O Sextou de logo mais, às 18h, faz uma viagem ao passado das músicas de sucesso no Brasil dos anos 70 e 80 cantadas em inglês pela banda Trepidant’s, uma das mais antigas em atividade no País, com 53 anos de trajetória. A história será passada a limpo pelo vocalista Geraldo Silva, principal precursor do grupo.
Entre as canções de sucesso, “Remenber”, que nos anos 70 chegou a vender 500 mil cópias. Tem também “Old Cowboy” e “Far Away” e mais recentemente “Vadiar”. Trepidant’s foi criada no Recife, mas seus quatro idealizadores, que são irmãos, nasceram e se criaram em Iguaracy, no Sertão do Pajeú.
O Sextou vai ao ar daqui a pouco, às 18 horas, pela Rede Nordeste de Rádio, formada por mais de 40 emissoras em Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Bahia, tendo como cabeça de rede a 102.1 FM, no Recife. Se você deseja ouvir pela internet, clique no link do Frente a Frente em destaque acima ou baixe o aplicativo da Rede Nordeste de Rádio na play store.
Sem mãe, Dia das Mães dói muito. É uma ferida aberta sem cicatrização. Traz recordações de um tempo em que mamãe Margarida, linda e radiante, me abraçava fortemente em Afogados da Ingazeira quando eu chegava empoeirado da longa peregrinação por terras de vidas secas, chão seco retratado na pena de Graciliano Ramos.
No abraço, longo e afetuoso, ficava impregnado o cheiro do seu perfume, o aroma da sua alma, as marcas do seu batom no meu rosto, de beijos que expressavam o seu amor, verdadeiro, puro e cristalino amor.
Deus levou minha mãe em 2013, aos 86 anos. Um infarto fulminante encerrou sua missão terrestre. A dor só foi amenizada por ter a certeza de que os céus esperavam a chegada de um dos seus anjos mais belos. Seus braços são agora asas e seu coração a estrela mais brilhante do horizonte.
É assim que me sinto quando olho os céus com o coração apertado de saudade e tristeza, mas também com orgulho de a ter conhecido como mãe. Sei que a melhor homenagem que poderei lhe fazer é seguir com a minha vida, honrando sua memória e lutando pela minha felicidade.
E é isso que faço quotidianamente esperando que lá de cima ela me acompanhe sempre. A ausência deixa um vazio, mas o amor e as lembranças permanecem vivos. Dia das mães também existem para expressar com palavras a dor e a gratidão. Mãe não é eterna, mas jamais deveria morrer.
O Dia das Mães ficou tão sem graça depois que ela partiu. Sinto tanta falta do seu colo, de ouvir a sua voz, sinto falta de tudo que ela me proporcionava com sua alegria radiante, sua energia que não esmorecia nunca. Seu lindo sorriso aberto. Sua força e amor ficam como inspiração permanentes.
Mamãe era durona. Menino travesso, quando a palavra não me admoestava, a chibata dela corria solta. Puxou a vovô Severo Martins. Só de olhar para o semblante firme dele, tinha medo. Veio lá das bandas de Monteiro, na Paraíba, onde há ainda remanescentes do tronco Martins. Há pouco, descobri que o cantor Novinho da Paraíba, de Monteiro, é parente distante pelo tronco Martins.
Batizada por Margarida, minha mãe tem a beleza das flores, a doçura do mel e o brilho das estrelas. Victor Hugo, romancista francês, dizia que os braços de uma mãe são feitos de ternura e por isso mesmo os filhos dormem profundamente neles.
Um dia, muitos dias, dormi no colo da minha mãe na igreja, enquanto ela recebia as bençãos de Deus. Eu era menino ingênuo, uma ingenuidade pueril. Sonhava com os anjos no colo de mamãe. Sem saber, sentia que no seu colo aprendia o valor do amor, a ternura como maior tesouro, o motor que impulsiona a minha vida.
Aprendi, mais do que isso, que triunfar não é fácil, mas também não é impossível. No colo dela, aprendi ainda que amor de mãe é cura para o que nem sabia que estava doendo, o aconchego que nem sabia que precisava, a força que me guiava quando pensava em desistir.
O amor da minha mãe foi e será para sempre o combustível que me capacitou para fazer o impossível. Sua ausência, que triste ausência, me revela que ela é a maior força do meu universo.
Tudo nesta vida passa, mas o amor de mãe é um sentimento eterno, tão sublime quanto incondicional, que nos molda e nos transforma.
Toyota Hilux SRV, de R$ 311,6 mil: veja pontos fortes e fracos
O comércio de picapes médias no Brasil em 2024 foi liderado pela Toyota Hilux, com mais de 50 mil emplacamentos. A seguir, vêm a Ford Ranger, com 31,9 mil; a Chevrolet S10, com 27,4 mil; a Mitsubishi L200, com 10,9 mil. Em todo o mundo, o desempenho da caminhonete é também significativo: com 513,4 mil unidades vendidas, ela só perde para as Ford F-Series (903,5 mil) e a Chevrolet Silverado (639,9 mil). Em algum lugar fora dos Estados Unidos, a terra-mãe dos picapeiros, ela lidera. A que se deve esse sucesso? No geral, e já fazendo um resumo da constatação ou percepção obtidas, esse desempenho se deve à robustez (raramente quebra) e à consistência em diferentes tipos de terreno, especialmente em estradas.
No caso deste teste específico, foram uns 200 quilômetros por rodovias de terra batida no interior de Goiás, usando-se inclusive a tração 4×4. É um percurso pequeno, claro, mas esqueçamos a peculiaridade: os números de vendas mostram que a reputação conquistada — ser um carro resistente e duradouro — não foi, portanto, à toa. Ela, de fato, suporta condições de uso exigentes — e alie a esse fato o bom pós-venda (e nível de confiança mecânica) da Toyota. Sem falar que tem um dos menores índices de desvalorização entre as picapes.
Também vale destacar o interior da versão avaliada, com bancos aconchegantes de couro e com ajuste elétrico apenas para o do motorista e uma central multimídia modesta com espelhamento Android Auto e Apple CarPlay, por exemplo. A posição elevada de dirigir e a excelente altura do solo dão uma sensação diferente na condução. Os materiais usados são de qualidade. O isolamento acústico poderia ser mais eficiente. A suspensão é dura? Bastante, mas a Hilux não é carro para uso urbano. É um veículo seguro, que ganha sempre boas notas nos testes de colisão. A SRV tem 7 airbags e até oferece assistente de permanência em faixa e alerta de colisão frontal. E, pelo tamanho das picapes, são fundamentais os sensores de estacionamento e a câmera de ré com guias. Mas poderiam ser incluídos outros sistemas de auxílio à condução.
Conjunto de força – No entanto, aqui vai a primeira menção negativa: a direção é muita dura de manejo e o freio de mão manual está ultrapassado, só para ressaltar. Os diretores da Toyota no Brasil poderiam ser menos conservadores, adotando direção com assistência elétrica e freio de mão eletrônico — até pelo preço cobrado por esta versão. São R$ 311,6 mil, com frete incluso e na cor metálica cinza, para Brasília — algo bem acima do praticado pelas concorrentes. A experiência de condução, apesar dos pesares, é positiva — especialmente na estrada.
Um dos pontos fortes da Hilux é o motor 2.8 turbodiesel, recentemente atualizado para atender às novas regulamentações de emissões de poluentes. O modelo manteve, na versão testada, os 204cv de potência e torque de 50,9 kgfm. Em ultrapassagens e retomadas, ela exige um ‘pé pesado’ e atenção do motorista: boa aceleração não é o forte de picapes a diesel, mas principalmente da Hilux. Números da própria Toyota mostram que para fazer de 0 a 100 km/h ela precisa de 12,1 segundos. O consumo, até pelo uso do diesel e pelo porte do veículo, é no limite do aceitável, digamos assim: em torno de 10km/l na cidade e de 11km/l na estrada.
