O deputado estadual Waldemar Borges respondeu nesta sexta-feira (10) às explicações dadas pela Compesa sobre a falta de abastecimento de água em Gravatá, no Agreste do estado. Em suas declarações, o parlamentar apontou falhas de gestão e ações insuficientes por parte do governo estadual, além de contestar as justificativas apresentadas pela companhia.
“O fato de mananciais como Cliper, Vertentes e Brejinho estarem sem condições de fornecer água para Gravatá já é algo que a Compesa sabe há vários verões. Foi para suprir esse déficit que foi construída a nova adutora Amaraji-Gravatá. Fundamentalmente, há problemas de gestão”, explicou.
O deputado também destacou um vídeo, enviado como anexo, onde é possível ver um grande vazamento na altura do Sítio Riacho do Boi, na tubulação que sai de Jucazinho.
Leia mais“Há mais de seis meses, o dono da propriedade roga para a Compesa resolver o problema e evitar a perda de mais de 30 litros por segundo que está jorrando. Esse é só um exemplo, de tantos outros, que revela que a crise não é exatamente climática. Há perdas expressivas na tubulação; há problemas em sistemas de automação quebrados em Gravatá; e há limitação no tratamento da água devido a uma estação de tratamento que foi entregue praticamente concluída, mas que, segundo a direção da Compesa, deveria ter sido finalizada em junho. Até hoje, ela não funciona em plena capacidade. Enfim, há uma série de fatores que nada têm a ver com as chuvas”, afirmou Waldemar Borges.
O parlamentar também ressaltou que, mesmo admitindo que Gravatá fosse abastecida exclusivamente pela Barragem de Amaraji, a atual capacidade de entrega das bombas seria suficiente para atender boa parte da demanda da cidade. “Os 220 litros por segundo que a barragem de Amaraji está fornecendo seriam suficientes para atender 75% da demanda de Gravatá. Isso permitiria um racionamento muito mais brando, algo como dois dias com água e três dias sem. Mas esse volume não está sendo efetivamente distribuído na cidade porque o sistema de abastecimento deixado pela gestão anterior está se deteriorando e já não consegue funcionar adequadamente. Isso é um problema de má gestão, não de clima”, afirmou.
Borges também questionou o posicionamento do governo estadual ao colocar a solução definitiva da crise hídrica de Gravatá na obra federal da Adutora do Agreste.
“Todos sabemos que a solução definitiva para o abastecimento de água de Gravatá virá com a conclusão da Adutora do Agreste. Mas os governos do PSB fizeram intervenções que minimizaram muito o problema. Ficar de braços cruzados, esperando que o governo federal conclua a obra – o que Lula, em boa hora, começou a fazer – enquanto o sistema se deteriora por falta de manutenção e invalida as melhorias feitas nos governos anteriores, é inadmissível. O fato é que regredimos ao tempo dos carros-pipa, e a população de Gravatá está pagando um preço alto por conta do descaso da atual gestão da Compesa, que se nega a enxergar o problema onde ele realmente reside”, concluiu Borges.
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