Marcílio Régio inicia campanha com buzinaço e mobilização pelas ruas de Goiana

O candidato a prefeito de Goiana, Marcílio Régio (PP), deu início à campanha eleitoral nesta terça-feira (25) com uma mobilização pelas ruas da cidade marcada por buzinaço, adesões espontâneas e participação de apoiadores. Acompanhado da candidata a vice-prefeita, Lícia Maciel (PT), e do ex-prefeito Eduardo Honório (UB), Marcílio percorreu bairros, distritos e áreas do litoral com foco no contato direto com a população. A chapa reúne uma aliança formada por 13 partidos.

Durante a largada da campanha, Marcílio ressaltou o desejo de retomar o modelo de gestão de Eduardo Honório, ao qual fez referência como exemplo de administração aprovada pela população. Lícia Maciel reforçou o compromisso com áreas como saúde e educação e destacou o apoio recebido de lideranças políticas, como o presidente Lula e o prefeito do Recife, João Campos. Ao longo do dia, o grupo também produziu materiais para redes sociais e participou de uma reunião com lideranças religiosas.

Nesta quarta-feira (26), os candidatos seguem com a agenda de campanha, incluindo o “Papo 11” com moradores de Tejucupapo, programado para as 19h11 no Clube Brasil. A expectativa é de novas ações de rua e encontros com eleitores ao longo dos próximos dias.

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Do jornal O Globo

O número de mortos em Mianmar após o terremoto de magnitude 7,7 que atingiu o país na última sexta-feira (28) subiu para 1.644, segundo o último balanço divulgado hoje pela junta militar no poder, que indicou também ao menos 3.408 feridos. O forte tremor foi sentido na Tailândia e na China, provocando pânico e destruição. Equipes de resgate correm contra o tempo em busca de sobreviventes entre os escombros enquanto começa a chegar ajuda internacional enviada por vários países. A ONU já emitiu um alerta de que a “falta severa de medicamentos” está prejudicando os esforços de assistência.

O terremoto destruiu prédios, derrubou pontes e danificou estradas em Mianmar, que declarou estado de emergência nas seis regiões mais afetadas. Em um grande hospital na capital, Naypyidaw, os médicos foram forçados a tratar os feridos ao ar livre. A junta militar apontou que a maioria dos mortos se concentra em Mandalay, a segunda maior cidade de Mianmar, com cerca de 1,5 milhão de habitantes, onde foram relatados danos severos.

De acordo com a Cruz Vermelha, mais de 90 pessoas podem estar soterradas nos escombros de um prédio residencial de 12 andares que desabou parcialmente e onde muitas pessoas escavam os escombros com as próprias mãos. Uma moradora foi retirada após 30 horas presa no que restou do prédio, sob aplausos de quem estava no local. — No início, eu não acreditava que ela estaria viva — celebrou marido.

O comunicado oficial do governo de Mianmar sugeriu que a quantidade de vítimas fatais no país deve seguir aumentando ao informar que “números detalhados ainda estão sendo coletados”. Além disso, 139 pessoas seguem desaparecidas.

Com as comunicações prejudicadas tanto pelo terremoto como pela censura imposta pela ditadura para coibir a dissidência, com cortes de internet e de acesso às redes sociais, o quadro da tragédia em Mianmar só aos poucos deve ficar mais claro, mas o Serviço Geológico dos EUA (USGS, na sigla em inglês) prevê que o número total de mortes pode chegar a 10 mil. O modelo usado pelo USGS leva em consideração a proximidade de áreas povoadas e a vulnerabilidade da infraestrutura nesses locais. Mandalay fica muito perto do epicentro, por exemplo.

O aeroporto de Mandalay foi fechado devido ao desabamento do teto, que não deixou feridos, segundo as autoridades, mas isso pode complicar as operações de resgate em um país onde a guerra dizimou o sistema de saúde e isolou seus líderes do resto do mundo. O presidente da junta, Min Aung Hlaing, pediu assistência internacional e convidou “qualquer país, qualquer organização” a vir e ajudar.

Na vizinha Tailândia, que também sofreu danos e declarou estado de emergência, as autoridades da capital, Bangcoc, disseram que até agora seis pessoas foram encontradas mortas, 26 feridas e 79 ainda estavam desaparecidas, a maioria em um canteiro de obras perto do popular mercado Chatuchak, onde um edifício de 30 andares em construção desabou. Declarações anteriores disseram que 10 foram confirmados mortos e cerca de 100 estão desaparecidos.

— Não consigo descrever como me sinto. Tudo aconteceu num piscar de olhos — conta o pedreiro Khin Aung, imigrante de Mianmar que trabalhava no local e saiu minutos antes do terremoto ao fim de seu turno. — Todos os meus amigos e meu irmão estavam lá quando desabou. Estou sem palavras.