Garantia estendida – Outro fator que ‘incentiva’ a aquisição de uma Hilux é novo: a possibilidade que, por meio do programa Toyota 10, o dono estenda a garantia de fábrica dos modelos a até 10 anos – e sem custo adicional. O benefício é ativado automaticamente após o término do período de 5 anos da cobertura atual, desde que as revisões sejam realizadas nas concessionárias da marca. A Toyota explica que a cobertura adicional é renovável a cada 12 meses ou 10.000km e contempla peças de carroceria, sistema de arrefecimento, componentes elétricos e eletrônicos, motor, transmissão e freios. Mas até o limite máximo de 60 meses (totalizando 120 meses quando somados à garantia inicial) e 200.000 km para uso particular ou 100.000 km para uso comercial — o que ocorrer primeiro.
O programa também estará disponível para unidades da Hilux produzidas desde 2020 (desde que estejam elegíveis pelos critérios da cobertura). Do ponto de vista tecnológico, a SRV ganhou sistema que permite ao dono consultar status do veículo, histórico de viagens, lembrete para revisões, indicadores de consumo e diagnóstico de falhas diretamente no aplicativo Toyota App. Ele também permite rastreamento e imobilização de veículo roubado e emite alertas remotos de limite de velocidade e acionamento do alarme.
Venda de híbridos plug-in – O comércio de veículos leves eletrificados no Brasil (BEV, PHEV, HEV e HEV Flex) chegou a 14.759 unidades em abril deste ano, elevando o total acumulado no primeiro quadrimestre do ano para 54.683 veículos. As estatísticas estão sendo puxadas pelos veículos híbridos plug-in PHEV, que dispararam nos últimos meses. O resultado representa um crescimento de 2,6% em relação a março, quando foram comercializadas 14.380 unidades. Na comparação com abril de 2024 (15.206), houve uma pequena queda de 2,9%.
Essa retração é atribuída a fatores sazonais (mais emendas de feriados em abril deste ano do que em abril de 2024) e à nova metodologia da ABVE, adotada a partir de janeiro de 2025, que deixou de contabilizar os veículos micro-híbridos MHEV nas estatísticas de eletrificados. Ainda assim, o acumulado do primeiro quadrimestre de 2025 (54.683) superou em 6,6% o volume registrado no mesmo período de 2024 (51.296). Em relação a 2023 (19.579 unidades), o crescimento é exponencial e alcança os 180%.
Carro e qualidade de vida: o que têm a ver – A percepção de satisfação com a vida foi avaliada em média com nota 7,7 entre aqueles que têm um carro, enquanto os que não atribuíram em média nota de 7,1, segundo dados de pesquisa realizada pelo Data OLX Autos. Do total de entrevistados, 74% são donos de algum tipo de veículo. Desses, 65% tem carro, 20% moto, 7% picape ou caminhonete e 2% outros tipos de automóveis. Do total de entrevistados, 84% têm pelo menos uma vaga de garagem em casa: 65% contam com espaço para até dois automóveis, 8% têm três, e apenas 16% não dispõem de vaga na residência.
“A pesquisa revela como o fato da posse de um automóvel impacta a percepção da qualidade de vida das pessoas, seja no menor tempo de deslocamento, na facilidade de acesso a determinados lugares ou na percepção que as pessoas têm em relação à região em que residem. Os proprietários de automóveis avaliam suas cidades, em média, com nota maior do que aqueles que não têm um veículo”, diz Flávio Passos, VP de Autos do Grupo OLX.
Saúde física e mental, casa própria e estabilidade financeira, são, nesta ordem, os aspectos que mais contribuem positivamente na satisfação com o momento de vida atual, segundo a pesquisa. Em sétimo lugar estão a posse de um automóvel e o tempo livre, cada um com 25% das citações, considerando o índice de multiplicidade das respostas.
O comércio on-line de veículos – O setor automotivo brasileiro deve, segundo a federação dos distribuidores de veículos, ter um aumento de 5% nas vendas este ano. Com o bom desempenho nas vendas, o marketing também ganha protagonismo no setor. Por exemplo: a expectativa da Fenabrave é de que a receita com publicidade automotiva tenha um aumento de 6,3%. Um dos destaques é o crescimento do comércio online.
Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, o número de veículos vendidos pela internet aumentou 22,4%. Entre os setores analisados — como varejo e materiais de construção —, o automotivo liderou em crescimento. O estudo também projeta que as vendas no ambiente digital devem continuar em alta nos próximos anos. Dados da consultoria Fortune Business Insights reforçam essa tendência: as vendas globais do setor automotivo atingiram US$ 86,55 bilhões em 2023 e devem chegar a cerca de US$ 343 bilhões até 2032.
Empresas do setor estão inovando para sustentar esse crescimento, adotando soluções de inteligência artificial que permitem personalizar conteúdos de acordo com o perfil de cada consumidor. E o CRM, sigla para Gestão de Relacionamento com o Cliente, é uma ferramenta que centraliza e organiza as interações com os consumidores em uma única plataforma. No setor automotivo, quando associado à inteligência artificial, o CRM para vendas permite analisar o perfil de cada cliente, considerando preferências, comportamentos de consumo e informações demográficas.
Com essas informações, concessionárias e demais empresas conseguem mapear toda a jornada de compra, identificando os fatores que influenciam tanto o fechamento quanto a desistência de uma venda. Segundo Caio Nascimbeni, executivo da Syonet, a aplicação eficaz do CRM pode aumentar as vendas em até 30%.Diante disso, a expectativa é de que o setor continue investindo em inovação e tecnologia como pilares estratégicos para compreender melhor seus clientes e ampliar o volume de vendas nos próximos anos.
BMW começa a produzir a nova C 400 X em Manaus – A fábrica do BMW Group em Manaus já produz em Manaus (AM) a nova BMW C 400 X. O modelo vem equipado com o avançado sistema BMW Motorrad ABS Pro e controle de tração dinâmico, elevando o nível de segurança. Outro grande diferencial é a tela TFT de 6,5 polegadas, agora item de série, oferecendo uma interface intuitiva e de alta qualidade para o condutor. A BMW C 400 X permanece com o motor monocilíndrico de 34 cv a 7.500 rpm e torque máximo de 35 Nm a 5.750 rpm, garantindo desempenho dinâmico e eficiente.
A potência é transmitida por meio de uma transmissão CVT e a suspensão possui um braço oscilante de alta rigidez torcional, proporcionando maior estabilidade na condução. A motocicleta reforça o compromisso da marca com inovação. “A BMW C 400 X não é apenas uma scooter, mas uma extensão da nossa filosofia, que inclui segurança e conectividade de ponta em um modelo urbano sofisticado”, explica Matheus Pereira, CEO da BMW Motorrad no Brasil. Este já é o terceiro modelo que a marca inicia a produção neste ano, de um total de seis previstos para 2025.
Harley-Davidson Fat Boy Gray Ghost – A Harley-Davidson acaba de revelar a nova Fat Boy Gray Ghost, modelo de produção limitada da série Icons Motorcycle Collection. Esta edição exclusiva comemora os 35 anos da lendária Fat Boy — uma das motocicletas mais lendárias da história. O modelo conta com um acabamento inovador chamado Reflection, que confere à moto um visual cromado impressionante, como se tivesse sido esculpida em alumínio polido. A Icons Motorcycle Collection apresenta releituras modernas de motos clássicas da Harley-Davidson, sempre em edições numeradas e com recursos diferenciados. A produção global da Fat Boy Gray Ghost será limitada a 1.990 unidades — uma homenagem ao ano de lançamento do modelo original, em 1990.
Prevista inicialmente para ser uma edição limitada, a Fat Boy atravessou três gerações de motorização e evoluções, mantendo por 35 anos sua presença marcante e estilo inconfundível. O motor é Milwaukee-Eight 117 Custom, com 101cv e torque de 171 Nm — 7% mais potência e 3% mais torque que a versão anterior.
