Um grave acidente, ocorrido ontem, na BR-316, nas proximidades do Hotel Nobile, envolveu um ônibus escolar vinculado à rede estadual de ensino, sob responsabilidade da Gerência Regional de Educação (GRE) Sertão do Araripe. O acidente resultou na morte de uma mulher e deixou vários estudantes da rede estadual de ensino em pânico, enquanto eram transportados para suas respectivas escolas.
Segundo relatos de testemunhas, o ônibus perdeu o controle devido à falta de freios adequados, o que provocou o impacto violento. O ocorrido gerou inquietação sobre as condições de segurança do transporte escolar e levantou diversas suposições sobre falhas na gestão do serviço.
Leia maisInvestigações preliminares indicam uma série de irregularidades na execução do transporte escolar estadual. Há suspeitas de que os veículos utilizados não possuam rotas georreferenciadas, o que comprometeria o monitoramento adequado dos deslocamentos e dificultaria a fiscalização do serviço prestado. Além disso, os registros de quilometragem indicam possíveis inconsistências, com distâncias percorridas que não corresponderiam às rotas realmente realizadas, o que levanta dúvidas sobre a transparência e lisura dos contratos firmados.
Outras evidências apontam para uma frota em condições inadequadas para o transporte de estudantes. Veículos sucateados, sem manutenção regular e sem certificação técnica necessária estariam sendo utilizados, o que coloca em risco a segurança dos alunos. Há também a suposição de que a empresa responsável pela operação do serviço, a MV EMPREENDIMENTOS LTDA (MV LOGÍSTICA – CNPJ 31.157.701/0001-62), não possua sede fixa, conforme constam os registros no Cadastro da Receita Federal, o que sugere ser uma empresa de fachada. Ademais, os veículos sob responsabilidade da empresa não são ônibus, mas sim carros de passeio, conforme evidenciado em fotos anexas.
Outro ponto alarmante envolve a sublocação dos veículos, sendo que o ônibus envolvido no acidente é de propriedade de uma pessoa física e sublocado para a empresa responsável. Essa situação levanta questões sobre a legalidade dos contratos e a conformidade dos veículos utilizados nas operações. A falta de fiscalização também se estende aos motoristas, pois não há garantias de que as habilitações e exames toxicológicos exigidos pela legislação estejam sendo devidamente verificados, o que comprometeria ainda mais a segurança dos estudantes transportados.
Apesar de o município de Araripina não ter vínculo direto com o serviço de transporte escolar estadual, as autoridades locais expressaram preocupação com a falta de fiscalização e gestão por parte da GRE Sertão do Araripe, que tem a responsabilidade sobre o transporte escolar estadual na região. O acidente trouxe à tona a urgência de uma revisão dos contratos e da execução do serviço, para garantir a segurança dos alunos e a legalidade das operações.
Este grave episódio serve como um alerta para a necessidade de uma investigação aprofundada e a adoção de medidas corretivas para garantir que o transporte escolar estadual atenda aos requisitos de segurança e legalidade exigidos por lei.
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