Pernambuco soma 4,2 mil novos empregos para mulheres no primeiro trimestre

Pernambuco fechou o último mês de março com 932 novas carteiras de trabalho assinadas por mulheres. Com o resultado, o estado já soma, nos três primeiros meses deste ano, a criação de 4,2 mil empregos para a população feminina. Desde o início da atual gestão estadual até o momento, são 52 mil postos de trabalho formal gerados para as pernambucanas. Os dados são do Novo CAGED, divulgados na última quarta-feira, pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

“Os números, mais uma vez, refletem o empenho do Governo em fortalecer a empregabilidade feminina. A SEDEPE faz parte desse esforço por meio de diversas políticas públicas, como a estruturação da Casa da Trabalhadora, com benefícios que pretendemos expandir para todas as regiões do estado. Além disso, investimos na oferta de qualificação com as oficinas ministradas no Centro de Qualificação da Mulher e, principalmente, com o nosso programa Qualifica PE, composto por cursos para os mais diversos públicos, cujos novos cronogramas serão divulgados em breve, buscando alcançar pessoas de todos os municípios pernambucanos”, afirmou o Secretário de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo de Pernambuco, Manuca.

Nos últimos 12 meses, Pernambuco gerou 55 mil empregos, incluindo homens e mulheres. Desde o início da gestão, já se somam cerca de 112 mil pernambucanos a mais com carteira assinada. Após encerrar o mês de fevereiro com a criação de 7,5 mil empregos formais, o estado teve 3,4 mil postos de trabalhos fechados em março deste ano. A retração foi motivada, principalmente, por demissões na indústria de derivados da cana-de-açúcar, tradicionalmente uma das maiores empregadoras no estado.

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Mais um livro de minha autoria, desta feita o 13º, já está no prelo e com data de lançamento marcada para 9 de junho: Os Leões do Norte. Traz a minibiografia de 22 governadores de Pernambuco, da era do interventor Carlos de Lima Cavalcanti (1930-35) ao ex-governador Paulo Câmara (PSB).

Com prefácio do ex-deputado federal e professor Maurício Rands, sai com o selo da pernambucana “Eu Escrevo Editora”, do meu amigo cartunista Samuca. Com este trabalho, meu propósito é direcionar ao público da nova geração para conhecer um pouco da história política e administrativa do Estado e dos seus gestores.

Uma obra muito didática, diria, para chegar às escolas estaduais e municipais como leitura obrigatória: estão perfilados, por ordem, Carlos de Lima Cavalcanti, Agamenon Magalhães, Etelvino Lins, Barbosa Lima Sobrinho, General Cordeiro de Farias, Miguel Arraes e Paulo Guerra.

Ainda Nilo Coelho, Eraldo Gueiros Leite, Moura Cavalcanti, Marco Maciel, José Muniz Ramos, Roberto Magalhães, Gustavo Krause, Carlos Wilson, Joaquim Francisco, Jarbas Vasconcelos, Mendonça Filho, Eduardo Campos, João Lyra Neto e Paulo Câmara”. Vale o registro da trajetória desses governadores e o quanto eles influíram na política nacional e foram influenciados pelo seu contexto”, diz Rands, no prefácio.

Para o cientista político Antônio Lavareda, a obra “muito contribuirá para o conhecimento da política de Pernambuco”. Já o jornalista Júlio Mosquéra, da TV Globo em Brasília, que ilustra o livro com um depoimento, diz: “Magno bebeu na fonte nutrida por políticos que se notabilizaram pelo compromisso com a negociação, com o diálogo exaustivo em busca do consenso, como Marco Maciel”.

Já o jornalista Marcelo Tognozzi, colaborador do site Poder-360, de Brasília, escreveu: “Leões não são simplesmente força e majestade. Eles conhecem sua essência, sabem do que são capazes. Não são leões por mero acaso ou capricho. Um livro para servir de guia a quem quiser entender o poder, sua força e energia”.

A noite de autógrafos está marcada para o bar e restaurante “Boteco Porto Ferreiro”, na Avenida Rui Barbosa, a partir das 19 horas. O convite é público e aberto principalmente para estudantes, professores, formadores de opinião, políticos em geral e a quem se interessar por uma apurada pesquisa. 

