Em contato, há pouco, com o blog, o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), Marcelo Gouveia, reafirmou que é candidatíssimo à reeleição. Ele disse que não foi compreendido por alguns órgãos de comunicação numa entrevista que deu durante o primeiro encontro do ano da entidade, encerrada no início da tarde.
“Eu sou candidato e não há motivo para retirar minha candidatura. O que eu disse é que candidatura consensual seria o melhor, mas se isso não for possível, vamos pra disputa”, afirmou e acrescentou: “Ao longo do mês de fevereiro, vamos tentar a possibilidade do consenso. Caso não, e se a maioria dos prefeitos entenderem que devo, vou disputar sim”.
Ao participar de ato da direita na Avenida Paulista neste domingo (7), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cobrou anistia ampla para os envolvidos no 8 de Janeiro e cobrou fim do “abuso” sobre o processo.
“Não vamos aceitar a ditadura de um poder sobre o outro. É isso que precisamos fazer, defender. Chega do abuso”, disse o governador durante manifestação pelo 7 de Setembro. As informações são da CNN Brasil.
O governador afirmou ainda que “novos tempos virão” com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estando solto. Tarcísio frisou que o ex-presidente deve participar das eleições e apontou fragilidades no processo contra Bolsonaro.
Em recado direcionado para o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), o governador de São Paulo cobrou: “Hugo, paute a anistia. Deixe a Casa decidir. Tenho certeza que ele vai fazer isso”.
Tarcísio fez um paralelo com o perdão concedido a políticos de esquerda durante a Ditadura Militar, em 1979. Segundo o chefe do executivo paulista, sem a medida, o Partido dos Trabalhadores (PT) não existiria.
“A gente está pedindo uma anistia porque sabe que esse processo está maculado, viciado. A anistia, como em 1979, tem que ser ampla, geral e irrestrita”, disse.
Como noticiado pela CNN, a proposta de anistia ampla aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro já conta com o apoio da federação União Brasil/PP, além de Republicanos e PL. No entanto, enfrenta resistência no PSD e provoca divisão interna no MDB.
As manifestações deste domingo ocorrem em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que será retomado nesta segunda-feira (8) e deve durar até a sexta-feira (12).
A minuta do projeto de lei preparada pelo líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), prevê uma anistia ampla, geral e irrestrita a investigados, processados ou condenados desde 14 de março de 2019, data que marca a abertura do inquérito das fake news no Supremo Tribunal Federal, até a entrada em vigor da lei.
Se aprovado, o texto pode anular condenações, arquivar investigações, extinguir multas, indenizações e inelegibilidades. O efeito mais imediato seria permitir que Jair Bolsonaro voltasse a concorrer em 2026.
Além de retroagir, a proposta também projeta efeitos para o futuro: ao determinar o arquivamento automático de investigações e processos que ainda venham a ser instaurados sobre fatos ocorridos nesse período, a minuta garante proteção a eventuais novos réus, blindando não apenas os já condenados ou investigados, mas também aqueles que possam ser responsabilizados posteriormente.
A proposta que o PL quer aprovar na Câmara difere do projeto costurado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que defende uma anistia que alcance apenas os presos pelo 8 de janeiro de 2023, e somente com a redução das penas.
Com apoio de líderes do Centrão, Sóstenes tenta incluir na pauta da Câmara o requerimento de urgência para acelerar a votação do projeto de anistia. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem adotado tom mais cauteloso sobre o assunto.
1. Quem pode ser beneficiado
Qualquer pessoa que tenha sido, esteja sendo ou possa vir a ser investigada, processada ou condenada no período. Isso inclui: manifestantes, organizadores, financiadores e agentes políticos.
A anistia alcança tanto pessoas físicas quanto partidos e organizações que tenham apoiado atos ou manifestações.
2. Manifestações verbais e escritas
O perdão cobre:
Discursos em praças, ruas e órgãos públicos.
Publicações em redes sociais e imprensa.
