Por José Adalbertovsky Ribeiro*
MONTANHAS DA JAQUEIRA – Longe de mim falar mal pelas costas e dizer o nome de um cara condenado em três instâncias por uma dúzia de juízes e desembargadores, mesmo porque o próprio se autoproclamou, monocraticamente, a alma mais honesta deste reino de Carochinha. Não digo o nome do fulano, digo apenas que ele pertence à ilustre família Silva, assim ninguém vai saber a quem me refiro, pois existem muito milhares de Silvas nestas terras tropicais. As paredes têm ouvidos, olhos e línguas ferinas.
Silva prometeu que se for eleito presidente da República dos Índios Caetés, cidade pequena, porém decente do meu amigo Zé da Luz, irá regular, a bem dizer, irá censurar ou meios de comunicação em nome da verdade politicamente correta.
Leia maisNever jamais direi o nome do Doutor Chuchu, um paulista da gema, autor da declaração de que o fulano Silva pretende voltar ao cenário do crime para cometer novas patifarias. O Doutor Chuchu tornou-se uma metamorfose ambulante, uma mistura de Raul Seixas com Rita Lee. Ele vive a cantar na Pauliceia Desvairada: Volta, Silvinha, paz e amor. I love you. A gente faz amor por telepatia e eu prefiro ser uma metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre o Petrolão e as patifarias no BNDES.
Por falar em metamorfose, minhas retentivas guardam a memória: nas eleições para governadores em 1982, no Rio de Janeiro, quando ainda não havia urnas eletrônicas, a empresa Proconsult foi contratada pelo TRE-RJ para fazer a totalização dos votos dados em cédulas de papel. Mancomunada com o SNI, criou o chamado “diferencial Delta”, para fraudar a apuração e desviar voto do candidato Leonel Brizola em favor do candidato governista Moreira Franco.
O Briza, que não alisava o SNI nem os esquemas governistas, criou um sistema de apuração paralela. O velho Briza sentiu cheiro um cheiro de maracutaia e botou a boca no trombone. A fraude foi desmoralizada, ele ganhou a eleição.
Uma história puxa outra. Naqueles idos de 1982, o ex-exilado Miguel Arraes, assim feito Brizola, alimentava a expectativa de ser candidato a governador em Pernambuco. Mas, vingou a candidatura de Marcos Freire, bancada principalmente por Jarbas Vasconcelos e consolidada ao longo do tempo. Lembro uma frase atribuída a Miguel Arraes naquela época: “Brizola é mais perigoso do que eu. Por que ele pode e não eu?!” Se no è vero, è ben trovato”, se não é verdade, é bem provável. Hoje uma meninada disputa o Governo do Estado.
Hasta la vista leitores Folhapeanos, eduardeanos, pernambucanos, gregos e troianos.
*Periodista e bicho-grilo
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