O terremoto ocorreu por volta das 12h50 (3h50 em Brasília) e o Serviço Geológico dos EUA indicou que o epicentro foi localizado a uma profundidade considerada “rasa”, de 9,6 quilômetros, a noroeste de Sagaing, perto de Mandalay. Um tremor secundário, de magnitude 6,7, foi registrado 12 minutos depois. Foi o maior terremoto a atingir Mianmar em mais de um século, com efeitos fortes na vizinha Tailândia. As autoridades da capital tailandesa disseram que enviarão mais de 100 engenheiros para inspecionar a segurança dos edifícios após receberem mais de 2 mil relatos de danos.

Com a gravidade da tragédia, a ajuda internacional começou a chegar ao país, já mergulhado num conflito civil que deslocou cerca de 3,5 milhões de pessoas, de acordo com a ONU, que também estimou que 15 milhões de pessoas corriam risco alimentar em 2025. As Nações Unidas alocaram US$ 5 milhões para iniciar os esforços de socorro. Uma equipe de 37 socorristas da província chinesa de Yunnan chegou à cidade de Yangon, antiga capital de Mianmar, na manhã de sábado com detectores de terremoto, drones e outros suprimentos, informou a agência oficial de notícias Xinhua. O presidente Xi Jinping falou com o chefe da junta, Min Aung Hlaing, enquanto a mídia estatal relatou que ele havia “expressado profunda tristeza” pela destruição.

O Ministério de Emergências da Rússia enviou dois aviões transportando 120 socorristas e suprimentos para a região, de acordo com uma reportagem da agência de notícias estatal Tass.

Índia, França e União Europeia se ofereceram para fornecer assistência, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que estava se mobilizando para preparar suprimentos para ferimentos por trauma. A Índia informou que enviou uma equipe de busca e resgate e uma equipe médica, bem como provisões, enquanto o Ministério das Relações Exteriores da Malásia disse que o país enviaria 50 pessoas no domingo para ajudar a identificar e fornecer ajuda às áreas mais atingidas.

Petrolina - O melhor São João do Brasil

Da Carta Capital

A aprovação do governo de Lula (PT) oscilou dois pontos para cima e alcançou 41%, aponta pesquisa Pulso Brasil/Ipespe divulgada na última quinta-feira (27). Enquanto isso, a desaprovação da gestão petista se manteve estável em 54%. São 5% os entrevistados que não souberam ou não quiseram responder.

A oscilação na desaprovação está dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Na última sondagem, publicada no início de março, Lula aparecia com 39% de aprovação e 54% diziam reprovar seu governo.

Nesta rodada da pesquisa, os maiores índices de aprovação estão entre as mulheres, com faixa etária de 16 a 24 anos, ensino fundamental completo e que moram no Nordeste. Entre os grupos que avaliam de forma negativa o terceiro mandato do petista estão os homens de 45 a 59 anos com ensino médio completo e residentes da região Sul.

O instituto também quis saber a percepção dos brasileiros sobre a condução da economia sob o petista. Cerca de 58% dos entrevistados afirmam que a política econômica está no caminho errado ante 35% que a veem no caminho certo. São 6% os que não quiseram responder. Veja os números:

O Ipespe ouviu 2.500 entrevistados por ligação telefônica e on-line, entre os dias 20 e 25 de março. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o índice de confiança é de 95%.

Dulino Sistema de ensino

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o Congresso Nacional revise a distribuição de deputados federais entre os estados até junho de 2025, com base no Censo de 2022. A decisão visa corrigir distorções na representação parlamentar, já que o número de deputados não foi ajustado conforme o crescimento populacional desde 1994.

A mudança afetará 14 estados: sete perderão vagas (RJ, BA, RS, PI, PB, PE e AL), enquanto outros sete terão aumento (SC, PA, AM, MG, CE, GO e MT). Estados como a Paraíba, por exemplo, possuem atualmente 12 deputados, mesmo tendo população semelhante à do Amazonas, que conta com apenas oito. Com a correção, ambos passariam a ter 10 representantes.

No Congresso, parlamentares dos estados que perderão cadeiras tentam contornar a decisão propondo um aumento do número total de deputados, de 513 para 527. No entanto, essa manobra enfrenta resistência por desrespeitar o limite constitucional e pode ser alvo de nova judicialização.

Caso o Congresso não cumpra o prazo determinado pelo STF, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ficará encarregado de realizar as mudanças para as eleições de 2026.

Ipojuca No Grau

O deputado federal Mendonça Filho divulgou, neste sábado (29), uma nota de pesar pelo falecimento de Marcos Vilaça, a quem descreveu como um segundo pai. Na homenagem, Mendonça destacou a influência do sogro em sua vida e a dedicação de Marcos à esposa, Taciana, e aos netos. O velório será hoje, a partir das 16h, no Cemitério Memorial Guararapes. Amanhã, às 9h, será celebrada uma missa de corpo presente na Igreja do Cemitério Memorial Guararapes.

Nota de pesar

Com profunda tristeza nos despedimos hoje, 29/03, de Marcos Vilaça, muito mais que um sogro para mim, um segundo pai. Intelectual pernambucano, membro da Academia Brasileira de Letras, ex-ministro, escritor, homem público exemplar e referência na defesa da cultura e das artes.

