Homenagem ao jornalista José Almir Borges

Por Jorge Santana*

Ainda muito jovem, José Almir decidiu “ganhar o mundo”, entretanto, o Recife o ganhou, pela sua simpatia, comunicação alegre e facilidade de fazer amigos e conquistar espaços na imprensa e na sociedade pernambucana. Trabalhou em jornal, televisão e fez parte de seleto grupo que assessorava governadores. Com zelo e capacidade resolvia as questões da área à qual pertencia. Nasceu na cidade maranhense de Colinas no dia 6 de dezembro de 1945 e seus pais, Manoel Borges Araújo e Raimunda Alice de Araújo, deram-lhe o nome completo de José Almir Borges. Com ele conversamos no dia 17 de fevereiro de 2011.

OPÇÃO

Quando terminei o ginásio na minha cidadezinha do interior, aos 18 anos, pensei em partir para São Luís, Recife, a cidade mais importante do Nordeste, ou São Paulo, preferida pelos jovens da minha época. Optei pelo Recife, aonde cheguei em 1964, um mês depois da Revolução. Depois de um mês e quinze dias empregado num escritório de contabilidade, fui dispensado. “Por quê? Acho que não fiz nada demais.” E o chefe: “Por isso mesmo. Aqui cada um tem que fazer alguma coisa, e você não fez nada” (risos). Meu segundo emprego foi numa firma de eletrodomésticos, onde passei dois meses. Estudava no Colégio Pedro Augusto, mas tive que sair porque não podia pagar. Também não podia pagar moradia, por isso passei por todas as pensões dali e parei num quarto em cima da Padaria Santa Cruz.

JORNALISTA

O Colégio Pedro Augusto tinha um torneio de futebol de salão. Entrei no time, fiz gol, um cara do Jornal do Commercio gostou e me chamou para fazer um estágio lá, em 1966. Comecei no arquivo, de onde me comunicava constantemente com a redação, o que me levou a ser jornalista, formado na Universidade Católica de Pernambuco. Tive como colegas pessoas que se projetaram na imprensa local e nacional, como Ricardo Noblat, Antônio Lavareda, Fernando Machado, Vera Ferraz, José Lúcio Costa, Orismar Rodrigues, Ana Guimarães e Ivaldo Calheiros. Um dia, Ronildo Maia Leite, então no Diário da Noite, propôs a Gilberto Prado, do JC, que eu fizesse a cobertura dos pequenos clubes sociais (1972). Era uma coluna diária, chamada Society nos Bairros, e foi uma grande oportunidade para conhecer os encantos do mundo boêmio do Recife (risos). No mesmo ano, o produtor de TV Miguel Santos me colocou no júri do show de Jota Ferreira. Participei também de um programa de TV semanal com Alexandrino Rocha e Fernando Calheiros.

SUCESSO

A coluna cobria mais de cinquenta clubes da Região Metropolitana do Recife e já estava chegando ao interior. As escolas de samba, que faziam festa somente no fim do ano, começaram a promover sambões a partir de setembro para arrecadar dinheiro. Surgiu o concurso de garota do bairro. Também vieram as gafieiras do Atlético, um monte de promoções.

A COLUNA

Acho que uma coluna de sociedade nos bairros caberia muito bem na Folha de Pernambuco. Até já houve conversa comigo nesse sentido, mas não prosperou. Caberia também no Aqui PE, um jornal popular. É verdade que muitos clubes de bairro fecharam, entre os quais o Yolanda, no Jiquiá, o único do Estado de Pernambuco que bancou Roberto Carlos no auge da carreira na década de 70. Daqueles clubes todos, restam o das Pás, ainda no auge, das Águias, dos Cisnes, dos Oficiais da Aeronáutica, o Recreativo CTTU, a Associação Celpe, o Sítio do Pica-Pau Amarelo, o Sargento Wolf, o de Cabos e Soldados, o Treze do Vasco, o Atlético Clube de Amadores e o Clube da Polícia Militar. Acho que a prefeitura do Recife ou algum órgão estadual deveria apoiar esses clubes. Assim como existem o Marco Zero e os polos de Carnaval, deviam existir clubes para famílias da periferia, sem condições de deslocamento.

