A última pesquisa eleitoral contratada pelo PL fez com que o apoio à candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) para a Presidência deixasse de ser majoritário na cúpula da sigla.
O levantamento divulgado nesta semana trouxe, pela primeira vez, Michelle Bolsonaro numericamente à frente de Lula, em uma eventual disputa no segundo turno pela Presidência. A ex-primeira-dama despontou com 42,9% da preferência e Lula, com 40,5%, o que configura empate técnico.
Já na disputa com o governador de São Paulo, Lula apareceu numericamente à frente, mas também empatado tecnicamente. Tarcísio teve 40,8% da preferência e Lula teve 41,1%.
Parte da cúpula do PL passou a defender Michelle como opção para disputar o Palácio do Planalto, já que Bolsonaro está inelegível e não há perspectiva de mudança de cenário, apesar dele insistir em entrar no páreo. O presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, integra a ala que vê com bons olhos Michelle como opção para concorrer à Presidência.
Além da ex-primeira-dama ser um nome do próprio PL, há queixas da cúpula do partido de que Tarcísio “joga muito sozinho” e não contempla os aliados.
Bolsonaro chegou a afirmar a correligionários de sua legenda que, se o pupilo fosse eleito presidente, ele próprio “ganharia perdendo”. O capitão reformado reconheceu, a portas fechadas, que Tarcísio não abriria espaço para ele fazer as nomeações que quisesse em seu governo, destacou que não será ouvido como gostaria e enfatizou que não poderá criticar uma eventual gestão de Tarcísio na cadeira do Palácio Planalto, como faz com os adversários.
Hoje, a opção que predomina no clã Bolsonaro é lançar um candidato que tenha seu sobrenome.
Os dados da pesquisa contratada pelo PL aparecem no momento em que Lula vive o recorde de reprovação de todos seus mandatos como presidente, conforme mostrou o Datafolha da semana passada. A alta da inflação, sobretudo de alimentos, e a crise de credibilidade do Pix são apontados como os principais fatores da queda, mas vistos no governo como “problemas contornáveis”.
Os moradores do Curado IV, em Jaboatão dos Guararapes, agora contam com um novo espaço de lazer e convivência: a Praça da Rua 19. A inauguração contou com a presença do deputado estadual Nino de Enoque (PL), além dos vereadores Biro Biro (Avante) e Getúlio Belém (PL), presidente da Câmara Municipal.
Durante o evento, Nino de Enoque afirmou que a praça representa uma melhoria para a comunidade e destacou o trabalho do vereador Biro Biro na região. Getúlio Belém também ressaltou a importância da iniciativa e afirmou que a população local será beneficiada com o novo equipamento público.
Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu que a Lei Maria da Penha pode ser estendida a casais homoafetivos.
Durante julgamento no plenário virtual da Corte, os ministros também entenderam que a legislação pode ser ampliada a mulheres travestis ou transexuais nas relações intrafamiliares.
No plenário virtual, os ministros apresentam seus votos em uma página do STF, sem a necessidade de julgamento presencial. A análise desse processo teve início no último dia 14 de fevereiro e foi encerrada nessa sexta (21).
Segundo o relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, a ausência de uma norma que estenda a proteção da Lei Maria da Penha a casais homoafetivos masculinos e a mulheres transexuais e travestis “pode gerar uma lacuna na proteção e punição contra a violência doméstica”.
De acordo com relatório recente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o crime mais identificado contra travestis e gays no Brasil foi o de homicídio (80% e 42,5%, respectivamente), enquanto, no caso de lésbicas, foram identificados os crimes com maior incidência a lesão corporal (36%) e a injúria (32%). Mulheres trans apareceram, em maior número, como vítimas de crimes de ameaça (42,9%).
Em seu voto, o magistrado defendeu que “é possível estender a incidência da norma aos casais homoafetivos do sexo masculino, se estiverem presentes fatores contextuais que insiram o homem vítima da violência na posição de subalternidade dentro da relação”.
“Isso porque a identidade de gênero, ainda que social, é um dos aspectos da personalidade e nela estão inseridos o direito à identidade, à intimidade, à privacidade, à liberdade, e ao tratamento isonômico, todos protegidos pelo valor maior da dignidade da pessoa humana”, declarou.
