Carro de alto luxo perde valor
Recentemente, a equipe de Estatísticas da Mobiauto fez um levantamento para apurar a variação de preços dos carros seminovos mais procurados na plataforma – modelos como Onix, Strada, HB20, Gol etc. Best sellers no mercado de novos e usados, esses modelos registraram uma variação negativa de 5,39% entre fevereiro de 2022 e fevereiro de 2023. Depois de um período incomum de alta nos preços desses veículos seminovos durante a pandemia, percebeu-se uma reversão dessa escalada das cotações, com o início de um processo lento de depreciação na grande maioria dos casos.
Mas e o que estaria ocorrendo na outra ponta do mercado de seminovos e usados, com os veículos de altíssimo luxo? A empresa repetiu a pesquisa e utilizou sua base de dados igualmente nos meses de fevereiro deste ano e de 2022, justamente para ter uma baliza concreta de comparação. E a surpresa: o clube dos R$ 300 mil (ou mais) não se saiu mal: a desvalorização desses modelos no último ano foi de 8,49% em média.
Leia maisSe você considerar que, historicamente, esses importados sempre tiveram depreciações mais acentuadas, a perda de três pontos percentuais, na média, frente aos modelos mais badalados do mercado de usados não é nada ruim. “Ao contrário. Nós víamos modelos que perdiam mais de 20% de um ano para o outro, o que, dependendo do valor do carro, subtraíram R$ 70 mil ou R$ 80 mil em somente 12 meses do bolso do proprietário”, explica Sant Clair Castro Jr. consultor automotivo e CEO da Mobiauto. “Ainda há alguns poucos carros com desvalorizações expressivas, mas, na média, eles se comportaram bem nesse último ano”.
Um dos três maiores marketplaces de carros usados do país, a Mobiauto apurou as cotações de 43 veículos, entre os anos-modelos 2014 e 2022. Nem todos os carros ingressaram com cotações – só aqueles que tiverem volumes expressivos de anúncios, como os BMW 330, Série 4, X3, X4, X5 e X6; os Chevrolet Camaro e TrailBlazer; o Ford Mustang; o Jaguar E-Pace; o Jeep Commander; a RAM 2500; a Toyota SW4 e a Hilux cabine dupla etc.
Apesar de a média revelar um patamar bem aceitável, alguns modelos merecem destaque, face ao fato de terem conseguido a proeza de se valorizarem no último ano. Foram só três, mas são dignos de nota. Abaixo, você confere a lista dos cinco veículos mais bem ranqueados na pesquisa Mobiauto.
Sant Clair faz outra observação. “Fica claro que os modelos mais usados, e o BMW X5 2021 é a exceção que confirma a regra, perderam bem menos. É preciso lembrar que muitos carros novos faltavam à pronta-entrega durante a pandemia, elevando as cotações dos seminovos. Só que isso hoje não ocorre mais. Resultado: o seminovo caiu de preço”, explica. Outro dado curioso consiste na média de depreciação de cada marca. Bem menos “científico” do que a pesquisa de variação de preços dos modelos, conforme apresentamos acima, esse ranking de marcas inclui só os modelos mais anunciados e procurados de cada montadora. Não é um ranking absoluto, portanto. Mas dá algumas pistas de quem é quem no segmento de alto luxo.
L200 e Eclipse Cross – A Mitsubishi Motors pôs no mercado séries especiais da L200 Triton Sport Savana e do Eclipse Cross Sport. A picape dessa linha foi apresentada pela primeira vez em 2004 e traz uma série de acessórios como snorkel, bagageiro com rampa, rock sliders nas laterais e caçamba com acabamento anti-riscos e caixa multifunções (para transporte de cargas menores). O apelo 4×4 do modelo também é reforçado pelas imponentes rodas em aço de aro 17 com pneus GoodYear Duratrack 265/60/27. Já a série limitada do Eclipse Cross Sport tem ‘apelo esportivo’, mas não há data para o início das vendas.
Preço do diesel caiu 3,6% em março – Segundo o último Índice de Preços Ticket Log (IPTL), após a redução de 4,48% no valor do diesel no repasse às refinarias, anunciado em 23 de março, em poucos dias as bombas de abastecimento do país já apresentavam recuo de 0,85% no preço médio nacional do tipo comum e de 1,31% no valor do tipo S-10.
“Isso ocorreu na maioria das regiões brasileiras, com destaque para o Nordeste, onde, em quatro dias, o tipo comum já registrava redução de 1,02% no preço do tipo comum; e no Norte, onde o tipo S-10 já apresentava redução de 2,94%”, afirma Douglas Pina, diretor-geral de Mobilidade da Edenred Brasil.
