Por Júlio Lóssio*
Quando estava internado em São Paulo, logo após o diagnóstico de câncer, João Victor, meu filho mais novo, estava deitado no sofá ao meu lado, cochilando. Luz baixa, cortinas fechadas, tudo em silêncio.
De repente entra um homem no quarto, senta ao lado da minha cama, me dá um beijo e diz: “Julio, eu tenho câncer e brigo com esse negócio já tem um tempo. Sei que nesse meu tipo não vou ficar curado. E tá tudo bem! Não tenho pretensão de viver a vida inteira. Quero apenas viver bem pelo máximo de tempo que eu conseguir, para poder aproveitar os momentos ao lado da minha família e de quem eu amo”.
Leia maisApós alguns minutos de conversa, ele sai do quarto e vai embora. Aqueles poucos minutos, não sei se pelo que ele disse, se pelo tom de voz ou apenas pelo espírito de bondade que sempre o acompanhou, nada mais foi igual.
A minha forma de encarar aquela doença mudou. O clima no quarto era outro. Um tempo depois, João Victor me pergunta: “papai, entrou alguém aqui no quarto mesmo ou eu sonhei com um anjo?”
Então respondi: entrou sim, filho. Um grande amigo de papai: Rafael Coelho.
Receber o diagnóstico de câncer abala qualquer pessoa e comigo não foi diferente. E naquele dia eu não estava bem. Mas aquela rápida conversa com Rafael não apenas me transformou, mas também trouxe esperança e acalento pra toda minha família.
Eu poderia passar horas falando dos feitos de Rafael como empreendedor, como referência na indústria do Brasil, como bom amigo e, acima de tudo, como um cidadão exemplar e um apaixonado pelo nosso Vale do São Francisco.
Mas preferi falar de um Rafael que pude conhecer no momento mais difícil da minha vida. Preferi falar do anjo Rafael. João Victor não estava errado: Rafael foi um anjo que entrou no quarto naquele dia. Não por coincidência, Rafael é o nome do anjo da cura. E se os anjos moram no céu, não tenho dúvida que é lá que ele está!
*Ex-prefeito de Petrolina
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