Textos, falas ou vídeos que tenham sido classificados como: ofensas ou ataques a instituições ou autoridades; descrédito ao processo eleitoral ou aos Poderes da República; reforço à polarização política; geração de animosidade na sociedade; propagação de desinformação ou dados inverídicos sobre partidos, candidatos, governos, eleições ou autoridades.
3. Crimes previstos no Código Penal
O projeto concede anistia para delitos do Título XII do Código Penal, que trata dos crimes contra o Estado Democrático de Direito (como abolição violenta do Estado de Direito, golpe de Estado e atentado contra a soberania nacional).
4. Condutas associadas e conexas
A anistia se estende a atos relacionados, como:
Apoio administrativo, logístico ou financeiro a manifestações.
Depredação ou deterioração de patrimônio público e tombado.
Incitação ao crime e apologia a criminosos.
Organização criminosa, associação criminosa ou formação de milícia privada.
5. Investigações e inquéritos específicos
O texto alcança:
Inquéritos instaurados pelo STF com base no artigo 43 do Regimento Interno, como o inquérito das fake news e os procedimentos dele derivados.
Investigações que tenham utilizado relatórios ou informações da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE (ou órgãos equivalentes da Justiça Eleitoral).
6. Atos de rua, acampamentos e 8 de janeiro
O projeto inclui expressamente:
Acampamentos em frente a quartéis e outras instalações militares.
As manifestações ocorridas em 8 de janeiro de 2023, quando houve invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.
7. Alcance sobre outras esferas jurídicas
A proposta não se limita à esfera criminal. Ela também:
Extingue ilícitos civis, administrativos e eleitorais vinculados às condutas listadas.
Afasta todas as inelegibilidades já declaradas ou futuras impostas pela Justiça Eleitoral.
Cobre crimes políticos ou conexos e eventuais violações de direitos sociais e políticos.
8. Efeitos imediatos
Caso seja aprovada, a lei:
Arquiva inquéritos, investigações e processos em andamento.
Anula condenações penais, com extinção das penas.
Suspende multas, indenizações (inclusive por dano moral) e restrições de direitos.
Revoga medidas cautelares e liminares.
Garante que futuros processos não possam ser instaurados em relação a fatos do período abrangido.
9. Impacto político direto
O texto foi construído para abranger Jair Bolsonaro, que está inelegível até 2030 por decisão do TSE e enfrenta processos criminais que somam mais de 40 anos de possível condenação.
A anistia abriria caminho para sua candidatura presidencial em 2026.
Também beneficiaria aliados, como Eduardo Bolsonaro, citado em apurações internacionais por tentar influenciar autoridades contra o Brasil.
10. Pontos polêmicos e críticas
Amplitude do texto: termos vagos como “polarização” ou “animosidade” permitem interpretações muito amplas, que podem esvaziar punições por crimes graves.
Efeitos eleitorais: ao derrubar inelegibilidades, a proposta interfere diretamente na disputa presidencial de 2026.
Erro material: a referência incorreta ao número do Código Penal reforça a percepção de que é um texto ainda preliminar.
11. Situação atual e próximos passos
A minuta ainda não foi protocolada oficialmente. Precisa receber numeração e passar por comissões temáticas na Câmara antes de chegar ao Plenário. Pode ir diretamente para o Plenário se for aprovado um requerimento de urgência para acelerar sua tramitação.
Durante a tramitação, pode ser alterada ou até desidratada — por exemplo, restringindo a anistia apenas aos presos do 8 de janeiro.
O debate divide o Congresso: o PL exige inclusão de Bolsonaro, enquanto setores do Centrão preferem manter sua inelegibilidade para fortalecer outros nomes, como Tarcísio de Freitas.
Ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva avaliaram como estratégica a ausência de integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) na cerimônia de Sete de Setembro, em Brasília. Para auxiliares de Lula, o não comparecimento de ministros da Corte evita teorias conspiratórias de conluio entre o Supremo e o governo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Neste ano, o desfile ocorreu em meio ao julgamento de Bolsonaro pelo STF, acusado de liderar uma trama golpista. Como fez em anos anteriores, o Palácio do Planalto convidou os ministros da Corte para acompanhar a solenidade da tribuna presidencial. No governo, no entanto, já era esperado que os integrantes do STF recusassem o convite devido ao momento em que o ex-presidente tem seu caso sendo avaliado pela Primeira Turma do Supremo. As informações são do jornal O Globo.