Dulino Sistema de ensino

Um dia após PP e PSB sairem vitoriosos na eleição de Goiana, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), fez rasgados elogios, há pouco, ao deputado federal Eduardo da Fonte, presidente estadual do PP.

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Petrolina - O melhor São João do Brasil

O projeto de lei complementar (PLP) 177 de 2023 que prevê o aumento do número de deputados federais no Brasil entrou na pauta de votações da Câmara dos Deputados nesta semana com um requerimento de urgência que pode acelerar a tramitação do texto.

O PLP é uma resposta à exigência do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o Congresso vote lei, até 30 de junho deste ano, para redistribuir a representação de deputados federais em relação a proporção da população brasileira em cada unidade da federação (UF).

O STF acatou uma ação do governo do Pará que apontou omissão do Legislativo Federal em atualizar o número de deputados de acordo com a mudança populacional. O Pará argumentou que teria direito a mais quatro deputados desde 2010. A atual distribuição dos 513 deputados federais foi definida em 1993. As informações são da Agência Brasil.

O Artigo 45 da Constituição define que o número de deputados “será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta deputados”.

Em sua decisão, o STF determina que, caso o Congresso não atualize a representação parlamentar por Estado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) poderá fixar, até 1º de outubro de 2025, o número deputados para a legislatura que começará em 2027. O TSE deverá usar os dados do Censo de 2022.

Mais deputados
No projeto de lei de autoria da deputada Dani Cunha (União-RJ), proíbe-se a redução do número de deputados para menos de 513, além de vetar que qualquer estado perca representação. Com isso, a correção do número de representantes por unidade da federação teria que ocorrer via aumento de parlamentares.

“Se necessário, deveremos aumentar o número de deputados da nossa Câmara, que mesmo se ocorrer em número de cerca de 3%, em nada significará, levando em conta um aumento de população e de eleitores, em média no país, superior a 240% [entre 1994 e 2022]”, diz o relatório da deputada Cunha.

Censo 2022
Apesar do STF indicar que a representação por UF deve ser feita com base no último censo de 2022, o projeto de lei complementar até então apresentado determina novo recenseamento com participação compulsória das famílias para definir o número total da população.

“[O censo de 2022] trouxe várias inconsistências que prejudicaram alguns estados e muitos municípios. Não parece crível, a quem vive no Rio de Janeiro, a redução da população em determinadas áreas do Estado, onde sabemos as dificuldades de acesso a população real, em função do domínio das áreas mais carentes”, disse a autoria do projeto.

O relator designado para o projeto foi o deputado Damião Feliciano (União-PB), que poderá apresentar alterações em relação ao projeto de autoria da deputada Dani Cunha.

Ipojuca - No Grau 2025

Por Flávio Chaves*

Lady Gaga é um desses fenômenos raros que o mundo da arte produz de tempos em tempos. Nascida Stefani Joanne Angelina Germanotta, em 1986, em Nova Iorque, escolheu como nome artístico a referência direta a “Radio Ga Ga”, canção do Queen imortalizada pela voz estrondosa de Freddie Mercury. Gaga não apenas homenageia seu ídolo — ela reinventa, desafia e desconstrói o próprio conceito de pop star. Multi-instrumentista, compositora, atriz, uma artista completa. E, acima de tudo, inteligente. Uma performer que transita do jazz clássico ao eletrônico, da balada à catarse, sem perder a identidade.

Sua trajetória cinematográfica com Nasce Uma Estrela (2018) não foi mero acaso. Foi a concretização simbólica do que ela representa: uma estrela que soube nascer muitas vezes — em cada palco, em cada trauma, em cada piano, em cada reinvenção estética. Naquele filme, Lady Gaga mostrou que sua alma é tão grande quanto sua voz — e isso é raro.

No entanto, o espetáculo recente em Copacabana, transmitido em tempo real pela comoção nacional, revela mais do que o talento de uma estrela. Revela também um Brasil cansado. Um país faminto, injusto, anestesiado.