Chega o inédito A6 Sportback e-tron – A Audi do Brasil começa a pré-venda do A6 Sportback e-tron, o novo veículo 100% elétrico da fabricante no país. O modelo chega com uma credencial de respeito: ele é o carro mais aerodinâmico da história da marca das quatro argolas.O modelo possui uma nova bateria com autonomia total de 445 quilômetros, de acordo com o Inmetro, e carregamento de 10% a 80% em apenas 21 minutos — dependendo do carregador usado, claro. Ele já está disponível na rede de 40 concessionários da marca em versão única — a A6 Sportback e-tron Performance Black —, no valor de R$ 650 mil.
O A6 é equipado com baterias de íons de lítio, tração traseira e motorização elétrica com potência combinada de 367 cavalos e 59.1kgfm de torque. A aceleração de 0 a 100 km/h é feita em somente 5,4 segundos e a velocidade máxima (limitada eletronicamente) é de 210 km/h. A segurança é o forte: ele traz, por exemplo, diversas tecnologias de condução semiautônoma, como assistente de desvio e conversão; controle de cruzeiro adaptativo, aviso de saída de faixa com assistente de emergência e sistema de frenagem autônoma; park assist plus com sensores estacionamento dianteiro e traseiro; assistente de troca de faixa, alerta de tráfego reverso, exit warning e assistente de conversão em marcha a ré.
Dia do Automóvel: saiba como cuidar do seu – Celebrado em 13 de maio, o Dia do Automóvel é uma oportunidade para refletir sobre a importância da segurança nas estradas brasileiras. Apesar de os veículos simbolizarem liberdade e progresso, dados do anuário da Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostram que, só em 2024, mais de 64 mil acidentes foram registrados em rodovias federais — muitos causados por falhas mecânicas que poderiam ser evitadas. Para alertar motoristas e contribuir com a prevenção, Célio Renato Ruiz, gerente de Assistência Técnica da Henkel, referência global em soluções de adesivos e selantes, compartilha recomendações práticas de manutenção para uma direção mais segura.
Verificação do sistema de freios – A revisão dos freios deve ser prioridade em qualquer plano de manutenção veicular. Além do desgaste natural de peças como pastilhas e discos, o sistema pode sofrer alterações devido a fatores climáticos, aumentando o risco de aquaplanagem e perda de controle em situações de emergência. “A atenção aos freios é primordial. O sistema de fluido não pode apresentar vazamentos e deve suportar a pressão exigida durante a frenagem. Na montagem do sistema é necessária a aplicação de adesivos anaeróbicos, conhecidos como veda roscas, para impedir falhas e garantir o funcionamento ideal. Trepidações ou ruídos ao frear já são sinais de que algo precisa ser verificado imediatamente”, alerta Ruiz.
Para-choque em boas condições – Responsável por absorver parte da energia gerada em colisões, o para-choque é fundamental para a proteção dos passageiros. Qualquer fissura, trinca ou deformação compromete a capacidade de dissipar o impacto em caso de acidente. “A estrutura do para-choque precisa estar íntegra e em perfeitas condições. Dependendo do dano, é possível repará-lo com adesivos específicos de alta resistência mecânica e flexibilidade. Mas em casos mais graves, a substituição é recomendada para não comprometer a segurança”, orienta o especialista.
Atenção ao para-brisa – Mais do que um item de visibilidade, o para-brisa reforça a estrutura do carro e é decisivo na proteção do motorista e dos passageiros. Essa estrutura é responsável por absorver a força gerada por variados impactos, que vão desde um acidente frontal até choques com pedregulhos e pássaros. Trincas e rachaduras comprometem essa segurança e podem aumentar os riscos em acidentes. Mesmo pequenos danos reduzem a resistência contra o vento e elevam o risco de estilhaços.
“Danos maiores que uma moeda de R$ 1 não devem ser reparados e, se estiverem na linha de visão do condutor, exigem troca imediata. A fixação correta do vidro é feita com adesivos automotivos de alta flexibilidade, que absorvem impactos e resistem à força do airbag em situações de emergência. A aplicação de adesivos para para-brisa requer conhecimento técnico para garantir máxima fixação”, explica Ruiz.
Calibragem dos pneus – A pressão inadequada dos pneus afeta a dirigibilidade, o consumo de combustível e aumenta o risco de acidentes, principalmente em curvas e frenagens. A recomendação é calibrar os pneus semanalmente ou antes de viagens longas, sempre respeitando a indicação do fabricante. “A calibragem correta preserva a aderência ao solo e a estabilidade do veículo. É um cuidado simples, mas que faz enorme diferença na segurança”, destaca Ruiz.
Mais recomendações – Além da manutenção mecânica, é fundamental manter no veículo itens obrigatórios como triângulo, estepe calibrado, chave de roda e macaco. Esses equipamentos são essenciais em emergências e sua ausência pode gerar multa e pontos na carteira. Antes de viagens longas, também é importante checar o nível do óleo do motor e do fluido de arrefecimento. A falta desses líquidos pode provocar superaquecimento ou danos graves, aumentando o risco de pane e acidentes.
Faróis, lanternas e luzes de freio precisam funcionar perfeitamente para sinalizar manobras e garantir boa visibilidade, especialmente em rodovias pouco iluminadas. O Dia do Automóvel reforça a importância da cultura de segurança nas estradas. Pequenas atitudes de manutenção preventiva, muitas delas simples e acessíveis, ajudam a reduzir acidentes e proteger vidas, valorizando não só os veículos, mas, principalmente, quem está ao volante e de todos que utilizam as vias.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.
A cidade de Triunfo, no Sertão pernambucano, vai ganhar mais uma Unidade Básica de Saúde. O anúncio foi feito hoje pelo prefeito Luciano Bonfim em vídeo publicado no Instagram. Segundo ele, a oitava UBS do município será construída no bairro da Encruzilhada, com sede própria e previsão de início das obras em até 30 dias.
A declaração foi feita em frente à Unidade Mista Felinto Wanderley, onde o prefeito também celebrou o nascimento de cinco crianças no município, na véspera do Dia das Mães. “Mostramos nosso compromisso com a saúde, cumprindo metas e protocolos. Tudo em gestão é importante, mas a saúde precisa ser prioridade”, afirmou. A unidade também realizou um mutirão com 50 exames de ultrassonografia.
Ainda, Luciano destacou a realização recente do congresso do COSEMS-PE (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde), que reuniu cerca de 700 pessoas em Triunfo. O evento discutiu o fortalecimento do SUS, uso de tecnologias no atendimento e estratégias de ampliação da atenção básica. “Vamos ampliar ainda mais nosso sistema de saúde e reafirmar que jamais vamos abandonar o SUS. Viva o SUS e parabéns a todas as mães”, concluiu.
Há beijos que acontecem no escuro das esquinas, há outros que se dão sob as luzes do teatro da vida. Mas existe um tipo raro de beijo — o beijo subversivo — que não se prende a cenário algum, porque ele próprio é uma cena que se recusa a ser espetáculo. Esse beijo não foi dado para aplausos, nem para câmeras. Ele nasceu no silêncio tenso das almas que já sofreram demais para ainda temer o amor.
Belchior e Violeta não se beijaram por impulso. O que houve entre eles foi uma espécie de pacto ancestral, selado no toque dos lábios, mas firmado muito antes — talvez quando um pressentiu o cansaço do outro no modo de caminhar, ou quando o olhar de um enxergou, no outro, a mesma sede de liberdade. Foi um beijo nos lábios que não pediu permissão ao mundo — apenas existiu. E por isso mesmo, abalou mundos.
Violeta era uma mulher marcada. Não por rugas ou mágoas, mas pelas estruturas invisíveis que a sociedade impõe às mulheres fortes demais, belas demais, livres demais. Estivera aprisionada em um casamento com Tibúrcio — um homem bruto, de beiços inchados e coração raquítico. Ele se orgulhava de suas conquistas públicas, mas em casa era um opressor travestido de provedor. Seus gestos duros escondiam um medo ancestral: o de perder o controle sobre uma mulher que começava a despertar.