No ano passado, participaram da cerimônia ao lado de Lula o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, e os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Dias Toffoli e Gilmar Mendes.
Para esses auxiliares, em 2024, o contexto político era outro: sem embate com os Estados Unidos, que impuseram tarifas sobre produtos brasileiros e sanções a ministros do Supremo, e sem julgamento de Bolsonaro em andamento.
Outro diagnóstico é de que, ao não ir ao desfile promovido por Lula, os ministros transmitem um recado institucional de independência entre os poderes, diante da acusação de bolsonaristas de que governo e STF atuam de forma unificada contra Jair Bolsonaro.
Um eclipse lunar total – o segundo do ano – ocorre neste domingo (7). O ponto alto, quando a Lua fica totalmente imersa na sombra da Terra e adquire coloração avermelhada, caracteriza a chamada Lua de Sangue.
“A cor se deve à forma como a luz do Sol interage com a atmosfera terrestre. Mesmo totalmente encoberta pela sombra escura da Terra, a Lua ainda recebe luz solar indiretamente, filtrada pela atmosfera”, detalhou o Observatório Nacional.
O fenômeno não será visível no Brasil, mas há transmissão ao vivo, desde às 12h (horário de Brasília), pelo canal no YouTube do Observatório Nacional, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Durante a live, astrônomos amadores e profissionais que fazem parte do programa comentam as imagens em tempo real. A previsão é transmitir todas as etapas do eclipse, por meio do auxílio de parceiros internacionais.
Confira o cronograma completo do fenômeno:
Início da fase penumbral: 12h28
Início da fase parcial: 13h27
Início da fase total: 14h31
Auge da fase total: das 15h12 às 15h53
Fim da fase parcial: 16h57
Fim da penumbra: 17h55
Entenda
Segundo o Observatório Nacional, eclipses lunares ocorrem quando a Lua entra na sombra da Terra. Essa sombra é dividida em duas partes: a umbra, que é completamente escura por não receber nenhuma luz solar direta; e a penumbra, que ainda recebe alguma iluminação do Sol.
“Quanto mais perfeito é o alinhamento entre Sol, Terra e Lua, maior é a duração do eclipse total”, destacou o órgão. Quando a Lua entra na penumbra, ocorre o eclipse penumbral; quando entra na umbra, o eclipse parcial; e, quando está totalmente dentro da umbra, ocorre o eclipse total.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), e os ministros da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, foram vaiados na última sexta-feira (5) durante a abertura oficial da feira agropecuária Expointer 2025, em Esteio, Rio Grande do Sul. Produtores rurais protestaram contra a ajuda financeira anunciada para cobrir prejuízos.
O Governo Federal sancionou uma medida provisória que libera R$ 12 bilhões em linha de crédito para até 100 mil produtores de todo o país que tiveram perdas decorrentes de enchentes e secas. “Entendo perfeitamente as manifestações, mas também peço respeito”, disse Paulo Teixeira antes de detalhar o auxílio. As informações são da BandNews TV.
Representantes do setor rural criticaram o valor da ajuda anunciada, alegando ser menor que o necessário para cobrir os prejuízos. “Apontamos um número perto dos R$ 28 bilhões para resolver o problema dos produtores endividados no estado”, informou o presidente da Federação Gaúcha de Agricultura, Gedeão Pereira.
Um grupo vestiu preto e levou coroas de flores e balões ao evento para lembrar dos agricultores que tiraram a própria vida por conta de dívidas. “Estamos pedindo medidas que mitiguem todo esse sofrimento dos gaúchos desde a enchente”, afirmou a produtora rural Luciane Agazzi. Antes do tradicional desfile dos animais premiados durante a feira, o boi Valente – resgatado na enchente no ano passado – fez um passeio homenageando a resiliência no RS.