O argumento oficial — repetido à exaustão pelo prefeito Eduardo Paes e pela grande mídia — é que o show foi “gratuito”. Mas o gratuito tem um preço. E este custou milhões aos cofres públicos, que são abastecidos justamente pelos impostos cobrados daquele mesmo povo que, sob as luzes, o suor e a exaltação, delirava na areia. Um tesouro saqueado em nome de um êxtase coletivo. Um povo esfomeado de beleza, mas também de justiça.

Copacabana virou o Coliseu. Os corpos, espremidos, se agitavam como gladiadores de uma era anestesiada. A multidão ali estava não apenas para ver Lady Gaga, mas para esquecer que o Brasil registrou mais de R$ 6,5 bilhões desviados de aposentados pobres por meio de esquemas fraudulentos, envolvendo sindicatos e gestores públicos. O escândalo, abafado pelas luzes do palco, grita nos bastidores de uma sociedade que aplaude o espetáculo enquanto sangra.

O que seria do país se tamanha multidão se levantasse para defender seus direitos? Seríamos um barril de pólvora social — e, talvez por isso mesmo, nos ofereçam shows gratuitos. O circo é o mais eficaz dos calmantes.

Lady Gaga, é preciso dizer, não faz concessões fáceis ao erotismo vulgar das Madonnas e suas madonnetes. É uma artista maior. Quando senta ao piano e canta baladas ao estilo de Elton John, Gaga mostra o que é arte com alma. Suas composições carregam densidade, sensibilidade e uma inteligência emocional rara. Já a vi em entrevistas com declarações tocantes, de uma sensibilidade que me encantou profundamente. Ela tem a grandeza dos que não se perdem na fama.

Mas o que há de mais perturbador em tudo isso é o contraste: enquanto a Lady encanta, o país padece. Enquanto a artista voa, a nação rasteja. O talento de uma estrela global foi usado, consciente ou não, para encobrir a fúria dos desamparados, a dor dos invisíveis, a vergonha dos que ainda se importam.

O Brasil está em transe. Aplaude com as mãos enquanto é espoliado pelas costas. O som que se ouve é o da batida — não do tambor, mas do silêncio que cobre os gritos por justiça.

Lady Gaga foi magnífica. O show, impecável. Mas também foi o retrato mais cru da utopia governamental: enquanto a areia se enchia de luz, o povo seguia mergulhado na escuridão.

*Jornalista, poeta, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras. Foi delegado federal/Minc.

Caruaru - São João na Roça

A partir desta segunda-feira (05), a Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) dá start no RoadShow Pernambuco Naturalmente Increíble. Pela primeira vez, o estado apresenta o seu potencial turístico ao mercado internacional em um evento exclusivo para operadoras de turismo, agentes de turismo, DMCs e cias aéreas, além do trade turístico.

“Esse é o primeiro RoadShow Pernambuco Naturalmente Increíble, uma iniciativa que, além de representar uma importante contrapartida às companhias aéreas que, em parceria com o Governo de Pernambuco, anunciaram novas rotas internacionais diretas, integra as estratégias da Empetur para promover o destino Pernambuco. A ação envolve capacitação de agentes de viagens, rodadas de negócios com operadoras de turismo e parcerias cooperadas com os principais players do mercado nacional e internacional. Tudo isso com o objetivo de impulsionar ainda mais o turismo em Pernambuco e alcançar resultados cada vez mais expressivos”, destaca Eduardo Loyo, presidente da Empetur.

Realizado pelo Governo de Pernambuco, por meio da Empetur, o projeto tem como objetivo ampliar a visibilidade do estado como destino turístico no exterior, aproveitando a crescente conectividade aérea da malha pernambucana. A ação também visa impulsionar o fluxo de visitantes internacionais, fortalecendo a imagem de Pernambuco no cenário global.

O roadshow será dividido em três etapas, sendo duas na América Latina e uma na Europa. A primeira fase contempla a cidade de Santiago (Chile), e segue para Buenos Aires, Rosário e Santa Fé (Argentina), com encerramento em Córdoba (Argentina), no dia 8 de maio. O final dessa primeira etapa acontece em junho, nos dias 03 e 04, respectivamente em Assunção e Cidade del Este. No total, serão 6 dias e 7 cidades.

