Polícia Militar intensifica ações nas estradas no feriado prolongado

Além de um bom forró, xaxado e comidas típicas, o São João também representa uma das épocas de maior fluxo de veículos circulando nas principais rodovias do estado em direção aos polos de festejos juninos. E neste período junino, a expectativa do Departamento de Estradas e Rodagem de Pernambuco (DER), é que as rodovias que cortam o Estado devem ter um acréscimo no fluxo de veículos neste feriadão. 

Assim, durante os próximos dias, os policiais do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) estarão reforçando a atuação nos principais trajetos com o objetivo de garantir mais segurança para os pernambucanos e turistas.

Atentos às estradas, o BPRv preparou uma série de orientações para os motoristas não passarem aperto durante as viagens. “Neste São João, preparamos todo um esquema reforçado para garantir uma maior segurança daqueles que vão pegar a estrada, mas é preciso lembrar que todo motorista também tem suas responsabilidades e cuidados para tomar antes, durante e depois de uma viagem de carro”, explica o comandante do Batalhão de Polícia Rodoviária, tenente-coronel Cezar Belo.

Orientações do BPRv:

* Antes de pegar a estrada, faça a revisão no carro. Pneus calibrados, motor revisado, nível de óleo e água no padrão, e ainda verificar se os equipamentos obrigatórios estão todos em seu devido lugar;

* De olho na previsão do tempo e se chover, nada de pegar estrada. E mantenha sempre os faróis acesos;

* Respeite a sinalização. Atenção às placas, elas indicam os limites de velocidade e condições de ultrapassagem;

* Pais e responsáveis: crianças abaixo de 4 anos para o uso de cadeirinha; De 4 a 7 anos, assento de elevação; E, de 7 a 10 anos, sempre no banco de trás e com cinto de segurança;

* Animais de estimação. É recomendado que os pets sejam transportados em compartimentos apropriados ou presos em coleiras fixadas no cinto de segurança;

* Se beber, não dirija. Álcool e volante não combinam. Não consuma bebida alcoólica em hipótese alguma quando estiver dirigindo;

* Mantenha-se descansado(a). Estar bem é fundamental para que o condutor se mantenha com bons reflexos.

Paulista - Boa praça

Da Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu nesta sexta-feira (21) que o governo de São Paulo, a Polícia Federal (PF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) prestem informações sobre a denúncia de uma suposta determinação para o assassinato do ex-policial Ronnie Lessa, delator do caso Marielle Franco.

A decisão foi tomada após o ministro receber nesta quinta-feira (20) um ofício do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp). De acordo com a entidade, o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção que domina os presídios do estado, teria dado autorização para o assassinato de Lessa. A denúncia foi feita por meio de um e-mail recebido pelo sindicato.

O ex-policial chegou ontem (20) ao presídio de Tremembé, em São Paulo, após deixar o presídio federal de Campo Grande. Por ser ex-policial e ter ligações com milícias, Ronnie é considerado inimigo do PCC.  

A transferência foi autorizada por Alexandre de Moraes em função dos benefícios acertados por Lessa no acordo de delação premiada no qual ele acusou os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão de serem os mandantes do assassinato de Marielle. Uma das cláusulas do acordo previa que Lessa deixasse o presídio federal onde estava, em Campo Grande (MS) para ficar mais próximo dos familiares, que moram no Rio de Janeiro.

Segundo o sindicato, o “clima está tenso” em Tremembé, com possibilidade de rebelião. A entidade também pediu a Alexandre de Moraes a transferência de Ronnie Lessa para outro presídio.

Petrolina - Viva a nossa arte

Do Poder360

Na toada de críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (21) que o chefe da autoridade monetária é seu adversário político, ideológico e do modelo de governança da sua gestão. Disse que, quando puder trocar o titular da instituição, no fim do ano, o Brasil voltará “à normalidade”.

“Ele [Campos Neto] foi indicado pelo governo anterior e faz questão de demonstrar que não está preocupado com nossa governança, mas com quem ele se comprometeu. Estamos chegando ao momento de trocar o presidente do Banco Central. Vamos ter que tirar ele, indicar outras pessoas. E acho que as coisas vão voltar à normalidade porque o Brasil é um país de muita confiabilidade”, disse Lula em entrevista à rádio “Mirante News”, do Maranhão.

Lula tem 4 indicados no Banco Central. Só conseguirá obter a maioria das cadeiras em 2025, quando Campos Neto e outros 2 diretores terminam o mandato. Ou seja, a partir de janeiro, o Banco Central será controlado pelo Palácio do Planalto. Uma situação parecida se deu durante o 2º mandato de Dilma Rousseff (PT).

O presidente disse que o “nervosismo especulativo” do mercado financeiro não mexerá com “a seriedade da economia brasileira”.  

Lula voltou a errar ao citar os dados de volume de crédito dos 5 maiores bancos do país. Disse que a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil têm uma carteira de crédito maior que os outros três maiores bancos privados juntos.

“Caixa e Banco do Brasil nesse período em que estamos conversando aqui, os 2 sozinhos, têm mais carteira de crédito do que os 3 maiores bancos privados juntos, porque os bancos não querem emprestar dinheiro, querem especular, ganhar com a taxa de juros”, disse.

A Caixa tinha R$ 1,144 trilhão em carteira em março de 2024, último dado disponível. Já o Banco do Brasil tinha uma carteira de crédito de R$ 1,138 trilhão. Ambos somam R$ 2,282 trilhões em crédito.

O Bradesco (R$ 889,9 bilhões), o Itaú (R$ 1,185 trilhão) e o Santander Brasil (R$ 654 bilhões) totalizam R$ 2,729 trilhões. Os dados constam nos balanços financeiros dos bancos.

Lula já tinha feito a comparação entre os bancos em outra entrevista, concedida na manhã desta sexta-feira (21) à rádio “Meio”, do Piauí.

Ipojuca - Minha rua top

Com seis votos favoráveis, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta sexta-feira (21) no julgamento que pode retirar o mandato de sete deputados federais. A análise, que acontecia no plenário virtual, foi interrompida com pedido de destaque pelo ministro André Mendonça e, com isso, terá de ser concluída de forma presencial. A data ainda não foi definida.

Seis dos 11 ministros votaram para mudar o alcance da decisão da Corte que derrubou as atuais regras para distribuição das chamadas sobras eleitorais para cálculo das vagas na Câmara dos Deputados. As regras são usadas para cálculo das cadeiras que devem ser preenchidas por candidatos eleitos nas casas legislativas. As informações são do jornal O Tempo.

Os deputados federais são eleitos de forma proporcional. Para assumir a cadeira, o parlamentar precisa obter uma quantidade mínima de votos, que contarão para a distribuição de vagas disponíveis na Câmara.