Foi então que surgiu Belchior — um homem comum aos olhos de muitos, mas gigante nos olhos de Violeta. Ele não trazia títulos nem posses. Trazia livros, silêncios, delicadezas. E, sobretudo, trazia o gesto mais revolucionário que alguém pode oferecer a uma mulher ferida: escuta. Quando a olhou pela primeira vez, não quis possuí-la. Quis compreendê-la. E nisso, já se desenhava o beijo que viria — não como um gesto de desejo, mas como um sopro de redenção.
Mas houve também o desejo — e ele veio como um raio incendiando os corpos que antes conheciam apenas o frio das convenções. Belchior abraçou o corpo de Violeta como ninguém jamais ousou abraçar. Tocou-a com ternura e furor. Fez dela mulher em tudo, inteira, entregue, plena. E Violeta, ao se abandonar nos braços dele, sentiu o êxtase — um êxtase que nenhum outro homem, nem mesmo Tibúrcio com todo seu domínio aparente, jamais conseguiu provocar. Ali, entre gemidos e suspiros, nascia não apenas o prazer, mas a liberdade.
O beijo de Belchior e Violeta foi um levante contra os decretos não escritos de uma sociedade que separa classes, silencia afetos e sabota o amor quando ele não cabe nos moldes impostos. Foi um beijo que denunciava os cárceres afetivos, os casamentos sem alma, as conveniências que matam lentamente. E por isso, foi chamado de subversivo. Porque ousou amar onde não se esperava amor. Porque foi ternura em meio ao cinismo. Porque foi flor plantada no meio da pedra.
E esse beijo, que muitos quiseram apagar, sobreviveu. Não apenas nas lembranças dos dois, mas nos bancos de uma biblioteca que guarda seu nome como se guardasse um segredo sagrado. Ali, entre flores e páginas, jovens se debruçam sobre a história de Belchior e Violeta não apenas para ler um romance, mas para aprender a resistir. Aprendem que amar é também um ato político. Que beijos podem ser manifestos. E que há gestos tão puros que, mesmo feitos em silêncio, gritam por gerações.
Hoje, o beijo subversivo é de todos nós. É da mulher que sai de um relacionamento abusivo e volta a sorrir. Do homem que se recusa a endurecer. Do casal que se ama mesmo sem aprovação. Do idoso que segura a mão da companheira no banco da praça. Da menina que declara seu amor sem medo. Da juventude que recusa o ódio e escolhe o afeto como caminho. O beijo subversivo está nas mãos que não soltam, nos olhos que não se desviam, nos corações que não se rendem.
Que essa crônica viaje, então, como viajaria uma brisa sobre um campo de flores. Que ela toque corações cansados, inspire amores adormecidos e desperte em cada um a coragem de amar sem pedir desculpas. Porque o mundo ainda precisa de muitos beijos subversivos. E talvez o maior deles seja o próximo que você tiver a ousadia de dar.
P.S. Esta crônica é inspirada no romance O Beijo Subversivo, atualmente em processo de escrita por Flávio Chaves. Em breve, essa história de amor profundo e revolucionário estará disponível nas plataformas digitais e livrarias de todo o país. Prepare-se para se emocionar com uma narrativa que já nasce eterna.
*Jornalista, poeta, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras
Neste domingo (11), a partir das 12h, o Manhattan Café Theatro, em Boa Viagem, oferece buffet livre com música ao vivo para quem quiser comemorar o Dia das Mães fora de casa. A proposta é reunir conforto, comida farta e ambiente agradável, sem filas ou espera. As reservas podem ser feitas por WhatsApp através do número (81) 98888-4818.
Passando aqui para reforçar: o convite para o lançamento do meu novo livro “Os Leões do Norte”, como toda noite de autógrafo, é público, aberto a todo e qualquer cidadão que tenha interesse em prestigiar. Será no próximo dia 9, a partir das 18 horas, no Boteco Porto Ferreiro, que fica localizado na Avenida Rui Barbosa, 458, no bairro das Graças, no Recife.
Trata-se de uma contribuição às novas gerações, para que possam conhecer um pouco da história dos últimos 22 governadores de Pernambuco, de Carlos de Lima Cavalcanti, interventor nos anos 30, até Paulo Câmara, que antecedeu Raquel Lyra. A proposta não inclui a atual governadora, porque, claro, está no exercício do seu mandato.
Como escreveu o acadêmico Flávio Chaves, a história não vive apenas nos arquivos empoeirados nem repousa esquecida em bibliotecas silenciosas. Ela pulsa viva na pena dos que ousam resgatá-la com zelo, paixão e compromisso com a verdade.
“É exatamente isso que o jornalista, escritor e poeta Magno Martins realiza em sua nova obra: ‘Os Leões do Norte’, seu 13º livro, uma ode à política de Pernambuco, um tributo aos que, com acertos e equívocos, moldaram os rumos do Estado e ecoaram no cenário nacional.
Mais do que um compêndio biográfico, o livro é um exercício de memória, de escavação minuciosa do tempo, de reconstituição de trajetórias que, por vezes, pareciam condenadas ao esquecimento. Nele, Magno revela-se não apenas o cronista político aguçado que sempre foi, mas um memorialista de mão cheia, um guardião das narrativas que, entre gabinetes e palanques, costuraram a tessitura do poder em Pernambuco”.
Chaves foi mais além: “São 22 perfis de governadores – da era do interventor Carlos de Lima Cavalcanti, em 1930, até o ex-governador Paulo Câmara – que o autor nos oferece com olhar apurado, texto envolvente e senso histórico aguçado. Cada capítulo é um mergulho em contextos distintos, com suas respectivas urgências, disputas e marcas. Carlos de Lima, Agamenon Magalhães, Barbosa Lima Sobrinho, Cordeiro de Farias, Arraes, Marco Maciel, Jarbas Vasconcelos, Eduardo Campos e tantos outros surgem como personagens vivos, com suas luzes e sombras, todos retratados com o devido respeito, mas sem endeusamentos fáceis.
Com o selo da pernambucana ‘Eu Escrevo Editora’, sob a batuta do cartunista Samuca, e prefácio do jurista e ex-deputado Maurício Rands, o livro se propõe a ir além do público habitual dos compêndios políticos: quer chegar às salas de aula, às mãos dos jovens estudantes e futuros líderes, como leitura formadora, indispensável. E cumpre esse papel com clareza e densidade.
Não é apenas a política factual que nos é apresentada, mas também o espírito de uma época, o sopro das ideias que moviam cada figura retratada. Como bem observou o cientista político Antônio Lavareda, a obra ‘muito contribuirá para o conhecimento da política de Pernambuco’. E como afirmou o jornalista Júlio Mosquéra, ‘há na escrita de Magno o eco das vozes que acreditavam no diálogo, no entendimento, no labor democrático como virtude essencial do homem público’.
Magno Martins não escreveu apenas um livro. Ergueu um farol para futuras gerações. Sua obra é uma trincheira contra o esquecimento, uma celebração da palavra como instrumento de memória e um gesto de gratidão à terra que o forjou como jornalista e cidadão.
A noite de autógrafos, marcada para o dia 9 de junho, no Boteco Porto Ferreiro, na Avenida Rui Barbosa, promete ser mais do que um lançamento: será um reencontro com a própria história. Que Pernambuco se levante em honra de seus leões e de quem lhes oferece, com maestria, as páginas que jamais deixarão de rugir”.
Flávio Chaves é jornalista, poeta, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras. Colabora com este blog nos oferecendo textos inteligentes, sensacionais e emocionantes.
Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, neste sábado (10), derrubar parcialmente uma resolução da Câmara dos Deputados que visava suspender toda a ação penal contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), no caso da Trama golpista.
