Venda de usados em Pernambuco cai 10,7%
A Fenauto, a federação que reúne os vendedores de veículos seminovos e usados do país, registrou uma queda no comércio de carros seminovos e usados de 12% no ano passado, ante ao mesmo período de 2021. Os dados incluem automóveis, motos, caminhões e ônibus. Em Pernambuco, a queda foi um pouquinho menor, 10,7%. Aliás, todos os estados nordestinos registraram queda. As vendas em Sergipe desabaram 16,1%; na Bahia, 14,5%. Ainda em Pernambuco, uma preocupação: o setor de veículos pesados (o que denota uma estabilidade ou elevação na produção comercial, industrial e da construção civil) teve um péssimo desempenho, registrando queda de 18,6%.

O comércio de motos no estado, principalmente as populares usadas para entregas ou transporte ao trabalho, ficou estável para baixo (-1,9%). Em relação aos índices nacionais, o presidente da Fenauto, Enilson Sales, considera o resultado bom. “A economia sofreu com a guerra na Ucrânia, o aumento dos juros, maior restrição ao crédito e ao cenário político nas eleições presidenciais”, comentou. “Agora, com as primeiras ações do novo governo, em 2023, esperamos que a economia volte a se equilibrar”.

E as de eletrificados, como vão? – Por falar nisso, as vendas de carros eletrificados no Brasil (híbridos, híbridos plug-in e elétricos) bateram novo recorde em 2022, com 49.245 emplacamentos – ou 41% na comparação com 2021, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Com isso, a quantidade de eletrificados nas ruas já passa das 125 mil unidades. Os 10% elétricos já tem 17% de participação, com 8.460 unidades; os híbridos, têm 62% de participação (30.439) e híbridos plug-in chegam a 21% de participação.
Carros novos: os feras de 2022 – A picape pequena Fiat Strada foi mesmo o xodó dos brasileiros no ano passado e foi para as garagens de 112.456 consumidores. O Hyundai HB20 (com 96.255) ficou em segundo lugar no ranking dos mais vendidos. O Chevrolet Onix fechou o ano em terceiro (85.252), mas vale reforçar que o Onix Plus, sedã, chegou às 75.243 unidades vendidas. Em seguida, ficaram o Fiat Mobi (72.756), o finado VW Gol (72.606). Entre os SUVs compactos e médios, se destacaram o Chevrolet Tracker (70.672), Volkswagen T-Cross (65.191), Jeep Compass (63.467) e Hyundai Creta (62.572). Por fim, o Jeep Renegade (51.318) e o Fiat Pulse (50.483). Entre as marcas, a Fiat manteve a liderança do segmento de carros e comerciais leves, com 21,97% do mercado. Logo atrás, vem a GM, com 14,89%.
Confira o ranking das 10 marcas, em volumes:
1º Fiat – 429.014
2º Chevrolet – 291.037
3º Volkswagen – 271.013
4º Toyota – 191.109
5º Hyundai – 187.651
6º Jeep – 137.337
7º Renault – 123.009
8º Honda – 56.622
9º Nissan – 53.586
10º Peugeot – 41.463
Diesel no Nordeste: recuo no fim do ano – O mais recente Índice de Preços Ticket Log (IPTL) apontou que, no fechamento de dezembro, o Nordeste apresentou os maiores recuos do país no preço médio do litro do diesel. Segundo o levantamento, o tipo comum teve recuo de 3,42%, no comparativo com novembro, e foi comercializado a R$ 6,84, enquanto o diesel S-10 foi encontrado a R$ 6,90, após baixa de 3,33% no valor médio. A gasolina foi encontrada a R$ 5,28, com recuo de 1,64%, já o etanol foi o único combustível a registrar aumento, sendo comercializado a R$ 4,23, com alta de 1,24% – o maior aumento entre todas as regiões do país.