Todas as regiões registraram redução no preço do diesel, com destaque para o Sul, onde o tipo comum recuou 4,56% e fechou a R$ 5,78 e o tipo S-10 ficou 4,78% mais barato que em fevereiro e fechou março a R$ 5,84. Essas também foram as médias mais baratas entre as regiões. Já as mais caras novamente foram encontradas no Norte, a R$ 6,86 o comum e R$ 6,98 o S-10.
Apenas o Amazonas registrou aumento no preço dos dois tipos de diesel, com o comum 2,83% mais caro e comercializado a R$ 6,68; e o S-10, com aumento de 0,91% fechou a R$ 6,68. Sergipe foi destaque entre os recuos mais expressivos, com redução de 7,51% para o tipo comum e de 7,55% para o S-10. As médias mais baixas foram identificadas nas bombas de abastecimento do Paraná, que comercializam o comum a R$ 5,69 e o S-10 a R$ 5,76. Roraima liderou o ranking do preço médio mais caro, com o comum a R$ 7,70 e o S-10 a R$ 7,81.
VW e os 20 anos do total flex – Etanol ou gasolina? Tanto faz. A tecnologia que deu ao consumidor brasileiro liberdade de escolha e a possibilidade de optar pelo combustível mais econômico comemora 20 anos. E a Volkswagen relembra o marco da tecnologia Total Flex, inteiramente desenvolvida no Brasil e apontada internacionalmente como exemplo de contribuição da indústria automobilística à sustentabilidade e à preservação ambiental. Foi em março de 2003 que a marca alemã mostrou ao público o Gol Power 1.6 Total Flex, primeiro modelo no país capaz de rodar com gasolina, etanol ou a mistura dos dois combustíveis em qualquer proporção.
Vêm aí mais modelos Midnight, RS e Z71 – A Chevrolet vai expandir seu portfólio especial, garantindo uma identidade bem determinada para fãs da marca. E as três versões especiais de maior sucesso da marca vão chegar a mais modelos até o fim deste ano. Dessas novidades, apenas uma já foi oficialmente revelada: a nova S10 Midnight, que é uma das versões de maior sucesso da picape e retornará ao mercado com evoluções tecnológicas e de design. Todos os detalhes serão apresentados no momento da chegada do produto à rede de concessionárias Chevrolet, ainda em abril. Os modelos Midnight se diferenciam pelos acabamentos e pela carroceria também em tons escurecidos. Já os carros da linha RS trazem elementos exclusivos que deixam o visual do veículo mais arrojado e esportivo. Atualmente está disponível para Onix, Cruze e Equinox. Enquanto a versão Z71 é cultuada globalmente principalmente por agregar um conjunto mais aventureiro a utilitários 4×4. Sua estreia no Brasil aconteceu em 2021, na picape S10.
Recall para o Accord e o CR-V – A Honda Automóveis está convocando os donos dos modelos Accord e CR-V a comparecerem a uma das concessionárias para substituir as travas do cinto de segurança do motorista e/ou passageiro. Algumas unidades podem apresentar falha no travamento do cinto de segurança dianteiro. Com o veículo em movimento, o cinto pode se soltar sem que seja acionado seu botão de liberação, colocando em risco a segurança dos ocupantes do veículo e/ou a terceiros. Os reparos serão gratuitos e terão início nesta terça (11. Mais informações, 0800-701-3432.
Novo C3 bate as 15 mil unidades – O hatch da Citroën ganhou vários prêmios no ano passado e acaba de bater a marca de 15 mil unidades vendidas desde o seu lançamento.
Em março, acompanhando o mercado, a marca Citroën apresentou crescimento de 53% e volume total de 2.835 carros emplacados. Lançado em agosto do ano passado e primeiro de uma família de três modelos pensados a região e produzidos na América do Sul, o Novo Citroën C3 tem o maior porta-malas do segmento, além de duas opções de motores consagradas no país: o 1.6 16V da família EC5 com até 120 cavalos e 15,7 kgfm e o 1.0 Firefly de até 75 cv e 10,7 kgfm.
Perigos dos caminhões de caçamba – Os caminhões basculantes – conhecidos pela caçamba móvel – devem se adequar imediatamente à Resolução 859/21 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que exige a instalação de dispositivo de segurança sonoro e visual. O objetivo é emitir um sinal de alerta todas as vezes que a caçamba for acionada, na tentativa de evitar acidentes. A Federação Nacional da Inspeção Veicular (Fenive) destaca que essa é uma demanda antiga para aumentar a segurança no trânsito no Brasil, porém até agora faltava uma ação concreta das autoridades para coibir a circulação dos caminhões que não estiverem adequados. De acordo com a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), a fiscalização será responsabilidade dos agentes de trânsito. A Resolução 859/21 prevê que, em 2023, os caminhões com placas com final ímpar só poderão efetuar o licenciamento se estiverem com os equipamentos instalados e em funcionamento. A partir de 2024 a regra vale para os demais, com placas pares.