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) lotam a Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (7). Os manifestantes se concentram sobretudo no quarteirão próximo ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), onde está o trio elétrico em que as principais autoridades discursam.
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, fez um discurso em defesa da anistia direcionado ao Congresso Nacional, e críticas ao presidente Lula (PT). “Anistia já, anistia já!”, falou. “Se esse suposto golpe tivesse acontecido, que tudo a Justiça fala que teve um golpe, se tivesse um golpe quem iria ser a ministra da Justiça? A Débora do batom? Quem queria dar o golpe? Aquilo foi uma baderna generalizada, e ninguém concorda com o vandalismo. Mas isso não é golpe. O verdadeiro julgamento do golpe será nas eleições do ano que vem, quando será julgado o golpe da picanha prometida, do roubo do INSS, dos aposentados.”
Em meio a cartazes pedindo a absolvição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e em homenagem ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está morando nos Estados Unidos e atuou em prol de sanções do país contra o Brasil, manifestantes tiram selfies com políticos da direita, como o senador Marcos Pontes (PL-SP), o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PL), e Valdemar Costa Neto.
Militantes também distribuíram cartazes com frases pedindo Bolsonaro na eleição de 2026 — o ex-presidente está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030 — e em apoio a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que está presa na Itália e foi condenada a dez anos de prisão por falsidade ideológica e invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O ato foi convocado por Silas Malafaia, pelo senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ) e por outras lideranças da direita em defesa da anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), além da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) são alguns dos confirmados no evento. Também ocorrem atos da direita em Brasília e na Praia de Copacabana, no Rio.
A manifestação ocorre em meio ao julgamento de Bolsonaro e dos demais acusados de estarem envolvidos na trama golpista, que começou nesta semana no Supremo Tribunal Federal (STF) e terá continuidade a partir de terça-feira (9).
À espera do “pixuleco do Lula”, um camelô que vende bandeiras do Brasil a R$ 10 diz que um fornecedor parceiro trará, para ele e seus colegas vendedores, bonecos infláveis do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Espero vender, tudo, mas o rapaz está atrasado para trazer os bonecos”, afirma o ambulante. Perto dele, outro camelô vende camisas e bandeiras com a imagem do presidente americano, Donald Trump. “Faço os dois por R$ 120 para você”, oferece o ambulante, que precisou correr do “rapa” da Guarda Civil Metropolitana, que não permitiu que ele estendesse um varal entre dois postes, da que ocorre em boa parte da via.
O ato convocado por lideranças de esquerda e centrais sindicais na Praça da República, em São Paulo, reuniu 8,8 mil pessoas neste domingo (7). A estimativa de público foi feita pelo grupo Monitor do debate político, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) — coordenado por Pablo Ortellado e Márcio Moretto, da Universidade de São Paulo (USP) —, em parceria com a ONG More in Common. A margem de erro do levantamento, feito com base em imagens aéreas e auxílio de inteligência artificial, é de 1,1 mil pessoas para mais ou menos.
Com a margem de erro de 12%, o cálculo aponta um público, no momento de pico, entre 7.704 e 9.806 participantes. A contagem foi feita a partir de fotos aéreas analisadas com software de inteligência artificial. Foram tiradas 25 fotos em quatro horários diferentes, e as imagens foram divididas em oito pedaços para cobrir toda a extensão da multidão. No cálculo, foi usado o método Point to Point Network (P2PNet), em que um drone tira fotos aéreas e o software analisa as imagens para identificar e marcar automaticamente as cabeças das pessoas, um processo que possui precisão de 72,9% e uma acurácia de 69,5% na identificação de cada indivíduo. As informações são do jornal O Globo.
A manifestação foi uma resposta às manifestações bolsonaristas deste 7 de Setembro, feriado da Independência. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, compareceu, além do presidente nacional do PT, Edinho Silva, e dos deputados federais Guilherme Boulos (PSOL) e Érika Hilton (PSOL).