No caso de transexuais e travestis, o ministro argumentou que “a expressão ‘mulher’ contida na lei vale tanto para o sexo feminino quanto para o gênero feminino, já que a conformação física externa é apenas uma mas não a única das características definidoras do gênero”.
“Impõe ao Estado a obrigação de proteger os bens e liberdades dos cidadãos frente às agressões dos outros cidadãos, bem como a necessidade de adoção de medidas de proteção ou de prevenção para se combater as condutas de violência perpetradas no âmbito familiar”, disse Moraes em seu voto.
Lei Maria da Penha
A Lei Maria da Penha foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2006. A norma é considerada um marco na defesa dos direitos das mulheres no Brasil.
Maria da Penha era uma farmacêutica e sobreviveu a uma tentativa de homicídio praticada pelo seu ex-marido.
Por anos, ela precisou lutar para que o agressor fosse punido após os atos de violência que a deixaram paraplégica.
A lei define medidas para proteger as vítimas de violência, como a criação de juizados especiais de violência doméstica, a concessão de medidas protetivas de urgência e a garantia de assistência às vítimas.
A bancada evangélica, uma das maiores do Congresso Nacional, antecipou para terça-feira (25) a eleição do novo presidente do grupo. Com a frente parlamentar rachada, é a primeira vez que os congressistas vão recorrer ao voto para a escolha. Em anos anteriores, a definição foi por consenso, mesmo em cenários inicialmente de impasse.
O pleito foi antecipado em um dia para garantir o quórum de congressistas em um dia de votações presenciais. A proximidade com o feriado de Carnaval deve esvaziar o Legislativo. Os candidatos são os deputados Gilberto Nascimento (PSD-SP), Otoni de Paula (MDB-RJ) e Greyce Elias (Avante-MG).
Procurados pela CNN, os três afirmaram ter boas expectativas sobre a eleição.
Com 219 deputados e 26 senadores, o grupo vive um clima de polarização. Enquanto Nascimento tem perfil mais conservador, Otoni de Paula tem buscado diálogo com o governo – o que tem oposto alas da bancada. A deputada Greyce Elias corre por fora na disputa.
Otoni, no entanto, rejeitou estar alinhado ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas afirmou que se for eleito buscará diálogo com o Executivo. “É um erro você tentar transformar a frente num puxadinho do bolsonarismo ou em subserviente ao governo”, afirmou.
Para ele, a frente precisa “ser mais política sem perder a sua essência” e atuar semelhante à bancada do agronegócio que está em constante negociação com o governo, mesmo sendo formada em grande parte por deputados da oposição e de perfil conservador.
“Impuseram essa polarização lá dentro. Eles impuseram isso e me tacharam como sendo governo. E eu não sou do governo. Nunca fui do governo. Porém, eu tenho diálogo. Coisa que a frente vai passar a ter se eu for eleito. Diálogo político, a gente tem que ter”, declarou Otoni. Ele espera levar ao menos metade dos votos.
Às vésperas da eleição, os outros dois candidatos também atuam para reunir mais apoio. Segundo Gilberto Nascimento, a troca da data da eleição, antes prevista para quarta-feira (26), foi acordada entre os três postulantes. Após o pleito, na quarta-feira, o novo presidente deve conduzir o tradicional culto semestral de Santa Ceia.
“Está indo bem [a expectativa]. Todo mundo muito animado. Quando a gente liga para os colegas dizem: ‘Olha, é a primeira vez que vejo uma frente com eleição’. Mas isso, graças a Deus, é esse movimento de participação. Se pegar, por exemplo, todas as nossas reuniões, elas são bem frequentadas, então é realmente uma frente ativa”, declarou.
Não é a primeira vez que a frente vive um impasse na escolha do novo coordenador. Em 2023, o grupo quase recorreu ao voto para decidir se o comando da bancada ficaria com Eli Borges (PL-TO) ou Silas Câmara (Republicanos-AM). A solução encontrada foi um acordo para alternar o cargo entre os dois a cada seis meses, durante o período de dois anos.
Em suas propostas, Greyce Elias defende que a bancada “precisa ser mais forte e unida” para atuar pelos seus princípios no Congresso. Ela pretende, se eleita, fortalecer a articulação do grupo e ampliar a influência “nas comissões estratégicas e bancadas estaduais”. A deputada reuniu em um documento as suas propostas, que incluem “resgatar o trabalho pastoral” do grupo.