Para mim, Marcos foi um conselheiro presente e amigo leal em todos os momentos da minha vida. Para Taciana, minha esposa, foi uma fonte de amor e dedicação. Para meus filhos, inspiração, acolhimento e carinho. Marcos deixa um legado de sabedoria, integridade e amor à família.

Agradecemos pelas mensagens de solidariedade e carinho neste momento de dor.

Mendonça Filho

Caruaru - IPTU 2025

A cidade de Surubim pode perder um de seus mais valiosos patrimônios artísticos: o painel de Francisco Brennand localizado no Parque de Exposições Antônio Farias. A Sociedade dos Criadores de Surubim (SCS) vem lutando, desde 2021, para restaurar a obra, única do renomado artista no interior de Pernambuco. Com 9,45 metros de largura por 2,70 metros de altura, o mural deveria ser motivo de orgulho para a população, mas corre o risco de se deteriorar pela falta de recursos.

O projeto de restauração, inicialmente orçado em quase R$ 200 mil, conseguiu uma emenda parlamentar de R$ 100 mil do então deputado Cléber Chaparral e outras contribuições, reduzindo o valor necessário para apenas R$ 40 mil. No entanto, mesmo com essa quantia relativamente baixa, a obra ainda não foi totalmente financiada, e sua recuperação segue ameaçada.

“É inaceitável que um patrimônio dessa magnitude esteja à mercê da falta de recursos. Surubim merece preservar sua história e seu legado artístico”, destacou Fernando F. Guerra, presidente da SCS, em nota. A proposta é que, após a restauração, o painel seja instalado em frente à sede da Sociedade dos Criadores de Surubim, tornando-se um novo ponto de referência cultural e turística para a cidade.

A SCS segue mobilizando a comunidade e pedindo doações para que o projeto seja concluído. Os interessados em contribuir podem entrar em contato com a instituição.

Camaragibe Cidade do Trabalho

Por Marcelo Tognozzi

Colunista do Poder360

Sou grato à geração dos meus pais, porque nos entregaram um país melhor do que aquele que receberam. Viveram duas ditaduras: a de Getúlio Vargas e a de 1964. Quando Getúlio deu o golpe em 1937, meus pais tinham três anos de idade. Cresceram sob o manto do culto à personalidade de um sujeito que ficou 15 anos no poder e só saiu porque o mundo foi varrido por uma onda democrática contra o nazifascismo.

Eles tinham 12 anos quando a Constituição de 1946 foi promulgada. Viveram a adolescência e boa parte da mocidade num país onde havia liberdade (menos para os comunistas, eleitos e depois cassados). Chegaram aos anos 1950, com Getúlio de volta ao poder eleito pelo voto direto e universal, mas que acabaria com a própria vida depois de cair num labirinto criado por ele próprio.

Naqueles anos 1950 tínhamos uma direita movida pelo ódio e sem apego à democracia recém-nascida. Seu líder, Carlos Lacerda, declarou que “Juscelino Kubistchek não poderia ser eleito, se eleito, não poderia tomar posse e, se empossado, deveria ser derrubado”.

Meus pais tinham 21 anos quando o General Lott abortou o golpe planejado por Lacerda, Carlos Luz, Prado Kelly e mais um grupo de militares. Em 11 de novembro de 1955, Lott botou os tanques nas ruas e a turma dos golpistas fugiu no cruzador Tamandaré, comandado por Silvio Heck, depois nomeado em 1961 ministro da Marinha de Jânio Quadros.

O Brasil era subdesenvolvido, importador de alimentos básicos, como carne, feijão, arroz e frutas. A geração dos meus pais, nascidos nos anos 1930 e começo da década de 1940, transformou o país. Viveram o início conturbado dos anos 1960, com a Guerra Fria, a corrida espacial, a renúncia de Jânio, o parlamentarismo de Tancredo e Ulysses, a campanha da legalidade liderada por Brizola, a ascensão e queda de João Goulart e, finalmente, o golpe de Estado de 1964 e seus 21 anos de escuridão.

O país pacificado pela Constituinte de 1946 e a eleição de JK, que por duas vezes anistiou militares envolvidos em insurreições, voltou à polarização com o governo militar. A política de cerceamento das liberdades atingiu até aqueles que apoiaram a tomada do poder pela força.

Diante da cassação inevitável, Juscelino, senador por Goiás, vai à tribuna lamentar que, mesmo tendo apoiado o presidente Castello Branco, estava prestes a perder seus direitos políticos, como de fato perdeu. Lacerda também teve seus direitos políticos suspensos, Goulart foi para o exílio, Brizola idem e mais um monte de políticos e militantes de todos os matizes ideológicos.

Mesmo com a ditadura brecando as liberdades fundamentais e tirando do jogo a oposição, mantendo um bipartidarismo de fachada, a geração dos meus pais conseguiu fazer o país andar para frente. A educação melhorou, o analfabetismo diminuiu com o Mobral, e doenças como varíola, sarampo, tuberculose e poliomielite foram erradicadas. Havia o Projeto Rondon, levando jovens das cidades para ajudar o povo do interiorzão. A gente quebrava um braço, uma perna, passava mal e ia para o hospital público, o Miguel Couto ou o Souza Aguiar.