Com uma proposta dinâmica e interativa, os eventos contarão com uma capacitação lúdica, proporcionando aos participantes uma imersão nos atrativos turísticos do estado. Também será realizada uma reunião de produtos, promovendo conexões diretas entre o trade turístico de Pernambuco e os principais players do mercado internacional, além de rodada de negócios com foco no fortalecimento de parcerias e geração de oportunidades.

Durante a capacitação, os convidados também serão envolvidos por manifestações artísticas que expressam a identidade cultural do estado. A dança do Balé Cultural e a musicalidade do maestro Spok estarão presentes para enriquecer a experiência. Encerrando a apresentação, Spok conduzirá uma viagem musical por Pernambuco, guiando o público pelos ritmos típicos que fazem parte do Estado..

Conectividade

A escolha das cidades para o RoadShow Pernambuco Naturalmente Increíble levou em consideração, como principal critério, a existência de voos diretos com o Aeroporto Internacional do Recife. Pernambuco tem se consolidado como o maior polo de chegada de turistas internacionais do Nordeste, contando atualmente com conexões para dez destinos fora do país.

A malha aérea internacional do estado inclui voos para Buenos Aires e Córdoba (Argentina), Lisboa e Porto (Portugal), Madri (Espanha), Santiago (Chile), Montevidéu (Uruguai), Assunção (Paraguai), além de Orlando e Fort Lauderdale (Estados Unidos), evidenciando a robusta conectividade do Destino Pernambuco com importantes mercados emissores.

“Diante do crescimento da malha aérea internacional acima da média nacional, a realização da primeira etapa do roadshow na América Latina se mostra estratégica. A região representa um mercado prioritário para o turismo pernambucano, com destaque para países como Argentina, Uruguai e Chile. Apenas nos dois primeiros meses deste ano, 38,63% dos turistas que desembarcaram em Pernambuco foram estrangeiros — um indicativo claro do fortalecimento do estado como destino internacional”, concluiu Diogo Beltrão, Diretor de Comunicação e Marketing da Empetur.

Camaragibe - Cidade trabalho 100 dias

Por Raphael Guerra
Do JC

Uma câmera de segurança registrou o momento em que o delegado Luiz Alberto Braga entrou em luta corporal e atirou em um homem na ilha de Fernando de Noronha, na madrugada desta segunda-feira (5). O caso está sendo investigado pela Polícia Civil de Pernambuco e pela Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS).

As primeiras informações de testemunhas indicam que o delegado teria discutido com a esposa, durante uma festa no Forte dos Remédios. Pouco depois, ele teria visto a mulher conversando com o rapaz, identificado como Emmanuel Pedro Gonçalves Apory, de 25 anos.

Pouco antes de 1h, a câmera registrou o momento em que o delegado aborda Emmanuel e, em tom agressivo, chega a apontar o dedo para o rosto dele, além de empurrá-lo. Uma luta corporal é iniciada e o delegado atira, atingindo uma perna da vítima, que sai do local para pedir socorro. Luiz apresentava sinais de embriaguez, de acordo com testemunhas.

Em nota oficial, a SDS afirmou que a Polícia Militar foi acionada após os relatos de tiros. “A vítima foi socorrida pelos policiais e levada ao Hospital São Lucas”, disse a pasta.

Houve protestos, gritos e xingamentos de moradores durante o embarque do delegado no aeroporto, na manhã desta segunda-feira (5). O grupo também bloqueou a BR-363, queimando pneus e madeira para cobrar justiça.

A Administração de Fernando de Noronha afirmou, também em nota, que o estado de saúde de Emmanuel é considerado estável, “com exames laboratoriais dentro dos parâmetros de normalidade”.

“No momento, encontra-se com torniquete e será submetido a exame de raio-X. Já recebeu uma bolsa de sangue e, após a realização dos procedimentos necessários, será transferido em UTI aérea para a cidade do Recife”, disse o texto.

INVESTIGAÇÃO

O delegado, que cumpria plantão na Delegacia de Fernando de Noronha, está no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife. A expectativa é de que ele seja ouvido e autuado em flagrante.

“As investigações estão em andamento para esclarecer totalmente o ocorrido”, informou a SDS.