O eleitorado evangélico ganhou peso nos últimos anos e tem sido alvo de estratégias específicas durante as eleições. O governo Lula busca, inclusive, se aproximar do segmento, mas enfrenta resistência. No Congresso, o grupo se posiciona em prol de pautas conservadores, como a proibição do aborto, mesmo nos casos permitidos em lei.
Depois de cinco meses com o pé no acelerador, o preço médio dos alimentos pisou levemente no freio. A variação em janeiro foi de +0,78%, abaixo da aferida em dezembro, que registrou um aumento de +1,8% e de novembro com +3,02%. Um dos itens que continua a influenciar os preços é o café, que aumentou na média nacional +8,56%. Em 12 meses o preço do produto variou +50,34%. Os dados são da AbrasMercado, indicador que acompanha os preços em supermercados e divulgados pela Abras, entidade do setor.
Um dado que preocupa muito é o preço do frango congelado. Desde o Plano Real, o item ocupa um papel de destaque na mesa dos brasileiros, que consumiram em média 45,6 quilos per capita no ano passado, contra 32,5 quilos de carne bovina. O aumento de preços do frango congelado foi +10,33% nos últimos 12 meses, sendo +2,51% em janeiro. Embora inferior a uma série de itens, o frango é um produto clássico na mesa das famílias de baixa renda. A boa notícia é que em janeiro alimentos básicos como leite longa vida (-1,53%), feijão (-1,35%), óleo de soja (-0,87%) e arroz (-0,54%) tiveram redução de preços.
No índice geral, as regiões que apontaram maiores altas em janeiro foram: Norte (+1,40) e Nordeste (+1,08). Esse ponto explica em parte a pressão que o governo vem sofrendo em sua avaliação e a queda brusca de percepção positiva exatamente nas áreas de sustentação eleitoral de Lula.
Comparado com janeiro do ano passado, houve uma evolução no consumo dos lares brasileiros em +2,2%. Em relação a dezembro, o número apresenta uma queda de -11,51%. A comparação com dezembro reflete a sazonalidade das festas de final de ano.
Enquanto a população sofre para pagar o café e a laranja, as fabricantes de ultraprocessados acumulam R$ 15 bilhões em impostos que não foram pagos ao longo de uma década. Levantamento feito pelo Joio com dados oficiais do Ministério da Fazenda mostra que esse é o valor total acumulado em renúncias fiscais somente do governo federal e apenas entre as maiores empresas, entre 2015 e junho de 2024.
À frente da lista está a Recofarma, da Coca-Cola, que amealhou R$ 4,55 bilhões nesse período. A empresa é sediada na Zona Franca de Manaus, onde conta também com isenções de impostos municipais e estaduais. Lá, em tese, fabrica-se o xarope (concentrado) de refrigerante que abastece todo o sistema da corporação no Brasil. Nossas investigações mostram que a empresa se vale não apenas de isenções, como cobra créditos em cima de impostos que jamais foram pagos. Ou seja, o valor total ganho pela Recofarma é ainda maior que o mostrado pelo levantamento.
Não é preciso ir longe para encontrar a segunda maior beneficiária das isenções de impostos federais, com R$ 2,55 bilhões. A Arosuco Aromas e Sucos Ltda. está para a Ambev como a Recofarma está para a Coca-Cola: é a companhia responsável pela fabricação dos concentrados que saem da Zona Franca de Manaus para outros lugares do país.
É importante lembrar que não há qualquer razão tecnológica para que o concentrado seja fabricado na área de livre comércio, nem para que o xarope seja feito em um lugar, e o refrigerante em outro: a razão é meramente um esquema econômico, que vem desde o começo dos anos 1990, para se valer do maior número possível de benefícios fiscais.
“É uma situação que precisa ser olhada com muita atenção, em especial na discussão sobre as alíquotas do imposto seletivo, de forma que os benefícios fiscais não anulem o objetivo da política de desincentivar o consumo”, resumiu Paula Johns, diretora-executiva da ACT Promoção da Saúde.
Na discussão no Congresso sobre reforma tributária, a organização atuou em defesa da aprovação de um imposto seletivo sobre ultraprocessados – ao final, o lobby das corporações fez com que fosse aprovado um tributo apenas sobre refrigerantes e águas saborizadas (como H2OH).