NAMORO

Namorei muito nos clubes de bairro, sem nenhuma intenção de casamento. Miguel Santos me apoiava: “Resista o quanto puder”. Aos 33 anos, idade de Cristo, me casei. Trabalhando no governo do Estado, eu viajava muito para o interior e dizia à minha mulher: “Prepare uma malinha pequena que eu vou a Petrolina”. Quando eu ia ao Rio ou a São Paulo, tinha que ser uma mala maior. E à noite eu ia aos clubes de bairro. Mas, um dia, cheguei em casa às sete e meia da manhã e ela disse: “Sua mala está pronta”. Eu falei: “Não vou viajar”. E ela: “Vai, e não volta mais”. Eu fui morar na casa dos meus sogros. O irmão dela me adorava: “Você não vai embora coisa nenhuma. Bota essa mala aqui”. Depois de seis meses lá, me casei com outra. Desses dois casamentos, tenho três filhos: Rômulo, formado em administração; José Almir Borges Filho, formado em ciências contábeis; e a menina, que é psicóloga.

PALÁCIO

Em 1971, Aldo Paes Barreto era secretário de Imprensa de Eraldo Gueiros Leite. Eu estava começando, mas fui aproveitado por Aldo. Quando Marco Maciel assumiu, a coisa se complicou. Ele não dormia, não comia, mesmo fazendo regime para engordar. Eu tinha de abastecê-lo de notícias de manhã, de tarde e de noite. Ângelo Castelo Branco era o secretário e botou mais gente para me ajudar. No governo de Moura Cavalcanti, houve um episódio engraçadíssimo. Marcos Vilaça telefonou da APL: “Manda um repórter aqui”. Chegou uma notícia de Brasília dizendo que Nelson Ferreira ganhara uma medalha. Sem conhecer ninguém, anotei tudo, fiz a notícia e no outro dia saiu na primeira página que Mauro Mota ia receber a medalha. A culpa sobrou para Marcos Vilaça, que ditou tudo errado e eu apenas copiei (risos).

QUEIXA

No governo de Moura Cavalcanti, era o repórter José Almir quem viajava para Orobó, Cabrobó e Orocó. Quando o destino era Rio de Janeiro, São Paulo, Minas ou Brasília, viajava Fernando Menezes. Queixei-me disso. Moura ficou sabendo e, bravo que só, mandou me chamar. Pensei: “Estou demitido”. E ele disse: “Quarta-feira há uma viagem a Brasília e você vai”. Mandou Fernando Menezes me escalar: “José Almir, vai você e ele”. Em pleno voo, Fernando me disse: “O valor da sua diária não dá para pagar as despesas de um hotel em Brasília, mas vou quebrar seu galho. Você dorme comigo na cama de casal” (risos). Já no quarto, lá para as tantas, ele ligou para a mulher: “Onde você colocou o remédio para enxaqueca?” Sobrou para mim. A mulher dele esqueceu o remédio da enxaqueca: “Não vou dormir, nem você. Vamos ficar conversando a noite toda” (risos). Fernando Menezes sempre foi uma pessoa muito engraçada. Houve gente que me ajudou muito profissionalmente: Magno Martins, Carlos Cavalcante, Givanildo Alves, Wilson Soares.

SONO

Terminado o expediente, Marco Maciel reunia os secretários. Numa dessas ocasiões, lá pela meia-noite, ele lembrou que pela manhã teria de ir a Brasília e só então liberou quem ia viajar com ele: “Aluízio, vá para casa dormir um pouco”. Uns vinte minutos depois, Marco disse: “Esqueci de perguntar a Aluízio uma coisa importante. Liga para a casa dele”. A mulher de Aluízio atendeu: “Ele chegou tão cansado que foi direto para a cama sem jantar, mas se o senhor quiser eu chamo”. Marco disse: “Não, deixe-o dormir”. E fez este comentário: “Gosto de Aluízio, é trabalhador e um bom rapaz, mas dorme demais” (risos).