A Embrapa fez o Brasil passar de importador a produtor de alimentos. As telecomunicações ganharam grande impulso, entramos na era nuclear com o acordo negociado com a Alemanha. E, finalmente, em 1979, quando minha geração estava começando a virar gente de verdade, veio a anistia negociada exaustivamente pelo senador Petrônio Portella, então ministro da Justiça.

A anistia pacificou aquele Brasil onde o ódio transformara a política em atividade de alto risco. As cadeias esvaziaram e os aeroportos encheram. Uma emoção danada. Bonito de se ver depois de uma campanha intensa resumida em três palavras: ampla, geral e irrestrita.

Veio a eleição de 1982 para governador, o movimento pelas Diretas Já em 1984, mobilizando o país. Acompanhei na Cinelândia o placar da votação. O Congresso não aprovou as diretas, mas seguimos lutando por mudanças.

Em 1985, a eleição de Tancredo pelo Colégio Eleitoral, que neste ano completou 40 anos. Ele morreu, Sarney assumiu e cumpriu sua missão, tendo de entregar um ano do seu mandato de seis. Convocou a Constituinte, que produziu a atual Constituição. Ela não é perfeita, como reconheceu Ulysses Guimarães, mas “será luz, ainda que de lamparina, na noite dos desgraçados”.

Nossa geração não soube preservar estas heranças preciosas. A Constituição foi emendada à exaustão, na maioria das vezes para servir a interesses de grupos políticos ou econômicos. Largamos de lado a escola pública universal e integral para o ensino básico e privilegiamos a universidade, como se alguém pudesse chegar lá sem saber ler, escrever e fazer contas.

Fechamos os olhos para a violência cotidiana nas comunidades pobres, onde governam as facções criminosas. Terceirizamos as favelas e a Amazônia para as ONGs e hoje temos um povo sem escola, sem saúde, sem perspectiva e uma Amazônia onde os brasileiros não mandam. O desprezo pela educação básica nos deixou a pé na estrada do desenvolvimento. E isso fica claríssimo quando olhamos para a Coreia do Sul, a China ou até mesmo o Vietnã.

Não fomos responsáveis, nem assumimos nosso papel de cidadãos. Deixamos as coisas acontecerem, ficamos na zona de conforto. Há três décadas, o Brasil vive uma sucessão de escândalos: Anões do Orçamento, Mensalão, Petrolão e emendas secretas. Cada dia piora mais.

Agora, temos um Judiciário comportando-se como ator político, não só relevante, mas hipertrofiado. Nesta semana, assistimos uma romaria de advogados se queixando dos exageros no julgamento que tornou Bolsonaro e sua turma réus, enquanto a OAB fazia cara de paisagem e a acusação dava um baile.

É triste reconhecer que nossa geração foi incapaz de impedir exageros, jogou na lata do lixo todo o esforço de Ulysses Guimarães, Miro Teixeira, Mário Covas, Luiz Eduardo Magalhães, Roberto Freire, Cristina Tavares, José Richa, Pedro Simon, Teotônio Vilela e tantos outros que se empenharam em transformar o Brasil num país decente, num lugar onde as pessoas pudessem criar seus filhos e prosperar. Em vez disso, temos uma juventude que sonha em viver na Europa ou nos Estados Unidos.

Erramos feio. Estamos entregando para a próxima geração um país muito pior do que aquele que recebemos. Temos de pedir desculpas aos mais jovens pelas nossas omissões, por termos deixado entornar o caldo. Eles não mereciam isso. Perdão, galera. Eu sou um dos que erraram.

Demos a eles um Brasil perdido entre a polarização tóxica da política e um novo poder que emerge do Judiciário com toda força simbolizado pelo ministro Alexandre de Moraes, um homem com virtu, cujos limites desconhecemos. O ministro ocupou um vazio de poder deixado pelos políticos da nossa geração, não tem feito nada de diferente, nada do que não se possa esperar de alguém com talento para mandar e se fazer obedecer, nada do que não se possa esperar de alguém que sabe se impor pela força e, em troca, recebe respeito e temor.

O ministro virou o símbolo de um país onde prevalece a lei do mais forte, seja nas disputas empresariais, seja na política ou nos territórios dominados pelo crime onde o poder público é proibido de entrar.

Se você acha que nossa democracia está em risco depois de 40 anos de liberdade, seja por causa do bolsonarismo, do petismo ou ainda pela força do Judiciário, lembre-se do ex-presidente Fernando Henrique, integrante da geração dos meus pais, para quem democracia só se conserta com mais democracia.

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025

Com informações do g1

O professor, advogado, jornalista, ensaísta e poeta brasileiro Marcos Vinicios Rodrigues Vilaça morreu neste sábado (29), no Recife, aos 85 anos. A informação foi confirmada pela assessoria da ABL.