Em fevereiro, os ministros mantiveram no cargo sete deputados eleitos em 2022 que seriam afetados pela anulação das regras sobre as sobras e entenderam que a decisão deve ser aplicada nas futuras eleições. Contudo, a Rede Sustentabilidade, o Podemos e o PSB recorreram para defender a aplicação para as eleições de 2022 e retirar o mandato dos seguintes parlamentares:

Silvia Waiãpi (PL-AP)

Sonize Barbosa (PL-AP)

Goreth (PDT-AP)

Augusto Pupiu (MDB-AP)

Lázaro Botelho (PP- TO)

Gilvan Máximo (Republicanos-DF)

Lebrão (União Brasil-RO)

Antes das alterações, todos os partidos podiam disputar as sobras eleitorais, que são calculadas pela Justiça Eleitoral para ocupar as vagas que não foram preenchidas após o cálculo do quociente eleitoral, critério principal para definir a vitória dos parlamentares nas eleições. 

Com a nova lei, somente candidatos que tiveram votos mínimos equivalentes a 20% do quociente eleitoral e os partidos que obtiverem mínimo de 80% desse quociente passam a disputar as vagas oriundas das sobras.

Até o momento, os ministros Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Nunes Marques, Dias Toffoli e Cristiano Zanin votaram para aceitar os recursos. Até o julgamento ser encerrado, os ministros podem alterar seus votos e os mandatos parlamentares são mantidos.

Ipojuca - Minha rua top

Goiás terá uma plataforma para facilitar exportações do estado na China. Trata-se de um acordo com o maior porto alfandegário do país asiático, em Xiong’an. A parceria foi firmada em missão da Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços do Estado e pode impulsionar as importações chinesas.

O objetivo agora é, também como parte do referido acordo, estabelecer uma base para comércio exterior no país. Ela será construída do mesmo espaço onde o escritório do Porto Seco de Anápolis deve ser construído na zona portuária. As informações são do Mais Goiás.

A cidade de Xiong’an é considerada um ponto estratégico de comércio, pois ela foi criada justamente para dividir com Pequim funções administrativas. O município conta com um distrito industrial, zonas de livre comércio e armazém alfandegário.

“Esse escritório terá representatividade do Governo de Goiás, por meio da área de comércio exterior da SIC, para trazer novos negócios para Goiás”, frisa Joel Braga Filho, titular da pasta. “Isso nos dá uma ideia do futuro da secretaria com o país que mais se desenvolve no mundo”, afirma o secretário Joel.

Serra Talhada - Saúde

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta sexta-feira (21), que cuidar do povo pobre é barato, e que o que custa caro é “cuidar de rico”. A única razão pela qual eu quis ser presidente da República era para provar: é possível e é barato cuidar do povo pobre desse país. O que custa caro é cuidar de rico. Rico custa caro. Porque o pobre vai conversar com você e ele pede dez reais. O rico pede logo dez milhões.

A fala foi feita durante um evento para anunciar um pacote de investimentos para o Maranhão. Foram anunciados a destinação de R$ 9 bilhões do Novo PAC — programa de investimentos coordenado pelo governo federal — para a criação de polos de energia renovável, a ampliação do programa Luz para Todos no estado e a expansão da Avenida Litorânea e do Porto de Itaqui. As informações são da CNN.

Ao lado do presidente Lula, o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, também esteve presente. Ele foi indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de organização criminosa e corrupção passiva.

Ele nega as acusações.

Juscelino chegou a falar durante a cerimônia, anunciando investimentos para escolas públicas municipais e estaduais, como serviços de internet banda larga para 10.300 escolas, paga por dois anos pelo governo federal, além de wi-fi gratuito para os alunos da rede pública e a entrega de computadores para as instituições de ensino integral.

Também estiveram presentes no evento os ministros do Esporte, André Fufuca, das Cidades, Jader Filho, de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e o governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB).

Vitória Reconstrução da Praça

As diárias em alta na Câmara de Vereadores de Trindade revelam um cenário preocupante. A Câmara de Vereadores de Trindade gastou mais de 170 mil reais com diárias de janeiro a maio de 2024, sendo quase 150 mil reais destinados exclusivamente aos vereadores.

Em apenas cinco meses da atual diretoria, o aumento do valor gasto em diárias é 145,71% maior em comparação com o ano inteiro de 2022. Esse aumento significativo, sem uma justificativa clara, aumenta a desconfiança da população.

A falta de clareza nos detalhes das despesas com as diárias também é motivo de preocupação. O Portal da Transparência não apresenta informações precisas sobre os motivos das viagens, o que gera desconfiança e levanta dúvidas sobre a efetividade desses gastos públicos.

Fizemos uma comparação a partir do biênio 2021-2022 do presidente Francisco Freire, mais conhecido como Serra Branca, já falecido, ao atual biênio 2023-2024 do presidente Allan Johnes de Morais Galdino.

Despesas com Diárias

2021 – R$ 1.400,00

Diárias do presidente Serra Branca, R$ 1.000,00

2022 – R$ 70.375,00

Diárias do presidente Serra Branca, R$ 4.650,00

2023 – R$ 136.825,00

Diárias do presidente Allan Galdino, R$ 13.400,00

2024 – R$ 172.050,00

Diárias do presidente Allan Galdino, R$ 20.350,00

(Última Atualização: 31/05/2024).

Prioridades e Negligência

Enquanto a Câmara destina quantias vultosas para viagens de seus membros, serviços básicos à população, como saúde, educação e infraestrutura, muitas vezes são negligenciados. A precariedade na saúde, baixos índices na educação e ruas esburacadas são exemplos dessa realidade em Trindade.

Essa situação contrasta com os gastos exorbitantes com diárias, levando a questionamentos sobre as prioridades da casa legislativa.

Fiscalização e Transparência

O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) tem a competência de fiscalizar o uso dos recursos públicos pelos órgãos públicos do Estado, incluindo a Câmara de Vereadores de Trindade.

O aumento do consumo de diárias em 2024, ano de eleições municipais, causa estranheza e deve ser rigorosamente avaliado.

Do blog do Charles Araújo

No início da tarde deste sábado (22), noticiamos que entidades da imprensa, como o Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco (Sinjope) e o Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), estavam cobrando mais respeito aos profissionais que estão fazendo a cobertura do São João de Petrolina (clique aqui). Segundo as informações enviadas pelos sindicatos, alguns jornalistas estavam tendo dificuldade para conseguir transitar entre as áreas do evento.

Há pouco, Júnior Vilela, coordenador de comunicação do município, enviou uma nota ao blog negando que a Prefeitura de Petrolina esteja dificultando o trabalho dos veículos de comunicação na festividade. 

Confira abaixo, na íntegra:

Em respeito ao ofício enviado, esclarecemos que em momento algum houve restrição de direitos aos jornalistas, radialistas e demais comunicadores envolvidos na cobertura do São João de Petrolina. 

A equipe de assessoria de imprensa garante suporte para que todos os profissionais possam fazer seu trabalho, entrevistando artistas e demais personalidades envolvidas no evento. Porém, existem áreas especiais que a produção do evento e dos próprios artistas limitam a circulação das pessoas, inclusive, dos próprios trabalhadores da imprensa. Frontstage, camarins e palco são as regiões mais restritas. Os camarins, de acordo com os organizadores e produtores, precisam de maior reserva, por questão de segurança e para garantia de privacidade aos artistas que necessitam se preparar. Já a região do frontstage é um espaço que serve como escape para os bombeiros no caso de uma emergência. Já no palco, os artistas solicitam o menor transtorno possível para garantia da realização dos shows. 