SECRETÁRIO

Ângelo Castelo Branco continuou secretário de Imprensa no governo de Roberto Magalhães, até Marco Maciel ir para o Ministério da Educação. Então Castelinho foi para Brasília e alguém deveria substituí-lo aqui. Eu já era segundo no Palácio do Governo, mas o nome de Fernando Menezes surgiu fortíssimo, amigo de Gustavo Krause, que era o vice-governador. Aldo Paes Barreto veio também à tona, assim como outros nomes de colegas. A essa altura da disputa, resolvi assumir o lugar que, em 1982, Marco Maciel me arranjara no Bandepe. Paulo Fernando Craveiro era o assessor de imprensa de lá. Mas, no Diario de Pernambuco, o colunista político José Adalberto Ribeiro lembrou meu nome: “José Almir está dentro do palácio há quinze anos quase, conhece o Estado todo, a imprensa inteira”. O governador deve ter lido isso e mandou me chamar: “José Almir, de todos os nomes, o seu foi o que mais somou, sobretudo na base. Por coincidência, era o nome que eu também queria, mas ouvi todo mundo. Então estou perguntando: você aceita?” Eu disse que aceitava e assumiria no dia seguinte, antes que ele se arrependesse (risos). No outro dia, às nove horas da manhã, eu tomei uma lapada de cana desse tamanho (risos). Fui o único secretário até o fim do governo de Roberto Magalhães, uma figura extraordinária. Ele me deu acesso livre.

Tenho uma história interessante para contar, ocorrida nesse período. Um dia, eles estavam reunidos lá em cima, com a luz vermelha acesa para ninguém interromper, era sinal fechado. Então chegaram para mim e disseram: “Morreu o prefeito de Surubim. Quem vai lá é você, rapaz, que é o secretário de Imprensa, levar a notícia”. Eu disse: “Não botem esse negócio para mim, não”. Não teve jeito. Eu fui lá, bati, abri um pouco a porta bem devagar e ele, lá de longe, gritou: “O que é?” Me aproximei rápido e disse: “Excelência, é o seguinte: o salário melhor daqui do palácio é o meu, eu não vim pedir aumento. Eu quero dizer ao senhor que morreu o prefeito de Surubim e achei que devia saber” (risos). E ele: “Ah, então esse doido está dizendo que morreu o prefeito. Tenho que tomar uma atitude agora”. O governador imediatamente interrompeu a reunião e foi tomar as providências. Quer dizer, num caso como esse, você poderia interromper, porque o assunto era da maior importância, mas ele não aceitava você chegar lá e dizer uma besteira ou um negócio qualquer.

PEQUINÊS

Dona Jane, a primeira-dama, criava um pequinês chamado Saci, que mordia o calcanhar dos visitantes. Um dia, cheguei ao palácio calçando botas e o governador percebeu: “José Almir, você é algum vaqueiro para estar de botas aqui no palácio?” Eu disse: “Com aquele cachorrinho mordendo a gente, como vou continuar meu trabalho?” (Risos). Ele aproveitou o momento e comentou: “Essa coluna de clube de bairro não pega bem, porque você vai ser porta-voz do meu governo, vai falar por mim. De repente, preciso usá-lo e você está no Mangabeira, no Bom Sucesso, não sei onde”. Eu falei: “Mas governador, como o senhor sabe, tudo tem começo, meio e fim. Um dia terei que voltar para o jornal e fazer essa coluna. O jeito é colocar lá uma pessoa para me ajudar e a coluna sai com o pseudônimo de Jabo”. Ele perguntou: “Quem é Jabo?” E eu respondi: “Jabo é José Almir Borges”. Ele disse: “É você de novo. Por que você não bota Maquiavel?” E ficou Maquiavel. Mas Gilson Oliveira, o repórter que me ajudava, bebia mais do que eu e não entregou a coluna. Quando o procurei em casa, ele estava internado na Prontolinda. Eu tive que escrever tudo sem ter estado na festa. Difícil foi me explicar com minha mulher.