A unanimidade da Primeira do Supremo formou-se após o voto da ministra Cármen Lúcia. Com a decisão, Ramagem continuará a responder por três dos cinco crimes pelos quais foi denunciado: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa.
Os ministros do STF também julgaram que a parte do processo relacionada a outros dois delitos, que teriam ocorrido após a diplomação de Ramagem como deputado, em dezembro de 2022, ficará suspensa.
Isso significa que Ramagem não responderá, durante o mandato, pelos crimes de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Esses delitos estão relacionados ao 8 de janeiro. O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), no entanto, voltará a responder por esses crimes depois do fim do mandato.
O que a Câmara votou
A resolução da Câmara, aprovada por 315 votos a 143, previa a suspensão integral do processo contra Ramagem, sob o argumento de que, como parlamentar, caberia à Casa decidir sobre o prosseguimento da ação penal por crimes ocorridos após a diplomação. Porém, a Primeira Turma do STF considerou que a interpretação da Câmara era inválida.
Como votou a Primeira Turma
Os ministros da Primeira Turma do STF fundamentaram a decisão nos limites da imunidade parlamentar, conforme previsto na Constituição. O relator da ação, Alexandre de Moraes, destacou que a imunidade é um benefício individual aplicável somente ao parlamentar (caráter personalíssimo) e se restringe a crimes praticados após a diplomação.
Essa interpretação impede que a imunidade seja aplicada a corréus que não possuem foro privilegiado ou a delitos cometidos antes do início do mandato. Cármen Lúcia afirmou que uma interpretação “mais extensiva”, como a buscada pela Câmara, “esvaziaria uma das funções básicas do Estado de Direito” e privilegiaria a pessoa “sem resguardo da integridade do cargo público”.
Cristiano Zanin reforçou esse entendimento, pontuando que estender a imunidade para corréus não parlamentares ou para delitos anteriores à diplomação seria um “equívoco jurídico”. Ele alertou que a suspensão integral da ação penal resultaria em “efeitos indesejáveis para corréus que, mesmo sem imunidade, teriam seus processos suspensos”. A resolução da Câmara, inclusive, abria uma “brecha para que outros réus fossem beneficiados”.
A decisão do STF também reforça o entendimento de que a imunidade parlamentar não pode ser utilizada para blindar atos ilícitos cometidos antes da diplomação ou estender proteção a terceiros.
Acusações contra Ramagem
Alexandre Ramagem participava do “núcleo crucial” da organização criminosa que, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), teria atuado para impedir o funcionamento das instituições democráticas.
Com a unanimidade formada pela Primeira Turma do STF, Ramagem continuará respondendo por três crimes graves no âmbito do STF, enquanto os outros dois permanecem suspensos até o final de seu mandato parlamentar.
As 47 Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Camaragibe funcionaram neste sábado (10) para o Dia D da campanha de vacinação contra a gripe. A ação tem como foco os grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde, que representam cerca de 11% da população do município — aproximadamente 37 mil pessoas. Segundo a Secretaria de Saúde, 6.741 moradores já foram imunizados desde o início da campanha.
Durante a mobilização, o prefeito Diego Cabral visitou unidades nos bairros Céu Azul e Bairro Novo. “É importante incentivar a população a se vacinar. Todas as nossas unidades estão preparadas para imunizar os grupos prioritários indicados pelo Ministério da Saúde”, afirmou. No Bairro Novo, o garçom Diogenes Marques levou os filhos Larissa, de 5 anos, e David, de 4, e destacou a importância da imunização infantil. “Precisamos manter nossos filhos protegidos e evitar a propagação da gripe e de outras doenças”, disse. Em algumas UBS, atividades lúdicas foram organizadas para entreter as crianças enquanto aguardavam atendimento.
A vacinação continua ao longo da semana nas UBS e, aos fins de semana, no posto avançado do Camará Shopping, que funciona das 13h às 18h. Além de idosos, fazem parte dos grupos prioritários crianças de seis meses a menores de seis anos, gestantes, puérperas, trabalhadores da saúde e da educação, povos indígenas e quilombolas, pessoas com comorbidades ou deficiência permanente, caminhoneiros, trabalhadores dos Correios, portuários, profissionais das Forças Armadas, do transporte coletivo e da segurança, além da população em situação de rua, pessoas privadas de liberdade e adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao fim da sua viagem a Moscou, criticou hoje o plano de rearmamento da União Europeia (UE), afirmando que os gastos de defesa dos países europeus deveriam ser destinados ao combate da fome no mundo.
“A Europa está voltando a se armar por medo de guerra, o que é uma loucura. A Inglaterra está voltando a se armar. O Japão está voltando a se armar. Ou seja, estarmos gastando trilhões de dólares com armas quando o mundo está precisando que a gente gaste trilhões de dólares com educação, com saúde e com comida para o povo que está passando fome. É esse mundo que a gente quer construir”, afirmou Lula.
O presidente veio à Rússia para participar das comemorações dos 80 anos da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial. A agenda do líder petista contou com um jantar oferecido pelo presidente russo, Vladimir Putin, aos chefes de Estado e governo; a participação no desfile militar do Dia da Vitória na Praça Vermelha e duas reuniões bilaterais: uma com Putin, outra com o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico. O Itamaraty já havia antecipado anteriormente que um dos objetivos da viagem seria reforçar a independência da política externa do Brasil.
Lula também reiterou a posição do Brasil em relação à guerra da Ucrânia, condenando a intervenção da Rússia e se colocando à disposição de participar da mediação do conflito.
“Nós dissemos ao presidente Putin o que a gente vem dizendo desde que começou esta guerra. A posição de que o Brasil é contra a ocupação territorial de outro país”, disse Lula em coletiva de imprensa antes de viajar para a China, onde cumpre agenda em 12 e 13 de maio.
“O Brasil faz parte de um grupo de países que, junto com a China, criou um grupo de amigos que são três países emergentes. E eu disse ao presidente Putin que nós estamos dispostos a ajudar na negociação desde que os dois países que se enfrentam queiram que a gente possa participar de negociação. O Brasil acha que é uma loucura ficar incentivando essa guerra, que é uma loucura”, declarou Lula neste sábado.
Ao falar sobre as motivações do Brasil em realizar a visita à Rússia durante as comemorações do Dia da Vitória, Lula foi categórico: defender o fortalecimento do multilateralismo.
“Fiz questão de vir aqui para dizer que o Brasil está defendendo o fortalecimento do multilateralismo. Não é possível que a gente não tenha aprendido a lição com a importância do que foi o multilateralismo depois da Segunda Guerra Mundial. Ou seja, humanizou o comércio dos países e das nações”, disse o presidente.
“A posição do Brasil é muito, muito sólida. Independente de eu ter vindo aqui, independente de eu ter vindo à China, independente de eu ter vindo a qualquer país, a nossa posição continua a mesma com aquilo que a gente pensa sobre a guerra da Ucrânia: ‘Nós queremos paz’. E discutimos ontem com o presidente Putin que nós queremos paz”, completou.
Lula destaca comemorações do Dia da Vitória
O presidente Lula também comentou sobre a comemoração dos 80 anos da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial e sobre o peso histórico que a data tem no país.
“Esse é um país que, de todos que participaram com os aliados, foi o que mais perdeu gente. Esse país perdeu praticamente 26 milhões de pessoas. Esse país chegou num momento em que a população, a juventude, praticamente estava dizimada pela Segunda Guerra Mundial. E eu vim ver o que é uma festa muito importante”, disse.
O presidente brasileiro fez questão de ressaltar a importância desta data histórica para os russos, observando que a comemoração do Dia da Vitória vai muito além do desfile militar na Praça Vermelha.