Porém, a alíquota e as regras para a aplicação serão definidas em um projeto de lei complementar que deve tramitar este ano no Legislativo. As grandes isenções obtidas na Zona Franca podem dar margem a Coca-Cola e Ambev para compensar uma eventual elevação da carga tributária. Em resumo, uma manutenção dos preços vigentes dessas bebidas anularia o efeito esperado sobre a redução de consumo e sobre os benefícios à saúde.
“Deveríamos investir em sistemas alimentares saudáveis, solidários e sustentáveis. Essa política é o oposto disso”, continua Paula Johns. “Gosto de imaginar uma região criando políticas públicas de incentivo à produção e ao consumo de frutas regionais, e de plantas alimentícias não comerciais. São modelos de negócios mais alinhados com o que o Brasil e o mundo precisam para enfrentar o cenário atual de múltiplas crises.”.
Quase empatada com a Arosuco está a líder na venda de biscoitos no país. A M Dias Branco, fabricante da linha Piraquê, conseguiu R$ 2,52 bilhões no período analisado. Não é difícil entender de onde veio esse valor: apenas entre 2015 e 2020, a M Dias Branco obteve R$ 402 milhões por estar instalada na região Nordeste – que responde todos os anos pela maior fatia de suas receitas, inclusive.
Essa é, também, a principal razão para a Nestlé figurar entre os maiores beneficiários de isenções. Do R$ 1,5 bilhão obtido pela empresa em cinco CNPJs diferentes, foi o do Nordeste que obteve a maior fatia — R$ 732 milhões apenas por estar instalada na região.
Os recursos dados a corporações ao longo desses nove anos e meio poderiam financiar por três anos o reajuste necessário para recompor perdas do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Levantamento divulgado em 2024 pelo Observatório da Alimentação Escolar mostra uma perda acumulada de 42% nos valores federais destinados ao programa, que estavam em R$ 5,7 bilhões, mas deveriam estar próximos de R$ 10 bi.
O repasse anual às fabricantes de ultraprocessados seria suficiente também para beneficiar 100 mil famílias com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). No ano passado, o teto definido pela Companhia Nacional de Abastecimento era de R$ 15 mil por família. Os alimentos comprados dos camponeses beneficiam, na outra ponta, as famílias mais vulneráveis do ponto de vista da segurança alimentar e nutricional.
A discussão sobre isenções fiscais tem uma relação direta com saúde e preço dos alimentos. Desde 2022, os preços de ultraprocessados no Brasil são, na média, mais baratos que os de alimentos frescos e minimamente processados, segundo levantamento conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade de São Paulo (USP).
Isso significa que grande parte da população, em particular de baixa renda, pode se ver forçada a adquirir produtos que fazem mal à saúde, e a limitar a ingestão de frutas, legumes, verduras e grãos. Os casos recentes do café, que acumulou uma alta de 39,6% em 2024, e da laranja, que teve uma elevação de 91%, são ilustrativos: são dois dos alimentos mais consumidos pelos brasileiros.
“Uma coisa que é muito importante para a gente medir o impacto desse subsídio sobre a alimentação no país é comparar esse montante enorme aos principais programas federais de promoção de alimentação saudável”, avalia Rafael Claro, professor do Departamento de Nutrição da Escola de Enfermagem da UFMG e um dos responsáveis pelo estudo sobre preços. “Se pegarmos o Pnae, que é um dos maiores programas do mundo no gênero, você tem praticamente um terço do valor despendido com o subsídio aos ultraprocessados. É bem provável que o valor do subsídio supere em muito o recurso destinado ao consumo alimentar saudável no país.”
Como fizemos o levantamento
Que tenhamos conhecimento, esse é o primeiro levantamento sobre as isenções fiscais do governo na área de alimentação que consegue tomar em conta um período longo. A partir de 2023, a Fazenda começou a divulgar dados de isenção por empresa, algo que até então era rejeitado pelo próprio ministério. Ao longo de 2024 foram divulgadas novas informações, mas de forma pulverizada. Recentemente, o governo publicou uma planilha que permite recontar a série histórica de 2015 a 2024.
A divulgação faz parte da tentativa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de expor os privilégios obtidos por meio das renúncias. Ele não esconde a contrariedade com o montante que é tragado por uma série de isenções cujo papel real no estímulo à economia é nulo ou desconhecido. Porém, esse item não consta da agenda de itens prioritários recém-entregues por Haddad ao novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta.
