Coluna da quinta-feira

O primeiro erro de Rodrigo

A ausência de candidatos em debates constitui-se há muito tempo numa discussão que divide muitas opiniões. No Brasil, a tese de quem lidera, seja presidente, governador ou prefeito, de não comparecer nos duelos de primeiro turno com os adversários porque a soma do que se perde é maior do que se ganha, se alastrou e acabou virando um mantra.

Mas não é bem assim. Na campanha para o Governo de Pernambuco em 2022, a então líder absoluta nas pesquisas, Marília Arraes (SD), nem no da Globo, na reta final do primeiro turno, deu as caras. Perdeu a eleição no segundo turno para Raquel Lyra (PSDB). Mesmo que a derrota tenha sido interpretada pela comoção, decorrente da morte do marido de Raquel no dia da eleição no primeiro turno, mais tarde Marília reconheceu que errou ao seu afastar dos debates.

A rádio Liberdade de Caruaru, líder no ranking de audiência entre as emissoras da região, promoveu, ontem, o primeiro debate entre os candidatos a prefeito do município. Tudo caminhava para se constituir em algo factual e rotineiro de campanha, não fosse a ausência do prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB), que virou, naturalmente, alvo da pancadaria por parte de todos os adversários presentes.

Candidato do PL, Fernando Rodolfo chegou a classificar o prefeito de fraco, frouxo e até covarde. Na verdade, Rodrigo errou em se ausentar, até porque sua dianteira nas sondagens eleitorais para Zé Queiroz (PDT), com quem polariza, é de apenas oito pontos, com cenário de segundo turno, segundo a última pesquisa do Instituto Opinião, em parceria com este blog.

Se estivesse bem distanciado, com os ventos soprando na direção de que estaria eleito no primeiro turno, Rodrigo teria razões para ignorar o debate. Caruaru, que o tucano administra desde a renúncia de Raquel quando prefeita em 2022, para disputar o Estado, tem tudo para se transformar na maior incógnita das eleições municipais no Estado.

PAULEIRA GERAL – Candidato a prefeito de Caruaru pelo Solidariedade, Armandinho, da banda Fulô de Mandacaru, também foi na mesma linha de Fernando Rodolfo nos ataques ao prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB) por ter se ausentado, ontem, do debate promovido pela Rádio Liberdade. “Prefeito fujão, pipoqueiro, está vazia a sua cadeira”, afirmou. Zé Queiroz (PDT), por sua vez, afirmou que Rodrigo deu demonstrações de que não tem compromisso e nem respeita o povo de Caruaru.

João salva a esquerda – Pelo levantamento do site Poder360, apontando a queda das candidaturas de prefeito de partidos de esquerda nas eleições municipais, João Campos (PSB), do Recife, é apontado como o único de perfil ideológico, entre as capitais, que pode ser reeleito logo no primeiro turno. Nas demais cidades, os candidatos esquerdistas estão bem-posicionados (lideram ou estão próximos do líder) apenas em São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Teresina.

Ideologia de ladeira abaixo – Segundo o Poder360, mais da metade dos municípios brasileiros não têm candidatos filiados a siglas de esquerda concorrendo à prefeitura em 2024. Essa é a situação em 2.859 das 5.569 cidades nas quais há eleições em 2024, de acordo com o levantamento do site feito com dados do TSE. A proporção é muito superior à de cidades que não têm concorrentes filiados a partidos de direita (21% do total). Essa é a menor presença de partidos esquerdistas em disputas municipais em 20 anos. A retração é acompanhada de resultados ruins de candidatos de esquerda em disputas recentes e de um prognóstico de dificuldades para o grupo ideológico nestas eleições.

Em 2000 foi pior– O menor percentual registrado nos últimos 24 anos foi o do ano 2000. Naquelas eleições, as siglas de esquerda disputaram a prefeitura em só 42% dos municípios. O cenário mudou depois de Lula se tornar presidente, em 2003. Nas eleições municipais seguintes, a esquerda esteve presente em 56% dos municípios e cresceu até 2012, quando 63% das cidades brasileiras tinham ao menos um candidato filiado a um partido de esquerda concorrendo no pleito. Desde 2016, no entanto, esse número cai. A queda foi precedida pelas revelações da operação Lava Jato e pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff.

No lugar certo – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, ontem, que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem feito ajuste fiscal no “lugar certo” e contribuído para o aumento dos investimentos. Segundo ele, o equilíbrio das contas públicas será feito pela primeira vez sobre “grupos econômicos” e “campeões nacionais” que não pagam imposto. Em entrevista à GloboNews, afirmou que o FMI (Fundo Monetário Internacional) aumentou de 1,5% para 2,5% a taxa de crescimento potencial do país. Classificou o fundo internacional como “insuspeito” para fazer o cálculo.

CURTAS

MELHOR – O melhor resultado eleitoral da esquerda nos últimos 24 anos foi registrado em 2012. Naquele ano, as siglas esquerdistas tiveram 1.523 prefeitos eleitos. Depois, foi queda livre. Em 2016, foram 1.184 prefeitos eleitos e, nas últimas eleições, só 852. Os resultados de anos anteriores podem ser vistos como baliza para o que esperar em 2024.

