a estabelecer uma relação mais próxima com os congressistas desde que trocou o comando da Secretaria de Relações Institucionais com a saída de Alexandre Padilha e a entrada de Gleisi Hoffmann.

A reunião com os líderes da Câmara ocorrerá após o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, protocolar um pedido de urgência para liberar a votação do projeto de lei que anistia acusados e condenados pela participação na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023.

O partido conseguiu 262 assinaturas válidas. Para que o requerimento fosse considerado como elegível para votação, era necessário apoio de 257 deputados.

Os partidos da base do governo Lula colaboraram com 146 assinaturas. Gleisi reagiu à adesão e disse que muitos deputados não tinham conhecimento que a proposta beneficiará também os organizadores da tentativa de golpe.

A ministra ainda acrescentou que “é muito ruim” deputado que participa do governo assinar o projeto. O líder do PP, Professor Luizinho (RJ), que deve ser convidado para a reunião com Lula, foi um dos que assinou o pedido de urgência.

Toritama - FJT 2025

Por Bela Megale
Do Jornal O Globo

Integrantes do PL têm estranhado a convicção de Carlos Portinho de que será candidato à reeleição do Senado pelo Rio de Janeiro ao lado de Flávio Bolsonaro. A vaga é uma das mais disputadas entre os correligionários do PL nas eleições de 2026.

Portinho tem se fiado nas palavras de Jair Bolsonaro. Em uma conversa recente com o senador, rodeado por testemunhas, o ex-presidente cravou: “a vaga é sua”.

Bolsonaro foi além e afirmou que Portinho “tirou 9 de 10”. Ele disse que o único erro do parlamentar foi ter celebrado a conquista do primeiro Oscar brasileiro pelo filme “Ainda estou aqui”, de Walter Salles.

Portinho justificou alegando que tem muitos artistas na família. Na ocasião, o senador publicou, nas redes sociais, que “O Brasil é um só” e a premiação deveria ser celebrada.

Se manter a decisão, o ex-presidente deixará fora da disputa o governador do Rio, Cláudio Castro. Apesar de ter figurado nas pesquisas contratadas pelo PL como o nome mais competitivo para concorrer ao Senado com Flávio, Castro está em baixa com Bolsonaro, segundo membros do partido.

Todos sabem, porém, que o que Bolsonaro diz não se escreve, ainda mais com tanto tempo de antecedência das eleições. Mesmo prometendo a vaga a Portinho, ainda há no partido o sentimento de que tudo pode mudar.

Palmares - Pavimentação Zona Rural

Por Dora Kramer
Da Folha de São Paulo

A anistia aos golpistas de variadas espécies é o tipo do assunto a respeito do qual é mais fácil falar do que realizar. Ainda assim, seus adeptos já foram além do aceitável: conseguiram pôr o tema em pauta e paralisar o Congresso em torno dele.

Brutalizados em 8 de janeiro de 2023, os três Poderes da República são agora instados a lidar com uma proposta de perdão dos crimes aos que propugnaram pelo fim do Estado de Direito em vigor no país há parcas quatro décadas.

Fala-se na produção de um acordo entre Executivo, Legislativo e Judiciário para se chegar a meios-termos entre condenações e impunidade.

Como se fossem admissíveis as seguintes situações: o Supremo Tribunal Federal fazer acertos sobre matéria que poderá julgar, o presidente aceitar a inocência de quem pretendeu impedi-lo de governar planejando até sua morte e o Congresso avalizar negociata dessa natureza.

Por mais desatinado que soe, chegamos a esse ponto em que agressores postulam perdão e os agredidos —a maioria residente no Parlamento— consideram a discussão de razoável a imprescindível.

A alegação-mestra é a de que a anistia promoveria a pacificação do Brasil. Nada mais falso. O que se pretende não é paz, e sim a reconstrução do relato histórico a fim de amenizar os fatos e fazer valer como farsa a versão de que o que houve não foi tão grave, mas apenas fruto de equívocos e pontuais excessos. Nada mais falso.

Caso o presidente da Câmara cometa a irresponsabilidade institucional de pautar o projeto, e com urgência, daí em diante nada será pacífico, a começar pela tramitação da proposta. Os defensores sinalizando oposição ao governo e este na resistência atraindo ao campo de batalha o Supremo.

No meio disso, a contrariedade da população —registrada em pesquisas—, cujas prioridades estão longe dessa anistia e muito perto da carestia, da insegurança e dos maus serviços públicos.