Marcos foi ministro e presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) e era integrante da Academia Brasileira de Letras (ABL). Sua morte ocorreu em decorrência de complicações resultantes de um AVC e problemas pulmonares subsequentes. O velório será realizado no Memorial Guararapes, em Jaboatão dos Guararapes, a partir das 16h, e a cremação acontecerá amanhã, em uma cerimônia reservada apenas para familiares.

Marcos ocupava a cadeira nº 26 desde 1985, na sucessão de Mauro Mota, e presidiu a ABL nos anos de 2006 e 2007, e entre 2010 e 2011.

Era bacharel em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco e foi professor de direito internacional.

Marcos Vilaça nasceu em Nazaré da Mata (PE), no dia 30 de junho de 1939. Era filho único de Antônio de Souza Vilaça e Evalda Rodrigues Vilaça.

Foi casado com Maria do Carmo Duarte Vilaça, já falecida, com quem teve três filhos: Marcantônio, que morreu em 2000, Rodrigo Otaviano e Taciana Cecília Mendonça, esposa do deputado federal Mendonça Filho.

É autor de obras como “Nordeste: Secos & Molhados” (1972), “Recife Azul, líquido do céu” (1972), “O tempo e o sonho” (1984) e “Por uma Política Nacional de Cultura – Ministério da Educação e Cultura” (1984).

Toritama - Prefeitura que faz

O prefeito de Frei Miguelinho, Lindonaldo da Farinha, oficializou sua desfiliação do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e a adesão ao Partido Social Democrático (PSD), em um movimento que reforça sua aliança com a base política da governadora Raquel Lyra. A migração ocorre em um momento de intenso movimento partidário em Pernambuco, impulsionado pela recente filiação de Lyra ao PSD.

A decisão de Lindonaldo segue a tendência de vários líderes políticos pernambucanos que optaram por fortalecer suas bases no PSD, em apoio à governadora. Raquel Lyra comentou sobre a filiação de Lindonaldo da Farinha ao PSD. “A chegada do prefeito Lindonaldo ao partido representa um passo significativo. Sua liderança em Frei Miguelinho será fundamental para implementarmos políticas públicas eficazes que beneficiem toda a população, como já estamos fazendo em todo estado.”

Palmares - Outlet

O São João de Arcoverde 2025 já tem data para começar. O prefeito Zeca Cavalcanti (Pode) e a secretária de Turismo e Eventos, Nerianny Cavalcanti, anunciaram na noite da última sexta-feira (28) a programação oficial da festa, que terá início no dia 14 de junho. A abertura contará com apresentações de Geraldo Azevedo, Priscila Senna e Desejo de Menina.

Uma das principais novidades desta edição é a mudança de local dos festejos. O evento será realizado entre a academia Selfit e o Parque Linear, com o palco posicionado em frente à academia e cerca de 60 camarotes instalados na parte superior da Rua Padre Roma. A mudança busca melhorar o acesso do público e reduzir impactos no trânsito, uma vez que o palco principal será retirado da Praça da Bandeira.

Entre as atrações confirmadas para o São João de Arcoverde estão Xand Avião, Wesley Safadão, Noda de Caju, Flávio José, Jorge de Altinho, Maciel Melo, Geraldinho Lins e Pablo. Além de preservar a tradição junina, a festa movimenta a economia local, impulsionando o turismo e gerando empregos temporários. A expectativa é atrair cerca de 70 mil pessoas diariamente para o evento.

Confira a programação completa:

• 14 de junho – Geraldo Azevedo, Priscila Senna, Desejo de Menina

• 15 de junho – Flávio José, Dorgival Dantas, Ciro Santos

• 16 de junho – Festival de Quadrilhas

• 17 de junho – Léo Foguete, Jonas Estigado, João Vaqueiro

• 18 de junho – Xand Avião, Pablo, Forrozão Chacal

• 19 de junho – Zé Vaqueieo, Manim Vaqueiro, Bia Vila-Chan

• 20 de junho – Rey Vaqueiro, Brasas do Forró, Ycaro e Vitório

• 21 de junho – Noda de Caju, Fabinho Testado

• 22 de junho – Geraldinho Lins, Samba de Coco Raízes, Silvia Regina e Nando Cordel, Novinho da Paraíba

• 23 de junho – Maciel Melo, Zé Ramalho, Coco Trupé, Assisão

• 24 de junho – Seu Desejo, Jorge de Altinho, George Silva

• 25 de junho – Eric Land, Falipe Amorim, Avine Vinny

• 26 de junho – Tarcisio do Acordeom, Wesley Safadão

• 27 de junho – Raphaela Santos, Walkyria Santos, Nagylla Ferreira

• 28 de junho – Tatty Girl, Zé Cantor, Carlos e Fábio Maciel Kuré

Por Thalis Araújo

Da Folha de Pernambuco

Em grande estilo e forte consolidação no mercado, a Masterboi comemorou 25 anos na última sexta-feira (28). A celebração da idade nova ocorreu no auditório do centro administrativo da empresa, no bairro de Apipucos, na Zona Norte do Recife.