Novo Mustang Dark Horse – A Ford acaba de revelar mais detalhes do novo Mustang 2024 de sétima geração que começa a ser vendido nos EUA no segundo semestre de 2023. Ela avança na potência e na tecnologia. O destaque é o inédito Mustang Dark Horse, primeira série de alto desempenho da linha em 21 anos, desde o lançamento do Mustang Bullitt em 2001. Edição não-Shelby mais potente de todos os tempos, o Dark Horse é equipado com um motor Coyote V8 5.0 de quarta geração com 500cv de potência e 57,8 kgfm de torque. Ele é o V8 naturalmente aspirado mais potente da história.
GWM Brasil trará SUV cupê – A Great Wall Motor Brasil confirmou a estreia do Haval H6 GT ainda neste trimestre no mercado brasileiro. O modelo estilo cupê será vendido em configuração única, com motorização híbrida plug-in: um motor 1.5 turbo e dois elétricos, um em cada eixo, com tração integral. O Haval H6 GT será capaz de acelerar de 0 a 100 km/h abaixo dos 5 segundos. A autonomia somente em modo 100% elétrico será na faixa de 170 km.
Brasil: 30 anos de Corolla, Hilux… – Em 1992, o então presidente da República, Fernando Collor, abriu comercialmente o Brasil. Chamava os carros brasileiros de carroças – e eram mesmo. Por isso, o setor automobilístico começou a trazer modelos de tudo quanto é lugar. No Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, em 1992, a Toyota trouxe diversos modelos – alguns já reconhecidos internacionalmente, como o sedã Corolla, a picape Hilux, o SUV SW4 e o sedã de luxo e topo de linha Camry. Trinta anos depois, a marca vendeu 2 milhões de unidades. O Corolla, ou “Coroa de Flores”, em latim, se tornou por aqui um sucesso de vendas. Vinha do Japão, com um motor quatro cilindros 1.8L 16V com 115 cavalos e transmissão manual de cinco velocidades. A Hilux desembarcava no Brasil com motorização quatro cilindros, diesel, nas opções de cabine simples e dupla. Proveniente da combinação das palavras em inglês “high” (alto) e “luxury” (luxo), a picape atendeu desde então aos mais variados perfis de consumidores ao oferecer a motorização 2.4L, com 83 cavalos, e a 2.8L, com 88 cavalos, nas opções de tração 4×2 e 4×4.


Harley-Davidson Sportster S no Brasil – Confirmado: a motocicleta Sportster S chega às 19 concessionárias da marca no primeiro semestre de 2023. A pré-venda do modelo já começou, por sinal. A Sportster S é Sport Custom nova, feita para inaugurar uma nova era de alta performance na linha. O motor, por exemplo, é o Revolution Max 1250T V-Twin de 121 cavalos. Tem chassi rígido e leve e suspensão para garantir uma pilotagem responsiva – e intuitiva. Ela chega com preço sugerido de R$ 126 mil.
Estilo – De perfil, a Sportster S é baixa, com o tanque de combustível e a seção traseira emoldurando o motor como a peça central predominante. O pneu dianteiro, enorme, remete ao para-lamas de uma bobber clássica. Na parte traseira, o escapamento alto e o assento solo compacto são inspirados na H-D XR750. Os grossos garfos invertidos e os pneus de perfil largo acentuam seu lado esportivo de alto desempenho.
Desempenho – O motor foi ajustado para produzir um torque superior em baixas rotações, com uma curva que permanece plana: o motor fornece forte aceleração desde o início com potência vigorosa nas rotações intermediárias.
O uso de materiais leves ajuda a alcançar uma relação peso-potência ideal. Com o tanque de combustível de 11,8 litros cheio, a Sportster S pesa apenas 228 quilos.
Pilotagem – A moto é equipada com três modos de condução pré-programados (Sport, Road e Rain). Eles controlam eletronicamente as características de desempenho e o nível de intervenção tecnológica. Dois modos Custom podem ser usados para criar um conjunto de características de desempenho que atenda às preferências pessoais ou para situações especiais.
Instrumentos – Uma tela TFT redonda de 4,0 polegadas de diâmetro exibe toda a instrumentação e infotainment gerados via Bluetooth com o dispositivo móvel e fone de ouvido do capacete do motociclista. Vai da música às chamadas recebidas e efetuadas e à navegação, fornecida pelo aplicativo Harley-Davidson. A iluminação é totalmente em LED.

