O cantor e compositor João Lacerda, filho do ícone musical Genival Lacerda, lançou, hoje, sua nova música intitulada ‘Eu sou Sertão’. O single foi composto por Bringel Lins e Manoel Netto, com a produção do próprio João Lacerda. A música já pode ser conferida em todas as plataformas digitais. Clique aqui e confira.
Nos últimos dias, Recife foi palco de um debate que expõe de forma nítida as contradições sociais e políticas da nossa Capital.
A construção de um conjunto habitacional do programa Minha Casa Minha Vida no bairro de Boa Viagem, tradicionalmente considerado uma área “nobre”, revelou uma celeuma desnecessária e profundamente marcada por preconceitos.
De um lado, o governo federal, através do presidente Lula, em parceria com a Prefeitura do Recife, busca garantir dignidade e moradia digna para centenas de famílias que já residem na localidade em condições precárias. Do outro, parte de moradores de classe média e alta se manifesta contra a obra, utilizando o discurso da “defesa ambiental” como argumento central. Mas o que realmente está em jogo?
É curioso notar que a preocupação ambiental, levantada por alguns opositores da obra, raramente aparece quando o assunto envolve a construção de prédios de luxo, condomínios fechados ou empreendimentos empresariais que avançam sobre áreas sensíveis do litoral pernambucano. Não se vê a Secretaria Estadual de Meio Ambiente realizando o mesmo nível de fiscalização ou resistência quando esses empreendimentos são erguidos. Tampouco há registros de audiências públicas para ouvir a população nesses casos.
Quando a construção atende a famílias pobres, no entanto, levanta-se uma onda de indignação seletiva, que, na prática, mais parece preconceito disfarçado de preocupação ambiental.
O direito à cidade e o combate à segregação
O urbanista francês Henri Lefebvre já defendia, há décadas, o conceito do “direito à cidade” — isto é, a possibilidade de todos, independentemente de classe social, usufruírem dos espaços urbanos de forma justa e igualitária. O que estamos vendo em Boa Viagem é justamente o oposto: setores que acreditam que morar em determinada área da cidade é um privilégio, e não um direito.
Essa resistência à construção de mais de quinhentas unidades habitacionais não é apenas um atraso social, mas uma tentativa de segregar ainda mais os pobres, relegando-os a espaços periféricos, longe das oportunidades, do acesso a serviços públicos de qualidade e da integração social.
Política rasteira e interesses individuais
É impossível ignorar também que essa polêmica tem sido instrumentalizada por setores políticos que enxergam na disputa uma oportunidade de desgastar o governo. Usam a população como marionetes em um teatro político raso, onde os interesses individuais se sobrepõem ao interesse coletivo.
A dignidade como prioridade
O programa Minha Casa Minha Vida foi e continua sendo um dos maiores instrumentos de inclusão social do Brasil. Garante não apenas um teto, mas a dignidade de uma vida melhor, o acesso a serviços públicos próximos e a possibilidade de ascensão social.
Tentar impedir ou postergar a obra em Boa Viagem é, acima de tudo, desumano. É negar a essas famílias o direito de viver com dignidade, em moradias adequadas e devidamente planejadas.
A luta pela moradia digna não pode ser contaminada por preconceitos e privilégios de classe. O Recife precisa ser uma cidade para todos, e não para poucos. A defesa do meio ambiente é legítima e necessária, mas ela deve ser coerente, sem seletividade ou manipulação política.
No fim das contas, a construção do conjunto habitacional em Boa Viagem é um passo importante rumo à inclusão social e ao combate à segregação urbana. O governo federal e a prefeitura cumprem seu papel: colocar a dignidade das pessoas em primeiro lugar.
Meu podcast ‘Direto de Brasília’, em parceria com a Folha de Pernambuco, traz, amanhã, o ex-secretário da Receita Federal, Everardo Maciel. Na era FHC, Everardo se destacou como um dos mais eficientes integrantes da equipe econômica e, hoje, é um crítico implacável da política econômica de Lula.
