Indicadores do Brasil pioram sob Bolsonaro, que encerra governo sem marca positiva

O Brasil assistiu nos últimos quatro anos a retrocessos em áreas como educação, saúde, meio ambiente e área social, mostra a evolução de mais de 100 indicadores do país de 2019 a 2022. Sob o comando de Jair Messias Bolsonaro, o 42º presidente da história e o 8º desde o fim do regime militar (1964-85), o país registrou piora em 63 pontos, melhora em 29 e estabilidade em outros 10.

Na economia, os números coletados pela Folha mostram um equilíbrio precário: o cenário é de muitas incertezas e de alguns avanços obtidos mediante alto custo social.

Bolsonaro, 67, que governou parte do período em meio à pandemia da Covid-19, encerra formalmente sua gestão neste sábado (31) sem uma marca positiva relevante, diferentemente do que conseguiram os antecessores Fernando Henrique Cardoso (PSDB, 1995-2002), com a estabilização da moeda, e Luiz Inácio Lula da Silva (PT, 2003-2010), com a inclusão social. As informações são da Folha de S.Paulo.

Para o levantamento, a Folha coletou dados e estudos de órgãos oficiais nacionais e internacionais, além de fóruns, órgãos de classe e instituições privadas. Foram também ouvidos especialistas, além dos respectivos ministérios.

Na economia, comandada nesses quatro anos pelo ministro Paulo Guedes, o cenário é de equilíbrio nos números (piora em 23 indicadores, melhora em 22 e estabilidade em 4).

Mas parte dos bons resultados está amparada em medidas eleitoreiras tomadas pelo governo em 2022 na tentativa de viabilizar a reeleição de Bolsonaro, que desmontaram o arcabouço fiscal vigente e que podem não se sustentar a longo prazo.

Há dúvidas, por exemplo, se a desoneração que permitiu a redução de preços da gasolina e da conta de luz mediante corte na receita de estados e União será prorrogada.

Parte do revés do governo Bolsonaro também tem relação com os efeitos cumulativos da pandemia e da Guerra da Ucrânia, que trouxeram incerteza ao cenário global e fizeram a inflação disparar nos países avançados e emergentes.

Mauro Rochlin, economista e professor da FGV (Fundação Getulio Vargas), pondera que os indicadores, sem contextualização, podem ser “um pouco enganosos e até um pouco ambíguos”. Como exemplo, cita a inflação.

Se o desempenho atual mostra certa estabilidade, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) permaneceu cerca de um ano no patamar de dois dígitos, corroendo o poder de compra dos brasileiros, principalmente dos mais pobres.

Mesmo com o pacote eleitoral de 2022, o índice vai ficar pelo segundo ano consecutivo acima do teto da meta de inflação.

“Em 2022, tem esse número [IPCA] um tanto quanto artificial e graças a uma política monetária extremamente rigorosa, com uma taxa Selic nas alturas. A gente está falando de um cenário inflacionário razoável a custo de um antídoto muito amargo”, diz.

A taxa básica de juros (Selic) saiu, em março de 2021, do seu mínimo histórico (2%) para encerrar 2022 em 13,75% ao ano. O encarecimento do crédito levou ao aumento do endividamento das famílias e da inadimplência.

Com o impulso dado pela retomada do setor de serviços após restrições na pandemia e uma melhora no mercado de trabalho, o ritmo da atividade econômica veio mais forte do que o esperado nos dois últimos anos. Em 2022, o PIB (Produto Interno Bruto) deve ter alta de cerca de 3%.

Quanto ao resultado fiscal, depois de registrar piora nas contas públicas pelos gastos extraordinários do enfrentamento da pandemia, o governo espera fechar o ano com R$ 36,9 bilhões de superávit primário —o primeiro desde 2013.

Apesar do feito, boa parte do ganho veio do impulso inflacionário sobre a arrecadação e de outras receitas atípicas (como dividendos extras de estatais).

Juliana Inhasz, professora do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), considera que o governo teve avanços na área fiscal, mas a um custo social elevado. A economista ainda lembra que reformas prometidas pela atual gestão, como a tributária e a administrativa, ficaram pelo caminho. O acordo comercial entre Mercosul e União Europeia também continua travado.

“Existe um ganho no sentido de que houve uma limpeza em parte das contas públicas, o grande problema é que os cortes vieram em áreas que são consideradas prioritárias, como saúde e educação”, afirma.