BANDEPE

Eu estava no Bandepe quando Magno Martins foi secretário de Imprensa de Joaquim Francisco e me chamou para ser seu secretário adjunto. Fiquei somente por um ano, por causa de problema de saúde. Voltei para o Bandepe porque era mais do que uma secretaria estadual, pois tinha cento e cinquenta e quatro agências no Nordeste todo, no Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo.

MEDALHAS

No governo de Moura Cavalcante, recebi a medalha de cavaleiro. No de Marco Maciel, a medalha da Ordem do Mérito dos Guararapes – Grau Comendador. No de Roberto Magalhães, a medalha Grau Grande Oficial. Já nos clubes de bairro foram tantas medalhas que até se repetiam. “Essa já tenho”, eu dizia às diretorias.

ANJO

No prefácio de um livro meu, Alex me chamou de “anjo boêmio dos subúrbios”, porque eu teria “vencido esse território de almas simples, talvez ainda o velho reduto da boemia neste Recife de arranha-céus silenciosos”. Ainda fico todo emocionado quando lembro essa frase. Foi Alex que me deu a primeira oportunidade de assinar matéria numa revistinha que era encartada aos domingos no Jornal do Commercio. Depois ele me deu uma coluna sobre os clubes grandes, mas não me adaptei, porque meu negócio era clube de bairro. No Mangabeira, quando eu chegava, eles botavam uma grade de cerveja debaixo da mesa. Era muita cachaça, e o casamento acabou naquela história da mala. Minha única exigência era bom tratamento. Quando eu chegava, tinha que receber atenção. Dinheiro, nunca. Por isso eu estou pobre do mesmo jeito. Quando o DN fechou, fui para o JC. Nunca fui discriminado abertamente, mas sentia que minha coluna não foi bem-recebida no terreno das figuras ilustres do Jornal do Commercio. Achavam que o lugar dela era no Diário da Noite. Mas Ivanildo Sampaio me deu toda a cobertura: “Você vai ficar aqui pelo tempo que quiser”.

INCOMPATIBILIDADE

Trabalhei dezessete anos seguidos no JC, de onde saí para o Palácio do Governo e depois para o Bandepe. Mas não deu para conciliar as noitadas dos clubes e Ivanildo Sampaio, que me chamou de novo. Passei, então, mais oito anos e me aposentei do Bandepe, porque não tinha mais disposição.

SAUDADE

Tenho saudades do meu tempo no Jornal do Commercio. O melhor que eu achava era viajar. No banco era bom porque eu ganhava bem, mas era trabalho monótono. Do palácio eu gostava demais, porque era uma festa de bebida e comida até no governo de Marco Maciel. Uma vez acabou uma reunião da Sudene e o superintendente disse: “Vamos para o almoço”. E Marco Maciel disse: “Nós não vamos, não. No avião tem uns salgadinhos” (risos).

FIDELIDADE

Depois de aposentado, fiquei ajudando doutor Roberto Magalhães em algumas coisas, mas não quis ir para Brasília. Ficava aqui, à disposição para levá-lo aonde fosse preciso. Eu e meu amigo Gilberto Marques Paulo, que foi secretário de Roberto. Esse também tem uma história fabulosa, mas também nunca escreveu. Eu até disse a ele: “Eu, que sou matuto do interior do Maranhão, escrevi um livrinho que só eu aguento, e você, com uma história rica e bonita dessa…” Mas ele não se interessou.

RECADO

Eu fico muito honrado e muito agradecido por ter participado deste encontro. Já vinha acompanhando o seu trabalho tanto na televisão como no rádio, quando Miguel Santos me disse que você iria fazer um trabalho com relação à imprensa pernambucana e que meu nome estava selecionado, o que me deixou muito alegre e orgulhoso. Acho que isso preenche e completa minha trajetória nessa área. Eu só digo o seguinte: as pessoas simples que vêm do interior ou as daqui mesmo da capital podem chegar a qualquer lugar, mas o maior instrumento não é o QI (quem indique) em vigor, porque eu não tinha, ninguém conhecia a minha família, ninguém sabia quem era meu pai, quem era minha mãe; quem me indicou foi o meu trabalho. O que eu fiz durante os quinze anos no palácio foi conquistado com muito trabalho e dedicação. Foi isso que Roberto Magalhães me disse. Aos colegas da nova geração, digo que trabalhem com seriedade, estudem e se atualizem. Assim chegarão lá, como cheguei, apesar de matuto maranhense pobre e totalmente desconhecido.