Everardo, que já foi também secretário da Fazenda de Pernambuco, vai abordar temas mais amplos, como os efeitos do tarifaço americano de 50% na economia brasileira, a proposta de reforma tributária e a discussão da taxação das grandes fortunas.
Natural de Pesqueira, Everardo é engenheiro com especialização em geologia. Fez pós-graduação na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Exerceu diversos postos na administração pública como Secretário de Fazenda em Pernambuco de 1979 a 1982; Secretário de Educação também em Pernambuco em 1983; Secretário-Geral do Gabinete Civil da Presidência da República em 1986 e Secretário da Fazenda e Planejamento no Distrito Federal de 1991 a 1994.
Esteve por oito anos à frente da Receita Federal a convite do ministro Pedro Malam, sendo a maior gestão ininterrupta na Instituição, na qual houve aumento expressivo da arrecadação e do número de declarantes a partir da informatização da entrega da Declaração do Imposto de Renda.
O podcast ‘Direto de Brasília’ vai ao ar das 18h às 19h com transmissão pelo YouTube da Folha de Pernambuco e do meu blog, incluindo também cerca de 165 emissoras de rádio no Nordeste.
Retransmitem o programa a Gazeta News, do Grupo Collor, em Alagoas, a Rede Mais Rádios, com 25 emissoras, na Paraíba, e a Mais-TV, do mesmo grupo, sob o comando do jornalista Heron Cid. Ainda a Rede ANC, do Ceará, formada por mais de 50 emissoras naquele Estado, além da LW TV, de Arcoverde.
Os parceiros neste projeto são o Grupo Ferreira de Santa Cruz do Capibaribe, a Autoviação Progresso, o Grupo Antonio Ferreira Souza, a Água Santa Joana, a Faculdade Vale do Pajeú e o grupo Grau Técnico.
O ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu nesta segunda-feira (18) que leis ou decisões judiciais de outros países não são válidas no Brasil, a não ser que passem por uma validação da justiça brasileira.
Sem citar diretamente a Lei Magnitsky, imposta pelos Estados Unidos como sanção ao ministro Alexandre de Moraes, Dino afirma que o Brasil tem sido “alvo de diversas sanções e ameaças”, que buscam “impor pensamentos a serem apenas ‘ratificados’ pelos órgãos que exercem a soberania nacional”.
A decisão se deu no âmbito de uma ação movida pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração), que questiona a possibilidade de municípios brasileiros entrarem com ações judiciais no exterior. De acordo com o instituto, a conduta fere a soberania nacional. As informações são da CNN Brasil.
Em análise desde o ano passado, a ação menciona ações apresentadas por municípios brasileiros em outros países, como aquelas de ressarcimento relativas ao acidente de Mariana, que tramita na Justiça da Inglaterra.
Ao fixar uma nova tese, Dino determina que medidas e sentenças de tribunais estrangeiros só terão validade no Brasil se forem homologadas pela Justiça brasileira ou seguirem mecanismos formais de cooperação internacional.
O ministro também determinou que Estados e municípios estão impedidos de propor ações em tribunais estrangeiros sem autorização, e que bancos e empresas brasileiras não podem cumprir ordens internacionais sem aval do STF.
“Ficam vedadas imposições, restrições de direitos ou instrumentos de coerção executados por pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País, bem como aquelas que tenham filial ou qualquer atividade profissional, comercial ou de intermediação no mercado brasileiro, decorrentes de determinações constantes em atos unilaterais estrangeiros”, decidiu Dino.
A decisão terá efeito geral e vinculante, garantindo que apenas a Justiça brasileira possa autorizar atos que impactem pessoas, contratos e bens no país.
O ministro também convocou uma audiência pública para aprofundar a discussão e comunicou a decisão ao Banco Central, à Febraban e a entidades do setor financeiro, para evitar que ordens externas interfiram em operações no Brasil sem chancela do STF.