Os locais citados acima contam com assessores da prefeitura para permitir justamente que os profissionais de imprensa e de outros meios possam ter acesso. Todos os anos, existem essas limitações e isso costuma ocorrer em diversos eventos de grande porte e com artistas de renome nacional. Não se trata, portanto, de uma postura arbitrária ou exclusiva em Petrolina. 

Importante acrescentar ainda que todos os profissionais de imprensa são orientados. Os assessores explicam cuidadosamente e com muito respeito sobre essas limitações nas áreas especiais com a finalidade de não haver uma interpretação de que existe algum excesso da prefeitura ou má conduta. 

Nós que fazemos a Coordenadoria de Comunicação, de forma transparente e respeitosa, estamos à disposição para receber qualquer representante dos sindicatos e demais entidades para uma visita ao local para apresentar toda a estrutura e esclarecer qualquer ponto. Assim, será possível dirimir qualquer dúvida a respeito da postura da prefeitura e de todos os profissionais que estão trabalhando todas as noites e madrugadas à disposição da imprensa e demais veículos de comunicação.

Respeitosamente, 

Coordenadoria de Comunicação da Prefeitura

Por Luciana Leão – para a revista Nordeste

Em recente levantamento do IBCR-NE do Banco Central do Brasil (Bacen), o Nordeste avançou 3,2% no 1º trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior, superando o índice nacional de 1% de crescimento. 

A Sudene, em suas atribuições, frente ao desenvolvimento regional dos nove estados e mais Minas Gerais e Espírito Santo, se apresenta como um órgão indutor deste crescimento por meio de suas linhas de financiamento e parcerias com demais instituições públicas da federação e de órgãos estaduais.

Mas, existem gargalos significativos ainda, em especial, à infraestrutura nos estados e municípios,  com urgência de obras estruturadoras, mais inclusão social e acesso ao crédito, além do combate à fome e desigualdades intra-regionais. 

A NORDESTE entrevistou com exclusividade o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, para falar sobre alguns desses temas e as novas mudanças frente às recentes decisões do Conselho Deliberativo que podem minimizar os gaps existentes nos estados e municípios de sua atuação.

“Nós precisamos desconcentrar a carteira. A carteira da infraestrutura hoje está muito concentrada na matriz energética, o que é importante. Mas não adianta você ter só energia se você não tem estrada, se você não tem um porto, se você não tem um aeroporto. O desafio da competitividade tem como pilar central você ter capital humano, ou seja, ter mão de obra qualificada, você ter inovação, ou seja, tecnologia e você ter infraestrutura logística. Esses são três pilares necessários e fundamentais para que a gente possa ter um Nordeste em condições de competitividade com as outras regiões do nosso país”.

REVISTA NORDESTE – Como a SUDENE se apresenta nesse contexto como elemento indutor? A rigor, o aval da SUDENE, vai além dos nove estados. Objetivamente, como Minas Gerais e Espírito Santo, por exemplo, têm contribuído na adoção de políticas de desenvolvimento do semiárido nordestino?

DANILO CABRAL – Vêm contribuindo da mesma forma que o conjunto dos outros nove estados da federação também contribui. Na verdade, a participação de Minas e do Espírito Santo na região de atuação da Sudene se deve pelas características sociais, econômicas, culturais, geográficas que tem mais de 240 municípios de Minas Gerais e 39 municípios do Espírito Santo com o território adotado, como território estratégico para o Nordeste, entendendo o Nordeste. Todo esse território que vai até Minas e Espírito Santo tem sido aplicado de forma efetiva em todo essa região e o principal caminho que a gente quer apontar é mostrar que esse território que durante muito tempo da história do Nordeste foi apresentado como um território problemático para o país, um território seco, com a cara da miséria, da pobreza, que aqui nada que se plantasse dava, nada que se criasse de pecuária conseguia atingir resultado. A gente está mostrando agora que, diferentemente disso, pela impulsão da agenda da sustentabilidade, a gente tem muitas oportunidades nesse território que já começam a mudar a realidade dos quase 60 milhões de nordestinos que vivem nos 11 estados da área da atuação da Sudene.

NORDESTE – Houve um tempo em que Minas, Bahia e Sergipe montaram uma base política contra a transposição do Rio São Francisco, já em curso em quatro estados do Nordeste. Como a SUDENE contribui para a fase fundamental para  a gestão dos recursos hídricos? 

DANILO CABRAL– Esses questionamentos que tiveram lá atrás, na origem de Minas, Bahia e Sergipe, foram totalmente superados a partir do profundo debate que foi feito em torno da obra da transposição. Isso começou lá atrás no governo do presidente Lula e vai ser concluído agora de forma definitiva também. O fato de ter um resultado objetivo dessa importante intervenção, eu digo que junto com a Transnordestina é a obra mais integradora da região Nordeste, já está mudando a vida de 12 milhões de nordestinos que estão tendo acesso a essa água do Rio São Francisco. E ela tem sido usada não só para o consumo humano, para a agricultura, para a pecuária, para o turismo, ou seja, tem um conjunto de alternativas, tanto do ponto de vista da consolidação da cidadania como do desenvolvimento econômico dessas regiões, que mostram que foi uma obra que foi pensada há mais de um século, mas que foi graças à determinação do governo do presidente Lula que ela se materializou e mostra que foi um grande acerto para o Nordeste brasileiro. 

CONSTRUÇÃO DA GOVERNANÇA

O que o MDR, que é o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, e a SUDENE tem de papel também nesse processo, é procurar construir agora, inclusive, uma governança em torno desse sistema. O Ministério da Integração coordena esse diálogo do governo federal, com os estados que estão sendo beneficiados. Já foram feitos acordos e cooperações com o estado do Rio Grande do Norte, da Paraíba, de Pernambuco e de Alagoas, para que a gente possa ter um uso sustentável da água do São Francisco, garantindo não só o acesso dessa água às pessoas, mas garantindo, sobretudo, a questão da sustentabilidade,e do próprio meio ambiente.

FNE

NORDESTE –  O Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Nordeste, o FNE, é o principal fomento ao desenvolvimento regional e sustentável da região. Em recente reunião do Condel, a 33ª, foi aprovado o acesso para atividades voltadas a retrofit (processo que visa revitalizar construções antigas) com fins residenciais, inclusive coliving (forma de habitação compartilhada). Como o senhor avalia que tais mudanças possam contribuir para de fato revalidar os centros históricos e também, em paralelo, fomentar outros segmentos econômicos, como a construção civil?