MENORES – Os partidos de esquerda estão bem mais ausentes em cidades de até 10 mil habitantes. Só 37% desses municípios têm um candidato a prefeito filiado a partidos esquerdistas concorrendo nas eleições de 2024. O PT foi um dos partidos que mais perderam gordura eleitoral.

MAIORES – As siglas esquerdistas estão na disputa em 96% dos municípios com mais de 200 mil habitantes. Já no grupo de 103 cidades que terão 2º turno (aquelas com mais de 200 mil eleitores), só uma, Parauapebas (PA), não tem uma sigla esquerdista no páreo. Mais de dois terços das cidades do Rio Grande do Norte, Goiás e Mato Grosso do Sul não têm partidos esquerdistas concorrendo à Prefeitura. Na outra ponta está o Ceará, com 87% das cidades sendo disputadas por esquerdistas.

Perguntar não ofende: O que houve com a esquerda brasileira para definhar tanto?

Em Vitória de Santo Antão, a 49 km do Recife, já na Zona da Mata, o prefeito Paulo Roberto (MDB) está a um passo de ser reeleito com folgada dianteira. Se as eleições fossem hoje, ele teria 68,8% dos votos e seu principal adversário, o deputado estadual Victor Aglailson (PSB), 14,8%, uma frente de 54 pontos, enquanto André Carvalho (PDT) pontuou apenas 4,5%. Brancos e nulos somam 4,3% e indecisos representam 7,6%, revela pesquisa do Instituto Opinião em parceria com este blog.

Na espontânea, modelo pelo qual o entrevistado é obrigado a lembrar o nome do seu candidato sem o auxílio da lista com todos os postulantes, o prefeito também aparece com uma larga margem de vantagem – 54,8%. Já Victor foi citado por 10% dos entrevistados, enquanto André apenas 0,8%. Neste cenário, brancos e nulos somam 3,8% e indecisos sobem para 30,6%.

No quesito rejeição, Victor lidera. Entre os entrevistados, 56,3% disseram que não votariam nele de jeito nenhum. O socialista é seguido pelo pedetista André Carvalho. Entre os entrevistados, 40% disseram que não votariam nele de jeito algum. Já o prefeito Paulo Roberto é o menos rejeitado. Entre os entrevistados, apenas 15,5% disseram que não votariam nele de jeito nenhum.

Estratificando o levantamento, Paulo Roberto aparece mais bem situado entre os eleitores com renda familiar acima de cinco salários (91,2%), entre os eleitores com grau de instrução superior (82,6%) e entre os eleitores na faixa etária entre 35 e 44 anos (77%). Por sexo, 72,3% dos seus eleitores são homens e 65,7% dos seus eleitores são mulheres.

Já Victor desponta melhor entre os eleitores na faixa etária entre 25 e 34 anos (19,3%), entre os eleitores com grau de instrução até a 9ª série (18,5%) e entre os eleitores com renda familiar de até dois salários-mínimos (17,7%). Por sexo, 17,1% dos seus eleitores são mulheres e 12% dos seus eleitores são homens.

A pesquisa foi a campo entre os dias 28 e 29 de agosto, sendo aplicados 400 questionários. O intervalo de confiança estimado é de 95,0% e a margem de erro máxima estimada é de 4,9 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra.

A modalidade de pesquisa adotada envolveu a técnica de Survey, que consiste na aplicação de questionários estruturados e padronizados a uma amostra representativa do universo de investigação. Foram realizadas entrevistas pessoais (face a face) e domiciliares. A pesquisa está registrada sob o protocolo PE-04019/2024.

A empresa de internet via satélite americana Starlink anunciou que vai cumprir a ordem de bloquear a rede social X no Brasil, conforme determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). A Starlink também pertence a Elon Musk, dono do antigo Twitter que vem travando uma disputa contra a justiça brasileira.

No domingo (1), a empresa havia dito que não cumpriria a ordem de bloqueio. Mas nessa terça-feira (3), decidiu voltar atrás, de acordo com comunicado público. No informe, a empresa disse que a ordem será cumprida independentemente do tratamento ilegal da Starlink com o congelamento de seus ativos.

A empresa também anunciou que iniciou um processo legal na suprema corte dos Estados Unidos, explicando a alegada ilegalidade da ordem dada pelo STF, que congelou as finanças da companhia e a impediu de realizar transações financeiras.

No Brasil, a Starlink também foi atingida pelas decisões do ministro Alexandre de Moraes, por fazer parte do mesmo grupo empresarial que controla a rede social X. Como a X não tem representação comercial no Brasil, Moraes bloqueou as contas da Starlink para garantir o pagamento de multas impostas pelo descumprimento de decisões anteriores.

Da Agência Brasil

Segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB), o cenário nacional das companhias de saneamento do país, a Compesa ocupa o terceiro lugar em número de barragens utilizadas para o abastecimento humano. São 131 reservatórios espalhados por todas as regiões do estado, entre eles grandes sistemas produtores como as barragens de Tapacurá, Pirapama e Botafogo, na Região Metropolitana do Recife. Como o tema segurança de barragens é uma das prioridades da gestão da Compesa, que criou uma gerência específica para monitorar, realizar projetos e desenvolver ações de manutenção e melhorias, a Companhia promoveu nesta quarta-feira (4) o 1º Workshop Boas Práticas na Gestão de Barragens, na sede administrativa da empresa, bairro de Santo Amaro, no Recife. 

