Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog
A ocupação das mesas diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado pela oposição, na semana passada, foi considerada pelo prefeito do Recife, João Campos (PSB), como “um movimento completamente absurdo e triste”. O gestor comentou o episódio, na manhã deste sábado (9), durante o seminário da Esfera Brasil, na capital pernambucana, para discutir soluções e investimentos em infraestrutura.
“Uma coisa triste para quem defende a institucionalidade, a democracia. Uma afronta direta a um poder constituído, ao próprio presidente (da Câmara) Hugo Motta, que tem nossa solidariedade”, classificou Campos.
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O Seminário Esfera Infra foi realizado no Recife Expo Center, no Cais de Santa Rita, e contou com a presença de ministros, governadores, prefeitos e lideranças empresariais. Durante o encontro, o gestor avaliou que foi lamentável e ressaltou a necessidade do respeito às regras democráticas.
“Acho que na vida é preciso você respeitar as regras, como deve funcionar um regimento, uma casa legislativa, o papel de um presidente, de um vice-presidente, de um primeiro-secretário, de uma mesa diretora, porque se você passa a não respeitar isso, não vai respeitar as instituições. Então, é inadmissível o que aconteceu”, declarou.
O gestor ainda defendeu que haja punições aos envolvidos. “Qualquer pessoa que tem noção da gravidade disso tem como um dia lamentável, um dia para não ser esquecido, mas jamais ser reverenciado, para não ser repetido. Precisa ter consequência, porque na vida as coisas têm consequência. Se você faz algo errado, algo que não deve ser feito, tem consequência”, frisou.
Sudene e Transnordestina
O prefeito ainda comentou sobre a movimentação do Ceará que culminou na saída de Danilo Cabral da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Embora tenha defendido publicamente Danilo no episódio, Campos evitou falar sobre a alteração no comando da instituição. Porém, enfatizou a importância do trecho da Ferrovia Transnordestina de Pernambuco para o desenvolvimento do Estado.
“É inegável em torno do debate público que é importante para Pernambuco e para o Nordeste (o trecho pernambucano), algo que ninguém tem dúvida. O presidente Lula compreende que isso é importante e tem um projeto estruturador. A exclusão de Pernambuco no governo passado, de Bolsonaro (PL), foi um grande absurdo”, considerou.
Para o prefeito, a defesa do trecho de Pernambuco não deve ser um motivo de discórdia na relação com outros Estados. “A gente vai sempre defender que seja feita a parte de Pernambuco. Isso não deve representar um enfrentamento a outros estados. Eu sempre digo isso, você ser forte e defender aquilo que é seu não significa você trabalhar contra os outros”, acrescentou.
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