Na mesma nota, a pasta estadual confirmou que a Corregedoria instaurou um Procedimento Preliminar. “O órgão também acompanhará a investigação da Polícia Civil, incluindo a oitiva do acusado pelo DHPP”, completou.

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025 prorrogado

Meu amigo Álvaro Mendonça, ex-presidente da Caixa Econômica Federal, hoje atuando no núcleo duro do presidente da Assembleia Legislativa, seu xará Álvaro Porto, aceitou a minha sugestão e acabamos de criar a confraria das segundas no restaurante Leite.

Nosso primeiro convidado foi o chefe de gabinete de Porto, o jovem advogado Pedro Paiva. No estatuto da confra, uma única regra para frequentar: saber dosar o veneno da política.

Toritama - FJT 2025

Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, está no Recife para receber homenagens do Tribunal de Justiça (TJPE), da UFPE e da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Em entrevista coletiva no TJPE, no início da tarde desta segunda-feira (5), Flávio Dino foi questionado se teria pretensões de voltar um dia à política, mas reforçou que seu papel, atualmente, é no Supremo.

“Hoje, eu creio que a minha função bem delimitada é no Supremo, em que você exerce uma função, sobretudo, técnica, mas que tem um caráter institucional decisivo, de fazer com que haja harmonia entre os poderes e a Constituição seja cumprida”, declarou.

Dino acrescentou que “há muitas incompreensões em torno desse papel do Supremo, muitos questionamentos, conflitos, atritos”. “Mas eu considero isso como algo positivo, desde que seja compreendido como algo dentro das regras democráticas”, frisou Dino.

O ministro ainda rechaçou as tentativas de descredibilização sofridas pelo STF. “Acho lamentável essa ideia de coagir o Supremo e as instituições. Mas o Supremo procura fazer o seu trabalho do melhor modo. Como qualquer instituição humana, tem falhas, evidentemente, mas procura acertar sempre. Eu tenho muita alegria de servir ao Brasil no Supremo, de ter sob a minha relatoria hoje temas de grande importância, a exemplo da pauta ambiental, que é estratégica para o Brasil e para o mundo”, enfatizou.

Palmares - Pavimentação Zona Rural

Por Ricco Viana
Do Blog da Folha

Em clima de primeiro dia de aula, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, participou na manhã desta segunda-feira (5) da abertura do ano letivo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde proferiu a aula magna e recebeu o título de Doutor Honoris Causa da instituição. A cerimônia ocorreu na Concha Acústica Paulo Freire e reuniu estudantes, autoridades e membros da comunidade acadêmica, com transmissão ao vivo pelo canal oficial da universidade.

Ex-aluno da casa, Dino cursou mestrado em Direito na UFPE e relembrou sua passagem pela instituição, saudando seu antigo orientador presente no evento. Em sua fala, destacou a importância da formação universitária e afirmou que os estudantes estão iniciando “a melhor época de suas vidas”.

Durante a aula, o ministro abordou temas contemporâneos como tecno-determinismo, Inteligência Artificial e os desafios enfrentados pela juventude. Segundo ele, há uma disputa constante pela atenção nas redes sociais que alimenta a ansiedade e a dependência de estímulos rápidos: “Ouvem áudios na velocidade 2x porque não existe a velocidade 3x, senão ouviriam. Há a disputa da nossa atenção nas redes sociais”.

Criticando o que chamou de substituição do trabalho humano pela tecnologia, Dino afirmou que a Inteligência Artificial “precariza o trabalho humano, porque ele perde valor e ganha um concorrente aparentemente gratuito, capaz de trabalhar 24h por dia”. Para ele, o avanço tecnológico não deve ser considerado um destino inevitável: “Precisamos abrir nossa mente para cenários diferentes. É isso que estamos tentando fazer no Supremo”.

Em tom descontraído, o ministro também criticou os chamados “chás revelação”, e associou o fenômeno à crise contemporânea de sentido: “Não há possibilidade de encontrarmos exemplo mais sintético sobre o que faço alusão”.

Sobre as plataformas digitais, Dino defendeu uma revisão do atual marco legal, que considera insuficiente para enfrentar a propagação de crimes online: “Se a pessoa cometeu o crime é porque a plataforma permitiu, certo? A lei brasileira diz que não. A plataforma só é responsabilizada pelo que existe nela se o autor entrar com um pedido para que o conteúdo seja retirado. Isso é um regime de irresponsabilidade”.