Pernambuco é o 14º estado em maior número de barragens e a Compesa vem realizando investimentos na área de segurança das unidades. Estão destinados, ainda em 2024, recursos no valor de R$ 6.1 milhões, montante que já está sendo aplicado em atividades de manutenção e segurança das barragens operadas pela Companhia. Serão realizados serviços de limpeza e topografia em 32 barragens. Existem contratos em andamento para elaboração de planos de segurança e projetos de recuperação das barragens Tapacurá, Carpina, Goitá, Xaréu, além de outras ações que estão em andamento. Somente nos últimos cinco anos, foi aplicado R$ 1,8 milhão em várias ações em barragens, tais como planos e projetos de Pirapama, localizada no Cabo de Santo Agostinho e Pau Ferro, em Quipapá, além da recuperação da barragem de Brotas, em Afogados da Ingazeira.

“O tema barragens vem sendo tratado com prioridade pelo Governo do Estado e a Compesa. Nossa meta foi congregar conhecimentos promovendo um rico debate entre os técnicos da Companhia e profissionais das áreas técnicas e operacionais dos diversos órgãos participantes. Além disso, apresentar as ações desenvolvidas pela empresa como o programa permanente de manutenção dos equipamentos e o trabalho preventivo realizado, para os quais destinamos recursos de R$ 6,1 milhões somente neste ano. Trata-se de um grande desafio, mas que tem recebido total atenção da gestão”, afirmou o diretor de Engenharia e Sustentabilidade da empresa, Douglas Nóbrega.

A Companhia trabalha para atendimento à Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), onde é classificada como empreendedora. Dentre as atribuições da gerência, figura a inspeção regular dos seus reservatórios, elaboração de planos de segurança e ação de emergência das barragens, além de projetos para a execução de melhorias nessas unidades, com vistas à garantia da segurança operacional dos equipamentos. Das iniciativas já realizadas em 2024, destaque para a adesão ao Comitê Brasileiro de Barragens e o compartilhamento das atividades de inspeção das barragens de menor complexidade com as gerências da Companhia, especialmente no interior, além do desenvolvimento de um aplicativo para o acompanhamento das inspeções. 

“As atividades de monitoramento visam à identificação e avaliação de qualquer anomalia que venha a afetar as condições de segurança, operação e estado de conservação das barragens, iniciativas que são executadas dentro do planejamento anual da Compesa. Outro aspecto importante é a elaboração dos planos de segurança, dos quais temos 66 já elaborados e a expectativa de concluir esse ano com 70 projetos entregues. Além disso, temos estruturado um plano de ação emergencial com foco nas comunidades circunvizinhas, com foco total na segurança da população”, destacou a gerente de Segurança de Barragens da Compesa, Luciana Assis.

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e a Prefeitura de Caruaru firmaram um convênio, nesta quarta-feira (04), com o objetivo de instituir o Comitê Intersetorial Regional da Primeira Infância no município. O prefeito de Caruaru Rodrigo Pinheiro (PSDB) foi recebido no Palácio da Justiça, no Recife, pelo presidente do TJPE, desembargador Ricardo Paes Barreto, onde assinaram, em conjunto, um protocolo de intenções entre as entidades. O objetivo do documento é preceder a formalização de um Termo de Cooperação que vai instituir o Comitê Intersetorial Regional da Primeira Infância no âmbito do município de Caruaru. 

O comitê assume o compromisso de auxiliar e acompanhar a execução do Plano Municipal da Primeira Infância e de implementar a Política Judiciária Nacional da Primeira Infância na localidade. “É mais um importante convênio que a gente assina junto com o Tribunal de Justiça, dessa vez, relativo à Primeira Infância, ao cumprimento das ações do Plano Municipal da Primeira Infância, que Caruaru tem e vem aplicando em consonância com a política nacional do Judiciário. É uma ajuda mútua pra gente alcançar os objetivos e ter, cada vez mais, uma primeira infância fortalecida na cidade de Caruaru e no Estado”, afirmou o prefeito Rodrigo Pinheiro.

“Esse protocolo assinado hoje vai contribuir ainda mais com a proteção das crianças e adolescentes do município. É o fortalecimento da rede de proteção e de todo um trabalho que a gestão municipal vem construindo no cuidado às crianças e adolescentes”, ressaltou a Secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Katiuska Lopes.

Em nova derrota imposta à campanha do candidato a prefeito do Recife, Daniel Coelho (PSD), a Justiça Eleitoral determinou, na noite desta quarta-feira (4), que seja suspensa a veiculação de propaganda eleitoral com fake news sobre o déficit habitacional na capital pernambucana. A decisão, proferida em resposta a um mandado de segurança impetrado pela Frente Popular do Recife, abrange o guia eleitoral e inserções em rádio e TV, além das redes sociais. A multa em caso de descumprimento é de R$ 5 mil por veiculação.

