A China é imparável

Por Marcelo Tognozzi

Colunista do Poder360

Durante a conferência dos países socialistas em Moscou, em 1957, o líder chinês Mao Zedong discursou na contramão da diplomacia do Kremlin, dizendo não temer uma guerra nuclear. Os soviéticos desejavam conviver sem turbulências com o Ocidente. Mao destoou:

“Não devemos ter medo de bombas e mísseis atômicos. Não importa o tipo de guerra que possa vir […], vamos vencer. Quanto à China, se os imperialistas deflagrarem a guerra contra nós, podemos perder mais de 300 milhões. E daí? Guerra é guerra. Os anos vão passar, e vamos trabalhar para produzir mais bebês do que nunca”.

Apavorados com a ousadia do chinês, os soviéticos se incomodaram. O líder comunista tcheco Antonin Novotny se queixou: “E quanto a nós? A Tchecoslováquia só tem 12 milhões de pessoas. Iríamos perder todo mundo em uma guerra. Não sobraria ninguém para começar outra vez”. Mao fez cara de paisagem.

O episódio está detalhado no livro “Sobre a China”, de Henry Kissinger, lançado há 14 anos, mas tão atual que chega a dar arrepios. Na época em que o livro saiu, apenas os iniciados de Wall Street e os superdiplomatas tinham em mente o que viria pela frente. Kissinger era um deles. Muito mais do que um burocrata a serviço dos Estados Unidos, tinha visão de estadista, fazia política nos bastidores e nunca quis passar pelo teste das urnas. Seu poder estava na capacidade de influir, convencer e, especialmente, antever.

Kissinger foi o grande artífice da aproximação entre a China de Mao Zedong e a América de Richard Nixon, sofredora das sequelas de uma guerra travada aos trancos e barrancos com os vietnamitas. Ao longo dos últimos milênios, muitos brigaram com a China, poucos venceram e assim mesmo foram vitórias temporárias, como aconteceu com os mongóis, os ingleses e, mais tarde, com os japoneses. O Império do Meio, uma civilização com mais de cinco milênios, não adota a cultura expansionista. Com seus 9,5 milhões de km², os chineses focam na sua terra.

Donald Trump decidiu fazer guerra comercial contra os chineses sabendo de todos os riscos. De cara, saiu em desvantagem, porque seu prazo de validade como governante é curto, enquanto Xi Jinping tem todo o tempo do mundo, lidera uma China transformada na maior economia do mundo e não precisa fazer política para agradar eleitor. Seu espírito é o mesmo de Mao. Quem leu a edição do Wall Street Journal da última quinta-feira (24), viu o quanto os chineses se prepararam para este momento de confronto.

O homem que enfrenta Trump vem de longe. Acostumou-se desde cedo a viver fora da zona de conforto. Seu pai era Xi Zonghxun, ex-chefe de propaganda do Partido Comunista Chinês, ex-vice-primeiro-ministro e ex-vice-presidente do Congresso Nacional do Povo. Na época da grande fome, em 1963, Xi Jinping tinha 10 anos quando seu pai caiu em desgraça e foi mandado para o interior. Perseguida, a família de Xi teve sua casa invadida e depredada durante a revolução cultural. Uma de suas irmãs se suicidou, tal o desespero.

Seu pai foi preso e Xi Jinping, 16 anos, enviado para um vilarejo onde vivia numa caverna. O sujeito comeu o pão que o diabo amassou, deu a volta por cima e virou o Mao Zedong do século 21. Difícil dobrar um homem obstinado como Xi Jinping. Está cada dia mais claro que esta será a batalha mais dura de Donald Trump e seu desfecho é incerto, com risco de impeachment mais adiante.

O Ministério das Relações Exteriores Chinês postou nas redes sociais a famosa frase de Mao: “Nós somos chineses. Não recuamos”. Há uma campanha em curso na China focada no confronto com Trump. O inimigo não é os Estados Unidos.

No início do mês, chineses deram uma amostra grátis da sua capacidade de reação ao realizarem em só sete minutos uma transferência de dinheiro entre Hong Kong e Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, pelo sistema RMB. Fizeram uma espécie de Pix internacional, criando uma alternativa ao sistema Swift criado pelos norte-americanos nos anos 1970, cuja demora para fazer o mesmo serviço varia de três a cinco dias. E a garantia? A garantia é o dinheiro na conta e ponto final. Se não for assim, não funciona. Mostraram ao mundo que há vida sem o dólar.