Entre os pontos positivos, houve melhora no mercado de trabalho, embora a informalidade ainda permaneça alta e a renda média do trabalhador, abaixo de quatro anos atrás.

Ainda em 2019, a gestão Bolsonaro conseguiu, com a ajuda do então presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), aprovar a mais ampla reforma das regras previdenciárias da história. Foram aprovadas também a autonomia formal do Banco Central e importantes marcos regulatórios, como do saneamento básico. Ficaram para trás, no entanto, reformas como a administrativa e tributária, além da redução dos subsídios —que vão passar a marca de R$ 450 bilhões em 2023.

Na saúde, 6 indicadores pioraram, 1 ficou estável e 1 melhorou.

No período de pico da pandemia, muitas gestantes não tiveram assistência adequada, dizem especialistas. O crescimento da mortalidade materna foi de 77,38% em 2021, comparado com 2018.

“O governo não priorizou, não elaborou, não fez nenhuma referência para gestante com Covid. Elas iam para o mesmo setor que os outros pacientes. Foi um massacre”, disse Fátima Marinho, médica epidemiologista e especialista sênior da Vital Strategies.

Segundo Adriano Massuda, médico sanitarista e professor da FGV, todos os indicadores foram impactados pela pandemia e, principalmente, pela resposta insuficiente do governo.

“Ao analisar os números fica evidente uma queda brusca de procedimentos da atenção primária, apesar de se manter próximo o número de médicos e de agentes comunitários de saúde. Antigamente, teria que ter um médico de 20 a 40 horas para trabalhar na atenção básica semanalmente. Com as novas regras, foi permitida a contratação de profissionais com até 8 horas semanais, diminuindo carga horária e produção”, disse.

Outro dado que chama a atenção é o da cobertura vacinal infantil, que já estava em queda antes do governo Bolsonaro e que se agravou.

Patricia Boccolini, professora da Faculdade de Medicina de Petrópolis do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto, menciona a proliferação de fake news contra vacinas, a redução de campanhas de conscientização e a retirada da obrigatoriedade da vacina como condicionante do Bolsa Família.

“Não existe caso de poliomielite hoje, por exemplo, por causa do sucesso da cobertura vacinal do passado. A possibilidade da volta dessa e de outras doenças é real.”

Alguns dos piores resultados dos últimos quatro anos estão na área ambiental e agrária.

Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram explosão de desmatamento na Amazônia Legal e no cerrado, ao passo que no Pantanal teve a maior área queimada já registrada em um único ano (2020).

Esse cenário coincidiu com o sucateamento de órgãos de fiscalização, como o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Os autos de infração desse órgão despencaram de 4.253 em 2018 para 2.534 em 2021 e as apreensões, de quase 2.500 para menos de 500.

“Isso é retrato da erosão das instituições, das políticas públicas ambientais no Brasil, da destruição deliberada, com método”, afirma a ex-ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

A Funai (Fundação Nacional do Índio), por sua vez, sofreu redução no seu quadro de servidores fixos, que caiu em quase um terço e teve baixíssima execução orçamentária nas rubricas finalísticas. A situação se agravou ainda mais com a pandemia —em razão disso, a Justiça obrigou a contratação de centenas de pessoas de forma temporária, o que mitigou, em parte, o prejuízo.

Assim como prometeu em campanha, Bolsonaro não fez nenhuma demarcação de terras indígenas.

A reforma agrária, cuja gestão foi entregue à bancada ruralista, foi paralisada, com o engavetamento de novas desapropriações e assentamentos, estrangulamento orçamentário do Incra e o desvio do foco para entrega de títulos de propriedade provisórios a antigos assentados.

Na área social, a pobreza e a fome voltaram a subir de forma acelerada, com o país colecionando uma série de piora nos indicadores, como IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), pobreza e desigualdade de renda.

O programa habitacional para baixa renda, rebatizado de Casa Verde e Amarela, sofreu reduções expressivas de verba ano a ano e tirou de seu foco a faixa 1, voltada às famílias mais pobres.

O Auxílio Brasil (ex-Bolsa Família) voltou a ter fila de espera e até a chegada da pandemia sofreu com restrição orçamentária.

Em 2022 o programa ganhou impulso com a tentativa do governo de angariar votos para a reeleição de Bolsonaro, atingindo em dezembro o recorde de 21,6 milhões de famílias atendidas, com pagamento médio de R$ 607,14.