Em quatro decisões judiciais favoráveis obtidas pela Frente Popular do Recife nos últimos dias, já havia sido determinada a suspensão da veiculação de informações inconsistentes sobre habitação pela campanha de Daniel Coelho no guia eleitoral e em inserções de rádio e TV. Ainda assim, o candidato voltou a divulgar em suas peças de campanha o dado de que 70 mil famílias não têm moradia digna na cidade, quantitativo que não é compatível com os números mais recentes sobre o assunto, já atualizados, inclusive, pela imprensa. Diante da reincidência na conduta irregular, o candidato voltou a ser acionado na Justiça.

A Frente Popular do Recife argumentou que Daniel Coelho “já viu discutida a desatualização de seus dados, posto que retirados do Plano Municipal de 2018, atualizado em 2022, mas voltou a divulgá-los”. Com isso, a Justiça concluiu que “a informação acerca do quantitativo de moradias não dignas em Recife (…) demanda seu afastamento das propagandas eleitorais em todos os meios de divulgação, até o julgamento exauriente da respectiva representação”. Desse modo, a proibição de que Daniel Coelho divulgue informações desatualizadas sobre habitação na cidade, antes restrita ao guia eleitoral e a inserções de rádio e TV, passa a ser extensiva às redes sociais e qualquer outro meio de veiculação, consolidando mais uma vitória judicial da Frente Popular do Recife.

Depois da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (4), o Senado Federal aprovou por ampla maioria o projeto de lei “Combustível do Futuro”. Entre os legados da expansão do biodiesel, estão a descarbonização, a agregação de valor à produção agropecuária e às exportações, a promoção da agroindustrialização do Interior e a atração de cerca de R$ 250 bilhões em investimentos.

O mesmo irá ocorrer com outros biocombustíveis, a exemplo do etanol, do diesel verde e do biometano. Agora, o projeto nº 528/2020 retornará à Câmara dos Deputados, já que sofreu modificações em sua tramitação no Senado.

O presidente da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel do Congresso Nacional (FPBio), deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS), já manteve conversas com o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), sobre o retorno da pauta àquela Casa. “A nova votação na Câmara deverá ser ágil e, assim, o projeto logo poderá ir à sanção da Presidência da República”, diz o parlamentar. Segundo ele, o projeto consolida o trabalho político conduzido pela FPBio nos últimos anos para dar maior segurança jurídica e previsibilidade para o setor de biodiesel. Alceu Moreira estima que as novas regras para os biocombustíveis irão proporcionar entre R$ 200 bilhões e R$ 250 bilhões de investimentos no país no curto e médio prazo.

Em atendimento a um mandado de segurança impetrado pela Frente Popular do Recife, a Justiça Eleitoral determinou que a campanha do candidato a prefeito Gilson Machado (PL) suspenda a veiculação de peças publicitárias com fake news sobre o modelo de parcerias adotado pela Prefeitura do Recife para a gestão de parte da rede de creches da cidade. A decisão, divulgada no fim da tarde desta quarta-feira (4), tem validade para o guia eleitoral, para as inserções em TV e rádio e para as redes sociais. Em caso de descumprimento por parte do postulante, a multa estipulada é de R$ 5 mil por inserção veiculada.

Na peça jurídica, a Frente Popular do Recife sustentou que o material publicitário de Gilson Machado tem conteúdo “difamatório, calunioso e completamente inverídico” ao acusar a Prefeitura do Recife de fazer uso político da ampliação das vagas em creches. Na decisão, a Justiça conclui que “os impetrantes colacionaram publicações de Secretaria de Educação atinentes ao edital de chamamento público para que se firmem parcerias para atendimento educacional da educação infantil, com comprovação de publicação no Diário Oficial do Recife e com todos os requisitos e imposições necessárias ao procedimento”.

Em outro trecho da decisão, a Justiça Eleitoral ressalta ainda que, na veiculação da inserção, Gilson Machado mostrou “notícias descontextualizadas de blog político como meio de prova, assim como recorte de página de portal de internet, ao passo que os impetrantes [a Frente Popular do Recife] trazem acervo robusto em sentido diverso”, referindo-se a atestados de regularidade de vistoria do Corpo de Bombeiros em creches da cidade, que foram disponibilizados à Justiça junto ao mandado de segurança.

“Deste apanhado normativo que, de certo, pode ser expandido, conclui-se que a veiculação de inserção propagandística, em rádio e TV, em fase de campanha e com natureza de propaganda eleitoral gratuita possuindo mensagem desabonadora da honra de candidato adversário, imputando-lhe condutas ilícitas, como suspeita de uso de dinheiro público para benefício eleitoral próprio, ou seja, acusando-o de ímprobo, é conduta que desborda os limites da liberdade de expressão, uma vez que não há comprovação a balizar as expressões utilizadas”, concluiu a Justiça Eleitoral.

Confira a decisão:

O deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA) foi ao encontro de Arthur Lira (PP-AL) nesta quarta-feira (4), na residência oficial da presidência da Câmara dos Deputados.