DANILO CABRAL – A decisão do Condel de possibilitar o financiamento de moradias nos centros urbanos e históricos das capitais do Nordeste é fruto de um amplo diálogo que nós praticamos. Que dialogamos com o Setor da Construção Civil, com o sindicato, com os conselhos regionais de Engenharia e Arquitetura, com representações do poder legislativo, do próprio poder executivo, de quem está à frente desse desafio de restaurar esse tecido social, que é o centro das capitais, que em função do processo de transformação econômica que vivenciou o mundo, sobretudo a partir da década de 80, sofreu um profundo processo de degradação. A gente vivencia hoje, isso não é uma particularidade de nenhuma capital do Nordeste, mas do Brasil e até do mundo, um esvaziamento dos centros. Isso só vai ser resolvido, dito por todos os que militam no ambiente do urbanismo, daqueles que conhecem a realidade das cidades, só vai ser resolvido a partir da apropriação da cidade pelas pessoas. E para isso, a gente tem que devolver a esses lugares o acesso à moradia. Temos nos centros urbanos uma infraestrutura adequada, água, saneamento, transporte público, serviços que são prestados, comércio, lazer e tem um interesse de muita gente que quer morar num centro, mas não vai porque não tem uma condição de habitabilidade atrativa. E por outro lado, você tem um setor produtivo da economia, que é o setor da construção civil, que inclusive gera muito emprego e muita renda, que por falta de ausência, por ausência de instrumentos de financiamento, não está conseguindo atender a essa demanda, nós temos estudos de capitais, como por exemplo o Recife, que há 30% de ociosidade de imóveis no centro da cidade, e que precisam ser requalificados para poder as pessoas terem acesso. Então a decisão da Sudene, ela vai nesse encontro. Garantir moradia, que é um grande problema hoje no Brasil, déficit habitacional, 80% desse déficit habitacional está nos centros urbanos, a gente quer aqui garantir a requalificação dos centros urbanos e do patrimônio histórico também, ou seja,  para a requalificação desses espaços públicos, que são importantes para todas as cidades.

NORDESTE – Existem estudos de impacto econômico e social que tais atividades possam reverter para o desenvolvimento sustentável das cidades? Quais fatias da população seriam beneficiadas com essa ressignificação das moradias nos centros?

DANILO CABRAL – Na realidade todos seriam beneficiados, todos serão beneficiados, porque como a gente falou, você tem nas cidades uma infraestrutura já preservada nos centros. Transporte, abastecimento de água, serviços, comércio, lazer, o que as pessoas querem é que esse espaço seja habitável. Uma atração, uma habitabilidade para eles e para isso a gente tem que colocar as pessoas lá dentro, morando nelas. Então o comércio certamente vai ser reativado quando você bota as pessoas para circularem. A gente tem junto com o comércio, junto com a degradação do centro, um esvaziamento econômico do comércio das cidades, ou seja, colocar as pessoas para morar e circular nos centros, reativa também o comércio. Você passa a ter um olhar também sobre o zelo desses espaços, mais cuidado com os espaços públicos, melhoria inclusive dos serviços que podem ser ofertados. A questão da segurança, que é uma questão também muito colocada nesse debate. Certamente quando você também coloca as pessoas para vivenciar esse espaço, o olhar do poder público sobre a questão da segurança também vai ser aprimorado. Ou seja, todas as políticas passam a ter um olhar e uma percepção diferente, tanto de quem mora como quem vai fazer a gestão desses espaços. Porque a partir da presença das pessoas, o nível inclusive de cobrança, o nível inclusive de prestação de serviço, tendem a ser melhores.

FNE VERDE

NORDESTE –  Os investimentos em energias renováveis já é consenso como um modelo a ser seguido para a transição energética no mundo. O Nordeste tem sido visto e atraído investimentos de grandes grupos nacionais e internacionais. Entretanto, a falta de regulação para o exercício justo desse segmento frente às comunidades locais têm sido objeto de indagações de setores diversos. Como a SUDENE atua na diligência desses projetos que, muitas vezes, são erguidos sem ter retornos econômicos e sociais efetivamente para as comunidades locais ?

DANILO CABRAL – A transição energética fruto da imposição da Agenda Mundial de Sustentabilidade apontou para o Nordeste como uma grande oportunidade e isso já vem, de certa forma, se materializando. O conjunto de investimentos que nós temos na região em plantas de energia limpa, solar e eólica, já ultrapassou, nos últimos 10 anos, mais de 120 bilhões de reais. Só do BNDES nós estamos falando de algo em torno de 80 bilhões de reais e quando você coloca Sudene, com FDNE e FNE na operação com o Banco Nordeste, já são quase 50 bilhões de reais. Mostrando que esse é um caminho sem volta. O Nordeste já é responsável hoje por 83% da energia limpa produzida no país. Nós acabamos de chegar, inclusive, de uma missão internacional que fomos junto com o Consórcio Nordeste, com os governadores, com a Apex, com o BNDES, enfim, para justamente vender, no bom sentido, esse destino da energia sustentável para o mundo. E todos reconhecem lá fora já esse potencial do Nordeste. Qual é a preocupação que nós temos nesse processo? É que a gente garanta que essa transição energética seja aproveitada como, de fato, se mostra uma grande oportunidade para que a gente possa equiparar o Nordeste a um padrão de qualidade de vida que, infelizmente, a gente não tem ainda em relação às outras regiões. Então, aproveitar isso para reduzir, de forma definitiva, também as desigualdades regionais e, para isso, a gente precisa incluir as pessoas. Nós não queremos uma transição energética que sirva apenas para gerar commodities, para que a gente possa estar mandando energia para fora e isso não represente absolutamente nada na mudança da vida das pessoas. Nós estamos falando aqui para 60 milhões de nordestinos que estão dentro da área de atuação da própria Sudene. Então, estamos falando aqui para um território que é estratégico para a gente que é o Semiárido. Nosso Plano Regional do Desenvolvimento Nordeste, o Semiárido, é um território estratégico. A maioria dessas plantas estão se instalando no nosso bioma, inclusive na nossa Caatinga. E, da mesma forma que a gente tem oportunidades na transição energética, a gente também precisa estar atento às ameaças que essa transição também pode representar para o nosso bioma. A gente já tem um processo de desertificação que está em curso, que a Sudene também é parte desse debate também, e tem também uma preocupação com todo o conjunto da biodiversidade que está presente na nossa Caatinga.

INCLUSÃO SOCIAL

E nós precisamos garantir, sobretudo, também a inclusão dos pequenos. Ou seja, não adianta a gente ter uma enorme usina solar com 300, 400 hectares de placas solares e, do lado dela, você ter ali uma cooperativa que está fazendo apicultura, ou venda alguma outra atividade ali, que seja localizada de um arranjo produtivo local, e não tem como, condições de… não tem energia de tocar aquilo. Ou seja, essa desigualdade nós não podemos aprofundar. O papel da Sudene é reduzir desigualdades, e nós não podemos permitir que as desigualdades intrarregionais se aprofundem a partir da transição energética. Então, é por isso que a gente tem tido uma preocupação, e aí seguindo a orientação do presidente Lula, de procurar ampliar o acesso ao crédito. O maior desafio hoje, desses pequenos, é conseguir acessar o crédito seja para as cooperativas, para as associações, para as pequenas organizações, arranjos produtivos locais… Ou seja, esse é um desafio que a gente tem que estar permanentemente, enfim, conectado a ele, para não permitir que a gente, não garantindo o acesso, a gente aprofunde as desigualdades regionais e intra-regionais. Ao deliberar mudanças no FNE Verde – Programa de Financiamento à Sustentabilidade Ambiental – para empreendimentos de geração centralizada voltados à locação e arrendamento, abrangendo os empreendimentos relacionados a sistemas de micro e minigeração distribuída de energia, qual seria a principal benfeitoria para a população, de uma maneira geral? A SUDENE avalia que ocorreria mais acesso por parte de uma maioria a uma energia mais “sustentável”?