Ainda pela manhã, houve o descerramento da placa inaugural do espaço. Logo após, os convidados foram recebidos. Quem marcou presença no local foi o presidente do Grupo EQM e fundador da Folha de Pernambuco, Eduardo de Queiroz Monteiro.

Um momento religioso de benção solene foi ministrado pelo padre Arlindo, que incentivou as pessoas a acreditarem no poder da palavra. Gratidão também foi pauta do discurso do líder. O hino de Pernambuco foi entoado pela cantora Cristina Amaral.

Logo após, foram narrados a história e o legado da empresa, pelo diretor e fundador Nelson Bezerra, ao lado da irmã dele, Guilhermina Bezerra.

Emocionados, os dois rememoraram o início de uma história que começou no box 77 do Mercado de Afogados, na Zona Norte do Recife.

“Há 37 anos começou a história da Masterboi, ainda com o Açougue do Nelson. A Masterboi surgiu em 2000. Este é um momento de alegria, onde a gente está comemorando essa data e inaugurando este centro administrativo. Era um espaço que precisávamos. Aqui tem sala de reunião, auditório e conforto para os nossos funcionários”, frisou o empresário.

Tecnologia

Atualmente, a Masterboi, segundo Nelson Bezerra, usa o sistema SAP nas operações. O recurso foi adquirido em 2023. A empresa é a única indústria que adotou o método que, inclusive, é considerado o melhor do mundo. 

“A gente vem evoluindo sempre, com questões de sustentabilidade e tecnologia, além de investimento em pessoas. Exportamos para 110 países. É muito importante estarmos aqui integrados”, reforçou.

Autoridades políticas também estiveram no encontro. A governadora em exercício de Pernambuco, Priscila Krause (PSDB) comparou o crescimento da Masterboi com os avanços que a gestão estadual tem desempenhado.

“A Masterboi representa muito bem o Pernambuco que dá certo. Foi uma manhã emocionante. Nelson e Guilhermina tiveram a generosidade de compartilhar conosco a história deles e homenagear funcionários que começaram com cargos de auxiliares e cozinheiros e hoje têm cargos de gestão. São empresas como a Masterboi que geram empregos e fazem Pernambuco ser uma economia pujante”, falou.

O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Álvaro Porto, também parabenizou a empresa e falou da representatividade que ela tem para o Estado.

“Realmente, a Masterboi mudou a realidade da nossa região e dos Estados vizinhos, com geração de empregos. A gente só tem que agradecer ao Nelson pela coragem. Parabéns a toda Masterboi”, discursou.

Reconhecimento

Cerca de 13 dos 80 trabalhadores que completam 25 anos ou mais de casa foram homenageados com a entrega do ‘crachá diamante’ e de um troféu, em reconhecimento à vasta e longa história com a instituição.

Logo após a apresentação de um vídeo institucional, um coquetel abrilhantou o dia, propiciando um momento de confraternização, integração e celebração entre os convidados.

A União repassou R$ 5,74 bilhões aos municípios brasileiros na última sexta-feira (28), referentes à terceira parcela de março do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O valor representa um aumento de cerca de 17% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o montante foi de R$ 4,88 bilhões. Esse crescimento mantém a trajetória de alta do FPM em 2025, segundo especialistas. As informações são do Brasil61.

O especialista em orçamento público Cesar Lima avalia o resultado como positivo, mas alerta para possíveis impactos futuros. “Temos também uma outra expectativa, um outro risco, que é a reforma do imposto de renda. Há uma previsão de que, caso seja somente a isenção dos que ganham até 5 mil reais, nós teremos uma perda na arrecadação, isso é lógico, o que pode impactar em muitos municípios”, afirmou. Ele destaca que uma tributação maior sobre os mais ricos pode compensar essa redução, equilibrando os repasses.

Entre os estados, São Paulo receberá a maior quantia, com R$ 707,9 milhões, seguido pelo Rio Grande do Sul, com R$ 362,4 milhões. Entre as capitais que vão receber os maiores valores estão Fortaleza (CE), com cerca de R$ 49 milhões; Salvador (BA), com R$ 44 milhões; e Manaus (AM), Recife (PE), São Luís (MA) e Teresina (PI), com mais de R$ 30 milhões, cada.

Prefeituras bloqueadas

Até o último dia 26 de março, 50 municípios estavam impedidos de receber o FPM, de acordo com o Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi).