Na educação, ainda durante a campanha de 2018 Bolsonaro colocou o tema como palco da guerra cultural, como se uma suposta doutrinação de esquerda engendrada por professores fosse o maior desafio na área.

Ao longo dos quatro anos o MEC (Ministério da Educação) teve quatro ministros e foi sendo esvaziado de sua função coordenadora e indutora de políticas públicas, em meio a ataques a universidades, a professores, disputas entre militares e seguidores do guru bolsonarista Olavo de Carvalho e apostas em projetos ideológicos e desconectados dos reais problemas da área (como ensino domiciliar e escolas cívico-militares.

Dos 10 indicadores analisados pela Folha, 8 pioraram. A educação básica, que chegou a ser apontada como prioridade, teve os menores orçamentos da década. Os indicadores de aprendizado recuaram em todo país, sob a influência do fechamento de escolas na pandemia, período em que o ministério abriu mão de agir.

Universidades federais ficaram à míngua e ameaçaram fechar campi por falta de dinheiro. Até o Enem, principal porta de entrada para o ensino superior, foi desidratado em tamanho e importância.

De 2019 a 2022 a maioria das estatísticas criminais, como homicídios e latrocínios, apontaram decréscimo, seguindo tendência verificada antes do ingresso de Bolsonaro, com base em dados do Sinesp (Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública), plataforma ainda vista com cautela por especialistas, que apontam fragilidade na coleta de dados. Os registros de feminicídio cresceram.

A segurança pública tem como principais responsáveis os estados. No plano federal, o governo tentou implantar em cinco cidades com alta criminalidade um projeto-piloto sob a coordenação do então ministro da Justiça Sergio Moro, mas o Em Frente Brasil acabou em fracasso.

Bolsonaro adotou como principal medida nessa área a flexibilização para posse e porte de armas e munições, medida apontada pela maioria dos especialistas como indutora da violência.

Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ressaltou que crimes violentos estão caindo em vários países do mundo e não possuem relação com o atual governo. Ele ressalta que há vários fatores que explicam a queda, como o envelhecimento da população, redução de conflito entre facções e o avanço de políticas públicas locais.

“A gestão foi focada em dois eixos: alimentar a insegurança da população para a liberação de armas. E do outro lado, apostou em mostrar a produtividade da Polícia Rodoviária Federal na apreensão de drogas, número pequeno em relação ao que circula no país”, avaliou.

MINISTÉRIOS DIZEM TER HAVIDO AVANÇOS MESMO EM MEIO À PANDEMIA

O Palácio do Planalto não se manifestou. Ministérios ressaltaram, em linhas gerais, algumas das ações da atual gestão, ressaltando que parte do período se deu em meio à pandemia da Covid-19.

A assessoria do Ministério da Economia enviou comentários da área técnica sobre alguns dos indicadores listados.

Ressaltou a estabilidade do endividamento público mesmo com a pandemia, o crescimento do PIB e a redução do desemprego, afirmando que todos esses indicadores evoluíram positivamente mesmo com a pandemia da Covid e em desempenho superior aos países do G-20.

Cidadania também destacou a ação do governo durante a pandemia, em especial o pagamento do auxílio emergencial.

“O esforço da pasta foi reconhecido por organismos internacionais. Segundo o FMI, em relatório divulgado em dezembro de 2021, até 23 milhões de cidadãos deixaram de entrar na extrema pobreza no auge da pandemia e que, sem o Auxílio Emergencial, o percentual teria aumentado de 6,7% para 14,6%.”

O Ministério do Trabalho e Previdência afirmou que a reforma de 2019 deixou como legado a sustentabilidade do sistema a médio e longo prazos e que os resultados do rombo das contas do INSS refletem “inúmeros fatores, sendo que muitos deles estão fora do controle da gestão, a exemplo do envelhecimento populacional e dos reflexos da pandemia de Covid-19”.

“A redução da fila em 2022 é o resultado de grande esforço institucional do Ministério do Trabalho e Previdência em conjunto com o INSS”, disse ainda a pasta.

Sobre os indicadores de emprego, afirmou que “o sucesso das políticas de auxílio emergencial para manutenção do emprego permitiu uma rápida recuperação da taxa de desemprego desde o final de 2021”.

O Ministério da Saúde disse que para reforçar o cuidado e a assistência à criança e gestantes no SUS criou a Rede de Atenção Materna e Infantil em 2022. Já para ampliar a assistência médica nos serviços da Atenção Primária, lançou o programa Médicos pelo Brasil.

