Por José Adalbertovsky Ribeiro*
MONTANHAS DA JAQUEIRA – Se multidões nas ruas, nas praças e quartéis mudassem o destino das nações, Argentina hoje seria um potência mundial. Desde as décadas de 1940 e 1950 os empobrecidos argentinos sonham com a ressurreição de Peron, Evita e Carlos Gardel para reinaugurar uma Europa dos Pampas. Os ídolos da Argentina ainda são os mesmos, incluindo Maradona, estrela do futebol e pobre figura humana merecedor de compaixão e que morreu de overdose.
Existe uma lenda de que os portugueses vivem a ver navios na esperança de retorno do Rei Dom Sebastião, o Desejado, figura messiânica que sumiu em 1578 na batalha contra os mouros. Ele seria o provedor de venturas e felicidades para seu País. Esta crença é chamada de Sebastianismo. O Peronismo é o Sebastianismo da Argentina. Portugal hoje é uma nação próspera e acolhedora. A Argentina é um reino de lágrimas por conta de governantes populistas, corruptos e demagógicos. Lady Madonna canta, com voz angelical: “Don’t cry for me, Argentina – Não chore por mim, Argentina”. As esquerdas cumprem sua vocação demolidora de prosperidades e liberdades na América Latina.
Multidão solitária, “The lonely crowd”, na expressão em inglês, multidões solitárias são tigres de papel. As engrenagens do poder são movidas por canetas mágicas e não se comovem com gritos ou sussurros de multidões. “O capitalismo é um tigre de papel”, dizia, sem provas, o genocida comunista Mao Tzedong. É mentira de Vossa Excelência, grande timoneiro Mao, eu desafio você e seu pareceiro Xi Jinping a me provarem o contrário. O capitalismo engoliu o comunismo no Império chinês. O Império chinês fala em dois sistemas, um só País. O sistema econômico é capitalista, o sistema político é comunista.
O Sebastianismo no Brazil é ter saudades das cenas dos crimes de assalto aos cofres públicos no passado. Na Chuchulândia todos os pecados serão perdoados e convertidos em virtude. Povo nas ruas está mais ligado nos gols do campeonato de futebol. Os deputados de Pernambuco vão incrementar os auxílios-moradia, auxílio-paletó e auxílio-cueca. São chamados de auxílios-democráticos. Se alguém protestar no gradil da Assembleia Legislativa, poderá ser enquadrado por manifestação antidemocrática, censurado e desmonetizado. É assim que a banda toca atualmente.
Somente líderes com dimensão de estadistas redimem uma Nação. A história ensina que fantoches com rabos de palha e suas ideologias igualitárias arruínam as sociedades e levam as multidões solitárias aos caminhos do precipício, vide bula a Argentina, Cuba, Venezuela e Nicarágua. “As esquerdas radicais não esquecem jamais e não aprendem jamais”, diz a sentença.
Adios muchachos latino-americanos, Magnaneanos, troianos e gregos da Nova Lusitânia!
*Periodista e escritor