O sistema de poder chinês tem uma grande vulnerabilidade: a segurança alimentar. A fome é um fantasma exorcizado há mais de 60 anos, quando milhões de chineses morreram de inanição. Ninguém sabe ao certo quantos. Estimativas falam em mais de 50 milhões de mortos de fome e casos de canibalismo foram relatados. Resolveram este problema investindo pesado em agrobusiness e hoje são os grandes clientes dos maiores produtores de comida do mundo, entre eles o Brasil.

Mao ensinou os chineses a viverem fora da zona de conforto, como aconteceu com Xi Jinping e sua família, enquanto o Ocidente mimava seus eleitores com welfare state, encurtando as horas trabalhadas e aumentando os benefícios sociais, inclusive para os imigrantes. Os chineses nunca tiveram isso. Eles são 1,4 bilhão de pessoas, das quais 400 milhões são classe média. Só esta classe média é igual a uma União Europeia inteirinha ou dois Brasis. Trabalham com foco e disciplina.

Sob o comando de Xi, a China tem investido pesado nas suas relações com o mundo todo. Aqui, na América do Sul, a ocupação chinesa é visível, seja pelos produtos industrializados, seja pelos seus investidores atuando nos mais variados segmentos da economia. Enquanto os norte-americanos gradativamente abandonaram a América do Sul e o Caribe, a China fez diplomacia e investimentos como o megaporto de Chancay, no Peru, de US$ 3,5 bilhões e movimento de 1 milhão de contêineres por ano.

Agora, imagine o seguinte: os chineses querem ligar o Centro-Oeste brasileiro, de onde saem a melhor soja, o melhor milho e o melhor algodão do mundo, ao porto peruano, encurtando e barateando a chegada de grãos e matérias-primas. Este é um projeto que vai sair do papel, não porque o Brasil queira, mas pela necessidade da China, que detém uma posição estratégica na região muito mais importante do que a dos Estados Unidos. O resgate de Trump não se resume à reindustrialização, mas também aos aliados que foram ficando pelo caminho e esta é uma tarefa bem complicada.

Xi controla o poder com inteligência e firmeza. A China e a democracia tal como conhecemos são incompatíveis. Desde que Mao derrubou o antigo regime, em outubro de 1949, a forma como o poder é exercido na China é uma questão essencial de sobrevivência. Xi é um líder que, como Mao, ocupa a pista inteira. Não sobra nada para os adversários, cada vez mais raros, desde que ele se cercou de especialistas em segurança e propaganda. O risco de uma dissidência em massa é baixo.

O que Donald Trump fez ao impor uma guerra comercial foi tentar lutar contra a transferência de riqueza do Ocidente para o Oriente. Mas este é um movimento difícil de conter por vários motivos. O principal deles é a capacidade dos orientais em focar e buscar resultados. Isso está na formação, na alma das pessoas. Diferentemente dos ocidentais, não passam sua vida produtiva sonhando com a aposentadoria.

Xi Jinping é pragmático. Exatamente como Mao era. Um exemplo deste pragmatismo é relatado pelo próprio Mao no livro de Kissinger, queixando que Stalin não levou a sua revolução a sério:

“Quando estive em Moscou [dezembro de 1949], ele não quis concluir um tratado de amizade conosco e não quis anular o antigo tratado com o Kuomintang. Lembro que [o intérprete soviético Nikolai] Fedorenko e [o emissário de Stalin para a República Popular, Ivan] Kovalev me transmitiram o conselho [de Stalin] de empreender uma viagem pelo país para dar uma olhada. Mas eu disse a eles que tenho apenas três tarefas: comer, dormir e cagar. Não vim a Moscou só para dar os parabéns a Stalin por seu aniversário. Então eu disse, se vocês não estão interessados em concluir um tratado de amizade, que seja. Vou cuidar das minhas três tarefas”.

Trump ainda não entendeu que a China de Xi Jinping é imparável.

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O presidente estadual do Podemos, Marcelo Gouveia, emitiu uma nota de pesar com profunda indignação após o assassinato do vereador Ezio Galindo Cordeiro, conhecido como Ezinho Construção, de Alagoinha. Ele lamentou a perda do político, eleito em 2024, destacando sua trajetória de trabalho, dedicação à família e compromisso com o bem-estar da comunidade. Gouveia também fez um apelo às autoridades para que a investigação do crime seja conduzida com urgência, pedindo uma força-tarefa especializada e solicitando que os responsáveis sejam punidos com rigor.

Veja na íntegra:

Nota de Pesar

Recebi com profunda tristeza e indignação a notícia do brutal assassinato do vereador Ezio Galindo Cordeiro, o querido Ezinho Construção, eleito em 2024 pelo Podemos para seu primeiro mandato na cidade de Alagoinha.