Em relação às coberturas vacinais, a pasta disse que acompanha com atenção os índices e segue priorizando a vacinação.

O Incra disse que seu orçamento discricionário decresce desde 2010, “acompanhando a disponibilidade orçamentária e o ajuste fiscal nas contas do governo”.

“É importante salientar que a reforma agrária não deve ser pautada e avaliada somente pela obtenção de terras para criação de assentamentos e pela homologação de novos beneficiários”, diz o órgão, acrescentando que a execução da política inclui a supervisão dos assentamentos, a regularização das famílias, a concessão de crédito e a titulação.

O Desenvolvimento Regional disse ter entregue entre 2019 e 2022 aproximadamente 1,6 milhão de moradias por meio do Casa Verde e Amarela.

“Em 2019, foi feita uma revisão da política de habitação de interesse social. A conclusão foi que o modelo vigente estava estagnado (Minha Casa, Minha Vida) e focado em uma única solução: produção habitacional. (…) No início de 2019, existiam aproximadamente 190 mil unidades do antigo Faixa 1 paralisadas. Medidas administrativas e legislativas foram tomadas e possibilitaram a retomada de mais de 140 mil unidades.”

A pasta de infraestrutura disse ter pavimentado, duplicado ou restaurado 6,2 mil km de rodovias federais. “Houve significativo avanço na cobertura contratual, chegando a mais de 96% da malha sob supervisão estatal”, disse a pasta, ressaltando ainda ter executado sempre quase 100% do orçamento de 2019 a 2021.

“O governo federal investe ainda na parceria com a iniciativa privada, que garante maciços investimentos em infraestrutura de transportes. Desde 2019, foram concedidos 100 ativos, entre rodovias, portos, ferrovias e aeroportos, somando quase R$ 117 bilhões em investimentos privados contratados.”

O Ministério da Justiça disse ter repassado R$ 3,2 bilhões para os estados e o Distrito Federal nos últimos quatro anos. Disse ainda que coordena diversas operações de âmbito nacional ou regional para proteger a população vulnerável e a sociedade contra os crimes violentos.

Os demais ministérios consultados não se manifestaram.

Veja outras postagens

A pré-candidata do Partido Liberal, Izabel Urquiza, convocou hoje os olindenses filiados ao PL a participarem da convenção no dia 1º de agosto, que homologará seu nome para disputar a prefeitura de Olinda. O evento será realizado no Clube Atlântico, a partir das 19h, e contará com a presença de todas as lideranças do partido.

O Ministério do Esporte fez uma postagem racista nesta sexta-feira (26) ao citar o barco da delegação do Brasil na abertura das Olimpíadas de Paris.

A conta oficial do ministério na rede social X postou a imagem de um chimpanzé dirigindo um barco com a mensagem: “Todo mundo aguardando o nosso barco”, com a bandeira do Brasil fechando a frase. As informações são do G1.

O conteúdo foi retirado do ar logo depois, mas ficou publicado tempo suficiente para que prints circulassem pela web. Com a repercussão negativa, o ministério divulgou uma nota para lamentar a postagem e admitiu que foi racista

“O Ministério do Esporte reconhece e lamenta profundamente o erro cometido ao publicar uma imagem inadequada em nossas redes sociais na data de hoje, antes da cerimônia de abertura das Olimpíadas. A publicação foi imediatamente retirada do ar, devido à sua conotação insensível e ofensiva”, disse a pasta.

O ministério afirmou ainda que a imagem é incompatível com os valores que defende. “Entendemos que a imagem carrega conotações racistas históricas e perpetua estereótipos prejudiciais. O Ministério do Esporte reconhece que essa publicação foi um erro grave e incompatível com os valores que defendemos. Lamentamos profundamente por qualquer ofensa causada e estamos empenhados em garantir que algo semelhante não ocorra novamente”, continuou a nota oficial.

O texto não informa, porém, se o responsável pela postagem foi demitido.

Confira a nota na íntegra

O Ministério do Esporte reconhece e lamenta profundamente o erro cometido ao publicar uma imagem inadequada em nossas redes sociais na data de hoje, antes da cerimônia de abertura das Olimpíadas. A publicação foi imediatamente retirada do ar, devido à sua conotação insensível e ofensiva.

