A disputa antecipada de Raquel e João
O resultado das eleições municipais do próximo domingo tem repercussão sobre o pleito estadual dois anos depois, em 2026? Nem sempre o partido que elege o maior número de prefeitos e vereadores ganha relevância para arrebatar o poder estadual. Nas três disputas em que saiu vitorioso na corrida para o Palácio do Campo das Princesas, Miguel Arraes (PSB) contou com um minúsculo exército de prefeitos.
Nas eleições deste ano, entretanto, este fator pode ter mais preponderância, porque há um ator em disputa, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), candidato à reeleição, já visto e apontado como o provável adversário da governadora Raquel Lyra (PSDB), em 2026. Dependendo do tamanho da esmagadora vitória de João, ele parte, sim, para o enfrentamento a Raquel.
Leia maisQuanto mais votos tiver, mais chances João tem também de atrair prefeitos aliados, notadamente se a governadora não conseguir reeleger o prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB) em Caruaru. Ali, será o tudo ou nada para Raquel, tanto que o comando da campanha de Rodrigo passou a ser exercido por gente bem próxima e da confiança da governadora.
O tamanho de Raquel está em Caruaru. O de João, no Recife, é verdade, mas também na leitura do resultado eleitoral além da fronteira da capital. Na Região Metropolitana, as chances de João eleger mais aliados são bem maiores do que as de Raquel, até porque há municípios que a governadora pode somar dentro do seu universo, mas que, na prática, não se envolveu, como é o caso de Jaboatão.
Segundo maior colégio eleitoral do Estado, Jaboatão tende a reeleger o prefeito Mano Menezes (PL), provavelmente no primeiro turno, mas pelos méritos dele do que por influência da governadora, que ali não botou os pés. Em Olinda, Raquel se expôs na campanha de Mirella, mas o segundo turno é uma incógnita, pois todos os candidatos estão praticamente no mesmo patamar.
Em municípios estratégicos, como Garanhuns, terra do líder do Governo na Alepe, Izaías Régis (PSDB), a governadora sofrerá uma acachapante derrota, assim como em Petrolina, cenário bem favorável para a reeleição do prefeito Simão Durando. Outros municípios adversos para Raquel, segundo pesquisas, são Araripina, no Sertão do Araripe, e Cabo, na RMR.
PESQUISAS SEM MUDANÇAS – A mais recente pesquisa de intenção de voto para prefeito do Recife do Datafolha, divulgada ontem, traz um cenário praticamente igual à da Quaest, da última quarta-feira, apontando o socialista com 74% e Gilson Machado, este com exatos 10% do levantamento anterior. Daniel Coelho (PSD), candidato da governadora, subiu apenas um ponto, de 4% para 5%, mas aparece num cenário de empate com Dani Portela (Psol), que aparece com 4%. Nos votos válidos, João chega a 78% e Gilson a 11%.
Cenário indefinido em Sampa – Já em São Paulo, o Datafolha mostrou um cenário embolado entre Guilherme Boulos (PSOL), que apareceu com 26%, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), com 24%, e Pablo Marçal (PRTB), também com 24%. Pela margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, os três estão empatados tecnicamente. A três dias das eleições, os três candidatos oscilaram dentro da margem de erro. Boulos oscilou um ponto para cima, de 25% para 26%; Nunes, três pontos para baixo, de 27% para 24%; e Marçal, três pontos para cima, de 21% para 24%.
Paes na frente – Já no Rio de Janeiro, o Datafolha trouxe o prefeito Eduardo Paes (PSD) na liderança, com 54% das intenções de voto, seguido de Alexandre Ramagem (PL), com 22%. Tarcísio Motta (PSOL) tem 4%. Nos votos válidos, quando se subtraem os brancos e nulos, Paes sobe para 63% e Ramagem vai a 25%, sem representar qualquer ameaça de provocar um cenário de segundo turno. Como João Campos, no Rio, Paes é candidatíssimo a governador nas eleições de 2026.
Tudo embolado em BH – Em Belo Horizonte, o apresentador Mauro Tramonte, candidato a prefeito pelo Republicanos, Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD) aparecem empatados com 21% cada um. Tramonte caiu em relação ao levantamento feito em 17 e 18 de setembro, de 28% para 21%. Fuad Noman passou de 18% para 21%, e Engler, de 18% para 21%. Já nos votos válidos, Fuad Noman e Bruno Engler aparecem com 24% e Tramonte 23%.
O maioral do Jornal Nacional – Deus chamou, ontem, Cid Moreira aos 97 anos, ícone da televisão brasileira. Cid começou sua carreira no rádio, mas foi na televisão que encontrou seu verdadeiro palco. Ao longo de 27 anos à frente do Jornal Nacional, foi responsável por noticiar alguns dos momentos mais marcantes da história do Brasil e do mundo, desde eleições presidenciais até tragédias e grandes conquistas. Com uma dicção perfeita e um estilo único, ele se tornou referência no jornalismo, sendo lembrado pela forma calma, porém firme, com que transmitia os acontecimentos.
CURTAS
SUSTO 1 – Já refeita do susto, a senadora Teresa Leitão (PT), que estava no voo de Lula na volta do México, e que ficou cinco horas sobrevoando a Cidade do México, para esvaziar o tanque de combustível, disse que a tripulação sentiu um leve tremor no piso do avião depois da decolagem.
SUSTO 2 – Em seguida, segundo ela, Lula tomou a iniciativa de perguntar ao comandante do voo o que estava acontecendo. “O presidente ficou preocupado com a sua segurança e da comitiva porque poderia ser algo pior. O episódio fugiu à normalidade, mas o piloto controlou muito bem a situação e nos informou a todo momento o que estava acontecendo”, disse Teresa.
JOÃO PESSOA – Pesquisa encomendada pelo portal PB Agora e divulgada, ontem, mostra o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), com 52%, cenário que garante sua reeleição no primeiro turno. Os candidatos Luciano Cartaxo (PT), Ruy Carneiro (Podemos) e Marcelo Queiroga (PL) estão tecnicamente empatados na margem de erro.
Perguntar não ofende: Quem será o campeão de votos nas capitais brasileiras?
Leia menos