Em cartazes e faixas, os manifestantes pediam a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e se colocavam contra a anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O mote oficial do ato era a defesa da soberania nacional, discurso que tem sido adotado pelo governo Lula e pela esquerda após o tarifaço dos Estados Unidos contra produtos brasileiros.
Em seu discurso, Edinho Silva pontuou a importância de punir os responsáveis pela tentativa de golpe, dizendo confiar no “bom senso dos parlamentares” com relação ao tema. “Não podemos banalizar nem normalizar aquilo que é grave, nós tivemos um resultado eleitoral. Aqueles que perderam as eleições organizaram uma tentativa de golpe, e o pior, organizaram o assassinato do presidente vitorioso, do vice. Se banalizarmos isso, nós teremos aberto o precedente que toda vez que alguém perder as eleições, se sinta no direito de organizar golpe e assassinar os vitoriosos”, disse.
Nesta tarde, lideranças da direita se reúnem na Avenida Paulista, em um ato convocado para defesa da anistia a Bolsonaro e aos condenados pelo 8 de janeiro. A manifestação ocorre em meio ao julgamento de Bolsonaro e dos demais acusados de estarem envolvidos na trama golpista, que começou nesta semana no Supremo Tribunal Federal (STF) e terá continuidade a partir de terça-feira (9).
Bolsonaro responde pelos crimes de organização criminosa (pena de 3 a 8 anos, até mais 4 por emprego de arma de fogo e mais 5 anos pelo concurso de funcionário público); tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito (4 a 8 anos); golpe de Estado (4 a 12 anos); dano qualificado pela violência e grave ameaça (6 meses a 3 anos); e deterioração de patrimônio tombado (1 a 3 anos).
Em meio ao julgamento dos réus do núcleo crucial da trama golpista, incluindo Jair Messias Bolsonaro (PL) e do pedido de anistia podendo ser pautado no Congresso Nacional, a direita de Pernambuco e do Brasil, foi às ruas neste domingo, 7 de setembro, Dia da Independência, em defesa do ex-presidente. O filho do ex-mandatário, o senador Flávio Bolsonaro (PL), convocou os apoiadores de seu pai para o ato “Todos na Rua”. No Recife, o evento acontece na Avenida Boa Viagem, reunindo lideranças políticas do estado.
O deputado estadual Alberto Feitosa (PL) destacou a importância do ato, dias antes do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, votar no julgamento que pode condenar Bolsonaro e reforçou o tom dos discursos do evento. “Os discursos são os que já estamos fazendo, não reconhecendo o julgamento, chamando de ‘judiciamento’, pedindo anistia, ampla, geral e irrestrita e fora Moraes. Sempre atacando a questão do Estado Democrático de Direito, a imparcialidade do Flávio Dino e do Zanin, pela ligação pessoal que têm com o Lula, e a própria orientação do Lula de ir para as ruas e fazer manifestações contra a anistia”, apontou Feitosa.
O vereador do Recife, Gilson Machado Filho (PL) também aponta a relação direta dos ministros com o atual presidente do país, afirmando que o julgamento é “certamente parcial” e que o Brasil vive um tempo em que a separação dos poderes “não vale mais de nada”.
“Um julgamento que era para ser imparcial, já tem uma cela reservada para o presidente Bolsonaro e eles atropelam qualquer tipo de defesa que o presidente possa ter. A gente tem um poder apenas governando o Brasil, que é o STF”.
Desde agosto em prisão domiciliar e usando tornozeleira eletrônica, o ex-presidente não estará presente em nenhuma das manifestações pelo país. O julgamento de Bolsonaro e dos demais acusados chega à fase final na próxima semana, com os votos dos ministros da primeira turma na terça (09), quarta (10) e quinta (11) e com a sentença dos réus na sexta (12).
De acordo com o deputado estadual Alberto Feitosa (PL), o ato vai reunir lideranças do estado, desde os líderes de grupos de apoiadores, até parlamentares e ex-parlamentares da direita do estado. “Vão estar todas as lideranças da direita. Desde aqueles que são líderes dos grupos de direita: Direita Bolsonaro, Bolsonaro Livre, como também as lideranças, como o ex-ministro Gilson Machado, deputados federais, deputados estaduais, vereadores que também estão muito atuantes, e tem um movimento muito interessante de advogado de direita”, detalha o deputado.