Entendemos que a imagem carrega conotações racistas históricas e perpetua estereótipos prejudiciais. O Ministério do Esporte reconhece que essa publicação foi um erro grave e incompatível com os valores que defendemos. Lamentamos profundamente por qualquer ofensa causada e estamos empenhados em garantir que algo semelhante não ocorra novamente.

Reafirmamos nosso compromisso inabalável no combate ao racismo e a qualquer forma de preconceito. O Ministério está implementando medidas rigorosas para garantir que nossa comunicação institucional seja sempre guiada por princípios de respeito, inclusão e diversidade. Estamos revisando nossos processos internos e oferecendo treinamento contínuo a nossa equipe para garantir que todas as nossas comunicações futuras reflitam nosso compromisso com a justiça social e a igualdade.

Em Arcoverde, o pré-candidato do Podemos à Prefeitura, Zeca Cavalcanti, recebeu, há pouco, mais uma adesão de um vereador ligado ao prefeito Wellington Maciel (MDB), que desistiu da reeleição: Everaldo Lira, do PP. Ontem, o vereador Luciano Pacheco, eleito pelo MDB e principal aliado de Wellington, fez uma grande festa de adesão a Zeca. O que se diz em Arcoverde é que a próxima adesão será a do próprio Wellington.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou nesta sexta-feira (26), ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma denúncia contra o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) por injúria contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A denúncia ocorreu porque, no ano passado, Nikolas chamou Lula de “ladrão que deveria estar na prisão”.

A investigação foi aberta a partir de uma representação feita pelo próprio Lula ao Ministério da Justiça. A Polícia Federal (PF) solicitou ao STF, então, a abertura de um inquérito, o que foi autorizado pelo ministro Luiz Fux, relator do caso. As investigações são do O GLOBO.

Em junho, a PF concluiu a investigação e apontou que Nikolas cometeu injúria contra Lula, mas deixou de indiciar o deputado por se tratar de um “crime de menor potencial ofensivo”.

A declaração de Nikolas ocorreu em novembro do ano passado, durante evento realizado na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), mas sem relação com a entidade. Na fala, ele mencionou um suposto apoio a Lula da ativista ambiental Greta Thunberg e do ator Leonardo Di Caprio.

“Isso se encaixa perfeitamente com Greta e Leonardo Di Caprio, por exemplo, que apoiaram o nosso presidente socialista, chamado Lula, um ladrão que deveria estar na prisão”, disse.

Para o vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateaubriand Filho, a declaração não deve ser protegida pela imunidade parlamentar, porque não tinha relação com o mandato.

“Não havia, no contexto da referência depreciativa feita pelo denunciado ao presidente da República, nenhuma possível correlação com o exercício do mandato parlamentar. O que se evidenciou foi a clara intenção de macular a honra da vítima”, escreveu Chateaubriand Filho.

Proposta de acordo

Ao oferecer a denúncia, a PGR solicitou que seja designada uma audiência para negociação de um acordo de transação penal, quando o acusado aceita cumprir certas medidas, em troca do arquivamento do processo. Caso não haja acordo, a denúncia tramita normalmente.

O crime de injúria prevê pena de um a seis meses de detenção (quando não há regime fechado) ou multa. A PGR, no entanto, solicitou que sejam aplicados três agravantes de pena, pelo crime ter sido cometido contra o presidente da República, contra pessoa maior de 60 anos e por ter sido divulgado em redes sociais.

Deputado alegou ‘livre manifestação’

Em depoimento, em maio, Nikolas afirmou que estava “exercendo a livre manifestação do seu mandato” e que “a intenção não foi ofender, apenas se manifestar dentro dos direitos garantidos por sua imunidade parlamentar.

O parlamentar ainda acrescentou não se arrepender das palavras proferidas e que defende sua imunidade parlamentar. Também pontuou que “não pode se arrepender de um direito baseado na Constituição”.

Se o leitor não conseguiu acompanhar a entrevista do cantor e compositor Silvio Brito ao quadro “Sextou”, do programa Frente a Frente, ancorado por este blogueiro e exibido pela Rede Nordeste de Rádio, não se preocupe. Clique aqui e confira. Está incrível!

O Governo de Pernambuco divulgou edital para requalificação da PE-060, principal via de acesso ao Litoral Sul do Estado. O processo licitatório para contratação de empresa para execução das obras de requalificação da rodovia foi publicado no Diário Oficial desta sexta-feira (26). Com investimento de quase R$ 75 milhões em recursos estaduais, a iniciativa irá beneficiar mais de 400 mil pessoas que moram nos municípios que serão contemplados pela requalificação da estrada.