Ezinho era um sonhador incansável, um cidadão exemplar, um pai e esposo dedicado, e um empresário de sucesso que, com muito trabalho, conquistou o respeito e a admiração de todos que o conheciam. Na vida pública, já demonstrava seu compromisso com o bem-estar da população, trilhando um caminho de seriedade, dedicação e amor à sua terra.

Diante da gravidade desse crime, que atinge não apenas a família e amigos, mas toda a sociedade, venho solicitar, de forma veemente, que as autoridades competentes atuem com rigor para que este ato covarde seja devidamente investigado e os responsáveis punidos com a máxima urgência.

Apelo ainda à governadora do Estado de Pernambuco, a excelentíssima senhora Raquel Lyra, que determine a formação de uma força-tarefa especializada para a rápida elucidação deste crime bárbaro, assegurando justiça não apenas à família de Ezinho, mas a toda a população de Alagoinha que confiou em seu trabalho.

Não podemos permitir que a violência silencie aqueles que lutam por um futuro melhor. Ezinho Construção seguirá vivo em nossas lembranças e em nosso compromisso com a verdade, a justiça e a paz.

Marcelo Gouveia
Presidente Estadual do Podemos Pernambuco

Dulino Sistema de ensino

Em entrevista ao Blog, o presidente do Sindifisco-PE (Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Pernambuco) e da Fenafisco (Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital), Francelino Valença, rebateu as acusações de um grupo de filiados que articula a destituição da atual diretoria da entidade em suposta assembleia marcada para o próximo dia 6 de maio. Segundo ele, não houve quebra de paridade no reajuste salarial negociado com o governo do estado, e o movimento é fruto de uma ação política da oposição. “Esse argumento é insustentável”, afirmou.

Francelino explicou que a negociação foi aprovada de forma unânime em assembleia no ano passado, com participação de ativos e aposentados. “Fechamos acordo, o projeto foi encaminhado, e meses depois, aprovado”, relatou. Para ele, a insatisfação parte de um grupo que “quer participação em verbas indenizatórias, o que não acontece com aposentado”. O presidente também reforçou que “todos os reajustes respeitaram o limite constitucional”.

O limite constitucional, no contexto, refere-se a um princípio legal que estabelece que o salário dos servidores públicos não pode ultrapassar o valor recebido pelos membros do Judiciário, como os desembargadores, visando evitar desequilíbrios nas remunerações. Sobre diferenças de ganho entre novos e antigos servidores, ele destacou: “O efeito prático para quem está no início de carreira é diferente do fim de carreira, por causa do limite constitucional.” Também respondeu sobre o auxílio-alimentação, uma das pautas de insatisfação dos aposentados: “Eles querem ganhar o auxílio, mas tem súmula do STF: só pode ser pago para ativos.”

Quanto ao movimento que organiza o motim, Valença foi direto: “O motim não foi convocado pelo sindicato, mas por esse grupo. Estão reiterando desinformação, mobilizando pessoas com base em planilhas equivocadas.” E completou: “Uma mentira dita mil vezes vira verdade. Só posso lamentar essa tentativa de golpe assinada em nome de um sindicato. As disputas políticas sindicais fazem parte do processo democrático, porém seguindo as regras do jogo, o que não está sendo feito”. Segundo ele, a tentativa de desestabilizar a diretoria ocorre faltando dois meses para o início do processo eleitoral interno.

Petrolina - O melhor São João do Brasil

O deputado federal Pedro Campos (PSB) divulgou hoje um vídeo nas redes sociais criticando o governo de Raquel Lyra (PSD) pela proposta de fechamento do 20º Batalhão da Polícia Militar, localizado em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife. O parlamentar acusou a gestão estadual de agir por motivação política, em um momento em que a violência segue alta em Pernambuco.

No vídeo, Pedro afirma que o batalhão, único da cidade, atende a cerca de 117 mil habitantes e que o governo, ao justificar a decisão, alegou que abrirá uma nova unidade em Camaragibe. O deputado ponderou, no entanto, que, embora Camaragibe tenha população um pouco maior, São Lourenço registrou 20 homicídios a mais em 2024. “Não há justificativa técnica para fechar o batalhão em São Lourenço”, destacou o parlamentar, sugerindo que a mudança teria relação com disputas políticas locais.

Pedro Campos também lembrou que o governo federal já liberou mais de R$ 200 milhões para investimentos em segurança pública em Pernambuco, recursos que poderiam ser usados para a construção de novas unidades sem prejudicar cidades já atendidas. “A população quer segurança, não disputas políticas. Infelizmente, essa atitude do governo Raquel pode colocar em risco milhares de vidas”, criticou.