Feitosa expecta que mais de 100 mil apoiadores estarão presentes na concentração, incluindo caravanas vindas de diversos municípios pernambucanos. “Agora estão vindo algumas caravanas que não vieram da outra vez, de Arcoverde, Petrolina, Surubim. Sirinhaém, Limoeiro, Cabo, Caruaru, e as pessoas vêm de forma voluntária, com os próprios recursos”.
Também já confirmaram presença no evento os deputados federais Pastor Eurico (PL), Clarissa Tércio (PP) e Coronel Meira (PL), os deputados estaduais Renato Antunes (PL), Júnior Tércio (PP) e Abimael Santos (PL); os vereadores Thiago Medina (PL) e Alessandro Sarmento (PL), entre outras lideranças.
Brasil
Em vídeo publicado nas redes sociais, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) chamou os apoiadores de seu pai para as ruas em defesa do ex-presidente, para pedir a absolvição e “exigir o direito de votar” em Bolsonaro para presidente nas eleições de 2026.
O parlamentar, que critica o julgamento do núcleo crucial da trama golpista, fala que essa será a “última manifestação antes da farsa que o Alexandre de Moraes armou para condenar meu pai, o nosso presidente Jair Bolsonaro, a 40 anos de prisão, mesmo sem ter feito absolutamente nada”.
Na gravação, Flávio também ressalta que cada vez que as pessoas vão para as ruas de verde e amarelo, “mais a política enxerga que os dias de Lula estão perto do fim” e que quanto mais brasileiros nas ruas, mais rápido irão conseguir aprovar a anistia no Congresso, “para começar a resgatar a nossa democracia”.
A deputada federal Maria Arraes marcou presença, neste domingo (7), na 31ª edição do Grito dos Excluídos, realizada na área central do Recife. O ato, que teve concentração no Parque 13 de Maio, reuniu movimentos sindicais, sociais e diversos apoiadores das pautas levantadas pelo movimento.
Durante a caminhada, a parlamentar destacou a importância da mobilização popular em defesa da democracia. “Vivemos tempos em que tentam atacar a democracia, calar a voz do povo e colocar o Brasil de joelhos diante de interesses antidemocráticos. Mas nós resistimos e seguimos firmes para dizer que democracia se defende todos os dias, nas ruas, e que não vão conseguir nos calar”, afirmou.
Entre as bandeiras do Plebiscito Popular 2025, que integra a programação do Movimento, estão propostas já defendidas por Maria Arraes na Câmara Federal. A deputada reiterou seu compromisso com o fim da escala 6×1 de trabalho, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e o aumento da alíquota para os super-ricos. “Defender esses direitos é estar ao lado do povo, e é esse lado que sempre escolhemos”, reforçou.
Neste ano, o Grito dos Excluídos foi realizado sob o lema “A Vida em Primeiro Lugar”, em sintonia com o mote tradicional: “Cuidar da casa comum e da democracia é luta de todo dia”.
O senador Humberto Costa (PT-PE) participou, neste sábado (7), da 31ª edição do Grito dos Excluídos e Excluídas, que reuniu sindicatos, movimentos sociais e partidos de esquerda no Recife. O ato, realizado no Parque Treze de Maio, integra a mobilização nacional que ocorre em cerca de 40 cidades brasileiras e que neste ano tem como lema “A vida em Primeiro Lugar”. Entre as principais pautas estão a defesa da democracia, o enfrentamento da crise climática e propostas ligadas à justiça social e tributária.
Durante sua fala, Humberto ressaltou que a mobilização busca reafirmar a soberania nacional e combater a anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 2023. Ele destacou ainda a defesa de bandeiras como a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil, a redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6×1. “É um momento de defender a liberdade e a democracia e de avançarmos para que, no próximo ano, possamos chegar fortes para a reeleição do presidente Lula”, afirmou.