“A recuperação da malha rodoviária de Pernambuco é um compromisso da nossa gestão. Em 18 meses de Governo, alcançamos a marca de 800 quilômetros de estradas requalificadas. Temos obras em todas as partes do Estado, do Litoral ao Sertão. Para isso, já investimos R$ 1,5 bilhão, garantindo o escoamento da produção e a melhoria na trafegabilidade“, afirmou a governadora Raquel Lyra.

Os serviços serão realizados no trecho de 85 quilômetros, com início na entrada da BR-101, no município de Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, seguindo até a divisa com Alagoas. A obra contempla os serviços de drenagem, para evitar pontos de alagamento na via, além de pavimentação, sinalização horizontal, vertical e turística.

A restauração da PE-060 é importante para o desenvolvimento econômico de Pernambuco, pois ela também se conecta com o Porto de Suape e faz parte da rota turística das praias mais procuradas do Litoral Sul. “A recuperação dessa importante rodovia estadual vai proporcionar uma melhor trafegabilidade aos moradores de todos os municípios que margeiam a via, assim como os turistas de várias partes do Brasil e do exterior que chegam para conhecer as belezas naturais do nosso Estado”, disse o secretário de Mobilidade e Infraestrutura, Diogo Bezerra.

Com um histórico crônico de inundações, em virtude de ocupações e aterros irregulares realizados há décadas, as regiões das bacias do Baixo Rio Jaboatão e da Lagoa Olho d’Água vão receber um aporte de peso, que dará melhor qualidade de vida aos moradores dessas áreas. Projetos de R$ 73,3 milhões para requalificação de canais, inseridos no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) pela Prefeitura do Jaboatão, foram selecionados pelo Governo Federal. 

O anúncio foi feito em Brasília, na manhã desta sexta-feira (26), em evento que contou com a presença de várias autoridades, inclusive da governadora Raquel Lyra e do prefeito Mano Medeiros.

Serão beneficiados os canais Muriçoca, Integração Muribeca, Curado I, Riacho da Prata, Mariana e Três Carneiros, todos afluentes do Rio Jaboatão. Do valor total, R$ 69,8 milhões serão do Governo Federal e 3,5 milhões, contrapartida do município. “A Prefeitura do Jaboatão já vem enfrentando esse problema, com execução de obras de manutenção dos cursos d’água e adequação da estrutura de macrodrenagem dessas regiões, com recursos municipais, emendas parlamentares e, também, da iniciativa privada. Já tivemos resultados significativos, nas últimas chuvas. Mas a requalificação desses (e outros) canais é fundamental para vencermos esse desafio, por isso estávamos na torcida pela aprovação dos projetos”, declara o secretário-executivo de Saneamento e Elaboração de Projetos, Alex da Silva Ramos.

Além de vir buscando viabilizar essas obras via PAC, a gestão Mano Medeiros também tem se articulado com o Governo do Estado, para a retomada de um outro projeto indispensável, para reter inundações no Rio Jaboatão (que tem 48 afluentes): a barragem do Engenho Pereira, paralisada em 2014. Sem ela, mesmo não havendo chuva em Jaboatão, Muribeca acaba sofrendo alagamentos quando chove em Vitória de Santo Antão e Moreno, pois a água vai descendo pelo Rio Jaboatão e transborda. 

O prefeito Mano Medeiros já teve reuniões sobre o tema com o Estado e a própria governadora Raquel Lyra sinalizou que a retomada da obra da barragem é uma das prioridades da gestão.

Nesta semana, o prefeito de Belo Jardim, Gilvandro Estrela, assinou uma nova ordem de serviço para calçamento e saneamento de oito ruas do bairro Maria Cristina. O gestor aponta que esta ordem de serviço atende a um pedido antigo dos moradores, que há anos clamavam por melhorias. 

No mesmo dia da assinatura, as obras começaram imediatamente na Rua Filomena de Souza Galvão. Além do calçamento, as demais ruas também serão beneficiadas com saneamento, atendendo a uma necessidade urgente dos moradores.

Essa ação faz parte do projeto “Minha Rua Vai Ficar Top”, que já beneficiou vários bairros e centenas de ruas em Belo Jardim. Segundo o prefeito, até dezembro de 2024, a gestão planeja ampliar ainda mais esses benefícios, alcançando novas localidades e melhorando a qualidade de vida dos moradores.