Ipojuca - IPTU 2025 - Vencimento 30 Abril

Um vídeo gravado no Hospital de Urgência de Teresina (HUT), unidade vinculada ao Sistema Único de Saúde (SUS), gerou grande repercussão nas redes sociais. Nas imagens, uma mulher acusa o hospital de adiar a cirurgia ortopédica da filha para priorizar o atendimento de um rapaz ferido após a prática de um assalto.

Segundo o relato, a jovem aguardava há cinco dias por uma cirurgia no joelho, após um acidente de trabalho. A mãe também afirmou que a filha, mãe de um bebê de sete meses, sofria com o acúmulo de leite materno, o que agravava seu desconforto durante a internação.

Após a repercussão, o HUT divulgou nota oficial esclarecendo que a cirurgia foi remarcada para a tarde da última quarta-feira (23). De acordo com a unidade, a alteração ocorreu porque o novo caso envolvia risco de morte. “Nesse perfil de hospital, a prioridade sempre é salvar vidas”, informou a assessoria. O hospital também destacou que, no momento do adiamento, a paciente não apresentava quadro de urgência.

Caruaru - São João na Roça

Do jornal O Globo

O deputado federal André Janones (Avante-MG) publicou nas redes sociais um vídeo em defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), utilizando um formato que remete diretamente a uma produção de seu adversário político, o também deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). A publicação de Janones ocorreu após a deflagração de uma megaoperação da Polícia Federal (PF), na última quarta-feira (24), que investiga um esquema bilionário de fraudes no INSS.

No vídeo, gravado com fundo escuro e vestindo uma camiseta preta — estética semelhante à usada por Nikolas em um vídeo viral no início do ano —, Janones rebate críticas da oposição e tenta transferir a responsabilidade das fraudes ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo a PF, o esquema de fraudes teria se intensificado em 2019, durante o antigo mandato, e teria atingido seu maior volume financeiro em 2022, antes de Lula assumir. O ex-presidente, contudo, não foi alvo da investigação.

— Quando Bolsonaro virou presidente, uma quadrilha começou a roubar o dinheiro dos aposentados. Já o Lula, quando se candidatou, prometeu que ninguém tocaria nesse dinheiro sagrado. E no primeiro dia de governo, ele aciona a Polícia Federal para investigar tudo — afirma o deputado no vídeo.

Janones ainda acusa diretamente Bolsonaro de ser o responsável pelos desvios que atingiram pensionistas. Até às 16h de hoje, a gravação acumulava 2,8 milhões de visualizações.

A publicação é uma resposta à estratégia adotada por parlamentares bolsonaristas, que associam Lula à investigação. Os opositores mencionam dois pontos como elo com o presidente: a nomeação de Alessandro Stefanutto — presidente afastado do INSS e afilhado político do ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT) — e o fato de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão de Lula, ser vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), um dos alvos da operação.

Fórmula furou bolha com Nikolas

A estética e o formato usados por Janones apareceram pela primeira vez em vídeo de Nikolas Ferreira que viralizou em janeiro deste ano, durante a polêmica envolvendo uma nova regra da Receita Federal para o monitoramento de transações via Pix. Na época, Nikolas criticou duramente o governo, sugerindo que a medida era uma forma de “vigiar” os trabalhadores e arrecadar mais impostos.

— O governo Lula vai monitorar seus gastos. E o Pix não será taxado, mas é sempre bom lembrar… A comprinha da China não seria taxada, mas foi. Você ia ser isento do imposto de renda, não vai — disse Nikolas no vídeo, que ultrapassou 300 milhões de visualizações e furou a bolha nas redes sociais. A forte repercussão levou o governo a recuar da decisão.

Camaragibe - Cidade trabalho 100 dias

Morreu hoje, há pouco, o vereador Ezinho Construções (Podemos), da cidade de Alagoinhas, Agreste de Pernambuco, vítima de um atentado. O crime ocorreu nas imediações de seu depósito de material de construção, localizado no centro do município.

De acordo com as primeiras informações, Ezinho foi atingido por um disparo no pescoço. Outros dois tiros teriam sido efetuados, mas não o acertaram. Ele foi socorrido inicialmente para o hospital local, onde recebeu os primeiros atendimentos de emergência. Devido à gravidade do ferimento, a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) realizou a transferência urgente do vereador para o Hospital da Restauração (HR), no Recife. Infelizmente, ele não resistiu e faleceu ainda a caminho da unidade de saúde.