O Grito dos Excluídos e Excluídas ocupa as ruas do Recife neste 7 de setembro, data que celebra a Independência do Brasil, com o lema “A vida em Primeiro Lugar”. A 31ª edição da mobilização realizada por sindicatos, organizações da sociedade civil e partidos políticos da esquerda, teve início no Parque Treze de Maio, às 9h, e defende bandeiras como o enfrentamento da crise climática e a reafirmação da democracia e da soberania nacional.
Em todo o país, atos em cerca de 40 cidades brasileiras acontecem em pelo menos 23 estados para defender a soberania do País e se posicionar contra a anistia aos envolvidos na trama golpista. A senadora Teresa Leitão (PT) participou do ato no Recife e reforçou a mensagem contra qualquer movimento em favor da “anistia a golpistas”.
“O Grito dos Excluídos já é uma tradição de resistência, e esse ano ganha junto ao 7 de setembro um significado muito importante que é a defesa da democracia. Mais do que nunca [é] a luta pela soberania nacional e uma mobilização para impedir qualquer movimento em favor da anistia a golpistas. Sem anistia para golpistas”, afirmou.
A caminho do ato, o deputado estadual João Paulo (PT) destacou, em suas redes sociais, a importância de celebrar a independência junto à defesa da soberania nacional e da democracia:
“Um dia bastante significativo. Do ponto da simbologia nacional, é proclamado muito como a independência. Queremos a soberania nacional, a democracia, mas também o momento de celebrar todos aqueles que deram sua vida para ter uma pátria livre. E a nossa luta também é para que essa independência venha com mais emprego, mais saúde, mais moradia, mais educação. Viva a independência do Brasil e a emancipação do proletariado”.
Crysli Viana/ DP Foto
A programação do ato também integra o Plebiscito Popular 2025, que propõe a redução da jornada de trabalho sem corte salarial e o fim da escala 6×1, além de medidas de justiça tributária como isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação dos super-ricos.
Para Sandra Gomes, que faz parte da coordenação do Grito, a mobilização reafirma seu papel histórico como movimento de resistência:
“Desde 1995 que a gente vem às ruas chamando a população para gritar pela educação de qualidade, por saúde, por habitação, para que as pessoas possam realmente ter uma participação efetiva na sociedade. O grito consegue aglutinar diversas entidades, partido político, igreja, essa é a importância dele”, destacou.
Em comemoração aos 203 anos da Independência do Brasil, o tradicional desfile cívico-militar de 7 de Setembro reuniu milhares de pessoas, na Avenida Marechal Mascarenhas de Morais, na Imbiribeira, Zona Sul do Recife. Na manhã deste domingo (7), diversas filas se formaram nos canteiros central e local da via, no sentido cidade.
Essa solenidade comemora o episódio conhecido como “Grito do Ipiranga”, dado por Dom Pedro de Alcântara às margens do Rio Ipiranga, em São Paulo. A partir daquele dia, em 1822, o Brasil passou a ser uma monarquia independente, e Dom Pedro I, como ficou conhecido, foi o primeiro imperador.
A partir dali, em todos os anos, o ato é lembrado em solenidades cívicas e desfiles militares em diferentes cidades brasileiras como forma de celebrar a conquista da autonomia política e reafirmar o valor histórico desse acontecimento.
Honras militares
A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), chegou ao local às 8h10. Acompanhada do comandante militar do Nordeste, General Maurílio Miranda Netto Ribeiro, recebeu um lembrança institucional da Academia Militar das Agulhas Negras.
Logo após, Lyra e Ribeiro entraram num carro do modelo Lincoln V-12 de cor azul marinho, fabricado em 1933. Esse mesmo veículo foi utilizado pela Rainha Elizabeth II em visita ao Brasil, no ano de 1968. Nele, a chefe do Executivo local participou do desfile motorizado com a revista da tropa.