FUNDO CAATINGA , COMBATE À DESERTIFICAÇÃO E MUDANÇAS CLIMÁTICAS

NORDESTE –  A SUDENE recentemente anunciou  o investimento de R$ 1,5 milhão para estruturar a atualização dos Planos de Ação de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAEs) nos estados de sua área de atuação. Como se dará esse aporte? Quais instituições vão compor o pacto no combate à desertificação?

DANILO CABRAL – A questão da desertificação hoje é uma ameaça real pelos relatórios que inclusive foram divulgados no final do ano passado pelo CEMADEN e pelo INPE, vinculado inclusive ao Ministério da Ciência e Tecnologia, aponta que pela primeira vez nós vivenciamos na nossa região situações de presença de áreas desertas. Ou seja, as mudanças climáticas que têm levado, por exemplo, muita chuva, como a gente está vivenciando lá na região do sul, no Rio Grande do Sul, tem causado também efeitos perversos aqui no sentido inverso, ampliando a área de deserto do nosso semiárido. O que a gente, nesse momento, está fazendo? Junto com o próprio Governo Federal, com o Ministério da Integração e com o Ministério do Meio Ambiente? Nós temos uma vasta política que já está consolidada, desde uma política nacional de combate à desertificação. Nós temos acordos internacionais que o Brasil é signatário dele também. A gente tem, desde 2004, um plano nacional de combate à desertificação e, depois disso, os planos estaduais foram formulados pelos estados do Nordeste. O fato é que esses planos, até em função também do próprio processo da pandemia, paralisaram a sua ação, a sua efetividade. Então, nesse exato momento, nós tivemos um, inclusive nesses últimos dias , num ato lá em Petrolina, em Juazeiro, com a ministra Marina Silva, a Sudene firmou uma parceria com o Ministério do Meio Ambiente, para que juntos a gente possa atualizar os planos. O Ministério já está fazendo toda uma atualização do Plano Nacional. A expectativa é que agora, no início do segundo semestre, essa atualização seja concluída. E, em paralelo, nós estamos articulando junto com os Estados também a atualização dos planos estaduais e, ao mesmo tempo, dando o suporte necessário para que, tecnicamente, a gente possa ter um ambiente em cada estado da Federação, para que a gente possa tirar esse plano do papel. E o resultado dessa parceria, uma parceria de quase 4 milhões de reais que a gente está fazendo junto com o Ministério do Meio Ambiente, é justamente a gente ter como produto final, também, projetos que os Estados vão apresentar para captação de recursos. Essa é uma ação de forma mais objetiva, imediata e integrada: Governo Federal, Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Integração, Sudene e Estados. E eu queria destacar aqui um outro ator que foi importante nesse processo, que são os tribunais de contas. Desde o ano passado, também, cinco tribunais de contas do Nordeste, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe fizeram um profundo trabalho orientativo, de auditoria operacional, justamente para expor por que esses planos pararam. E, a partir dos resultados que os tribunais de contas apresentaram também, nós estamos incorporando essas contribuições para que a gente possa reativar, atualizar o Plano Nacional e tirar do papel os planos estaduais. Esse é o papel que a Sudene tem hoje nessa questão.

NORDESTE –  Em relação ao Fundo Caatinga, em que estágio se encontra a viabilização e efetivação do Fundo junto aos entes federais e estaduais?

DANILO CABRAL – O Fundo da Caatinga é uma resposta estruturante que nós queremos dar à necessidade de investimento na preservação, na regeneração e no aproveitamento da biodiversidade presente no nosso bioma da Caatinga. Lembrando que a Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, que é um área de 12% do território nacional, onde vive 60% da população do Nordeste, quase 25 milhões de pessoas que estão presentes nessa área de atuação e que têm ameaças e que têm oportunidades. E para que a gente possa cuidar de tudo isso, tanto das ameaças como possa garantir também mecanismo de aproveitamento das oportunidades, nós precisamos de recursos. Essa proposta do fundo tem uma origem inclusive de um amplo debate que foi feito pelo consórcio nordeste, os governadores que já vinham discutindo esse assunto. Já tem uma interlocução feita com o próprio BNDES, que vai ficar, de certa forma, coordenando a governança desse fundo. Há poucos dias eu estive com a diretora do BNDES, Tereza Campelo, discutimos esse assunto também e, nesse momento, a gente está aguardando a formatação legal final e, a partir disso, iniciar um processo de captação de recursos. Eu entendo, inclusive, que esse processo de transição energética que está posto hoje, do qual nós já investimos 120 bilhões de reais nos últimos 10 anos, eles deveriam também ter, quem recebe esses financiamentos que estão sendo feitos via BNDES, via Sudene e BNB, como também outros que possam ter aí de financiamento, deveriam também arcar com a contrapartida, com o compromisso social, ou seja, também colocar recursos para o fundo. Muitas dessas plantas, por exemplo, de energia solar, elas se instalam em plena Caatinga e, a partir dali, abre um espaço ali dentro da Caatinga, ou seja, nós precisamos discutir isso de forma muito franca. Os recursos que nós estamos investindo são recursos vultosos, mas eles têm que ter uma sustentabilidade do bioma, que é o principal bioma na nossa região, o único brasileiro. Ou seja, eu entendo claramente que aqueles que recebem recursos de financiamento de todas as instituições financeiras do poder público para fazer investimentos na nossa região deveriam ter uma contrapartida social mais estruturada, que poderiam colocar recursos no fundo da catinga para que a gente pudesse preservar de forma sustentável o nosso bioma.

O famoso Relógio das Flores, cartão postal do município de Garanhuns, agora passa a se chamar Relógio das Flores Ivo Amaral, em homenagem ao ex-prefeito e ex-deputado Ivo Tinô do Amaral, responsável pela construção desse que é um dos maiores símbolos da cidade, durante a sua primeira gestão como prefeito da “Suíça Brasileira”.

A cerimônia foi realizada ontem e contou com a presença de dezenas de pessoas. Entre os familiares estava o filho do ex-prefeito, Ivo Amaral Júnior. Com a homenagem, o nome de Ivo fica marcado para sempre, principalmente para as futuras gerações.

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O Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Pernambuco (Sinjope) e o Sindicato dos Trabalhadores em Rádio, TV e Publicidade da Bahia (Sinterp-BA) enviaram ofício na sexta (21) ao prefeito de Petrolina, Simão Durando, e ao secretário de Comunicação, Junior Vilela, solicitando mudanças nos procedimentos estabelecidos para o deslocamento da imprensa nos espaços do São João de Petrolina, evento que vem acontecendo no pátio de eventos Ana das Carrancas. 