Até o momento, não foram divulgadas informações oficiais sobre as circunstâncias do atentado. A motivação do crime ainda é desconhecida, e o caso está sendo investigado pelas autoridades policiais.

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025 prorrogado

Do g1

Integrantes do Palácio do Planalto ouvidos ontem pela Globonews disseram avaliar que, por enquanto, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, seguirá no cargo, uma vez que as investigações da Polícia Federal envolvendo fraudes no INSS não recaíram sobre ele.

Alessandro Stefanutto, demitido da presidência do órgão na última quarta-feira (23), após uma operação que revelou um esquema de fraudes, é o segundo presidente do INSS a cair no atual mandato de Lula, em razão de suspeitas de irregularidades.

Anterior ocupante do cargo e também indicado por Lupi, Glauco Wamburg foi exonerado ainda em 2023 por suposto uso irregular de passagens e diárias pagas pelo governo.

Nesta semana, a Polícia Federal deflagrou uma operação após investigações mostrarem que havia associações e sindicatos descontando valores na folha de pagamento de aposentados e pensionistas sem a autorização dos beneficiários, portanto, de forma irregular.

De acordo com as investigações, os descontos atingiram cifras bilionárias. Nesse cenário, o governo fez dois anúncios na última quinta (24):

  • ressarcimento: as pessoas deverão ser ressarcidas do prejuízo, e a ideia do Palácio do Planalto é que obter na Justiça a autorização para que o patrimônio das instituições envolvidas nas irregularidades seja utilizado para ressarcir os beneficiários;
  • suspensão: os descontos previstos na folha de pagamento de maio, segundo o governo, já foram suspensos automaticamente, sendo assim, os aposentados e os pensionistas não precisam se dirigir a uma agência do INSS para se certificar que não haverá o desconto.

Integrantes do Palácio do Planalto disseram que as investigações da PF vão continuar, acrescentando que, com base nas informações até agora reveladas, não há motivo para a demissão de Carlos Lupi, uma vez que o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, um dos alvos da operação, já foi demitido.

Troca no INSS

Para o lugar de Stefanutto, o governo escolheu a atual diretora de Operações e Logística do INSS, Débora Floriano, que comandará a instituição de forma interina.

Debora está no INSS desde 2008, onde começou como analista de Seguro Social. Formada em direito, passou pela Coordenação de Compras e Serviços e pela Coordenação-Geral de Licitações e Contratos. Ela comanda a Diretoria de Orçamento, Finanças e Logística desde setembro de 2023.

De acordo com um integrante do Planalto, Débora tem perfil técnico e deverá comandar o órgão somente de maneira interina, até que alguém seja indicado de forma definitiva para a função, vista como de natureza política.

Toritama - FJT 2025

O deputado federal Felipe Carreras (PSB) visitou hoje o município de Orocó, no Sertão de Pernambuco, onde participou do lançamento de um programa de saúde bucal e reforçou sua aliança política com a gestão do prefeito Ismael Lira. Segundo o parlamentar, mesmo antes de receber votos no município, já havia destinado mais de R$ 6 milhões em recursos para áreas como saúde e infraestrutura. Entre as ações citadas estão a aquisição de duas retroescavadeiras para a cidade.

Durante o evento, foi lançado o programa “Nossa Gente Sorrindo”, que prevê a entrega de 1.200 próteses dentárias para a população de baixa renda. A iniciativa é conduzida pela Secretaria Municipal de Saúde e pela Coordenação Odontológica local. O prefeito Ismael Lira aproveitou a ocasião para elogiar a atuação do deputado: “É algo jamais visto na história de Orocó. Estamos muito felizes e gratos ao deputado Felipe Carreras”, disse, prometendo divulgar as ações do parlamentar pelo município.

O evento contou ainda com a presença do vice-prefeito Hugo de Galego de Abílio, vereadores da base governista e representantes da tribo indígena Atikum Brígida. Apesar do tom de celebração, o encontro também expôs a dependência dos municípios sertanejos de emendas parlamentares para viabilizar serviços básicos, num contexto de escassez de investimentos públicos estruturais.

Palmares - Pavimentação Zona Rural

O vereador Ezinho, conhecido como Ezinho Construção, da cidade de Alagoinha, no Agreste de Pernambuco, foi vítima de uma tentativa de homicídio na tarde de hoje. O crime ocorreu nas proximidades do galpão de materiais de construção do parlamentar, localizado no centro do município.