Lei Magnitsky
No final de julho, o governo dos Estados Unidos anunciou que aplicaria a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes.
A Magnitsky é um dispositivo da legislação americana que permite que os EUA imponham sanções econômicas a acusados de corrupção ou graves violações de direitos humanos.
Donald Trump mira Alexandre de Moraes por causa de sua atuação na ação movida contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado.
A lei prevê sanções como o bloqueio de contas bancárias e de bens em solo norte-americano, além da proibição de entrada no país. Estabelece ainda restrições a bancos e instituições financeiras que mantiverem relações comerciais com alvos de medidas punitivas americanas.
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes concedeu uma entrevista ao jornal norte-americano The Washington Post, que o descreveu como “o juiz que se recusa a ceder à vontade de Trump”.
Moraes contou que estava assistindo a um jogo do Corinthians quando o celular dele começou a apitar com várias mensagens: Jair Bolsonaro (PL) havia descumprido a ordem de não usar as redes sociais, descreve o jornal. Ele agiu imediatamente, decretando a prisão domiciliar do ex-presidente, que será julgado nas próximas semanas por tentativa de golpe de Estado. As informações são da Folha de S. Paulo.
O ministro disse que não há chance de que as sanções impostas pelos Estados Unidos influenciem o processo:
“Não há a menor chance de recuarmos nem um milímetro sequer”.
“Eu entendo que, para a cultura norte-americana, é mais difícil entender a fragilidade da democracia, porque nunca houve um golpe lá. Mas o Brasil teve anos de ditadura sob [o presidente Getúlio] Vargas, outros 20 anos de ditadura militar e inumeráveis tentativas de golpe. Quando você é mais atingido por uma doença, você desenvolve anticorpos mais fortes e procura uma vacina preventiva”.
“Faremos a coisa certa: receberemos a acusação, analisaremos a evidência, e quem deve ser condenado será condenado, e quem deve ser absolvido, será absolvido”.
O governo de Donald Trump sancionou Moraes com a perda do visto e com a Lei Magnitsky, criada para punir acusados de graves violações contra os direitos humanos, que proíbe que ele faça transações com instituições financeiras que atuam nos Estados Unidos.
“É agradável passar por isso? Claro que não é agradável. Todo constitucionalista tem grande admiração pelos Estados Unidos”.
“Essas narrativas falsas acabaram envenenando a relação [entre Brasil e EUA] —narrativas falsas apoiadas por desinformação espalhada nas redes sociais. Então o que precisamos fazer, e o que o Brasil está fazendo, é esclarecer as coisas”.
“Enquanto for necessário, a investigação vai continuar”.
A Prefeitura de São Lourenço da Mata realizou a sétima entrega de kits e fardamento escolar, levando mais dignidade e oportunidades para mais de 13.500 alunos da rede municipal. A novidade deste ano é que os estudantes do 6º ao 9º ano também recebem o tênis escolar, e as turmas do 2º, 5º e 9º ano passam a contar com livros complementares de Língua Portuguesa e Matemática, fortalecendo ainda mais o aprendizado.
Para o prefeito Vinícius Labanca, cada passo dado confirma o compromisso em transformar a educação da cidade. “Estamos construindo uma verdadeira revolução educacional, garantindo mais igualdade e preparando nossas crianças para o futuro”, afirmou.
Assim como a Saúde de São Lourenço da Mata já é reconhecida como a melhor do Brasil entre as cidades com mais de 100 mil habitantes, a educação também caminha para se tornar uma referência nacional.
A preocupação geográfica, traço particular da “Geografia Eleitoral”, não transparece em nenhuma das fases dos estudos eleitorais norte-americanos, quer à época das “estatísticas eleitorais” quando todo interesse consistia em descobrir “regularidades estatísticas” ou ainda quando trabalhando com idênticas fontes de dados – mapas eleitorais e censos – nas chamadas “análises ecológicas” levadas a efeito por cientistas políticos da universidade de Chicago.