“Tem gente que acha que a festa aqui na Rússia é só o desfile de ontem. Ontem foi um desfile para as autoridades, mas o dia da vitória é comemorado em todo o território russo. E foi uma grande festa. Eu acho que, sinceramente, todos nós precisamos ter consciência de que a gente não pode nunca mais permitir que coisas como o nazismo voltem a acontecer no planeta Terra. Nem na guerra e muito menos na política, que nós estamos vendo crescer em uma parte do mundo”, completou o presidente.
O líder brasileiro acompanhou a parada militar do 9 de Maio, ao lado da primeira-dama Janja. Membros da delegação brasileira como o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, o chanceler Mauro Vieira e a ministra Luciana Santos também assistiram ao desfile.
O ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho (União Brasil) usou as redes sociais para protestar contra a ausência de Petrolina no anúncio de novos voos da Azul Linhas Aéreas para o Nordeste. Em vídeo publicado no Instagram ontem, ele cobrou tanto a companhia quanto o governo de Pernambuco, relembrando a promessa feita pela governadora Raquel Lyra (PSD) de que, em abril, seria retomada a segunda conexão diária entre Recife e Petrolina.
“A Azul anunciou que no mês de junho vai operar quatro novos voos para o Nordeste, mas nenhum deles é chegando à Petrolina”, disse Miguel. “Temos um aeroporto internacional, uma das melhores estruturas hoteleiras da região e um São João que movimenta mais de R$ 300 milhões e é considerado um dos melhores do Brasil”, argumentou.
Durante o vídeo, o parlamentar reproduz inclusive a fala da própria governadora: “Agora eu acabei de ter a confirmação que no dia 1º de abril a Azul retoma o segundo voo Petrolina-Recife-Recife-Petrolina, ok?”, diz Raquel Lyra em um trecho recuperado pelo ex-prefeito.
Miguel afirma que, até o momento, o que se vê são passagens “cada vez mais absurdas”, o que encarece a cadeia produtiva local e prejudica a mobilidade da população do Sertão, que tem em Petrolina uma das principais portas de entrada e saída. “Esperamos que a Azul cumpra o que prometeu e que o governo do Estado também olhe para Petrolina com mais atenção”, concluiu.
Certo dia, o chefe do departamento dos Correios responsável pela compra de material foi procurado por dois detetives que se passaram por empresários interessados em fazer negócios na estatal. Sem saber que estava sendo gravado, o servidor disse que estava no cargo por indicação do PTB, partido da base de apoio do governo Lula, e que os contratos assinados em sua repartição eram precedidos por pagamento de propina.
E explicou: “Nós somos três. Os três são designados pelo PTB, por Roberto Jefferson. É uma composição com o governo. Nomeamos o diretor, um assessor e um departamento-chave. Eu sou departamento-chave”. Depois, detalhou como funcionava o esquema: “Quando é pregão com alta concorrência, é coisa pequena, de 3% a 5%. Quando é serviço, 10%. Consultoria é definida antes, a gente senta e conversa”.
Numa demonstração de boa vontade, os “empresários” entregaram R$ 3 mil a ele, que, sem desconfiar da armadilha, pegou o dinheiro e guardou no bolso do paletó. Revelada por VEJA em maio de 2005, a cena foi o fio da meada do célebre mensalão.
Acuado pela denúncia, o então deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB, concedeu uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo na qual revelou a existência do esquema. Em troca de apoio político, deputados e senadores recebiam gordas mesadas — o mensalão. O escândalo envolveu quarenta pessoas entre parlamentares, empresários e dirigentes partidários. Dos acusados, 24 foram condenados. Entre eles, além do próprio Jefferson, a nata do poder petista da época: o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha, o ex-presidente do PT, José Genoino, e o ex-tesoureiro Delúbio Soares. Eles foram sentenciados por corrupção e passaram uma temporada na cadeia.
O primeiro governo Lula por pouco não implodiu diante do que foi descoberto. Duas décadas depois, o caso continua sendo o maior exemplo de que a Justiça é capaz de alcançar os poderosos. Por outro lado, também serve para demonstrar o quanto corruptos e corruptores podem ser resilientes.
Ex-chefe da Casa Civil do governo, José Dirceu, por exemplo, era tido como o sucessor natural de Lula. Cabia a ele, entre outras tarefas, negociar com o Congresso a aprovação dos projetos de interesse do Planalto. Apontado como mentor do mensalão, ele foi condenado a sete anos e onze meses de prisão, passou 354 dias na penitenciária da Papuda, em Brasília, e cumpriu o restante da pena em regime aberto. Em 2016, foi indultado pela presidente Dilma Rousseff (PT). Um histórico assim, em tese, já seria suficiente para um ponto-final em qualquer carreira política.
Dirceu, no entanto foi condenado a mais 23 anos e preso pela segunda vez. A Operação Lava-Jato descobriu que ele recebia propina de empresas que mantinham negócios com a Petrobras. O Supremo Tribunal Federal (STF), porém, anulou a condenação algum tempo depois, sob o argumento de que teria havido irregularidades processuais.
Livre das acusações, o ex-ministro voltou à cena em grande estilo. Ele já postou fotos abraçado ao presidente Lula e participou como convidado especial de uma sessão do Senado que celebrou a democracia. Foi aplaudido, elogiado e ainda discursou no plenário. Também já anunciou que pretende voltar ao Parlamento em 2027, eleito como deputado ou senador.
É no mínimo curioso ter o ex-ministro como estrela de uma solenidade de celebração justamente da democracia. No julgamento do mensalão, Dirceu e os demais acusados foram chamados de “profanadores da República”, expressão usada pelo ministro Celso de Mello, à época decano do Supremo, hoje aposentado. “Fui linchado publicamente sem direito a defesa, presunção da inocência e devido processo legal”, disse o ex-chefe da Casa Civil em nota enviada a VEJA.
Em março, Dirceu comemorou 79 anos de idade. Na festa, realizada em Brasília, compareceram nada menos do que treze ministros de Estado, o presidente da Câmara, Hugo Motta, além de dezenas de parlamentares. São poucos os políticos que podem exibir tamanho prestígio. Os convivas, aliás, saudavam Dirceu pela alcunha de “comandante”. Sob sua mentoria, segundo a acusação, forjavam-se contratos entre empresas privadas e órgãos públicos. O dinheiro desviado era usado para subornar os congressistas, financiar campanhas políticas, bancar o luxo e até as despesas mais comezinhas de alguns.
O ex-deputado João Paulo Cunha, por exemplo, todos os meses enviava sua esposa a uma agência bancária para sacar sua parcela do esquema. O dinheiro era usado, entre outras coisas, para pagar a conta da assinatura de TV. O parlamentar também foi acusado de manipular uma licitação para beneficiar uma empresa de publicidade envolvida no escândalo. Condenado a seis anos e quatro meses de prisão, ele cumpriu a pena em regime semiaberto.
Nesse período, aproveitou o tempo ocioso para cursar direito em uma faculdade particular. Formou-se em julho de 2015, mas a nova carreira mesmo em 2023, depois da posse de Lula. Cunha hoje é um profissional requisitado. Aos 66 anos, ele se tornou sócio de um conceituado escritório de advocacia que foi contratado na mesma época para cuidar das demandas da Previ, o bilionário fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, comandado pelos petistas.
NOVA CARREIRA – Cunha: lobby em Brasília e sucesso na advocacia após a volta do PT ao governo (Divulgação; Pedro Ladeira/Folhapress)
As portas abertas do governo ao ex-deputado ainda permitiram a atuação dele como lobista. Em janeiro deste ano, ele pediu ao ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, para conhecer o comandante do Exército, general Tomás Paiva. O encontro foi marcado e o ex-dirigente petista apareceu acompanhado de empresários que queriam apresentar ao chefe militar um portfólio do grupo na área de combate a incêndios. O encontro não constou nas agendas oficiais.
Até onde se sabe, a aproximação ainda não resultou na assinatura de nenhum contrato com o Exército. Em Brasília, uma agenda como essa é valiosíssima para quem pretende fazer negócios com o governo, mas também rende excelentes dividendos para quem consegue marcar.