Nosso levantamento toma como base a Classificação NOVA, que divide os alimentos pelo grau e pelo propósito de processamento. Criada pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens), essa categorização tem ajudado cientistas do mundo inteiro a estudar os males causados particularmente pelos ultraprocessados. Um estudo publicado no ano passado revisou toda a evidência científica disponível e concluiu que esses produtos estão associados a 32 condições de saúde diferentes, incluindo doenças crônicas e morte prematura. No Brasil, as perdas econômicas ligadas ao consumo de ultraprocessados ultrapassam R$ 10 bilhões anuais, o que significa que as isenções fiscais estão incentivando um problema de saúde que onera a rede pública e as famílias.
O próprio governo federal tem adotado medidas em consonância com o Guia Alimentar para a População Brasileira, de 2014, que recomenda a todos evitar o consumo de ultraprocessados. No ano passado, a reforma tributária criou uma cesta básica composta na maioria por produtos saudáveis. Mas o lobby do agronegócio garantiu a manutenção ou a ampliação de uma série de benefícios ao setor – incluindo a política de isenções fiscais, que vai na contramão das diretrizes sobre saúde.
Nosso trabalho consistiu em filtrar os dados relativos às maiores fabricantes de ultraprocessados. Levamos em conta as maiores receitas líquidas do setor, utilizando as informações trazidas por nossa própria reportagem, publicada em janeiro, que mostra como as grandes empresas se valeram da pandemia para crescer e abocanhar mercado.
Foram incluídas apenas corporações que tenham a fabricação de ultraprocessados como aspecto principal do portfólio. A única exceção é a Ajinomoto, que, embora também fabrique esses produtos, figura em nosso levantamento por ser a principal fabricante de um aditivo, glutamato monossódico, presente em uma vasta gama de ultraprocessados na condição de realçador de sabor.
Excluímos aquelas que também fabricam ultraprocessados, mas que têm outros produtos como um item relevante no faturamento – casos da JBS e da BRF, que produzem pratos congelados e margarinas, mas também são processadoras de carne. Por esse mesmo critério, ficaram de fora as gigantes dos grãos, como Bunge e Cargill, que também fabricam margarina. Considerando apenas essas quatro empresas, o total de isenções no período saltaria para R$ 22 bilhões.
Por que isso é importante?
Os números de que agora dispomos permitem ver como as corporações estão sempre em melhor condição de aproveitar benefícios fiscais. Parte dessas isenções é concedida por lobby dessas empresas, por exemplo, por meio da bancada ruralista.
Na prática, essa recorrência das isenções significa uma espécie de subsídio indireto a uma empresa para que consiga avançar sobre o mercado, concentrando fatias cada vez maiores. Sabemos que esse domínio tem efeitos negativos sobre os preços, já que, ao ter o controle desse mercado, uma empresa sem concorrentes ou com poucos concorrentes consegue cobrar mais de seus clientes, ampliando a margem de lucro.
Os R$ 408 milhões obtidos pela M Dias Branco em isenções apenas em 2022 superam os R$ 350 milhões que a própria empresa teria pago naquele ano para comprar a Jasmine, fabricante de produtos com aura de saudável – o valor exato não foi divulgado. Ou seja, os recursos obtidos via isenção podem contribuir para que cada vez menos atores sobrevivam no mercado.
Nosso levantamento permite ter uma dimensão mais precisa do peso das isenções fiscais no lucro das corporações. A Solar Bebidas, que controla a fabricação e a distribuição do sistema Coca-Cola no Norte e no Nordeste, obteve R$ 600 milhões em dois de seus CNPJ (Norsa e Guararapes). Em 2023, o lucro desse grupo foi de R$ 995 milhões. Ou seja, mesmo sem aplicar a inflação e sem considerar outros anos, é como se o governo tivesse dado nove meses de lucro para a empresa ao longo de uma década.
O caso da M Dias Branco é ainda mais gritante. Em 2023, a empresa teve lucro líquido de R$ 888 milhões. Traduzindo, os benefícios do governo equivaleriam a quase três anos de lucro da empresa. Num total de nove anos e meio analisados, seria como se o governo tivesse bancado a empresa durante um terço do tempo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva frustrou seus correligionários, neste sábado, ao não anunciar a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, como ministra da Secretaria-Geral da Presidência.