O uso de pesquisas de opinião, a princípio apenas estabelecera previamente os resultados, e mais ainda a técnica de “panels” introduzida em 1940 por LAZARSFELD, BERELSON e GAUDET (1944), desenvolvida em eleições seguintes por seus criadores e aplicada em quadros geográficos mais amplos por cientistas políticos, sociólogos e psicólogos da Universidade de Michigan, fez avançar os estudos eleitorais a princípio nos EEUU mas em fins da década de 50 o “panel” já era utilizado na França, transformando a problemática que passou a ser definida como a necessidade de se apreender a processo decisório com relação ao voto e a sua realização, a construção ideológica do voto e não apenas sua distribuição.
Surveys com questionários são realizados na sociologia eleitoral brasileira desde os anos 60 por Gláucio Soares e depois por vários autores sendo alguns trabalhos que deles fizeram uso na análise das eleições de 1974 e 1976 sido enfeixados em livros.
Idealizada e dirigida por Sílvio Marcelo Maranhão, foi montada no PIMES – Sociologia da UFPE uma pesquisa sobre as eleições de novembro de 1978 abrangendo os municípios que compõem a região metropolitana do Recife. Conectada a partir da proposta de uma pesquisa conjunta nacional com os trabalhos encaminhados por Amaury de Souza e Fábio Wanderley em Minas, Bolivar Lamounier e Fernando Henrique Cardoso em São Paulo e Francisco Ferraz e Hélgio Trindade no Rio Grande do Sul, teve as questões construídas no essencial, excetuando-se as ligadas ao background da amostra, em torno de alguns conjuntos de variáveis intervenientes como identificação partidária, percepção dos candidatos, percepção das eleições, percepção do governo e atitudes e preferências políticas. Os dados recolhidos em 418 entrevistas diligentemente conduzidas pelos alunos do Curso de Métodos e Técnicas de Pesquisa do CMS encontram-se agora em fase de processamento e irão alimentar análises que se somarão as existentes enriquecendo a interpretação sociológica dos processos eleitorais em Pernambuco.
Ao lado dos textos dedicados à interpretação dos pleitos estaduais é possível identificar na bibliografia pernambucana um segundo grupo ao qual se dará aqui a designação genérica de Estudos Institucionais incluindo a apreciação dos óbices postos a plena consecução do regime eleitoral.
É dessa ordem “Tendência Política da Cidade Cruel”, onde Palhares Moreira Reis (1965) ressalta a invariabilidade básica das preferências políticas do eleitorado recifense dissecando qualificação de “cidade cruel” epíteto lançado por Agamenon Magalhães que frequentemente retorna ao vocabulário dos períodos pós-eleitorais. Partindo de observações anteriores sugere uma modificação do zoneamento da capital mediante novo recorte das zonas eleitorais voltado para uma distribuição equitativa do eleitorado em zonas que passariam a apresentar maior homogeneidade do ponto de vista social e econômico. “Abuso do Poder Econômico no Processo Eleitoral” (1966) é uma investida do mesmo autor contra o mais negativo aspecto da realização de nosso processo político – a fraude eleitoral, “quer sobre o alistamento, quer sobre a campanha política ou ainda a realizada na eleição e na apuração”. Texto dos anos 60 onde, infelizmente encontramos sabor contemporâneo. A venda de colégios eleitorais, a montagem e financiamento de “dobradinhas” a “transformação” dos resultados, figuram entre os fenômenos mais comuns detectados notadamente na área rural, situada a origem no pauperismo da região.
E finalmente podemos ainda alinhar sob o rótulo de “Textos sobre Poder Político” uma série de trabalhos autóctones que embora não dirigidos especificamente à temática eleitoral não raro interseccionam-se com a mesma, fornecendo então subsídios valiosos para o conhecimento dos matizes do comportamento eleitoral do Estado.