De acordo com as primeiras informações, Ezinho foi atingido por um disparo no pescoço. Outros dois tiros teriam sido efetuados, mas não o acertaram. Ele foi socorrido inicialmente para o hospital local, onde recebeu os primeiros atendimentos de emergência. As informações são do portal Panorama PE.

Devido à gravidade do ferimento, a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) realizou a transferência urgente do vereador para o Hospital da Restauração (HR), no Recife, referência em atendimento de alta complexidade no estado.

Até o momento, não foram divulgadas informações oficiais sobre as circunstâncias do atentado nem sobre o atual estado de saúde do vereador. A motivação do crime ainda é desconhecida, e o caso está sendo investigado pelas autoridades policiais.

Militares da reserva e pensionistas da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Pernambuco denunciam descontos irregulares em seus salários, feitos por duas associações com sede no Recife. Sem autorização prévia, valores de R$ 79,90 têm sido abatidos mensalmente, e os atingidos, em sua maioria idosos do interior, enfrentam dificuldades para cancelar as cobranças, levantando suspeitas sobre a atuação da Associação dos Militares do Brasil (AMB) e da Associação dos Oficiais, Subtenentes e Sargentos (AOSS). As informações são do blog do Roberto Almeida.

O presidente estadual do PL, Anderson Ferreira, afirmou hoje que as ações do governo federal em Pernambuco não têm apresentado resultados práticos. Em declarações recheadas de críticas, o ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes questionou o desempenho de órgãos como a Codevasf, a Sudene e o Banco do Nordeste, além de mencionar “anúncios vazios” dos ministros pernambucanos. “Muita falácia, pompa e pouco resultado prático”, disse, apontando também a falta de articulação com o governo estadual.

Ferreira citou projetos como a duplicação da Refinaria Abreu e Lima e a implantação da Escola de Sargentos, alegando que iniciativas atribuídas ao governo Bolsonaro estão sendo apropriadas politicamente pelo atual governo. Apesar das críticas, Anderson não apresentou dados concretos para sustentar o suposto abandono das ações nem reconheceu problemas anteriores nas gestões que apoiou.

Em relação ao Ministério de Portos e Aeroportos, reclamou do alto preço das passagens aéreas, mas sem propor alternativas concretas para o setor: “Muita grandeza, mas pouco resultado das ações. Precisamos baratear as passagens aéreas, hoje uma extorsão”.

Ao concluir, o dirigente do PL voltou a recorrer ao discurso de escândalos de corrupção. “O caso recente do roubo dos aposentados, no INSS, é a prova disso. Ninguém aguenta mais. Precisamos voltar a pensar o Brasil e construir uma nova pauta social, econômica e política”, afirmou Anderson.

Da CNN Brasil

A eleição para a presidência nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) está marcada para 6 de julho. O segundo turno, se necessário, será em 20 de julho. O PT prevê a realização de ao menos dez debates entre os candidatos.

Após 12 anos, a sigla decidiu retomar o modelo de eleições diretas para as instâncias partidárias. Nas duas últimas duas eleições — em 2017 e 2019 — a deputada Gleisi Hoffmann foi eleita e reeleita presidente do PT, com apoio de Lula, em votação híbrida.

Gleisi, atual ministra da Secretaria de Relações Institucionais, deixou o cargo em março para assumir a pasta. O senador Humberto Costa (PE) é presidente interino do partido desde então. A disputa promete ser a mais acirrada da história.

Cinco nomes estão concorrendo à liderança do partido, representando diferentes correntes: Edinho Silva (CNB – Construindo um Novo Brasil), Valter Pomar (Articulação de Esquerda), Romênio Pereira (Movimento PT), Rui Falcão (Novo Rumo) e Washington Quaquá (CNB dissidente).

Veja quem são:

Edinho Silva

Representante da corrente “Construindo um Novo Brasil (CNB)”, Edinho Silva é ex-prefeito de Araraquara (SP) e ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo Dilma Rousseff. Edinho é o candidato preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A CNB, porém, enfrenta um racha interno entre seus filiados. Segundo fontes ouvidas pela CNN, Lula teria sinalizado que apoia Edinho em uma das principais causas da crise interna: a distribuição de cargos na nova direção partidária.

De acordo com relatos de interlocutores, o chefe do Executivo teria concordado que o futuro presidente do PT deve ter autonomia para indicar nomes da sua confiança para determinadas funções na direção partidária. A tesouraria do PT é tida como o grande pano de fundo da crise que tomou a eleição interna. É ali que se faz a gestão do fundo eleitoral e do fundo partidário, o que confere ao ocupante da vaga um enorme poder de influenciar a gestão da sigla.