Cunha e os demais envolvidos hoje tentam reescrever a história, como se o esquema de corrupção nunca tivesse ocorrido. Nesse esforço se destaca Delúbio Soares. Certa vez, ele disse que o mensalão seria lembrado como uma “piada de salão”. Não se sabe se ele estava minimizando o esquema diante de outras fraudes que viriam a ser descobertas depois ou se simplesmente tentava desqualificar o resultado das investigações. Condenado a seis anos e oito meses de prisão por corrupção, o ex-tesoureiro foi apontado como o elo entre o núcleo político e o núcleo financeiro do esquema.
Com a volta do PT ao Planalto, Delúbio, aos 69 anos, se prepara para um voo ambicioso: uma candidatura a deputado federal. “Mister Simpatia”, como é chamado pelos colegas de partido, tem rodado o país desde o início do governo Lula para divulgar o conteúdo do livro que escreveu, no qual afirma, entre outras coisas, que o mensalão foi uma conspirata “concebida no exterior”. “Tanto no mensalão quanto na Lava-Jato os objetivos eram claros: depor Lula, depor Dilma, acabar com o PT. Não conseguiram”, disse em nota enviada a VEJA. Ele, portanto, seria apenas vítima dessa trama.
O discurso no passado era bem diferente. Em 2005, ao eclodir o escândalo, Lula, em um pronunciamento em cadeia nacional, foi contundente: “Quero dizer a vocês, com toda a franqueza, que me sinto traído. Traído por práticas inaceitáveis das quais nunca tive conhecimento. Estou indignado pelas revelações que aparecem a cada dia e que chocam o país”.
Com o tempo, no entanto, a indignação foi refluindo. Em fevereiro passado, durante o aniversário dos 45 anos do PT, ela refluiu de vez e o presidente fez uma defesa pública dos mensaleiros. “O Zé Dirceu sabe o que é ser vítima da mentira. Está aqui o companheiro Delúbio, que sabe o que é ser vítima da mentira”, disse, com a mesma convicção de antes. José Genoíno não foi citado, mas também está nesse rol de vítimas.
VEJA revelou que o ex-deputado havia assinado um contrato fictício de empréstimo para justificar a entrada dos recursos ilegais no caixa do partido. Condenado a quatro anos e oito meses de prisão, ele se mantinha recluso até a volta do PT ao poder. Hoje, aos 79 anos, não pensa em retornar à política, mas voltou à ativa como uma espécie de conselheiro. O ex-parlamentar já criticou, por exemplo, o que seria uma suposta aliança do presidente da República com o STF. “Isso é perigoso. Ele pode ter uma boa conversa com o Supremo, mas não deve ter ilusão, porque amanhã o Supremo pode dar o troco”, advertiu.
A declaração sugere que o STF aceita conchavos e age movido por conveniências políticas, o que é uma insinuação grave. Professor da Fundação Perseu Abramo, entidade ligada ao PT, Genoino recebe uma aposentadoria de 32 000 reais da Câmara dos Deputados.
Nem todos os mensaleiros importantes foram reabilitados pelo governo petista. Dois deles renasceram antes. Condenado a sete anos e dez meses, o ex-deputado Valdemar Costa Neto manteve-se nas sombras até 2021, quando o então presidente Jair Bolsonaro decidiu se filiar ao PL. Foi a guinada à direita do cacique político que outrora caminhou ao lado de Lula e Dilma Rousseff e agora veste a camisa dos “patriotas” que condenam, entre outras coisas, a corrupção dos governos do PT.
Para justificar a pirueta, Valdemar jura que nunca pegou mesada em troca de votos e afirma que os milhões que recebeu diziam respeito a uma dívida do partido de Lula relativa à campanha de 2002 — nada de corrupção. Na época, o ex-deputado renunciou ao mandato e teve de se afastar do comando de seu partido — tudo enfrentado “sem lamentação”, como costuma rememorar. O tom muda ao comentar sobre a atuação do ministro do STF Joaquim Barbosa. Com palavras impublicáveis, ele já prometeu um dia desmascarar o relator do caso. Enquanto isso não acontece, Valdemar pilota um partido com 91 deputados, tem nas mãos um cofre bilionário e se empenha em manter o protagonismo em 2026.
DENUNCIANTE – Jefferson: queda, ascensão e nova queda após revelar o esquema (Italo Nogueira/Folhapress; Sérgio Lima/Folhapress)
O segundo resgatado foi Roberto Jefferson. Condenado a sete anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-deputado perdeu o mandato depois de revelar o esquema e confessar que seu partido recebeu 4 milhões de reais. Após cumprir a pena, Jefferson voltou a comandar o PTB e, em 2018, se aliou a Jair Bolsonaro, passando a propagar o que havia de mais radical e tresloucado na pregação bolsonarista: a posse de armas, a falta de credibilidade das urnas eletrônicas e os ataques ao STF.
Em retribuição ao apoio político, o PTB foi contemplado com cargos no governo. Uma nova queda não tardou. Certo dia, o ex-deputado postou uma foto segurando um fuzil e pediu para que o então presidente da República substituísse os onze ministros do Supremo. Investigado, em 2022, na véspera das eleições, ele teve a prisão preventiva decretada por incitar ataques a autoridades. Sentenciado a mais nove anos, Jefferson deve ficar em regime fechado até 2029. Seus advogados pediram autorização para que a pena seja cumprida em regime domiciliar, justificando que o ex-deputado está muito doente.
Maurício Marinho, o pivô do escândalo, é uma exceção. Ele sofre até hoje as consequências do que classifica como um “ato impensado”. O ex-chefe de departamento dos Correios tinha 27 anos de serviço quando viu a imagem dele embolsando o dinheiro sendo replicada milhares de vezes nos principais canais de televisão. Demitido, ele não conseguiu mais se recolocar no mercado de trabalho. Após o escândalo, abriu uma empresa de consultoria, mas os clientes não apareceram.
Em 2013, foi contratado como professor de uma faculdade particular. Deu aulas de matemática até 2020, quando a instituição fechou as portas. Nos últimos vinte anos, Marinho respondeu a mais de vinte processos judiciais. O principal deles prescreveu há dois anos e acusava o ex-servidor de integrar uma organização criminosa que atuava nos Correios. Hoje, aos 72 anos, ele quase não sai de casa e se mantém com uma aposentadoria que, em 2020, estava em R$ 4.600 mil. Nas redes sociais, apresenta-se como professor de raciocínio lógico-matemático (RLM) e posta mensagens religiosas e críticas ao governo Lula. Procurado por VEJA, não quis se pronunciar. “Não me encham o saco”, limitou-se a dizer.
O JUIZ – Barbosa: aposentado, ele não descarta candidatura à Presidência (André Coelho/Agência O Globo)
A verdade é que o mensalão foi o primeiro grande escândalo de corrupção a romper a tradição de impunidade dos poderosos. Joaquim Barbosa é o responsável por esse desfecho. Diligente, o ministro enfrentou críticas e driblou obstáculos que poderiam ter colocado todo o processo a perder. Ficaram na história, por exemplo, os calorosos embates entre ele e o revisor do caso, Ricardo Lewandowski, atual ministro da Justiça.
Aposentado há onze anos, Barbosa hoje tem um escritório em São Paulo e não gosta de falar do passado. Seguro de sua atuação, limita-se a dizer, quando indagado, que se preparou por um ano e meio para o julgamento e escreveu pelo menos quatro vezes o voto que sacramentaria o destino de influentes nomes da política sem que houvesse lacunas para contestações ou reviravoltas judiciais — a exemplo do que aconteceu com a finada Operação Lava-Jato. Nas poucas vezes em que deixa escapar algum comentário dos tempos da toga, celebra o fato de o julgamento ter brecado a roubalheira no país e lamenta a percepção de que, duas décadas depois, a impunidade dos poderosos voltou ao imaginário das pessoas. “Os políticos estão mais ousados”, comentou, certa vez, a uma pessoa próxima.