Verifique se a sua cidade está na lista

  1. CAMPO ALEGRE (AL)    
  2. SÃO DOMINGOS DO NORTE (ES)    
  3. ALVORADA DO NORTE (GO)    
  4. ALFENAS (MG)    
  5. ARAÇAÍ (MG)    
  6. ARAPORÃ (MG)    
  7. BELO HORIZONTE (MG)    
  8. BERIZAL (MG)    
  9. BOM SUCESSO (MG)    
  10. CABECEIRA GRANDE (MG)    
  11. CALDAS (MG)    
  12. CAMPANHA (MG)    
  13. CAMPO AZUL (MG)    
  14. CATAS ALTAS DA NORUEGA (MG)    
  15. POÇOS DE CALDAS (MG)    
  16. MIRANDA (MS)    
  17. NIOAQUE (MS)    
  18. BELÉM DO BREJO DO CRUZ (PB)    
  19. CACHOEIRA DOS ÍNDIOS (PB)    
  20. CAMALAÚ (PB)    
  21. CAMPINA GRANDE (PB)    
  22. FAGUNDES (PB)    
  23. ITABAIANA (PB)    
  24. JUNCO DO SERIDÓ (PB)    
  25. LIVRAMENTO (PB)    
  26. LUCENA (PB)    
  27. SÃO JOÃO DO TIGRE (PB)    
  28. SÃO JOSÉ DE PRINCESA (PB)    
  29. SERRA REDONDA (PB)    
  30. TEIXEIRA (PB)    
  31. UMBUZEIRO (PB)    
  32. ÁGUAS BELAS (PE)    
  33. ARAÇOIABA (PE)    
  34. BELÉM DE MARIA (PE)    
  35. LAGOA DO CARRO (PE)    
  36. TACARATU (PE)    
  37. REDENÇÃO DO GURGUEIA (PI)    
  38. CABO FRIO (RJ)    
  39. CARAPEBUS (RJ)    
  40. ITAGUAÍ (RJ)    
  41. QUISSAMÃ (RJ)    
  42. CAICÓ (RN)    
  43. MONTE DAS GAMELEIRAS (RN)    
  44. PUREZA (RN)    
  45. SÃO VICENTE (RN)    
  46. TAIPU (RN)    
  47. BOM PRINCÍPIO (RS)    
  48. ESPUMOSO (RS)    
  49. SANTA ROSA (RS)    
  50. SÃO VICENTE DO SUL (RS)

O que é FPM

O FPM é considerado a principal fonte de receita de aproximadamente 80% dos municípios brasileiros. Trata-se de um repasse previsto na Constituição Federal, correspondente a 22,5% do que a União arrecada com Imposto de Renda (IR) e com Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

O valor recebido pelos municípios varia de acordo com o número de habitantes e, a cada ano, passa por uma atualização com base em dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Os repasses são feitos nos dias 10, 20 e 30 de cada mês. Caso a data caia no fim de semana ou feriado, a transferência é feita no primeiro dia útil anterior. Normalmente, os valores são usados para pagamento de folha de funcionários, despesas básicas dos municípios, fornecedores e — quando sobra algum recurso — é usado para investimento em infraestrutura.   

Do UOL

A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) de Recife foi condenada pelo TJPE (Tribunal de Justiça de Pernambuco) a pagar R$ 30 mil a um ex-devoto que doou quase todo seu patrimônio, incluindo uma padaria, após ser convencido por um pastor de que sua vida mudaria.

O que aconteceu

A Justiça considerou abusiva a conduta de um pastor da Universal em Recife (PE), que usou a autoridade religiosa para induzir um fiel de 50 anos a doar R$ 30 mil em troca de promessas de prosperidade. A decisão foi unânime na 5ª Câmara Cível do TJPE, que rejeitou o recurso da igreja no dia 20.

O padeiro afirmou ter vendido seu pequeno comércio e entregue o valor ao pastor, líder da igreja na região, após ouvir que “se tocasse no sacrifício, sua vida não mudaria”. As mensagens por áudio e WhatsApp foram incluídas no processo como prova da coação. “Sacrifício é toda a força. O senhor vai ficar na mesma, ou com a vida pior ainda, porque rejeitou o altar”, dizia o pastor em um dos áudios analisados pelos desembargadores.

O relator do caso, desembargador Agenor Ferreira de Lima Filho, destacou que a liberdade religiosa não é absoluta e deve respeitar os princípios da boa-fé e da dignidade da pessoa humana. Para ele, a conduta do pastor extrapolou o exercício legítimo da fé, ao explorar a vulnerabilidade emocional do fiel com promessas infundadas. “A imposição de tais expectativas, positivas e negativas, explorando a fé e a fragilidade emocional, excede os limites da liberdade religiosa, configurando verdadeiro abuso de poder e má-fé”, escreveu o magistrado no voto vencedor.

A decisão também cita áudios em que o pastor afirma que, sem a doação, “o diabo usaria a ex-mulher e a filha dela para tirar tudo” do fiel. Segundo o TJPE, ficou evidente que o pastor agiu de forma a induzir medo e submissão, condicionando a fé à entrega total de bens, o que fere o princípio da autonomia da vontade.

Segundo os autos, o pastor orientou o padeiro a vender tudo o que tinha e entregar o dinheiro à igreja, mesmo sabendo que o fiel ficaria sem meios de subsistência. A conversa entre os dois, registrada em mensagens de áudio, foi decisiva para a condenação da igreja. “Não toca naquilo que é sacrifício, seu Manoel. Se o senhor tocar, sua vida não vai mudar”, dizia o pastor. Em outro trecho, ele reforça que Manoel não deveria dar nenhum valor à ex-companheira: “Pega tudo que o senhor tem, põe no altar, no sacrifício, pra Deus te abençoar”.