Articuladores esperavam a confirmação durante a celebração dos 45 anos do partido, que ocorre na Zona Portuária do Rio.
Apesar de não ter anunciado sua indicação, teceu elogios a Gleisi e a sua trajetória no partido.
— Graças a Deus o partido compreendeu a necessidade de eleger você. Não teria ninguém mais capaz. Homem nenhum aguentaria o que você aguentou — disse.
O anúncio de Lula destravaria as eleições internas do partido, cujo favorito é o ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva nas eleições internas. Ele chegou a citar Edinho em seu discurso, contando uma conversa que os dois tiveram pela manhã, sobre uma suposta aversão das elites ao partido.
Apesar de contar com a bênção de Lula, Edinho não é um consenso na corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB). Aliados de Gleisi e do secretário de comunicação da legenda, o deputado federal Jilmar Tatto (RS), defendem outros nomes, como o líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE), ou o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.
Com a indicação iminente de Gleisi, contudo, há uma expectativa de que os ânimos se acalmem.
— O presidente Lula não tem que se envolver nisso. Nós vamos nos resolver. A CNB vai unificar. — disse Edinho ao GLOBO.
Com essa dança das cadeiras, Macedo pode concorrer a tesoureiro, cargo ocupado por Gleide Andrade. O cenário, contudo, não é simples: Gleide quer a reeleição e tem força no partido, sendo uma das principais responsáveis pela nomeação de Macaé Evaristo no Ministério da Igualdade Racial.
Além de Gleisi, outro petista deve alçar voos mais altos na reforma ministerial. Hoje na pasta das relações institucionais, Alexandre Padilha é cotado para assumir o Ministério da Saúde, ocupado por Nísia Trindade, também presente hoje na solenidade.
A reforma ministerial pode fazer com que o PT some mais um cargo de poder, uma vez que o partido deve continuar com o comando das Relações Institucionais.
O que explica esta possibilidade é um desinteresse do centrão. O ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), chegou a ser cotado para o cargo, mas as negociações não vingaram, diante da queda de popularidade do governo. Um dos nomes que desponta para substituir Padilha é o do atual líder de governo na Câmara, José Guimarães.
Em meio à expectativa por uma reforma ministerial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que uma de suas pastas “não sabia o que nós estamos fazendo”. A declaração foi dada na manhã deste sábado (22), no aniversário do PT no Rio, em meio à confirmação de que Nísia Trindade (Saúde) deixará sua pasta.
— Fiz uma reunião ministerial há vinte dias e descobri na reunião que um ministério do governo não sabe o que nós estamos fazendo. Se o ministério não sabe, o povo muito menos — disse, o presidente, sem deixar claro a qual pasta estava se dirigindo.
A declaração foi dada em um discurso no qual o presidente insinuou que o governo não se comunica bem.
Nísia Trindade, mesmo sem ser filiada ao PT, estava no palco. Por ser uma pasta estratégica, o ministério sempre foi alvo de desejo dos partidos, enquanto a ministra sempre representou uma indicação técnica e não política.
Quem deve substituí-la é o atual ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), que sentou ao lado de Nísia no ato desde sábado. A reforma ministerial pode fazer com que o PT some mais um cargo de poder, uma vez que o partido deve continuar com o comando das Relações Institucionais.
O que explica esta possibilidade é um desinteresse do centrão. O ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), chegou a ser cotado para o cargo, mas as negociações não vingaram, diante da queda de popularidade do governo. Um dos nomes que despontam para substituir Padilha é o do atual líder de governo na Câmara, José Guimarães.
O caso de Márcio Macedo envolve a possível indicação da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, para ocupar o seu lugar na Secretaria-Geral da Presidência da República. Neste contexto, ele poderia vir a concorrer ao cargo de tesoureiro.
O cenário, contudo, não é simples: Gleide Andrade, atual tesoureira do partido quer a reeleição e tem força interna, sendo uma das principais responsáveis pela nomeação de Macaé Evaristo no Ministério da Igualdade Racial.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez cobranças ao seu partido e uma autocrítica do governo durante discurso neste sábado (22/2), no evento de aniversário de 45 anos do PT (Partido dos Trabalhadores). As declarações do petista se dão no momento em que ele vive sua pior fase de popularidade de todos os três mandatos.
Lula disse que o PT precisa “gastar a sola de sapato” para voltar a dialogar com a periferia, com as igrejas e com o trabalhador. O petista também destacou que os petistas precisam aprender a falar com os novos trabalhadores, que não querem a carteira assinada.