Honoris Causa

O reitor da UFPE, Alfredo Gomes, explicou o processo que levou à concessão do título de Doutor Honoris Causa: “Foi uma proposição por parte de algum membro da comunidade acadêmica. Foi feito um memorial que justifique o processo, foi para a Comissão de Títulos Honoríficos e ela deu um parecer, aprovado pelo Conselho Universitário. Daí fizemos a formalização, no ato de hoje”.

Para o reitor, a presença de Dino representa “uma mensagem potente, que influencia bastante no debate acadêmico, político e jurídico”.

Homenagens

Às 13h30, Flávio Dino também será homenageado no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), em solenidade no Salão Nobre do Palácio da Justiça, no bairro de Santo Antônio, no Centro do Recife. Ele receberá o Grão Colar de Alta Distinção da Ordem do Mérito Judiciário Desembargador Joaquim Nunes Machado (TJPE), o título de Cidadão Pernambucano (Alepe) e a Medalha Conselheiro João Alfredo Correia de Oliveira (TRT6).

A cerimônia será presidida pelos chefes dos três poderes do Judiciário no estado: Ricardo Paes Barreto (TJPE), Álvaro Porto (Alepe) e Ruy Salatiel Ventura (TRT6). Antes do evento, às 13h, Dino concede entrevista coletiva à imprensa. O prefeito do Recife, João Campos (PSB), estará presente.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oficializou a demissão de Cida Gonçalves (foto em destaque) do Ministério das Mulheres. A ministra foi indicada para a Esplanada dos Ministérios dentro da cota da primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja. No lugar dela, assume a ex-ministra do Desenvolvimento Social Márcia Lopes. A nova titular da pasta tomou posse nesta segunda-feira (5).

Cida Gonçalves tem sido alvo frequente de críticas, inclusive de nomes dentro do próprio PT. Na avaliação de petistas, a ministra não tem feito entregas dentro do governo Lula, apesar de a pasta ter sido afetada com cortes no orçamento. Além disso, pesam contra Cida denúncias de assédio moral e racismo feitas por servidores do ministério. As informações são do Metrópoles.

Na última sexta-feira (2), a então ministra se reuniu com Lula, no Palácio do Planalto, em um encontro no qual ficou acertada sua saída. A exoneração de Cida e a nomeação de Márcia Lopes devem ser publicadas no Diário Oficial da União (DOU) ainda nesta segunda.

Quem é Cida Gonçalves
Natural de Clementina, no interior de São Paulo, Aparecida Gonçalves é especialista em gênero e em enfrentamento à violência contra mulheres.

Apesar de ser de São Paulo, Cida construiu carreira política em Mato Grosso do Sul, onde foi coordenadora de movimentos populares de mulheres. Ela também coordenou o processo de articulação e fundação da Central dos Movimentos Populares no Brasil.

Márcia Lopes
Formada em serviço social, a nova ministra é professora aposentada da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Foi secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Social durante os primeiros mandatos de Lula e, em 2010, na gestão Dilma Rousseff (PT), assumiu a titularidade da pasta.

Ex-vereadora de Londrina, Márcia Lopes concorreu à prefeitura da cidade em 2012 e, nesse pleito, ficou em terceiro lugar. Em 2022, fez parte da equipe de transição do governo Lula na área de assistência social.

Na próxima quinta-feira, este blogueiro receberá, na Câmara Municipal do Recife, o Prêmio Mérito de Comunicação Jornalista Graça Araújo. A honraria, que tem autoria da vereadora Ana Lucia (Republicanos), é concedida anualmente aos profissionais de comunicação. A indicação para o prêmio foi feita pelo vereador Gilson Machado Filho (PL).

A jornalista Graça Araújo, falecida em 2018, segue até hoje sendo referência no jornalismo local e nacional. Ela apresentou o programa “TV Jornal Meio-Dia” por quase 26 anos, e comandou o programa “Rádio Livre”, na Rádio Jornal, por 17 anos. O Prêmio Mérito de Comunicação Jornalista Graça Araújo tem como objetivo homenagear a apresentadora mais popular da televisão pernambucana e reconhecer o trabalho dos profissionais de comunicação.