Edinho afirmou à CNN que o PT tem que enfrentar grandes desafios. “Melhorar seu funcionamento interno, fortalecer as instâncias, para preservar a democracia interna, e cada vez mais construir processos decisórios que sejam coletivos. Precisamos de um partido que volte a priorizar o trabalho de base, que tenha mais presença junto à nossa base social”, disse.

Segundo o ex-prefeito de Araraquara, o partido precisa trabalhar para ter um sucessor de Lula. “O PT precisa se preparar para o pós Lula, quando o presidente não estiver mais nas urnas. O sucessor do Lula não será um nome, será o PT forte, organizado e totalmente em sintonia com a sociedade brasileira. O PT forte construirá nomes.”

Edinho defende ainda que a sigla precisa ser atuante em assuntos como transição energética, mudanças climáticas, crise da democracia representativa, segurança pública e precarização do trabalho.

O candidato de Lula reiterou que o êxito do governo federal significa o êxito do partido, e que é necessário manter o espaço de diálogo entre as duas instituições.

“Quando necessário, o PT tem que construir espaços de mobilização social, nas redes e nas ruas, para dar sustentação política ao governo. Mas também cabe ao PT, por meio dos movimentos sociais, dos nossos parlamentares, disputar a agenda política do governo”, afirmou.

Washington Quaquá

Washington Quaquá é prefeito da cidade de Maricá (RJ), ex-deputado federal e vice-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT). Ele representa uma vertente que diverge de Edinho Silva dentro da corrente Construindo um Novo Brasil, consequência do racha interno.

Quaquá defende que o partido tenha alianças com o centro para ampliar a governabilidade. “O PT precisa liderar a construção de um projeto nacional, de desenvolvimento nacional, com distribuição de renda e riqueza e para isso é preciso ganhar governabilidade ao centro, com ampliação das alianças para o centro”, afirmou à CNN.

O prefeito também acredita que é preciso “formar um bloco de desenvolvimento econômico com setores amplos da burguesia nacional” e uma “coalizão com forças institucionais do Judiciário, da Câmara e do Senado”. “O que eu defendo é que o partido seja o articulador do presidente Lula para uma frente de desenvolvimento nacional com distribuição de renda”, disse.

O vice-presidente do PT defende ainda que a sigla “volte a ser um partido militante, com presença no dia a dia do povo pobre”. “Eu acho que o PT precisa voltar a estar presente nas periferias, nas favelas, abandonando um discurso de ONG, um discurso identitário, um discurso falso moralista, e passar a voltar a ter presença nas comunidades. Isso é o que fez o PT do tamanho que é, e o PT está encolhendo com pautas de classe média”, declarou.

Quaquá também considera unificar o partido ao chamar outros candidatos, como Rui Falcão e Romênio Pereira, para unirem forças em prol de um PT “popular, militante e que lidere o Brasil rumo ao desenvolvimento com distribuição de renda, melhorando a vida do povo brasileiro”.

Ele ainda declarou que seu correligionário de corrente, Edinho Silva, lançou uma candidatura que, em sua opinião, “não corresponde às necessidades do PT”. “É um candidato marcadamente de classe média paulistana. Eu acho que ele não tem condições de liderar um PT popular. Precisamos ter força agora para que o Lula ganhe a sua quarta eleição, governe o Brasil e se transforme definitivamente no grande líder popular, na grande referência do povo brasileiro, como Mandela é na África do Sul”, relatou.

Rui Falcão

Presidente do PT entre 2011 e 2017 e atual deputado federal por São Paulo, Rui Falcão, tem o apoio de parte da corrente “Novo Rumo”. Ele é jornalista e foi coordenador das campanhas à Presidência da República de Lula, em 1994, e Dilma Rousseff, em 2010.

Rui propõe uma reorganização da estrutura partidária, com núcleos ativos do PT em bairros nas cidades. “Precisamos aprender com as igrejas evangélicas em termos de capilaridade e presença cotidiana. Precisamos de um PT que esteja presente nas lutas diárias do povo, que ouça e mobilize, que seja a ponte para um outro modo de viver”, destacou à CNN.

Se for eleito presidente da sigla, ele também planeja criar um grupo de trabalho com visão estratégica, que pense sobre o futuro do país, afirmou. “Meu plano é colocar a política no comando — não os aparelhos, não as disputas personalistas, não os cargos —, mas sim o debate profundo sobre o Brasil que queremos construir.”

O deputado defende a preservação da autonomia crítica do partido. “Partido é uma coisa, governo é outra”, afirmou. Para ele, o partido tem o papel de mobilizador social, ajudando a articular a base da sociedade para pressionar legitimamente por avanços.