O líder do União Brasil estava irritado com a postura do presidente da Casa Baixa, que não anunciou apoio à sua candidatura para sucedê-lo em 2025. Lira tem esperado mais tempo do que o prometido antes de tomar uma decisão.

Antes de ir à residência de Lira, Elmar teve uma reunião nesta manhã com integrantes do União Brasil e do PL na sede do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, no centro de Brasília. O deputado baiano quer assegurar o apoio da principal sigla da oposição, que conta com mais de 90 deputados.

O encontro com Lira foi realizado depois do anúncio da desistência da candidatura de Marcos Pereira (Republicanos-SP) à eleição na Câmara. O movimento do presidente do Republicanos tem o objetivo de alavancar o nome de Hugo Motta (Republicanos-PB), líder do partido na Casa Baixa.

Motta mantém relação de amizade com Lira, apesar de não ter a aproximação quase fraternal de Elmar. O deputado alagoano quer unir os líderes do Centrão para emplacar o seu sucessor e manter o poder na Câmara. 

Apesar de deixar claro nos bastidores desde o início do ano a preferência por Elmar, o presidente da Casa Baixa sabe que o nome enfrenta resistência de alguns deputados, que o veem ríspido no trato do dia a dia.

Além disso, Elmar é do grupo rival de Rui Costa na Bahia. Terá um caminho truncado sem a aprovação do PT estadual para a sua candidatura.

Marcos Pereira, por outro lado, é bem-visto pelo governo, mas era vetado pelo PL de Jair Bolsonaro. Assim, mudou a conjectura da disputa e se retirou do imbróglio para ser o fiador da candidatura de Hugo Motta –que não enfrenta resistência nem do PL nem do governo, e ainda mantém boa relação com Lira.

Depois de entrevista à GloboNews nesta quarta-feira (4), Pereira disse que vai procurar Lira para costurar o apoio à candidatura do líder do Republicanos.

O presidente da Câmara quer conversar novamente com Lula e com Bolsonaro antes de tomar uma posição oficial, pois tem receio de não conseguir os votos necessários para eleger o sucessor e perder influência, como foi com Rodrigo Maia.

Do Poder360

Fernando Ribeiro Lins, presidente da OAB-PE e sua vice, Ingrid Zanella, realizaram mais uma edição do Fazendo História, nessa quarta-feira (4). O encontro reuniu a  advocacia pública pernambucana para ouvir sobre o atual momento do segmento, no restaurante Boi Brasa, na Ilha do Retiro. “Destaco aqui a importância da nossa união, do fortalecimento da advocacia, pública ou privada. Esse é o nosso maior e permanente objetivo”, disse Fernando ao abrir o encontro.

“De todas as falas que escutei dos advogados e advogadas aqui presente, entendo que o nosso compromisso maior com vocês passa pela união entre a advocacia pública e a privada, constatou Zanella. Ela adiantou ainda “que não tem como pensar no futuro da OAB de Pernambuco e na advocacia do país, sem lembrar do passado da Instituição e da força  que a Ordem representa. E dessa busca constante por diálogo e união”.

Para Ingrid Zanella, a OAB-PE assume as causas que lhes chegam, fortalece as pautas da advocacia pública e privada igualmente.  Sabemos ser uma só advocacia. Somos todos advogados”, defende.

Júlio Avelino, Procurador Federal, fez questão de reforçar os testemunhais do grupo: “Eu quero dizer pra vocês o seguinte: Essa união aqui é importante e necessária. Fundamental. Do mesmo jeito que a advocacia pública federal sente-se acolhida pela Ordem dos Advogados do Brasil, entendo que os advogados públicos municipais, estaduais ou federais gostariam de acompanhar também as pautas da advocacia privada. A gente tem que apoiar, incentivar a advocacia privada naquilo que eles têm direito e também reivindicam”.

O advogado Luiz Antonio Marques de Melo disse ter vindo de Palmares para o almoço por adesão e estar representando a subseccional da Ordem naquele município que tem no comando Silvio Romero Vasconcelos. Ele elogiou as demandas entregues pela OAB-PE nos últimos meses e destacou as salas bem estruturadas para os trabalhos dos advogados do interior como essencial. “Fundamental uma valorização dos profissionais. A  gestão tem feito muito neste sentido”.

Essa edição do encontro se destacou pela representatividade e interação dos presentes em torno do tema advocacia pública e do seu papel, fundamental na ratificação do Estado Democrático de Direito e nas garantias dos principais direitos constitucionais. Alguns agradeceram o acolhimento da OAB PE,  classificando a gestão atual como inclusiva e proativa. As reuniões sistemáticas, a cada semana, buscam sobretudo ouvir profissionais dos variados segmentos deste universo, em busca da construção de uma advocacia cada vez mais forte.

O candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), afirmou nesta quarta-feira (4) que vai se candidatar à Presidência se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) morrer. A declaração foi dada durante sabatina organizada pelo portal de notícias UOL e pelo jornal Folha de S. Paulo.

“Com a morte do Lula, se Lula morre, porque ninguém dura para sempre, eu viro candidato a presidente. Nem o Tarcísio [de Freitas] vai dar conta, porque ele apoiou o cara errado, e o Bolsonaro vai estar inelegível”, declarou Marçal. Ao dizer que o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) apoiou o “cara errado”, ele se refere ao seu adversário, o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).