Por Maurício Rands*

Dos EUA já vieram muitas coisas boas. A visão multilateralista do presidente Woodrow Wilson, que rompera com o isolacionismo tradicional do país para defender a cooperação internacional e um sistema de segurança coletiva baseado em ideais liberais de paz e democracia. As inovações tecnológicas e a universidade aberta. O regime de freios e contrapesos, com autonomia dos poderes da república. O incentivo ao livre comércio, com redução de barreiras comerciais e promoção da prosperidade econômica global. As ações afirmativas que empoderaram negros, mulheres, gays e trabalhadores nos anos 60.

A abertura para receber refugiados políticos, mas também econômicos. O soft power do jazz, do rock, do cinema. Não mais. A julgar pelos 100 dias de abandono dessas virtudes, seria inapropriado afirmar que o MAGA é a exaltação do egoísmo e da falta de compaixão social? Paul Dans, o arquiteto do Projetto 2025 – a plataforma de Trump – argumenta que o sistema americano precisava ser desmantelado e reconstruído. O governo Trump teria método para cumprir o desafio. Trump seria uma ameaça não à democracia, mas à burocracia (The Economist, 3/5/25). Mas não seria mais pertinente afirmar que ele seria a afirmação da plutocracia?

Não bastassem essas inflexões que pioram a vida humana, dos EUA ainda vêm clamores para que o novo Papa seja um conservador. Clérigos da Igreja Católica americana plantam nomes de “favoritos” à sucessão de Francisco. Para eles o novo Papa deveria fortalecer dogmas que têm afastado a Igreja dos desfavorecidos e discriminados. Querem o retorno de um estilo Beneditino de mais “substância na governança” da Igreja (Washington  Post, 1º/5/25). Nomes como os dos cardinais Raymond Burke, bispo de Wisconsin, Robert Sarah, de Guiné, Peter Turkson, de Gana e Peter Erdo, da Hungria, parecem ter chances nos círculos católicos da ultradireita americana.

Mesmo com as excentricidades de suas ortodoxias. A volta da missa em Latin com o padre de costas para o público. A remoção da abertura para a comunidade LGBTQ+ e para os divorciados. A reação à maior participação das mulheres na Igreja. O combate ao que seria uma “obsessão pela política”. Aspirações retrógradas que parecem condenadas às franjas do Conclave. Agitadas pelos que apenas tentam intimidar os reformistas. Ainda bem que esssa não parece ser a tendência de um conclave que tem 80% dos cardeais nomeados pelo Papa Francisco. Que, a partir de sua força moral, soube combinar a modernização com a preservação da tradição.

Nos assuntos terrenos, felizmmente, o mundo parece estar se reposicionando diante da ascensão da política supremacista de Trump. Ao seu sonho de imposição unilateral do poder americano, outros países e regiões estão sabendo se rearticular. Econômica, financeira e politicamente. Outros percebem os benefícios do livre comércio, da ciência e do multilateralismo. Algo essencial. Pelo menos até que o próprio povo americano saia do seu torpor e volte a ser parte da comunidade global. Algo que pode estar em curso, como atestam algumas do poder judiáiro e e de universidades como Harvard. E mobilizações populares como as registradas em mais de mil eventos no dia 05/4/25. As últimas pesquisas apontam que apenas 42% aprovam o desempenho de Trump. Contra 53% que desaprovam. Sua gestão econômica é ainda mais reprovada (56% a 36%).

Parecem em baixa tantos os desvarios dos católicos ultraconservadores como os daquele que já se vai encaminhando para ser o pior presidente da história dos EUA. Que esse fiasco de lá estimule reflexões por aqui. Daqui a um ano e meio estaremos elegendo um novo governo. Não podemos nos esquecer daquelas fotos de governadores de ultradireita que pousaram com boné do “Make America Great Again”. Saudosos seguidores do notório “Bob Fields”, que preconizava ser bom para o Brasil tudo que fosse bom para os EUA.

*Advogado formado pela FDR da UFPE, professor de Direito Constitucional da Unicap, PhD pela Universidade Oxford