Desfile
O trajeto do desfile foi de 3km, saindo da Rua General Mac Arthur. O bloco cívico foi aberto, às 8h50, pela Escola Técnica Estadual Ginásio Pernambucano, que fica no centro do Recife. A instituição tem 709 estudantes. 85 deles integraram o cortejo.
Emoção
Para o auxiliar de eletricista Márcio Barbosa, de 52 anos, foi momento de grande emoção acompanhar o desfile. Foi a primeira vez dele. Barbosa também veio ver o filho mais novo, João Lucas, 10, desfilar. Ele cursa o 5º ano na Escola Municipal Professor Adolfo Lutz, no Jordão Alto, também na Zona Sul do Recife.
“A minha expectativa é grande, porque é a primeira vez que o meu filho desfila. Quando eu era mais novo e estudava na escola do estado, também desfilei. É uma emoção muito grande desfilar no 7 de Setembro”, comentou ele.
A Maçonaria iniciou o desfile das instituições e entidades. Logo após, as mais diversas forças de segurança foram representadas durante a passagem do destacamento militar, que foi aberta com a passagem do general de divisão Fernando Bartolomeu Fernandes, comandante da 7ª Divisão de Exército, numa viatura viatura blindada.
Posteriormente, desfilaram em carros motorizados os representantes da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro, Força Aérea Brasileira, Polícia Militar de Pernambuco, Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco e Polícia Rodoviária Federal.
O momento mais aguardado pelo público foi o desfile aéreo, que contou com sobrevoo de três aeronaves do Grupamento Tático Aéreo (GTA) da Secretaria de Defesa Social (SDS) e uma da Polícia Rodoviária Federal.
Já o desfile motorizado foi aberto pela passagem do major Rêgo Barros, da 7ª Região Militar. Na oportunidade, também desfilaram representantes do Estado Maior e demais corporações militares, bem como da Marinha do Brasil.
Na última parte do evento aconteceu o desfile hipomóvel. Outro momento que deixou o público admirado. A apresentação da Tropa Hipomóvel da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) marcou o fim o evento.
Balanço geral do desfile
Ao todo, foram cerca de 4.450 estudantes de escolas estaduais, municipais e privadas no desfile a pé. Ainda participaram 650 integrantes de associações e 3.750 militares das Forças Armadas, Forças Auxiliares e integrantes da Polícia Rodoviária Federal.
Já o desfile motorizado teve 170 viaturas de diferentes organizações militares da guarnição. O desfile aéreo contou com participação de quatro helicópteros da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco e um da Polícia Rodoviária Federal. O desfile da cavalaria teve 44 cavalos.
Democracia
Durante pronunciamento em entrevista coletiva, a governadora Raquel Lyra falou em fé, esperança e otimismo. Para ela, o maior desafio dos brasileiros é o combate à desigualdade social e regional.
Foto: Matheus Ribeiro/Folha de Pernambuco
“A gente tem trabalhado muito para mudar os nossos indicadores, trazendo mais qualidade de vida. Penso que hoje, no nosso desfile, pela alegria que está representada no rosto das nossas crianças e jovens, nós estamos no caminho certo. A partir da educação e das escolas a gente tem a possibilidade de transformar o mundo e a gente tem feito um bom investimento na educação. É muito bom ver isso sendo revelado no sorriso de cada um desses meninos e meninas”, argumentou ela.
Raquel ainda falou sobre o momento que vive o Brasil, ante o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é acusado de liderar uma organização criminosa que se baseava em um “projeto autoritário de poder” e visava dar um golpe de Estado.
No ponto de vista da governadora, a Constituição de 1988 é conhecida por ser uma das democráticas do mundo, prevendo políticas públicas em favor da população e da soberania do país.
“Nós estamos aqui, décadas depois, buscando reafirmar esses valores. Claro que não seria esse o maior desafio da nossa geração. Eu confio na justiça e na democracia. Esse é um julgamento que será feito pelo Supremo Tribunal Federal, e a gente tem que buscar preservar e valorizar as nossas instituições. Elas, o Brasil e Pernambuco são muito maiores do que todos nós. Eu creio muito nisso. Essa tempestade precisa passar”, frisou ainda.