Em 2022, Marçal tentou concorrer ao cargo de presidente da República, mas teve a candidatura barrada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). À época, ele foi lançado pelo Pros (Partido Republicano da Ordem Social), que estava sendo chefiado pelo então presidente da sigla, Marcus de Holanda.

No entanto, o então ministro da Corte Eleitoral, Ricardo Lewandowski, devolveu a presidência do Pros a Eurípedes Jr,. da ala que apoiava a candidatura de Lula. Eurípedes então decidiu retirar o nome de Marçal para declarar apoio ao petista.

Durante a sabatina, Marçal fez diversas críticas ao governador Tarcísio de Freitas. Segundo ele, Tarcísio é uma “criatura feita pela transmissão de voto do Bolsonaro”. O governador foi ministro da Infraestrutura durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

O empresário disse que Tarcísio terá um “problema muito sério” em 2026, se continuar fazendo críticas a ele. “Eu tenho representado essa frente de conservadorismo. Ela não tem dono, mas eu sou um representante forte aqui na cidade de São Paulo. Então, um recado para o governador: é melhor você defender o banana, sem falar do homem de ferro”, declarou, utilizando os termos “banana” para se referir a Ricardo Nunes, e “homem de ferro” para falar de si mesmo.

Marçal disse ainda ter ajudado Tarcísio em sua campanha pelo governo de São Paulo, em 2022, e que acreditou nele quando “ninguém acreditava”.

Em agosto, o governador falou em um aumento da rejeição eleitoral contra Marçal. Além disso, o empresário também trocou farpas com Bolsonaro.

Do Poder360

Por Rodrigo Fernandes*

O candidato do PSD à Prefeitura do Recife, Daniel Coelho, foi sabatinado pela Rádio Jornal na manhã desta quarta-feira (4). Ele iniciou a conversa dizendo que o atual prefeito e candidato à reeleição, João Campos (PSB), estaria em “desespero” por receber críticas nesse período eleitoral.

“Da semana passada pra cá, tudo que eu falei, ele me colocou na Justiça. Ele me acionou 11 vezes na Justiça, perdendo praticamente tudo. Mas há um desespero. Ele não está acostumado com a crítica, não está acostumado com o contraponto”, disse Daniel, que é apoiado pelo governo estadual no pleito municipal.

“A eleição é sobre 150 mil pessoas que não têm o que comer hoje à noite. A eleição é sobre o Recife ter se tornado, nos 12 anos de João Campos, Geraldo Júlio e do PSB, a segunda capital mais desigual do Brasil”, completou.

Habitação

Daniel também acusou a gestão PSB de modificar propositalmente os números do déficit habitacional da cidade no site oficial da Prefeitura. Segundo ele, o número anterior seria de 71 mil, e foi alterado para 54 mil — quantitativo apresentado por João Campos (PSB) na sabatina à Rádio Jornal na última segunda-feira, quando o prefeito rebateu a acusação de Daniel.

“Esse debate ficou muito grave. A gente está incomodando tanto que, a poucas horas antes da sabatina aqui da Rádio Jornal, eles foram e alteraram o site da Prefeitura, manipulando o número. Até a meia-noite de anteontem eram 71 mil e mudou. Eu tenho os prints. De 00h01 ele mudou os números. Isso é atitude de ditador, você querer mudar os números dentro de um processo eleitoral. É brincadeira a tentativa de manipular”, denunciou Daniel Coelho.

“Ele [João Campos] já me acionou na Justiça porque eu falei 71 mil no guia e ganhei. Mas o mais grave é que, seja 71 mil ou 54 mil, não muda, não tira as famílias que estão debaixo da ponte. Não resolve o problema ele baixar o número”, continuou o candidato apoiado pelo governo estadual.

“João Campos fez 1.772 habitações, nenhuma com projeto apresentado por ele, todas apresentadas por prefeitos anteriores, inclusive da época do PT. Eu fui líder da oposição ao governo João Paulo, não tô falando de aliado, não. Estamos falando do prefeito que menos fez. Não adianta ele querer mudar o número, porque isso não vai mudar o quadro”, completou Daniel.

O candidato do PSD seguiu falando de habitação criticando os gastos da prefeitura com eventos. “A gente teve ano passado investimento em habitação de R$ 13 milhões, em 2023. Gasto com festas foi de R$ 250 milhões. Se tem alguém que acha isso correto, tem um candidato e o número dele é 40. A gente precisa acordar para o que está sendo feito”, concluiu Daniel Coelho.

Creches municipais

O candidato também afirmou que pretende estreitar a relação do município com o governo estadual, afirmando que a gestão João Campos deixou de aceitar propostas da gestão Raquel Lyra para a criação de creches.