A sentença de 1ª instância considerou que houve coação moral e abuso de direito. Destacando que o discurso religioso foi usado para provocar medo, isolar o fiel de sua rede de apoio e induzi-lo à entrega total de seu patrimônio. A padaria vendida era a única fonte de renda da família.

O UOL entrou em contato com a IURD, que enviou uma nota à reportagem. Leia na íntegra.

“Nenhuma igreja ou instituição assistencialista que depende de doações voluntárias poderia existir se a lei não a protegesse de supostos “doadores arrependidos”. Justamente por essa razão, a Constituição Federal e o Código Civil têm normas claras que garantem a liberdade de pedir doações, bem como de fazê-las.

Vale ressaltar, também, que o autor desta ação é uma pessoa esclarecida e totalmente apta e capaz de assumir suas próprias decisões, sendo conhecedor dos rituais litúrgicos — até porque, já havia realizado ofertas voluntárias em outros momentos — ao longo do período em que frequentou a Igreja.

Dito isso, a Igreja Universal do Reino de Deus reitera que, em um país laico, como o Brasil, é vedado qualquer tipo de intervenção do Estado — incluindo, do Poder Judiciário — na relação de um fiel com a sua igreja (p.e.: CF, art. 19, I; art. 5º, VI). E, por fim, informa que a Instituição não teve chance de produzir provas para contrapor o autor da ação em primeira instância. Exatamente por isso, apelou ao Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco. Totalmente convicta de que a Justiça e a verdade prevalecerão, a Igreja recorrerá.

Caso não é isolado

Especialistas ouvidos pelo UOL apontam que esse tipo de entrega total — motivada por promessas espirituais — segue um padrão de manipulação emocional que se repete em contextos semelhantes. “A empolgação que antecede a promessa de milagre funciona como um vício emocional”, explica a psicóloga Luciana Soler. Segundo ela, a fé legítima fortalece, mas a relação abusiva mina a autonomia: “A pessoa entra num ciclo de dependência, medo e culpa, achando que precisa provar algo para ser aceita”.

Para o psicólogo social Vitor Muramatsu, esse tipo de manipulação ativa aspectos infantis não resolvidos, como a crença mágica em soluções imediatas. “Muitos desses fiéis foram negligenciados na infância e não desenvolveram senso crítico. O pastor vira uma figura paterna que decide por eles. É exploração psicológica grave”, afirma.

A professora Rachel Sette aponta que esses ambientes religiosos operam por mecanismos de persuasão emocional coletiva. “É um transe. O senso crítico é suspenso pela linguagem carismática, pela promessa de salvação e pela pressão do grupo”, diz. Ela alerta que os danos psíquicos, após a percepção do abuso, podem incluir depressão profunda, crise de fé e isolamento.

Para os advogados ouvidos pelo UOL, a condenação da Universal pode se tornar um precedente importante para a responsabilização de instituições religiosas. “É um bom precedente, porque reconhece haver limites para a liberdade religiosa quando ela colide com a dignidade humana”, afirma Virgínia Machado, professora do Centro Universitário Uniarnaldo. Segundo ela, se decisões como essa forem reiteradas e confirmadas em tribunais superiores, poderão consolidar uma jurisprudência mais protetiva ao fiel vulnerável.

Especialista em direito civil, o advogado Juan Gómez também acredita que o caso pode estimular novas ações. “É um recado claro de que a fé não pode ser usada como instrumento de coação nem para obtenção de vantagens patrimoniais”, diz.

Ambos defendem que a fé continua sendo um direito constitucional legítimo — desde que exercida com boa-fé, sem explorar a fragilidade de quem busca alívio em meio ao desespero. “A fé não é salvo-conduto para práticas abusivas”, afirma Gómez. Segundo ele, o Judiciário tem reconhecido cada vez mais o vício de consentimento em doações feitas sob forte apelo religioso, especialmente quando há exploração emocional e promessa de recompensa espiritual em troca de dinheiro.

“Quando a vontade do fiel é moldada por medo, culpa ou promessa de bênçãos, a doação é nula”, diz. Juan explica que mesmo sem vínculo empregatício, igrejas podem ser responsabilizadas pelos atos de seus pastores, já que eles agem em nome da instituição.

A professora Virgínia Machado reforça haver limites jurídicos claros para o discurso da fé. “O princípio da proporcionalidade impede que a liberdade religiosa seja usada para induzir alguém a entregar todo o seu patrimônio. Isso fere a boa-fé e configura abuso de direito”, afirma.

Segundo ela, promessas de ‘mudança de vida’ feitas por líderes religiosos, quando vinculadas a doações, podem ser juridicamente interpretadas como falsas expectativas. “A igreja aceita a doação. Ela se beneficia. E se o fiel foi manipulado, é dever do Estado protegê-lo”, conclui.