No texto as três entidades pedem que a Prefeitura retire as restrições de deslocamento e garanta o livre acesso dos jornalistas e radialistas de Pernambuco e da Bahia credenciados a todos os espaços do pátio Ana das Carrancas, para o bom desempenho da cobertura do evento, que é de interesse público.

As três entidades reafirmam no documento os preceitos constitucionais que garantem a liberdade de imprensa e a vedação de restrições ao trabalho de jornalistas e radialistas, e reclamam da diferença de tratamento que vem sendo dado em relação aos profissionais de perfis de redes sociais, a quem vem sendo dado livre trânsito em todos os espaços do evento. 

Por fim, as entidades se colocaram à disposição da Prefeitura para ajudar a garantir o importante trabalho de divulgação do São João de Petrolina em toda a região, através dos respeitados e tradicionais veículos de comunicação. 

O presidente do Sinjorba, Moacy Neves, explica porque a entidade tomou a iniciativa de enviar o documento à Prefeitura de Petrolina. “Fomos procurados nesta quinta (20) por diversos jornalistas de Juazeiro e também colegas de Pernambuco que reclamaram do tratamento diferenciado, desrespeitoso, que estão recebendo na cobertura do evento e, dentro das prerrogativas que nos compete, enviamos carta à gestão municipal para que nos três dias que restam da festa seja restabelecido o direito de livre cobertura pelos veículos e profissionais credenciados, sem as restrições impostas até o momento”, disse ele. 

Moacy informa ainda que conversou com o Sindicato de Jornalistas de Pernambuco e com o Sindicato de Radialistas da Bahia, para que a gestão fosse feita conjuntamente, em nome de todos os profissionais. Para ele, o que importa é o problema ser resolvido. “Os três sindicatos esperam que prevaleça o bom senso e o respeito ao trabalho da imprensa, para que a própria prefeitura colha os resultados positivos de uma boa cobertura jornalística da festa que promove”, conclui.

Por Andreza Matais*

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, admite em entrevista à coluna que o governo “está aberto” a desistir do leilão de compra de arroz importado, caso surjam alternativas para conter a alta dos preços e evitar um desabastecimento por causa da tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul, maior produtor do cereal.

É a primeira vez que o ministro abre essa possibilidade, e isso ocorre após o governo cancelar a primeira tentativa de realizar o leilão, alegando que houve “falcatrua”, termo usado ontem (21) pelo presidente Lula (PT).

Fávaro disse também que, se dependesse dele, já teria demitido o diretor da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) responsável pelo leilão, Thiago José dos Santos. “Não entendo por que não saiu ainda”.

Em meio às negociações para o Plano Safra, o ministro afirmou que seu colega Fernando Haddad (Fazenda) terá que decidir “de que lado está” —se irá conter os gastos ou ampliá-los para atender à demanda dos produtores.

Sobre a demissão de seu secretário Neri Geller por ter ex-assessores envolvidos no leilão do arroz, o ministro disse que agiu como Itamar Franco. O ex-presidente afastou o ministro da Casa Civil, enquanto ele respondia a acusações e o reincorporou depois de inocentado.

Perguntado se, por essa lógica, Lula deveria fazer o mesmo com Juscelino Filho (Comunicações), indiciado por corrupção, respondeu: “Cada um tem as suas atribuições. Eu tenho meus princípios e o meu jeito de governar.”

*Jornalista do UOL

Numa prestigiada solenidade, com o plenário da Câmara de Vereadores lotado, o presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), desembargador Ricardo Paes Barreto, recebeu, ontem, o título de cidadão de Ingazeira, no Sertão do Pajeú. 

A homenagem, resultado de uma proposta conjunta de todos os vereadores, a pedido do advogado Roberto Morais, filho do município, contou com a presença do vice-presidente do TJPE, Fausto Campos, além dos desembargadores Bartolomeu Morais, Alberto Virgínio e Cláudio Jean, irmãos.

Vice-presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco, Fausto Campos

O chefe do Judiciário estadual ficou sabendo da homenagem no último dia 4, quando foi visitado pelo presidente da Câmara de Ingazeira, vereador Argemiro de Morais Silva, pelo prefeito do município, Luciano Torres, e pelo deputado estadual Diogo Moraes, além dos advogados Roberto Moraes e Júnior França.

Na passagem por Petrolina, não poderia deixar de abraçar o meu amigo Domingos Sávio, ex-vice-prefeito do município na gestão Júlio Lossio. Sávio atua em vários setores da atividade empresarial, mas o seu xodó é o restaurante Capivara, um dos melhores e mais aconchegantes da cidade. 

Fica localizado na orla de Petrolina, em frente ao Rio São Francisco. As louças são da cerâmica da Serra da Capivara, muito bonitas. O nome é uma homenagem ao Parque Nacional da Capivara, no Piauí, a 300 km de Petrolina, a maior concentração de sítios arqueológicos conhecida nas Américas.

Um charme é que as cerâmicas artesanais, onde são servidos os pratos e bebidas, vem de lá. Vem de lá também peças que decoram o restaurante. A comida não se limita aos pratos regionais, inclusive tem um prato bem conhecido que é à base de Surubim, peixe muito conhecido em muitos lugares pelo Brasil como Pintado. Um peixe de água doce amplamente encontrado no Rio São Francisco e um peixe símbolo do Velho Chico.

Escolhi um espaguete com Frutos do Mar (R$ 108 para duas pessoas). A massa veio com bastante camarão, polvo, mexilhão e marisco. As opções são as mais variadas, com destaque também para Magret de Pato com Risoto (R$ 66,80). O risoto que acompanha é de damasco, muito bom. Outro destaque é a carta de vinhos, bem completa e tem até uma seleção de vinhos regionais muito boa.

Por Marcelo Tognozzi*

Os livros e os jornais chegavam de contrabando. Eram proibidos naquele Brasil colônia, povoado por degredados, órfãos, escravos, índios e um punhado de senhores. Enquanto a América Espanhola tinha universidades – como a de San Marcos, no Peru, fundada em 1551, ou a biblioteca de Puebla, no México, inaugurada em 1646–, aqui era escuridão total. 

Mais de 300 anos depois do descobrimento, em 1808, foi inaugurada no Rio a Imprensa Régia, cuja missão principal era publicar a Gazeta do Rio de Janeiro, diário oficial da Corte transferida de Portugal, expulsa pelas tropas de Napoleão. Nessa época, surgiu um personagem desafiador da lei e da ordem, sua majestade d. João 6º, o jornalista Hipólito José da Costa, nascido na Colônia do Sacramento, então província Cisplatina (que depois viraria Uruguai), menino em Pelotas, adolescente em Porto Alegre e finalmente diplomado em Coimbra.

O jornal de Hipólito, o Correio Braziliense, chegava contrabandeado em navios vindos da Inglaterra, onde o jornalista se estabelecera depois de perseguido e preso pela Inquisição. Nessa época ele já era um diplomata conhecido e reconhecido pela sua competência, com passagem pelos Estados Unidos e México. Aconselhado por um amigo, comprou ações de um banco escocês e, assim, conseguiu a cidadania inglesa, escapando da ira da Coroa e da Igreja portuguesas. 