“É muito mesquinho ficar governando fazendo disputa. Alguns falam que João Campos não teve oposição e até me cobram ‘por que você não falou antes?’ Eu era secretário de Turismo até ontem. Ninguém nunca me viu criando dificuldade com a prefeitura do Recife. Pelo contrário, a gente fez ações em conjunto. O que a gente não explica é, por exemplo, o governo do estado estar procurando município para fazer três creches e o município negar, isso tá acontecendo hoje. Até agora sem resposta. Cozinha comunitária também não consegue fazer porque eles não respondem. É ruim quando a gente cria esse ambiente de briga”, afirmou Daniel.

Ele continuou reforçando a denúncia de que haveria irregularidades no programa de creches mantidas pela gestão atual em parcerias público-privadas, já criticadas também por Dani Portela e Gilson Machado. Embora tenha afirmado que poderia manter o modelo em conjunto com o governo federal, Daniel Coelho disse que faria de outra forma.

“A gente tem uma demanda urgente a ser feita na cidade do Recife, que é fazer creche decente. A gente vai procurar para a gente acabar com essa máfia das creches da cidade do Recife. Isso é um assunto muito grave que está acontecendo. O modelo do jeito que é proposto pelo governo federal pode funcionar. O problema é a cabeça arcaica de quem está fazendo aqui, um modelo coronelista, em que tudo é feito no toma lá, dá cá. Ele não está cumprindo com o modelo. Fazer a parceria com o governo federal, pegar dinheiro do Fundeb e abrir com parceria público-privada, nós vamos fazer, mas vamos fazer dentro da legislação”, declarou.

*Repórter do Jornal do Commercio

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o encerramento de três processos administrativos abertos pela Comissão de Ética Pública, órgão vinculado à Presidência da República, contra o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.

A decisão foi proferida na Petição (PET) 12956, apresentada pelo próprio Campos Neto, que alegou que a comissão instaurou os procedimentos apesar de a Procuradoria-Geral da República (PGR) já ter analisado os mesmos fatos e considerado que não houve a prática de crimes.

Os processos administrativos analisam suposto conflito de interesses de Campos Neto em manter uma conta offshore no exterior. Ao avaliar o caso no âmbito criminal, a PGR informou ao Supremo que o presidente do BC demonstrou junto às autoridades competentes o cumprimento dos requisitos previstos na legislação. Por essa razão, as apurações da Procuradoria foram arquivadas.

Em sua decisão, o ministro Toffoli verificou que a PGR, a quem caberia pedir a abertura de uma ação penal, concluiu que não havia nenhuma infração penal nem indício válido de sua existência. Nessa hipótese, é necessário trancar os procedimentos administrativos em questão, que abarcam os mesmos fatos.

Ele citou um precedente (RCL 55458) em que o STF ressalta que o processo penal exige maior rigor e precisão dos fatos apurados. Assim, se for atestado que não ocorreram infrações na esfera criminal, essas conclusões devem obrigatoriamente repercutir na esfera cível, sob pena de ruptura da coerência do sistema de Justiça.

O financiamento de obras de retrofit para estruturar habitações e estimular a requalificação de centros urbanos históricos no Nordeste foram destacados pela Sudene como inovações importantes na política de financiamento de projetos que interessam ao desenvolvimento regional. Os temas foram ressaltados pelo superintendente Danilo Cabral durante participação da autarquia na reunião da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), ocorrida nesta quarta-feira (4) no Sindicato das empresas do setor em Pernambuco.

Durante a exposição, Danilo Cabral resgatou a decisão do Conselho Deliberativo da Sudene de aprovar a utilização de recursos do Fundo Constitucional de financiamento do Nordeste (FNE) para a revitalização de edificações integrantes dos centros históricos nas capitais nordestinas com fins residenciais. Na avaliação do gestor, estimular a estruturação de habitações nestes territórios é uma prática que fortalece a missão da Sudene em reduzir as desigualdades regionais. 

“É uma reestruturação para aproveitar a capacidade ociosa destas construções, que representam um problema de ordem social. A requalificação oferece novas moradias e estimula a ocupação produtiva nos centros”, defendeu o superintendente.

A iniciativa acatada pelo colegiado da Sudene em sua última reunião é resultado da ampliação do diálogo que a autarquia vem mantendo com lideranças políticas e empresariais da região. “É a retomada do diálogo institucional pela Sudene junto aos setores produtivos, como a construção civil, ouvindo as demandas para gerar novas oportunidades de desenvolvimento”, complementou o superintendente.

Outra medida apresentada no evento foi a destinação de 30% dos recursos do FNE dedicados à infraestrutura para serem utilizados em projetos indicados pelos governos dos estados. Esses empreendimentos serão executados pela iniciativa privada, como, por exemplo, em parcerias público-privadas. Para Danilo Cabral, a ação também representa uma oportunidade para o setor de construção civil. 

O presidente do Sinduscon – PE, Antônio Cláudio Couto, parabenizou a Sudene pelas medidas. “Foram decisões estruturadoras”, avaliou. As instituições se comprometeram a realizar novos debates sobre as condições de financiamento oferecidas para as atividades de retrofit.

A 137º Zona Eleitoral negou uma representação imposta pelo PT de Lagoa Grande, que pleiteava o uso exclusivo da cor vermelha, a remoção de conteúdos e a suspensão imediata dos perfis nas redes sociais da vice-prefeita e candidata pelo PSB, Catharina Garziera, do candidato a vice-prefeito, Olavo Marques – além das páginas Lagoa Grande 40 e Juventude 40 LG .