“O PT precisa entender as demandas dos jovens trabalhadores, que preferem trocar a segurança da carteira assinada pela liberdade de fazer a própria jornada de trabalho”, declarou o presidente.
Ao falar do seu governo, Lula fez uma autocritica sobre a comunicação do governo, e declarou que diversas medidas que foram tomadas nos dois primeiros anos do governo são desconhecidas na sociedade e da própria militância. Para o presidente, se as pessoas “não sabem”, elas “não tem que defender”.
“Precisamos estar atentos às novas formas de comunicação. Precisamos estar atentos às redes sociais. Rebater as fake news com a maior agilidade possível. Posso dizer para vocês que, nesses dois anos, nós já fizemos mais políticas de inclusão social do que nos oito anos anteriores. Lamentavelmente, a gente não conseguiu fazer com que isso chegasse até vocês. E se vocês não sabem, não têm que defender”, discursou o petista.
Lula declarou que tinha um publicitário que dizia que só há uma forma de ganhar “o jogo”: “se as pessoas estiverem falando em um bar sobre os atos do governo”.
“Eu tinha um publicitário que dizia: nós só vamos ganhar o jogo quando as coisas que fizermos estiverem sendo comentadas na mesa de um bar. E o que nós queremos é que vocês saibam cada coisa que nós fizemos”, declarou Lula para a militância do PT.
Por fim, o petista disse que, em uma reunião recente, descobriu que dentro do governo os próprios ministros não sabem das ações do governo. Para ele, isso é um sintoma de que a população não sabe sobre as ações de sua gestão.
“Eu fiz uma reunião ministerial esses dias. E eu descobri na reunião que o ministério do meu governo não sabe o que nós estamos fazendo. E se o ministério não sabe, o povo muito menos”, finalizou.
Na minha choupana, em Arcoverde, a alegria e emoção de receber, ao lado da minha Nayla Valença, o meu amigo Alcymar Monteiro, que logo mais fará um belíssimo show no carnaval antecipado promovido pela Prefeitura. Em torno dele, reuni bons amigos da minha Arcoverde que me adotou. Em agosto, vou lançar a biografia dele, um trabalho de fôlego com meu amigo Renato Riella, jornalista em Brasília.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) anunciou, neste sábado (22), o lançamento de sua pré-candidatura à Presidência da República em 2026. Nas redes sociais, Caiado informou que o evento ocorrerá no Centro de Convenções de Salvador, no dia 4 de abril.
“Coloquem na agenda! No dia 4 de abril, às 9h, no Centro de Convenções de Salvador, lançaremos nossa pré-candidatura à Presidência. Conto com vocês nessa caminhada por um país mais justo, próspero, seguro e forte! Vamos juntos”, escreveu Caiado em seu perfil no X.
No mês passado, Caiado já havia anunciado ao CNN Entrevistas que lançaria sua pré-candidatura em março. Na época, o governador disse que havia convidado o cantor sertanejo Gusttavo Lima para acompanhá-lo.
Em seu segundo mandato como governador de Goiás, Caiado já concorreu a presidente nas eleições de 1989. Na ocasião, ele obteve 488.893 votos (0,72% do total) e não avançou ao segundo turno na disputa vencida por Fernando Collor.
O chefe do Executivo goiano reiterou diversas vezes sua intenção de disputar a eleição presidencial de 2026. Em outubro passado, ele afirmou à CNN que é possível ser o candidato da direita mesmo sem o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Hoje, entre todos os pré-candidatos da direita, o que ficou claro é que não há mais condicionantes. Ou seja, cada um que desejar vai buscar seu espaço, vai ser candidato e o eleitor é que vai decidir o processo”, disse Caiado na ocasião.
Antigos aliados, Caiado e Bolsonaro vivem um período de afastamento desde que o político bolsonarista deixou o comando do Palácio do Planalto. Nas eleições municipais de 2024, os dois divergiram sobre quem apoiar para o comando da Prefeitura de Goiânia.
Caiado sustentou a vitória de seu companheiro de partido Sandro Mabel, que saiu vitorioso das urnas. Já Bolsonaro optou pela candidatura do correligionário Fred Rodrigues (PL), que acabou derrotado no segundo turno.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), está envolvido em uma nova disputa judicial contra uma plataforma digital, desta vez a canadense Rumble, que acusa o magistrado brasileiro de determinações ilegais que afetam a liberdade de expressão.