Durante anos a fio o jornal cruzou o Atlântico rumo ao Rio, e aquela coisa proibida era vendida de mão em mão, lida e relida até pelos conselheiros mais próximos do rei, inclusive pelo próprio. 

O Brasil sempre fora amordaçado, país onde a ignorância medieval fez parte da nossa formação. Livros permitidos eram pouquíssimos, como a Bíblia em latim, língua falada pelos padres e letrados. O povão respondia a missa em latim sem ter a menor ideia do que significava aquilo e, assim, o ora pro nobis (orai por nós) virou nome de planta integrante da espiritualíssima culinária mineira.

Noves fora gente como o padre Antônio Vieira, o povo brasileiro era rude, ignorante, bruto. Uma energia voltada para a violência e a exploração de riquezas de um território ainda desconhecido, cuja memória se forjou na oralidade, já que a maioria absoluta não lia nem escrevia. 

Por isso, é inacreditável em pleno século 21 uma escola censurar um livro de Ziraldo, morto em abril aos 91 anos, um dos artistas mineiros mais talentosos de todos os tempos, tão importante para o século 20 quanto o Aleijadinho foi para o século 18. Primeiro, porque Aleijadinho sempre foi escultor, mesmo sendo o pai do nosso Barroco, enquanto Ziraldo foi chargista, cartunista, pintor, escritor, dramaturgo, cartazista, poeta, cronista, desenhista, jornalista, apresentador e até advogado. Segundo, porque o homem era uma usina de criatividade e genialidade.

Cresci lendo Ziraldo, rindo das suas charges no velho Jornal do Brasil de guerra, que meu pai assinava e lia todas as manhãs tomando café. Fui ao teatro ver suas peças, adorava “Flicts”, “Turma do Pererê” e outros personagens como Jeremias, o Bom e a Supermãe. 

Lembro do Ziraldo sempre de bom humor na velha sede do Pasquim, na rua Saint Roman, em Ipanema, contando causos com aquele seu jeito mineiro de emendar as palavras. “Entrei no elevador, aquela coisa mais lindumundo. Olhei assim e ela miguinorou. Dei boa tarde, nada. Cara feia. Eu aqui no meu canto, perguntei: umazin nemaginar, né? E num é que quebrei o gelo!”. E ria.

Em cada cidade de Minas deveria ter uma rua ou uma praça com o nome do Ziraldo, com direito a estátua. Ele foi um herói da resistência, contra a censura e o arbítrio. Mas neste Brasil de marcha à ré, estão querendo cancelar o Ziraldo como já tentaram fazer com Monteiro Lobato e até nosso Machado de Assis. Quase caí da cadeira quando li que uma escola da mineira Conselheiro Lafaiete decidiu proibir o livro “Menino Marrom“, no qual Ziraldo conta a história de dois amigos, um negro e outro branco, que tentam entender suas diferenças. 

Cada vez que me deparo com uma barbaridade dessas tenho mais certeza de que estamos caminhando para o abismo. O mesmo abismo no qual este país viveu por mais de 300 anos, proibido de ler e estudar, escravo da própria ignorância. Nós até hoje não temos escola pública integral universal –algo que deveria ser questão de Estado, jamais de governos. 

Quando Darcy Ribeiro estava fazendo o 1º Ciep (Centro Integrado de Educação Pública), em 1983, fui conversar com ele na vice-governadoria, que ficava na rua Senador Dantas, no centro do Rio. 

Eu era um repórter com pouco mais de 20 anos de idade. Darcy, aquela sumidade, generoso, não perdeu a paciência quando fiz a pergunta encomendada pelo meu chefe de reportagem do O Globo, jornal adversário figadal do governo: “Rapaz, se escola integral fosse ruim não existiria nos Estados Unidos, Japão e Europa. Ou a gente educa os meninos, ou o Brasil vai se perder, virar uma sociedade conflagrada, fácil de manipular”. Não era uma profecia, mas uma certeza. Olhem em volta e tirem suas conclusões.

O Brasil acabou com a censura do governo militar em 1979. Os censores foram embora das redações, mas no cinema, antes dos filmes, aparecia a imagem de um documento do Departamento de Censura e Diversões Públicas, assinado pela senhora censora Solange Hernandez. Era uma forma de dizer: estamos de olho. A censura voltou em 2022, quando o TSE decidiu ignorar o artigo 220 da Constituição e censurar previamente um documentário do Brasil Paralelo sobre o atentado à faca contra o então candidato a presidente Bolsonaro. De lá para cá, não paramos. A censura ao livro do Ziraldo não é a causa dessa dor de barriga autoritária; é o efeito.

O pior, como o exemplo vem de cima, é que isso acontece em Minas Gerais, de onde saíram brasileiros como Tiradentes, Tancredo Neves, JK e os signatários do Manifesto dos Mineiros de 1943, a gazua que arrombou as portas do autoritarismo e fez rebrotar a liberdade com o fim da ditadura Vargas.

Nós estamos retornando à era da escuridão. As pessoas deixaram de ler, totalmente enfeitiçadas pelos vídeos da internet, os TikTok da vida, desaprenderam a escrever e a se expressar. Para quem foi exilado das bibliotecas pelo lado perverso da tecnologia, um livro tem quase ou nenhum significado. Conheci um sujeito que gostava de enrolar seus baseados com o papel bíblia de livros da Editora Nova Aguilar, entre eles as obras completas de Eça de Queiroz, que ele fumou sem nunca ter lido. 

Nesta semana, meu amigo Ney Figueiredo me mandou pelo WhatsApp um vídeo do trecho de um debate entre Brizola e Fernando Henrique na campanha de 1994. FHC questiona os Cieps de Brizola e Darcy Ribeiro, questionando se aquelas escolas de tempo integral não eram caras demais. Brizola responde de bate-pronto: “Cara é a ignorância”. Esta mesma, mãe da censura renascida no Brasil.

*Jornalista

Dom Tomás salva vidas, mas precisa ser salvo

Num instante em que o Brasil vive uma fase de horror quase sem exceção na seara pública, pelo fato de os políticos trabalharem em prol do favorecimento próprio, seja em pequena ou larga escala, vem de Petrolina, de onde cheguei ontem, um exemplo para, definitivamente, ainda acreditar na figura do homem público.

Médico por formação, empresário por vocação, ex-prefeito de Petrolina, Augusto Coelho é o caçula de “seu” Quelé, patriarca do clã Coelho, que gerou uma geração de homens notáveis para a vida pública, entre eles Nilo Coelho, uma lenda sertaneja, governador do Estado, o grande benfeitor do Vale do São Francisco.

Nilo morreu de um infarto fulminante poucos dias depois de um discurso antológico como presidente da Casa Alta. Não se submetendo às pressões do regime de exceção, subiu à tribuna e afirmou: “Não sou presidente do Congresso do PDS, sou presidente do Congresso do Brasil”. O filho mais notável de Quelé entrou para a história.