Na decisão que foi negada, o Juiz de Direito Eleitoral, Dr. Frederico Ataíde, destacou que ‘não há propriedade sobre as cores, sendo elas insuscetíveis de apropriação, porquanto abstratas e universais, cabendo a cada candidato a escolha e utilização da cor que assim entender em sua campanha eleitoral.

Sendo assim, ninguém é dono de cor. Por outro lado, Lagoa Grande já sabe que faz mais de trinta anos que a cor vermelha é usada pelo grupo Garziera. Desde as duas campanhas de Jorge, a de Rose e as duas de Vilmar Cappellaro, o vermelho é usado predominantemente.

Em relação às publicações nas redes sociais e remoção dos perfis citados, o Juiz disse que  não há elementos suficientes, que demonstrem de forma inequívoca a desinformação das postagens veiculadas ou que estas extrapolem os limites do debate democrático. Na decisão que cravou a derrota do PT municipal, Dr. Frederico citou o direito à liberdade de expressão, que é garantido constitucionalmente.

Do Blog do Everaldo

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) manteve a condenação de Hélio Rodrigues Ramaccioti, perito que teria mentido no laudo investigativo do acidente aéreo que vitimou, em 2015, Thomaz Alckmin, filho do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB).

O perito já havia sido condenado em 1ª instância, em março deste ano, por falso testemunho ou falsa perícia após decisão da juíza Carolina Hispagnol Marchi, da comarca de Carapicuíba.

A defesa de Ramaccioti recorreu à decisão, mas teve o pedido negado na última quarta-feira (28) pelo desembargador Marcelo Gordo, da Justiça paulista, que manteve a pena em regime aberto. Na decisão, Gordo afirmou que as “falsidades apontadas” pelo investigador, assim como “outros equívocos da investigação criminal, quase fizeram mudar os rumos do inquérito”, o que, segundo o magistrado, acarretou no indiciamento indevido de pessoas.

O processo aponta que o Ministério Público de São Paulo (MPSP) analisou as fotografias tiradas do acidente e constatou que, ao contrário do que o réu afirmou na investigação, o painel de controle havia sido danificado e as chaves próximas não estavam em posição adequada para voo, a exemplo das chaves LG Pump, que estavam na posição de emergência.

Duas falsidades em relação ao modelo e à certificação da aeronave também foram detectadas. Além disso, o processo diz que “houve inserção de informações sobre exames dos quais o acionado não participou, o que foi descoberto porque, realizada uma comparação entre o laudo emitido pelo réu e o laudo elaborado pela Aeronáutica, constatou-se que o primeiro era cópia deste, consoante tabela formulada indicando as coincidências da redação.

A decisão mostra que, em depoimento, Ramaccioti alegou “não ter proferido qualquer informação equivocada ou desprovida de base técnica e científica — assim como não o fez em 27 anos de atuação como perito criminal e engenheiro.

O desembargador questionou em decisão o fato de um perito experiente, como Ramaccioti, fazer “afirmações não condizentes com a verdade e não logrou apresentar explicações plausíveis”. Além disso, o magistrado também relatou que testemunhas identificaram uma postura refratária do perito ao ser questionado sobre seu trabalho.

Em nota enviada ao Metrópoles pela defesa de Helio Rodrigues Ramaciotti nesta terça, seus advogados afirmam que a atual decisão “desafia não só a evidência dos autos, a palavra dos diversos especialistas ouvidos no processo, mas, sobremaneira, o laudo convergente do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), órgão máximo e composto por experts da Força Aérea Brasileira, cuja conclusão foi idêntica”.

A defesa diz ainda que ” há inúmeros recursos possíveis a serem apresentados, onde se buscará Justiça e o reconhecimento da plena inocência de nosso cliente”.

Cinco mortos

O acidente ocorreu no dia 2 de abril de 2015, em Carapicuíba, no interior de São Paulo. Além de Thomaz Alckmin, no helicóptero da empresa Seripatri estavam o piloto Carlos Haroldo Isquerdo Gonçalves e os mecânicos Paulo Henrique Moraes, Erick Martinho e Leandro Souza. Todos morreram.

Do Metrópoles

O prédio onde funcionava o Diario de Pernambuco, na Praça da Independência, será requalificado pelo governo estadual para se tornar a sede da Secretaria de Cultura do Estado. A governadora confirmou a restauração do local e já contratou uma empresa especializada em edificações históricas para realizar as obras. 

O objetivo do governo de Pernambuco é de que os serviços no local sejam concluídos em até cinco meses. As obras devem restaurar elementos artísticos das fachadas, da cobertura e dos ambientes externos e internos. A informação do Estado é de que a contratação do estudo técnico custou R$ 170 mil. 

A obra também faz parte das atividades de revitalização de equipamentos históricos do Centro do Recife que estão sendo realizadas pelo governo estadual.  Inclusive, o antigo prédio do Diario, localizado no bairro de Santo Antônio, área central da cidade, é tombado pelo governo. 

Da CBN