Uma coisa é certa: para os brasileiros a sorte dos golpistas vale menos que suas sobrevivências e o destino do país.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou nesta quinta-feira (17/4) um acordo para o fim da greve de fome do deputado federal Glauber Braga (PSol-RJ).

O parlamentar passou mais de uma semana em greve de fome no plenário onde o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar aprovou a cassação de seu mandato. As informações são do Metrópoles.

O acordo foi construído por meio do líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), e da esposa de Glauber, a deputada federal Sâmia Bomfim (PSol-SP).

“Garanto que, após a deliberação da CCJ, qualquer que seja ela, não submeteremos o caso do deputado ao Plenário da Câmara antes de 60 dias para que ele possa exercer a defesa do seu mandato parlamentar. Após este período, as deputadas e os deputados poderão soberanamente decidir sobre o processo”, escreveu Motta.

A líder do PSol na Câmara, Talíria Petrone (PSol-RJ), também se pronunciou. “Que consigamos ter uma saída definitiva que não rompa com o princípio da proporcionalidade e que garanta o óbvio: que nosso deputado Glauber siga representando o povo que o elegeu”, destacou a deputada.

Durante o período em que permaneceu nas dependências da Câmara dos Deputados, Glauber ingeria apenas água, soro e isotônicos. Teve acompanhamento médico diário para monitorar as condições de saúde.

O congressista recebeu a visita de diferentes ministros de Estado do governo Lula. São eles: Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social), Macaé Evaristo (Direitos Humanos), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência), Cida Gonçalves (Mulheres), Sonia Guajajara (Povos Originários) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário).

Por Mirella Araújo
Do JC

“Não se faz educação de qualidade sem orçamento.” A afirmação da reitora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), professora Maria José de Sena, reforça a mobilização que reivindica a recomposição orçamentária de R$ 2,5 bilhões para as universidades federais do Estado.

A demanda surge diante dos impactos causados pelos cortes de recursos previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA) para o exercício de 2025.

Nesta terça-feira (15), quatro dias após a divulgação dos resultados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) — que destacou Pernambuco entre os estados com as universidades públicas mais bem avaliadas do país —, os reitores das quatro instituições federais apresentaram as dificuldades que vêm enfrentando para garantir a manutenção dos serviços essenciais, o que compromete atividades de ensino, pesquisa e extensão.

As perdas orçamentárias entre o que é previsto no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) e o que, de fato, é aprovado na LOA vêm sendo registradas desde 2014. Diante desse cenário recorrente, os reitores destacaram a necessidade de uma mobilização mais intensa e efetiva por parte do Congresso Nacional.

Segundo eles, o que se tem observado é que a peça orçamentária, cada vez mais, assume um caráter político, deixando em segundo plano as reais necessidades do ensino superior público no país.

Questionados pela coluna Enem e Educação sobre o diálogo com a bancada pernambucana na Câmara dos Deputados, os reitores afirmaram que a comunicação tem sido constante, por meio de reuniões e apelos, para apresentar a grave situação orçamentária. Tanto os parlamentares pernambucanos quanto o governo federal estão cientes dos desafios enfrentados pelas universidades para manter o funcionamento de suas atividades.

“Entregamos um documento solicitando a recomposição do orçamento de todas as universidades, no valor de R$ 2,5 bilhões. Em 2014, o orçamento das universidades federais era de R$ 8,1 bilhões, e para 2025 está previsto um valor inferior a R$ 6,5 bilhões, em termos nominais. Portanto, além da recomposição nominal, precisamos considerar a inflação”, explicou o reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Alfredo Gomes.

O reitor da Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (UFAPE), Airon Melo, afirmou que havia uma garantia do ministro da Educação, Camilo Santana, dada em fevereiro, durante reunião com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), de que qualquer corte que houvesse no orçamento, seria feita uma recomposição.

“Só que depois que saiu a LOA, o ministério também sofreu cortes e sanções, como o do decreto provisório do governo federal, então não sabemos se fato ele irá fazer essa recomposição”, afirmou. Melo se referiu ao Decreto nº 12.416/2025 que congela em um terço as despesas discricionárias. Ou seja, até novembro, cada órgão federal poderá empenhar mensalmente apenas 1/18 dos valores inicialmente previstos no Orçamento para esse tipo de gasto.

Uma nova reunião com a Andifes será realizada no dia 24 de abril pra reforçar as reinvindicações. O reitor da UFAPE reiterou que não existem critérios objetivos para a construção do orçamento das universidades.