Falcão elenca quatro desafios “estruturais” do PT: o afastamento das bases populares; a fragmentação interna; o desinteresse da juventude na política institucional; e a desinformação. “Grande parte da militância se vê envolvida em disputas internas, em gabinetes parlamentares, em correntes organizadas que, muitas vezes, não dialogam com a sociedade. E isso precisa mudar. A política não pode ser sequestrada por grupos que disputam cargos e aparelhos em vez de ideias”, avaliou.

Para ele, não se pode mais aceitar que o PT seja um partido que atua só nos períodos eleitorais. Rui Falcão promete retomar o trabalho de base e a reconexão com jovens e trabalhadores.

Romênio Pereira

Romênio Pereira é um dos fundadores do PT e, atualmente, é membro da executiva nacional e secretário de Relações Internacionais do partido. Ele representa a corrente “Movimento PT”.

Segundo ele, a direção nacional da sigla precisa escutar os pequenos e médios municípios do país e fazer uma melhor distribuição do fundo eleitoral. “Isso não tem acontecido. O campo político que eu coordeno foi o único campo que defendeu 6% para o fundo eleitoral dos setoriais”, afirmou à CNN. Ele conta que pretende fazer uma defesa forte dos parlamentares das assembleias legislativas neste debate.

Romênio entende que o partido precisa estreitar relações não só nas comunidades rurais e nas áreas de maior vulnerabilidade social, mas também em setores como a igreja evangélica. “Nós precisamos ter um diálogo mais próximo com eles, da mesma forma que eu defendo o diálogo com todas as matrizes religiosas”, disse.

“O PT se formou muito visitando as comunidades rurais, os assentamentos e subindo as vilas e as comunidades mais pobres nas grandes cidades e andando pelas periferias. O PT foi criado para defender as mulheres, a população negra, a juventude, a população LGBTQIA+, o meio ambiente, os trabalhadores rurais sem terra. É isso que nós vamos continuar”, defendeu.

Romênio declarou que “não trabalha com racha interno” e que ter diferentes grupos na disputa é natural. Se for eleito presidente do PT, ele pretende trabalhar para a reeleição do presidente Lula. “Esse é o projeto prioritário da minha campanha. Nós vamos organizar o PT com os partidos do campo progressistas, democrático e de esquerda, para que a gente possa ganhar as eleições e governar o país até 2030.”

“Eu não estou preocupado com quem vai assinar o cheque do PT. A minha grande preocupação nesse momento é com o processo da defesa do governo, da democracia e da reeleição do presidente Lula”, finalizou.

Valter Pomar

Representante da corrente “Articulação de Esquerda”, Valter Pomar é historiador e dirigente nacional do PT.

Ele defende que o partido precisa voltar a lutar pelo socialismo e por mudanças estruturais, como reforma agrária, revogação das reformas trabalhista e previdenciária, industrialização do Brasil e soberania alimentar e energética.

“O PT precisa voltar a falar e a lutar pelo socialismo, precisa voltar a ser um partido militante, presente de forma organizada nas lutas cotidianas do povo brasileiro, da classe trabalhadora urbana e rural, dos pequenos proprietários, dos negros e negras, dos quilombolas, dos indígenas, das mulheres, dos LGBT, da esquerda, do socialismo”, avaliou à CNN.

Diferente de Quaquá, Pomar é crítico às alianças do governo com a direita e com o centro e entende que é necessário mais disputa política para romper um “ciclo vicioso”. “O governo precisa ousar mais, enfrentar mais, disputar mais. Em geral, é melhor uma boa disputa do que um péssimo acordo. E o partido precisa apostar tudo na organização e mobilização da sociedade, ajudando a criar as condições para derrotar este Congresso de direita”, opinou.

“Somos defensores da tradição de esquerda, segundo a qual a direção do partido deve ter funcionamento coletivo, cabendo ao presidente ser porta-voz e coordenador deste coletivo. Nosso plano é trabalhar pela reconstrução e transformação do partido”, disse.

Sobre as divergências dentro do PT, Pomar aponta que a tendência Construindo um Novo Brasil precisa deixar de ser hegemônica e que os dois pré-candidatos, Edinho e Quaquá, têm que ser derrotados. Ele também defende que o próximo tesoureiro do PT não seja da CNB.

O historiador ainda destaca que o trabalho de base, feito com a presença junto à classe trabalhadora, é um problema na sigla porque as diretorias não coordenam essa questão. “Se eu for eleito presidente, significa que o partido escolheu fazer um giro à esquerda”, concluiu.