Deste ângulo temos uma análise regional da mútua interação entre estrutura econômica e formas políticas contida em “Desenvolvimento Econômico e Poder Político: Algumas reflexões sobre o caso do Nordeste” de Silvio Marcelo Maranhão (1977) cujo enfoque central – a definição da dissolução das bases regionais e estaduais de poder como resultado da homogeneização capitalista empreendida pela burguesia do Centro-sul agenciando o Estado e sua política de integração do espaço nacional, serve a caracterização dos governantes estaduais oriundos de pleitos diretos ou não para estabelecer o percurso da dominação regional que vai do predomínio absoluto da oligarquia agrária até o controle direto do poder central.
E na série sobre Poder Político, três dentre os estudos de poder local devem ser enfatizados. “Coronel, Coronéis”, de Marcos Vinicius Vilaça e Roberto Cavalcanti (1965) apresentando os ontológicos perfis de Chico Romão, José Abílio, Chico Heráclio e Veremundo Soares. E não só os traços gerais da dominação coronelística como o fizeram vários autores desde o clássico de Victor Nunes Leal (1948) foram apontados, mas, e principalmente, os processos particulares de sua desintegração, valendo-se para tanto entre outros indicadores dos mapas eleitorais registrando o declínio progressivo e irreversível dos Coronéis e seus áulicos em meio a um elenco de transformações econômicas e políticas incorporadoras dos velhos feudos autárquicos.
As redefinições do coronelismo foram objeto da abordagem procedida por M. Auxiliadora Ferraz de Sá em “Dos Velhos aos Novos Coronéis” (1974). Captou a autora todo o processo de uma eleição municipal nos limites de uma comunidade sertaneja. A transição do voto de cabresto ao voto mercadoria, a sobrevivência dos velhos partidos imbricados nas antigas rixas senhoriais, tudo vinculado como fruto dialético à tessitura das relações sociais contraídas no processo produtivo. Mudança e permanência são reveladas pela autora em seus laços com a nova ordem capitalista que no esforço adaptativo age como hábil “bricoleur” lançando mão como seus significantes de velhos significados.
“Açúcar e Poder” de Sandra Maria Correia Bradley (1977) completa a trilogia com uma extensa análise histórica que remonta à colonização portuguesa para encontrar o caminho da formação e evolução de um sistema de poder municipal, fixando Vicência como espaço da pesquisa na Mata Seca Pernambucana. A evolução política do município, a postura das oligarquias, as relações entre a pequena unidade político administrativo e o Estado podem ser visualizados com maior nitidez a cada eleição quando se sedimentam os antagonismos. Ao fundo, retratada com firmeza, a estrutura fundiária que condiciona os interesses de classe como base material do poder.
REFERÊNCIAS
BRADLEY, Sandra Maria Correia. Açúcar e poder: o caso de Vicência, Pernambuco. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, Instituto de Ciências Políticas e Sociais, 1977. LAZARSFELD, Paul F.; BERELSON, Bernard; GAUDET, Hazel. The people’s choice: how the voter makes up his mind in a presidential campaign. New
York: Columbia University Press, 1944. LEAL, Victor Nunes. Coronelismo, enxada e voto: o município e o regime representativo no Brasil. 7. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. 1ª ed. 1948.
MARANHÃO, Sílvio Marcelo. Desenvolvimento econômico e poder político: algumas reflexões sobre o caso do Nordeste, 1930– 1975. Revista Pernambucana de Desenvolvimento, Recife, v. 4, n. 2, 1977.
REIS, Palhares Moreira. O abuso do poder econômico no processo eleitoral. Campina Grande: Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Paraíba, 1966. v. 1, 43 p. REIS, Palhares Moreira. Tendência política da “cidade cruel”: ( um estudo do zoneamento eleitoral do Recife). Recife: Universidade Federal de Pernambuco, Instituto de Ciências Políticas e Sociais, 1965. (Cadernos do Instituto de Ciências Políticas e Sociais, n. 6).