Mesmo se mantendo distante dos holofotes, vez ou outra Joaquim Barbosa faz barulho. Odiado pelo PT, ele surpreendeu ao anunciar seu voto em Lula contra Jair Bolsonaro — um ser humano classificado por ele como “abjeto” e “desprezível”. Por essas e todas as outras, o ex-ministro enfrenta a ojeriza da classe política em geral, o que impõe barreiras à sua entrada nesse universo.
Em 2018 ele se filiou ao PSB com a pretensão de disputar o Planalto, mas acabou boicotado dentro de seu próprio partido. No pleito seguinte, foi cortejado por outras legendas — o ex-juiz Sergio Moro, por exemplo, lhe propôs uma chapa jurídica, na qual ocuparia a vice, mas a conversa acabou não prosperando. O projeto, ao que tudo indica, não foi sepultado.
No início do ano, enquanto tomava um lanche em uma cafeteria, Barbosa foi abordado por um rapaz que se disse professor e lhe pediu um trocado para comprar comida. Ao se aproximar, o homem reconheceu o ex-ministro. “Se for o senhor mesmo, prazer em conhecê-lo.” Joaquim assentiu, lhe deu dinheiro e o aconselhou a voltar à sala de aula. O rapaz agradeceu e disse torcer para que o ex-ministro ingresse na política. À sua maneira, Joaquim encerrou a conversa: “Vou pensar”.
A comitiva oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Japão e ao Vietnã, no fim de março, incluiu ao menos 220 pessoas, além do próprio petista e da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja. O grupo gastou na viagem ao menos R$ 4,54 milhões – o valor total ainda é desconhecido, mais de um mês depois do fim da viagem.
Compõem o grupo 11 representantes do Congresso e ao menos 72 pessoas de órgãos ligados à Presidência da República, como o Gabinete Pessoal da Presidência, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a Secretaria de Comunicação (Secom), e a Casa Civil.
Procurada, a Secom se negou a fornecer informações sobre o número de viajantes e os gastos totais. Segundo o órgão, a lista de integrantes da comitiva oficial – composta pelas autoridades – foi publicada no Diário Oficial da União. Já as listas de integrantes das comitivas técnicas e de apoio são “classificadas no grau de sigilo reservado”, ou seja, podem ser omitidas por até cinco anos.
“Vale lembrar que conforme determina o Decreto nº. 940/93, as despesas de hospedagem das autoridades integrantes das comitivas oficiais do presidente, do vice-presidente da República, do titular daquele ministério e dos servidores integrantes de equipe de apoio em viagem ao exterior são custeadas pela dotação orçamentária do Itamaraty”, disse a Secom, em nota.
As informações completas sobre todos os viajantes ainda não estão disponíveis no Painel de Viagens, mantido pelo Ministério do Planejamento, nem no Portal da Transparência. O pagamento das diárias e passagens dos servidores é regulamentado por um decreto de 1985, que dá prazo máximo de 30 dias para a prestação de contas dos servidores públicos.
A lista de integrantes da comitiva foi compilada pela reportagem do Estadão usando informações do Diário Oficial da União, do Painel de Viagens, e de ordens bancárias (OBs), consultadas por meio do Siga Brasil, do Senado Federal.
Esta é a maior comitiva presidencial identificada no terceiro mandato de Lula. Em setembro passado, o petista levou pouco mais de 100 pessoas, entre assessores e autoridades, para acompanhá-lo na 79.ª reunião da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York (EUA).
Na quarta-feira (7), Lula viajou a Moscou, na Rússia, onde permanece até este sábado (10). É a 29.ª viagem internacional do petista em seu terceiro mandato presidencial.
A lista de autoridades que acompanham Lula inclui o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), o deputado Elmar Nascimento (União-BA), vice-presidente da Câmara, e os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) e Mauro Vieira (Relações Exteriores).
Assim como fez na viagem ao Japão, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, viajou antes do presidente, num voo da Força Aérea Brasileira (FAB), que partiu de Brasília no dia 2. A FAB mandou sua maior aeronave, um Airbus A 330-200, com capacidade para 250 pessoas.
Até agora, a lista de viagens mais caras para o Japão é encabeçada por Márcio Fernando Elias Rosa, número 2 do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), com R$ 112,2 mil. Um dos voos do ministro, pela Qatar Airways, saiu a R$ 48,1 mil. Ele também recebeu R$ 22,2 mil em diárias.
Procurado, o MDIC disse que a compra das passagens foi feita após uma pesquisa de preços por uma empresa contratada pelo governo. “O valor final incluiu todas as despesas e abrange os trechos tanto até Tóquio como o retorno a partir de Hanói, Vietnã”, disse o MDIC.
Ex-ministro das Comunicações, o deputado federal Juscelino Filho (União-MA) vem em seguida, com R$ 99,6 mil gastos – a viagem ao Japão foi a última missão oficial dele no cargo.
Uma semana depois da viagem, em 8 de abril, Juscelino pediu demissão do posto após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por desviar emendas parlamentares. O caso foi revelado pelo Estadão. Juscelino levou consigo mais dois assessores para o Japão, ao custo de R$ 106,9 mil.
Voo de Janja custou R$ 60 mil
A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, gastou cerca de R$ 60 mil com os voos de Tóquio a Paris, onde discursou em um evento sobre nutrição; e de Paris a Brasília, via São Paulo. No Painel de Viagens, o custo total dos deslocamentos dela soma R$ R$ 60.210,58. Ao voar de volta de Paris para São Paulo, Janja ficou no assento 1L, na classe “Premium Business”.
De acordo com as regras atuais sobre concessão de passagens, só ministros de Estado e detentores de certos cargos podem voar em classe executiva, e mesmo assim em viagens com mais de sete horas de duração. Janja não detém cargo formal no governo.
Na ida, a primeira-dama pegou um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) junto com o Escalão Avançado (Escav), que prepara a chegada do presidente da República. Em entrevista à BBC News Brasil, Janja disse que viajou com a equipe precursora “para economizar passagem aérea”.
“Obviamente, eu vim com a equipe precursora, inclusive, para economizar passagem aérea. Vim um pouco antes, fiquei hospedada na residência do embaixador”, disse ela. Janja também disse que “nunca houve falta de transparência” em suas viagens.
Segundo as notas bancárias publicadas no Siafi, o sistema de pagamentos do governo federal, 112 pessoas integraram o escalão avançado da viagem ao Japão e ao Vietnã.
A maior parte dos integrantes deste grupo é formada por militares, pessoal do GSI e do Itamaraty, mas há exceções: viajaram com o Escav o fotógrafo de Lula, Ricardo Stuckert; parte da equipe do “gabinete informal” de Janja; e a médica infectologista Ana Helena Germoglio, que trabalha na Presidência e atende o presidente da República no dia-a-dia; entre outros.
Além das diárias pagas aos servidores e do custo das passagens aéreas, as viagens presidenciais incluem outros custos. Na missão ao Japão, houve gastos de R$ 77.903,80 para pernoites no hotel Crowne Plaza, em Anchorage, no Alasca (EUA). O local foi escolhido para a escala dos voos da FAB que levaram o grupo ao Japão.
O governo também desembolsou R$ 397,8 mil para alugar “veículos com motorista para uso da comitiva de apoio ao pouso técnico da aeronave do presidente da República” em Anchorage. A quantia foi paga à empresa BAC Transportation LLC.
Dentre os órgãos públicos, o que mais mandou representantes na viagem ao Japão foi o Ministério das Relações Exteriores (MRE), com pelo menos 32 pessoas. O Gabinete Pessoal da Presidência levou ao menos 27 nomes, e o GSI, outros 18. Na Secom, foram pelo menos 16 pessoas. Já a Casa Civil levou ao menos 10 pessoas.