“Nós não temos um modelo para financiar nossas instituições. E, eu digo isso tranquilamente, que o orçamento é essencialmente uma negociação política e não deveria ser. Porque as nossas instituições são públicas e não devem ficar sujeitas a negociações a cada ano junto aos atores políticos nacionais. Há sempre uma disputa em face a uma instituição, que vai continuar existindo daqui a 30, 40 anos. Por isso a precarização e essa situação que temos assistido nessa conjuntura”, afirmou.

Emendas parlamentares
Outro ponto levantado durante a coletiva concedida à imprensa foi a respeito do envio de emendas parlamentares. A reitora da UFRPE, professora Maria José de Sena, destacou que esse tipo de recurso atende apenas a demandas pontuais e não pode ser visto como solução para os desafios estruturais enfrentados pelas universidades. Segundo ela, a manutenção das instituições federais de ensino superior é uma responsabilidade da União.

“As emendas parlamentares vêm para atender uma necessidade pontual das universidades. Elas não pagam salários, bolsas de estudo ou contratos continuados”, declarou. “A obrigação dos parlamentares é estarem lá [no Congresso Nacional] brigando, defendendo os nossos orçamentos, garantindo que as universidades possam cumprir seu papel como instituições que zelam pela educação e pela formação — que vai muito além da sala de aula e do professor”, completou Maria José de Sena.

“Produzimos 95% da pesquisa no Brasil, formamos com qualidade em todas as áreas do conhecimento e colocamos o país numa posição muito estratégica. Estamos fazendo um trabalho consistente e somos comprometidos com a democratização do acesso à educação, uma população estudantil diversificada e precisamos de Políticas Públicas que fortaleçam essas pautas para este projeto de país”, destacou a gestora da UFRPE.

O reitor da Universidade Federal Vale do São Francisco (Univasf), Télio Nobre Leite, chamou atenção para uma possível disputa entre as universidades por orçamento. “Corremos o risco de termos uma corrida das instituições de ensino superior por orçamento, tentando se salvar, o que, além de enfraquecer todos, trará ao sistema não o mérito acadêmico, científico ou de qualidade, mas apenas o da força política”, declarou.

Resposta do MEC
O Ministério da Educação se posicionou, por meio de nota, afirmando que ” a necessidade de manutenção da infraestrutura de universidades federais não é um desafio atual e decorre da política implementada nos últimos anos, no período de 2016 a 2022, que reduziu drasticamente os valores para manutenção e investimentos nas instituições federais de ensino superior”.

“As estruturas físicas foram se deteriorando, o que gerou um passivo que é objeto de atuação efetiva do governo federal, por meio do Ministério da Educação (MEC), desde 2023. Nesse contexto, o MEC vem fazendo um esforço consistente para recuperar o orçamento das universidades federais. Esse esforço foi materializado nas suplementações ocorridas nos anos de 2023 e 2024”, afirmou a pasta.

Integrantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) devem divulgar um manifesto para pedir a exoneração de Luiz Fernando Corrêa, atual diretor-geral do órgão.

A carta será assinada pela União dos Profissionais Inteligência de Estado (Intelis), que já publicou outras demonstrações de insatisfação com a atual gestão.

Corrêa prestará depoimento nesta quinta-feira (17), às 15h, na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília (DF). A oitiva será simultânea à do ex-número 2 da agência Alessandro Moretti. As informações são da CNN Brasil.

No documento, a Intelis alegará a falta de defesa aos trabalhos da Abin. Desde o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os associados criticam a escolha de um delegado da PF para o cargo, em detrimento de um funcionário de carreira.

No começo das investigações, a PF já apontou que atual gestão tentou impedir apuração dos investigadores sobre o esquema de espionagem ilegal do governo Jair Bolsonaro (PL).

As suspeitas levaram à demissão de Moretti, mas com apoio do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), órgão ao qual a Abin está subordinada, Corrêa se mantém no cargo.

Ainda na quarta-feira (16), a Intelis divulgou um comunicado em que criticou os vazamentos de depoimentos de servidores da Abin à PF.

“Diante da gravidade dos fatos, a Intelis informa que está ingressando com representação junto ao Ministério Público Federal para que sejam apurados,de forma rigorosa e independente, os vazamentos ocorridos e a conduta de ampliação indevida do escopo investigativo para temas fora da competência legal da Polícia Federal”, diz a nota.

Depoimentos
O estopim para os investigadores optarem pelos depoimentos de Moretti e Corrêa foi a revelação de que o Brasil fez um ataque hacker contra o Paraguai para obter informações sobre a Usina Hidrelétrica de Itaipu.

Corrêa e Moretti também terão que esclarecer a suspeita de que durante o governo Lula, a atual gestão da agência tentou atrapalhar as investigações da Abin Paralela desde 2023.