SÁ, Maria Auxiliadora Ferraz de. Dos velhos aos novos coronéis: um estudo das redefinições do coronelismo. 1974. 137 f. Dissertação (Mestrado em Economia e Sociologia) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 1974.
VILAÇA, Marcos Vinicius; ALBUQUERQUE, Roberto C. Coronel, coronéis. Rio de Janeiro: Edições Tempo Brasileiro, 1965.
* Cientista político
** Este artigo foi publicado originalmente no Jornal do Commercio (JC), em 2 de dezembro de 1979.
Advogado com atuação no Supremo Tribunal Federal (STF) e analista político, Melillo Dinis não se surpreenderia se a Primeira Turma resolvesse ainda na primeira semana o julgamento do “núcleo crucial”, condenando rapidamente o ex-presidente Jair Bolsonaro e os demais sete integrantes. O presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin, marcou o início do julgamento para o dia 2 de setembro, a primeira terça-feira do mês.
Melillo consolida essa expectativa pela própria rapidez de Zanin em divulgar o calendário de julgamento, apenas dois dias depois da entrega das alegações finais pelas defesas dos réus. Claro, os réus têm direito a recursos. Então, não é possível a ação terminar transitada em julgado já na primeira semana.
Mas as posições dos ministros já poderão ser todas conhecidas. E Melillo não tem dúvidas: “Serão todos condenados”, afirma. Ele, no caso, refere-se apenas ao núcleo crucial. Para os demais grupos de réus, há outras possíveis expectativas caso a caso, avalia o advogado.
O próprio Melillo é o defensor de um dos réus de outro núcleo, o chamado “núcleo da desinformação”, que divulgaria fake news sobre as urnas. Ele defende Carlos Rocha, presidente do Instituto Voto Legal (IVL), que foi contratado pelo PL para auditar as urnas.
No caso de Carlos Rocha, há uma outra perspectiva, até porque a análise técnica do IVL não constatava a possibilidade de fraude nas urnas eletrônicas. Foi o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, quem tirou conclusões que o relatório não dava para entrar com a ação que contestou o resultado das eleições presidenciais de 2022. Anote-se que é estranho que Rocha tenha sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), e Valdemar, não. No caso do “núcleo crucial”, os posicionamentos não parecem apontar muita margem de dúvida sobre a culpabilidade dos oito réus principais. Mesmo Luís Fux, que ensaia posição divergente.
Assim, Melillo não acredita que Fux venha a pedir vista do processo (mais tempo para analisar), adiando o seu final. O que parece mais provável é que ele aponte alguma divergência reduzindo, talvez, a pena imposta, que deve ultrapassar 40 anos de prisão.
Fala, então, o analista político. Para Melillo, certamente haverá reação do núcleo bolsonarista no Congresso e nas ruas. Mas, a essa altura, ele já não há mais acredita que com a capacidade de intimidar os ministros do STF e fazê-los recuar da intenção de condenar.
Também é bem possível que haja maior pressão dos Estados Unidos, de Donald Trump, sobre os ministros do Supremo. Novas inclusões até na Lei Magnitsky, que já pegou Alexandre de Moraes. Fala-se em Luiz Roberto Barroso e Gilmar Mendes como possíveis alvos.
Ainda que isso possa gerar dores de cabeça aos ministros, os posicionamentos até o momento não deverão fazê-los recuar. Só o que deverá acontecer é todo o necessário cuidado com o devido processo legal, para não atropelar procedimentos, gerando vitimizações.
A Prefeitura do Recife foi duplamente premiada no 4° Congresso Latino-Americano de Casos de Open Innovation, que ocorreu dentro do Rio Innovation Week, maior conferência global de tecnologia e inovação. A PCR venceu em duas categorias com iniciativas que reforçam o protagonismo da capital pernambucana na transformação digital: a Caderneta Digital da Criança do Recife, na categoria Infraestrutura e Cidades, e o Absens – Inovação Aberta para Redução do Absenteísmo na Saúde Pública, na categoria Saúde. As iniciativas foram apresentadas pela Empresa Municipal de Informática (Emprel) e pela Secretaria de Transformação Digital, Ciência e Tecnologia, sendo reconhecidas por seu impacto social e caráter inovador.