O diretor-executivo da Fenive, Daniel Bassoli, explica que o debate em torno da exigência de dispositivos sonoros ocorre há vários anos no Brasil. “Nos últimos anos foram registrados inúmeros acidentes envolvendo caminhões basculantes. O grande problema é que a estatística de trânsito no Brasil é feita de forma genérica, sem especificar o tipo do acidente, o que inviabiliza a identificação dos principais problemas para que sejam estabelecidas as políticas públicas”, comenta.
Em 2018, a Fenive divulgou um levantamento que mostrou que 58% dos caminhões basculantes inspecionados foram reprovados. Ao todo, ao longo de 12 meses, 3,4 mil caminhões basculantes foram analisados. Destes, 8% foram reprovados em decorrência de defeitos ou ausência no dispositivo de segurança. Também foram identificados problemas no sistema de freios, faróis, suspensão e outros itens que prejudicam a segurança veicular.
São vários acidentes recentes no Brasil, inclusive com vítimas. No dia 10 de março, no município de Barra Mansa (RJ), duas pessoas ficaram presas dentro de um caminhão basculante depois de atingir a rede elétrica da cidade. A caçamba do veículo foi acionada de forma involuntária e acabou arrancando parte da fiação local. Devido ao risco de uma descarga elétrica, o motorista e seu ajudante só puderam sair da cabine do veículo depois que a empresa de energia desativou a rede.
Em 16 de fevereiro, ao circular com a caçamba erguida, um caminhão derrubou um poste com transformador na entrada do bairro Nair Maria, em Salto (SP). Com a queda do poste, bem na entrada do bairro, um veículo foi atingido e a fiação exposta exigiu a paralisação do trânsito.
Como ligar o carro depois de uma enchente? – Os conjuntos do carro possuem vedação e proteção contra água devido às chuvas, mas a situação crítica originada por uma enchente pode trazer sérios problemas ao veículo. Quanto maior for a exposição à água e o tempo de contaminação, piores serão as complicações para o automóvel. Por isso, a Motul, multinacional especializada em lubrificantes, enfatiza que o motorista deve buscar locais altos e seguros para o veículo durante uma enchente, a fim de conseguir um abrigo para si próprio e evitar que os sistemas do carro sejam contaminados. Após o incidente, o automóvel tem que ser levado o quanto antes a uma oficina mecânica de confiança para que as devidas verificações e troca de fluidos sejam realizadas. “Mesmo que, visualmente, o carro não aparente ter sofrido avaria, o motorista não deve jamais tentar ligar o veículo”, ressalta Caio Freitas, engenheiro de Aplicação da Motul Brasil. “Ocorrências como essa costumam contaminar, inclusive, fluidos e lubrificantes, o que, durante a tentativa de funcionamento ou circulação por certo período com água no sistema, pode acarretar em danos maiores.
Medidas necessárias – Em caso de enchentes, o veículo precisa, se possível, ser rebocado até uma oficina de confiança para execução dos procedimentos adequados e verificação detalhada do filtro de ar, cabos e velas. O carro deve ser ligado somente depois de todas as averiguações feitas pelo mecânico. “O descumprimento desta recomendação pode causar danos ao veículo, uma vez que há a possibilidade da água invadir alguns reservatórios e componentes, provocando falhas aos itens não verificados”, explica Freitas. Um veículo que enfrentou uma enchente intensa pode apresentar, principalmente, oxidação e corrosão das peças, e contaminação dos fluidos, lubrificantes, partes estofadas e assoalho, além de danos mecânicos e eletroeletrônicos nos sistemas de injeção, multimídia, controle de estabilidade e ABS.
Troca do óleo do motor – A contaminação dos fluidos com água gera perda significativa de propriedades e performance em cada sistema, contribuindo para o mau funcionamento das peças. É fundamental, portanto, fazer a troca completa não só do óleo do motor, como de todos os fluidos, desde o lubrificante de motor, passando pela transmissão, até os fluídos de freio e de arrefecimento. Também é necessário substituir os filtros de ar, óleo e de combustível. “A inexistência da mudança dos fluidos pode, em determinados casos, aumentar os danos mecânicos do veículo, ocasionar calço hidráulico em alguns sistemas e até oferecer risco de segurança aos passageiros”, alerta Freitas.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.
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