“Estamos trabalhando incansavelmente para construir, de fato, uma nova história para Belo Jardim. Investir em infraestrutura é fundamental para proporcionar mais dignidade e qualidade de vida aos belo-jardinenses. Sabemos que essas obras são aguardadas há muito tempo e estamos empenhados em atender essas demandas. A cidade inteira está sendo beneficiada por essa transformação”, pontuou.

O Sextou de logo mais, programa musical que ancoro pela Rede Nordeste de Rádios, no mesmo horário do programa Frente a Frente, trará uma super entrevista com o cantor e compositor Silvio Brito. 

Silvio fez muito sucesso na época da Jovem Guarda com as canções “Tá todo mundo louco” e “Espelho mágico”. Além de cantar, atualmente ele apresenta um programa de TV aos sábados, na Rede Vida, a partir das 21h30. Na companhia de sua esposa, filhas e do maestro e pianista Maurílio Kobel, recebe grandes artistas brasileiros. É um artista eclético e múltiplo, tendo começado no rock.

O Sextou vai ao ar em instantes, das 18 às 19 horas, pela Rede Nordeste de Rádio, formada por mais de 40 emissoras em Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Bahia, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 96,7 FM, no Recife. Se você deseja ouvir pela internet, clique no link do Frente a Frente em destaque acima ou baixe o aplicativo da Rede Nordeste de Rádio na play store.

Por conta da situação decadente das estradas no trecho que liga a cidade de Tabira, no Sertão pernambucano, até a divisa com a cidade de Água Branca, na Paraíba – e Tabira até o município de Afogados da Ingazeira, o advogado José Cláudio Soares entrou com uma representação contra o Governo de Pernambuco no Ministério Público.

Na representação, o advogado alega que as vias públicas têm causado graves transtornos aos moradores e viajantes que utilizam essas rotas diariamente. “Os buracos e a deterioração das estradas representam riscos significativos à segurança dos usuários e têm causado roubos, danos materiais aos veículos, além de contribuir para um aumento no custo de manutenção dos mesmos”, destacou Soares.

Ele aponta ainda que a falta de manutenção e reparos adequados nessas estradas tem impacto direto na qualidade de vida dos cidadãos e compromete a mobilidade e o desenvolvimento econômico da região. “Diante do exposto, solicito que sejam tomadas as medidas necessárias para que as autoridades competentes providenciem a recuperação e manutenção adequada dessas vias”, pontuou.

O Governo de Pernambuco decretou luto oficial de três dias pela morte do artista pernambucano J. Borges. Pintor, poeta, cordelista e xilogravurista, Borges levou a cultura pernambucana ao mundo, sendo reconhecido internacionalmente ao receber a comenda da Ordem do Mérito Cultural, entregue pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O luto foi oficializado nesta sexta-feira (26), em edição extra do Diário Oficial.

“J. Borges foi um herói que levou Bezerros, o Agreste e Pernambuco para o mundo. Vai deixar uma saudade imensa, mas a sua grandiosidade permanecerá aqui pelas mãos de seus filhos, discípulos e centenas de xilogravuras que representam tão bem a nossa cultura. Meus pêsames aos familiares e amigos”, declarou a governadora Raquel Lyra.

George Braga, presidente do PCdoB em Recife, saiu em defesa da  escolha do empresário Celso Muniz Filho, do PCdoB, como vice na chapa da pré-campanha de Vinícius Castello (PT) à Prefeitura de Olinda. A indicação causou polêmica por conta do apoio do empresário ao ex-presidente Jair Bolsonaro em 2018. O dirigente, no entanto, pondera que a escolha deve ser analisada além do contexto da polarização política do passado.

“É preciso considerar a circunstância da polarização política que vivemos no passado e colocá-la no contexto daquela época. Se a gente colocar um ‘carimbo’ dizendo que, naquele momento, fizeram a opção por reforçar aquele projeto, estaremos apenas mantendo o país dividido para sempre”, declarou o presidente do PCdoB em Recife.

Ele também reforçou o apoio do partido à pré-candidatura de Vinícius. O PCdoB faz parte de uma federação com o PT e PV. “Estamos totalmente empenhados na candidatura de Vinícius, que é um jovem que tenho certeza de que, se for eleito prefeito, pode fazer um excelente trabalho e realizar grandes coisas por Olinda”, completou.

Do Blog da Folha