Para Rafael Cunha, secretário de Transformação Digital, Ciência e Tecnologia, a conquista reforça o papel do Recife como referência nacional em inovação pública. “Cada projeto é pensado para tornar a cidade mais conectada, humana e eficiente. Este reconhecimento no Rio Innovation Week comprova que estamos contribuindo para um movimento nacional de inovação pública com propósito social”, destaca.
Já Bernardo D’Almeida, presidente da Emprel, comemorou o reconhecimento, destacando que “compartilhar as soluções que estamos desenvolvendo é uma forma de incentivar o avanço da transformação digital com foco no cidadão. Acreditamos em uma tecnologia simples, acessível e transformadora, e estas premiações mostram que estamos no caminho certo”, afirmou.
O presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto (PSDB), deu um verdadeiro nó na governadora Raquel Lyra (PSD) ao articular a ida do deputado estadual Waldemar Borges (PSB) para o MDB. A mudança mostra a força política de Porto e garante, junto à ida de Diogo Moraes para o PSDB, mais força do grupo liderado pelo presidente da Alepe na CPI que a Casa instalou para apurar a milícia digital contra inimigos da governadora.
A partir de hoje, pela cidade de Carnaíba, no Sertão do Pajeú, começo mais uma jornada de lançamentos do meu livro “Os Leões do Norte”, pela editora Eu Escrevo. Na terra de Zé Dantas, a noite de autógrafos está marcada para a escola de música Maestro Israel Gomes, a partir das 19 horas, com apoio do prefeito Berg Gomes (PSB).
Amanhã, às 17h30, estarei em Itapetim, berço eterno da poesia. Por sugestão da prefeita Aline Karina (PSB), que tomou a iniciativa e está dando apoio irrestrito, o evento será na Câmara de Vereadores. De Itapetim, sigo para Brejinho, cidade vizinha, onde o prefeito Gilson Bento (Republicanos) é um entusiasta da obra, para lançamento na Câmara de Vereadores, às 19h30.
Já na quarta-feira, a noite de autógrafos ocorre em Afogados da Ingazeira, minha terra natal, no Cine São José, a partir das 19 horas, com apoio do prefeito Sandrinho Palmeira (PSB). No dia seguinte, na quinta-feira, já estarei em São José do Egito, evento que conta com o apoio do prefeito Fredson Brito e do presidente da Câmara, Romero Dantas (PSB), no plenário da Casa, a partir das 19 horas.
A maratona será encerrada na sexta-feira em Triunfo, cidade do meu coração, a mais linda do Sertão. Ali, o prefeito Luciano Bonfim (PSD) fará o evento na biblioteca municipal, a partir das 19 horas, com a presença de secretários, diretores de escolas e formadores de opinião.
“Os Leões do Norte” é resultado de uma extensa pesquisa jornalística e historiográfica, envolvendo 22 minibiografias de ex-governadores de Pernambuco, que exerceram mandatos entre 1930 e 2022. Trata-se de uma contribuição essencial para a preservação da memória política e institucional do Estado, destacando o papel de Pernambuco como berço de lideranças que marcaram a história nacional.
O livro ainda conta com design gráfico, capa e caricaturas de Samuca Andrade, além de ilustrações de Greg. “Os Leões do Norte” homenageia os líderes que ocuparam o Palácio do Campo das Princesas e também promove o debate sobre seus legados, suas contradições e o impacto de suas gestões.
A prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado, entregou, na última sexta-feira, no distrito de Logradouro, zona rural do município, uma nova Unidade Básica de Saúde (UBS), uma ambulância e o calçamento de três ruas. As entregas foram orçadas em mais de R$ 1 milhão de reais e têm como objetivo de ampliar os serviços de saúde e melhorar a infraestrutura da comunidade.