Augusto Coelho, seu ponta de rama, aos 85 anos, continua orgulhando o pai, onde ele estiver. Como Nilo, tem espírito público, vocação para servir sem se servir das posições de alta relevância. Como empresário, dono de um dos maiores curtumes do Nordeste, Augusto se realiza, na verdade, em outro campo: praticando filantropia.

Ele é presidente da Associação Petrolinense de Amparo à Maternidade e à Infância (Apami), fundada em Petrolina há 74 anos, instituição beneficente referência no Interior do Nordeste na assistência aos portadores de câncer. À frente da entidade, se inspira na essência verdadeira do que deve ser um homem público: ver em cada pai seu próprio pai, em cada mãe a sua mãe, em cada filho os seus e em cada ser humano o seu irmão”.

É um gigante. Fez a Apami gerar seu filho mais desafiador: o hospital Dom Tomás, que há dois anos passou a fazer cirurgias de câncer das mais altas complexidades com enorme sucesso. “Recentemente, realizamos um procedimento crânio facial de altíssima complexidade e louvamos a Deus pela salvação de mais uma vida”, disse Augusto.

Em breve, a unidade hospitalar vai ganhar um Centro de Radioterapia, obra que não caiu do céu, mas fruto do esforço da sua articulação nacional junto ao Ministério da Saúde. E tem mais notícias boas: a mão estendida da filantropia chegou com mais R$ 4,5 milhões na aquisição de equipamentos para transformar sua área de radioterapia referência no Nordeste.

Há pouco, começou a funcionar a primeira etapa de expansão do hospital, totalizando 52 leitos de enfermaria, com dois postos de enfermagem e sala de evolução médica. Para manter toda essa estrutura e continuar prestando serviços a milhares de pacientes, inclusive crianças, que moram em 60 municípios dos estados de Pernambuco, Bahia e Piauí, o hospital precisa de mais apoios.

Esta tem sido uma luta incansável para doutor Augusto, que para ser vencida, começa primeiro pelo viés preconceituoso. “Por estar no interior do Nordeste, distante dos grandes centros, muitos poderosos do setor público não acreditam que estamos falando de um dos maiores centros de saúde em tratamento oncológico no Brasil”, desabafa.

O hospital Dom Tomás, que está situado numa região que abrange nada menos do que 2 milhões de habitantes em quatro Estados, têm um custo alto de manutenção: R$ 3 milhões por mês, para manter um quadro de 300 funcionários, entre os quais 92 médicos, que fazem em média 160 procedimentos cirúrgicos por mês, de pequena a alta complexidade. São portadores de câncer que, antes, só teriam tratamento no Recife e em outros centros mais avançados de oncologia.

Felizmente, o doutor Augusto tem tido reconhecimento nacional. Recentemente, recebeu em Brasília uma das mais altas condecorações do Governo Federal, destinada às pessoas que realizam serviços de grande impacto social, através do embaixador Paulino Franci de Carvalho: o título de ‘Grande Oficial da Ordem de Rio Branco’.

A honraria se destina a reverenciar os que se tornam merecedores do reconhecimento do Governo Brasileiro, por algum motivo considerado de grande relevância. Mostrando sua grandeza e sua simplicidade, ao receber a homenagem Augusto disse que deveria ter sido dada não a ele, mas ao hospital Dom Tomás.

O reconhecimento é apenas uma face dessa luta dele que a sociedade e os poderes públicos não podem apenas bater palmas. Têm que ajudar efetivamente, com recursos financeiros e doações de qualquer bem, especialmente equipamentos médicos.  

DOAÇÕES PELO IR – Recentemente, com o objetivo de ajudar a salvar vidas, combatendo o câncer em crianças e adultos, o Hospital Dom Tomás fez uma campanha de arrecadação com ajuda da Receita Federal. Os contribuintes foram estimulados a doar até 3% do Imposto de Renda (IR) para o fundo de apoio ao hospital do município. A legislação permite que até 6% do valor do chamado “Imposto Devido” seja convertido em doação no momento da entrega da declaração, desde que você tenha optado pelo modelo completo de tributação. Ou seja, ao invés de destinar o dinheiro diretamente ao Governo, você terá oportunidade de auxiliar uma entidade sem qualquer custo adicional.

ATRASO PELO ESTADO – Fundamental para o tratamento de pacientes com câncer em diversas cidades do interior de Pernambuco, o hospital Dom Tomás enfrenta uma grave crise financeira devido à falta de recursos e ao atraso no pagamento das parcelas pelo governo estadual. A governadora Raquel Lyra (PSDB), aliás, esteve recentemente em visita à instituição, mas na prática nada foi feito até agora. 

*Por Cláudio Soares

Nos últimos anos, o debate sobre a legalização dos jogos de azar tem ganhado força no Brasil, polarizando opiniões e despertando o interesse de diversos setores da sociedade. Enquanto alguns argumentam que a regulamentação dessas atividades poderia impulsionar a economia e gerar receitas significativas para o Estado, outros levantam preocupações éticas e sociais que precisam ser consideradas cuidadosamente.

Atualmente, o Brasil é um dos poucos países do mundo que proíbe estritamente a maioria das formas de jogos de azar. Essa legislação rígida não apenas cria um mercado clandestino e sem regulamentação, mas também impede a arrecadação de impostos que poderiam ser direcionados para áreas essenciais como saúde, educação e segurança pública.

A legalização dos jogos de azar abriria a possibilidade de uma tributação justa e transparente, proporcionando recursos adicionais para investimentos em infraestrutura e programas sociais. Além dos aspectos econômicos, há também argumentos em favor da legalização, baseados na liberdade individual e na responsabilidade pessoal.

Muitos defendem que adultos devem ter o direito de escolher como gastar seu dinheiro de maneira responsável, desde que não prejudiquem terceiros. A regulamentação rigorosa poderia garantir práticas de jogo justas, protegendo os consumidores de fraudes e manipulações que frequentemente ocorrem em ambientes ilegais.

Por outro lado, críticos da legalização alertam para os potenciais impactos negativos sobre indivíduos vulneráveis, como viciados em jogos de azar e suas famílias. A dependência do jogo é um problema sério que pode levar a consequências devastadoras, incluindo endividamento severo e desestruturação familiar.

Portanto, qualquer legislação que venha a ser implementada deve incluir medidas robustas de prevenção e tratamento do vício, além de controles estritos para evitar abusos. O debate sobre a legalização dos jogos de azar no Brasil não é apenas sobre ganhos econômicos versus preocupações sociais. É uma questão complexa que envolve considerações éticas, jurídicas e sociais que devem ser cuidadosamente ponderadas.

À medida que o país busca reformas significativas em seu arcabouço legal e regulatório, é essencial que todas as partes interessadas – legisladores, especialistas, grupos da sociedade civil e cidadãos comuns – participem ativamente desse diálogo para garantir que qualquer decisão tomada seja equilibrada, justa e orientada pelo bem comum.

Em última análise, a legalização dos jogos de azar no Brasil não é uma questão de “sim” ou “não”, mas sim de como implementar políticas eficazes que maximizem os benefícios econômicos enquanto mitigam os riscos sociais associados.

*Advogado e jornalista