A nova Honda Africa Twin – A marca japonesa anunciou que a nova Africa Twin já começou a ser montada no Brasil, na linha de Manaus (AM) – e essa iniciativa fecha o portfólio todo nacional. A novidade é a inclusão do câmbio automático de dupla embreagem com 7 velocidades (DCT), tecnologia que vinha direto do Japão. As outras mudanças são visuais, secundárias – como cores e detalhes no grafismo. O motor, usado em todas as versões, é o motor bicilíndrico de 1.084 cm³ de capacidade, capaz de entregar 99,3cv e 10,5 kgfm e transmissão mecânica ou DCT automática de 6 velocidades.
Confira os novos preços da Honda Africa Twin 2023
- CRF 1100L (preto fosco ou branco): R$ 81.100
- CRF 1100L DCT (preto fosco ou branco):R$ 88.100
- CRF 1100L Adventure Sports ES (branco): R$ 102.130
- CRF 1100L Adventure Sports ES DCT (branco):R$ 109.130
Mercado 2023: 10 desafios e tendências – O avanço da ciência de dados e o cenário de incertezas econômicas devem ditar o ritmo do mercado automotivo brasileiro em 2023. Ainda por influência da pandemia de Covid-19, disrupções na cadeia produtiva devem ser preocupações para gestores. Além disso, a produção deve ficar abaixo da capacidade produtiva instalada, mas provavelmente em números maiores que os deste ano. Por outro lado, o avanço da eletrificação da frota e a chegada dos veículos autônomos evidenciam a tecnologia como principal direção do segmento, fator importante também para conhecimento e personalização do cliente. Nesse sentido, destaca-se a importância de as empresas terem uma boa capacidade de análise das informações coletadas para gerar insights — um grande diferencial para revendedores e montadoras em 2023. Ferramentas de CRMs (Customer Relationship Management, termo em inglês para definir a gestão do relacionamento entre empresas e clientes), computação em nuvem e integradores de dados podem ganhar escala nas diversas pontas da indústria. Também no próximo ano, a qualificação do processo de supply chain deve demandar maior previsibilidade de demanda e política de estoques. Por isso, confira os principais desafios que surgirão para o setor automotivo em 2023:
- Impactos na produção por conta de disrupções na cadeia de valor iniciadas por questões sanitárias e intensificadas por tensões geopolíticas globais;
- Tomada de decisão de investimento em meio a um cenário de incertezas;
- Manutenção da rentabilidade do negócio, com queda de margem, aumento dos custos financeiros e recuperação lenta e desbalanceada de estoques;
- Novo perfil de experiência de compra do consumidor.
Já as grandes tendências que devem direcionar o caminho do setor no próximo ano são:
- Maior eletrificação da frota (híbridos, plug-in híbridos e a bateria), ainda que não de maneira uniforme por conta das particularidades de cada região do país;
- Chegada de novas empresas no mercado nacional;
- Avanço da participação das vendas diretas e dos canais de comércio online;
- Personalização de produtos e serviços a partir do avanço do uso de dados, como, por exemplo, a customização do mercado de seguros automotivos;
- Manutenção do crescimento do segmento duas rodas;
- Envelhecimento da frota devido à queda do número de novos veículos em circulação nos últimos três anos, impactando oficinas e mercado de peças.
Hoje, o mercado automotivo é muito globalizado, com cadeias de produção complexas e ciclos de investimento longos, sendo o Brasil inserido em maior ou menor grau nesse contexto. Nossa indústria ainda produz volumes inferiores da sua capacidade produtiva instalada e, apesar da fabricação aumentar em relação a 2022, devemos ficar aquém de períodos pré-pandêmicos. Questões macroeconômicas e de diminuição do poder de compra serão intensificadas, levando os veículos a um status de produtos “premium”.
Com isso, as motos continuam sendo uma alternativa mais acessível para grande parte da população. Já a categoria de veículos utilitários esportivos, os chamados SUVs, deve ter competição intensificada no país com a entrada de novos players, principalmente os asiáticos. Vendas diretas crescem e passam a ser uma alternativa para as montadoras em meio a esse contexto, com locadoras e empresas necessitando atualizar as frotas. (*Por Alexandre Ribas, diretor para soluções da indústria de bens duráveis da Falconi)
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.
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