A reforma da UBS recebeu investimento de aproximadamente R$ 100 mil. Já a ambulância, modelo Fiorino zero quilômetro, reforça o atendimento de urgência e emergência no distrito. Na área de infraestrutura, foram aplicados R$ 604.443,97 na pavimentação de três vias: a Avenida João Francisco de Andrade, com 2.856,01 m² e custo de R$ 523.588,18; a Rua Projetada 4, com 350,99 m² e investimento de R$ 42.846,33; e a Avenida Ângelo Roque de Lima, com 312,58 m², no valor de R$ 38.009,46.
Ao encerrar a solenidade, Márcia Conrado ressaltou a relevância dos investimentos. “Num dia de sexta-feira, estamos entregando cerca de R$ 1 milhão em obras para o distrito de Logradouro. Um posto de saúde reformado, uma ambulância nova e ruas pavimentadas, porque quem mora na zona rural também merece ter acesso a equipamentos de qualidade”, concluiu.
Um grupo com 26 lideranças evangélicas reagiu à decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes de incluir o pastor Silas Malafaia no inquérito que apura a ação de Eduardo Bolsonaro (PL) contra autoridades brasileiras nos Estados Unidos.
A manifestação é assinada por membros do Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos do Brasil (CIMEB). Na nota, os líderes evangélicos repudiam a decisão de Moraes e fazem um apelo a ministros do STF e senadores.
Os 26 pastores, bispos e apóstolos afirmam que a inclusão de Malafaia no inquérito é “imprópria e injusta”. Eles dizem não poder “aceitar tamanha perseguição, que ultrapassa o âmbito político e atinge também a esfera religiosa”.
“O pastor Silas Malafaia é uma das maiores lideranças evangélicas do país, com reconhecimento internacional, sendo uma das principais vozes que representam o povo evangélico brasileiro. Não podemos aceitar tamanha perseguição, que ultrapassa o âmbito político e atinge também a esfera religiosa”, afirmam.
Na nota, o grupo ainda faz um “apelo” aos demais ministros do STF, senadores e deputados federais, sem especificar exatamente ao que. Segundo os líderes religiosos, o Brasil estaria “caminhando para algo perigoso e inaceitável”.
“Apelamos aos ministros do STF, bem como a senadores e deputados, pois o Brasil está caminhando para algo perigoso e inaceitável. A liberdade de expressão e a liberdade religiosa são inegociáveis no Estado Democrático de Direito, como garante a nossa Constituição”, diz a nota.
Malafaia na mira
Um dos principais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, Malafaia foi incluído como investigado em um inquérito que apura a ação de Eduardo Bolsonaro no exterior em busca de sanções contra ministros do STF e outras autoridades brasileiras.
A investigação é relatada pelo ministro do Supremo Alexandre de Moraes. O inquérito tem ainda, entre os investigados, Jair Bolsonaro e o jornalista Paulo Figueiredo, que tem atuado como braço direito de Eduardo nos EUA.
Preocupação evangélica
Como mostrou a coluna, o ministro do STF André Mendonça, classificado pelo próprio Bolsonaro como “terrivelmente evangélico”, procurou colegas da Corte e o presidente da Câmara, Hugo Motta, para falar sobre a investigação envolvendo Malafaia.
Segundo fontes do Supremo, Mendonça ligou para Motta e para Gilmar Mendes, atual decano do STF, ainda na noite da quinta-feira (14/8), horas após a inclusão de Malafaia na investigação ser noticiada pela imprensa.
Nas conversas, de acordo com relatos, André Mendonça argumentou que as liberdades de expressão e religiosa não podem ser criminalizadas. O ministro também alertou que o fato tende a jogar os evangélicos ainda mais contra o Supremo.
No caso do presidente da Câmara, o ministro do STF indicado por Bolsonaro para a Corte alertou ainda que a inclusão de Malafaia no inquérito pode fazer a bancada evangélica reagir no Congresso Nacional e elevar a pressão sobre Motta.