O que é a Rumble
Fundada em 2013 no Canadá, a Rumble se tornou um reduto de grupos conservadores na internet.
A plataforma chegou a interromper as atividades no Brasil há dois anos, após Moraes determinar a remoção de conteúdos e usuários.
Um dos casos aconteceu com o influenciador Bruno Monteiro Aiub, o Monark.
O influenciador, que já chegou a defender o nazismo, foi alvo de um dos pedidos de bloqueio de perfis por parte de Moraes. Na época, ele realizou uma transmissão ao vivo na qual colocou em dúvida o processo eleitoral de 2022, sem apresentar provas.
Os caminhos do ministro do STF e do CEO do Rumble, Chris Pavlovski, voltaram a se cruzar no início desta semana, após Moraes ser alvo de uma ação judicial apresentada pela rede social em parceria com uma das empresas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
No pedido, a Rumble e a Trump Media Technology Group Corp (TMTG) argumentam que as decisões contra redes sociais, incluindo a plataforma criada por Pavlovski, são ilegais e uma forma de censurar vozes conservadoras.
As empresas dizem que as ordens de Moraes, como a remoção de conteúdos e perfis na rede social, ferem a Primeira Emenda da Constituição norte-americana, que fala sobre liberdade de expressão. Tanto a Rumble quanto o TMTG pedem, entre outras coisas, que a Justiça conceda salvaguardas contra futuras decisões do ministro brasileiro.
Apesar de o movimento jurídico surgir horas após a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e outras 33 pessoas, por tentativa de golpe de Estado, a equipe jurídica das empresas nega que a ação tenha qualquer ligação com o caso.
CEO desafia Moraes, que tira a Rumble do ar
Depois da ação, o CEO da Rumble chegou a desafiar Moraes e declarou publicamente que não iria cumprir o que chamou de “ordens ilegais” do magistrado brasileiro, que pediu o bloqueio de contas ligadas a Allan dos Santos, investigado pela Justiça Brasileira e alvo de um mandado de prisão preventiva desde 2021. Atualmente, Santos mora nos EUA.
“Oi, Alexandre. A Rumble não cumprirá suas ordens ilegais. Em vez disso, nos veremos no tribunal”, disse Pavlovski em uma publicação no X.
Depois de ser desafiado pelo CEO canadense, Moraes deu 48h para a Rumble indicar um representante legal no Brasil e determinou posteriormente a suspensão da rede social no país após o não cumprimento de diversas medidas judiciais.
O mesmo roteiro aconteceu com o X, de Elon Musk, que foi bloqueado no Brasil por mais de 30 dias, e voltou a funcionar após a empresa cumprir as determinações de Moraes.
A população de Camaragibe e os turistas que visitam a cidade agora contam com uma nova opção não só de atividade física, mas também de lazer e vivência nas ruas da Terra dos Camarás. É que começa a funcionar, neste domingo (23), o Corredor Seguro, projeto da Prefeitura Municipal dedicado à prática e incentivo de esportes, como corrida e passeios de bicicleta. O funcionamento será todos os domingos das 4h ao meio-dia e o percurso terá 5 km, com a saída e a chegada na Praça Maria Amazonas, ponto histórico e turístico do município.
“Todo projeto que valorize a qualidade de vida, a saúde e o lazer da população é sempre importante, tendo em vista que nosso país apresenta índices elevados de doenças causadas pelo sedentarismo. Esta é uma iniciativa pioneira que estamos oferecendo à população e eu tenho certeza que será muito bem aceito. O Corredor Seguro será uma oportunidade de viver e sentir Camaragibe”, declarou o prefeito, Diego Cabral.
O projeto Corredor Seguro se dará por meio da Secretaria de Esportes, mas terá a parceria com as secretarias de Desenvolvimento Econômico (feira de produtos orgânicos, artesanato e comidas típicas), Saúde (serviços como aferição de pressão arterial, por exemplo, Fundação de Cultura (apresentações culturais) e Guarda Civil Municipal (trânsito e apoio). Todas as atividades relacionadas, com exceção das que ficarão com a Guarda Civil Municipal, acontecerão na Praça Maria Amazonas, para estimular a convivência e valorizar o espaço público.