*Jornalista. Entrevista publicada no livro “Jornais e jornalistas – Imprensa pernambucana” (2012).

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Em sessão do plenário, há pouco, o o Tribunal de Justiça de Pernambuco decidiu criar mais seis vagas de desembargadores, passando o seu colegiado de 52 para 58. Esta medida tem como objetivo atender ao crescente volume de processos que Tribunal vem recebendo

Com a implementação do projeto, duas novas câmaras serão criadas, dedicadas especialmente aos julgamentos de casos envolvendo violência contra mulheres, crianças e adolescentes, além de questões de sucessões. A necessidade dessa expansão reflete o aumento significativo no número de processos, que subiu de 43.777 em 2020 para 47.263 em 2023. O projeto agora aguarda a análise e aprovação da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Paulista - Boa praça

Do G1 Caruaru

Na manhã de ontem, a Polícia Civil de Pernambuco cumpriu um mandado de busca e apreensão na residência do Vice-Prefeito de Catende, Antônio Luiz Colaço Lira, conhecido na cidade como Tonho do Egito.

A Ordem Judicial foi expedida pela justiça após a exibição de um vídeo nas redes sociais onde o político aparece com uma de fogo e efetua atira várias vezes em uma parede, no interior da residência. Ao todo, seis tiros foram disparados contra a parede. Enquanto atira, Antonio chega a perguntar para a câmera “Mais ou tá bom?” e ri.

A ação policial aconteceu por volta das 6h, mas Antônio do Egito e a arma usada no vídeo não foram localizados. Após o cumprimento do mandado, a Polícia Civil dará seguimento as investigações.

O portão do G1 entrou em contato com a Prefeitura de Catende, e a prefeita Graça Maria disse que lamenta a situação e não compactua com qualquer ação dessa natureza. E disse também que as atitudes do vice não condizem com a forma dela de gerir o município.

Petrolina - Viva a nossa arte

No último domingo, Caruaru recebeu o ministro do Empreendedorismo, Márcio França, e a presidenta do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros. A visita, que ocorreu durante a famosa festa de São João da cidade, foi acompanhada pelo prefeito Rodrigo Pinheiro. Juntos, eles puderam observar a grandiosidade e o impacto cultural da celebração.

O São João de Caruaru é mais do que um evento que impulsiona a economia de diversos setores locais. Com uma expectativa de movimentação econômica superior a R$ 670 milhões este ano, o evento beneficia o turismo, o comércio e a gastronomia, reforçando sua relevância cultural e econômica para a cidade.

Durante a visita, Rodrigo Pinheiro enfatizou a importância do São João para Caruaru. “Estamos mostrando ao Brasil a força do nosso São João, que, além de celebrar nossa cultura, promove um aquecimento expressivo na economia local. É uma honra receber o ministro França e a presidenta Tarciana e compartilhar com eles o impacto positivo que esta festa traz para a nossa cidade”, ressaltou o prefeito.

Já o ministro expressou seu encanto pela festa e reconheceu o potencial empreendedor da região. “Eu já vim a Caruaru outras vezes, mas nunca durante a festa de São João. É impressionante ver a animação das pessoas, mesmo sabendo que amanhã cedo muitos vão trabalhar. Além disso, a festa gera uma economia significativa para a cidade. Vi várias pessoas vendendo e, para muitos, isso representa dois ou três meses de negócios. Pernambuco é um verdadeiro oásis do empreendedorismo, e estou aqui a pedido do presidente Lula para organizar e ajudar os pequenos empreendedores a fazerem mais”, afirmou.

França se comprometeu a apoiar os pequenos empreendedores locais, reiterando o compromisso do governo federal com o desenvolvimento econômico da cidade.

Ipojuca - Minha rua top

Moradores da Zona Rural de Olinda, no bairro de Ouro Preto, se cansaram do descaso do governo estadual e se queixaram da obra que deveria ter sido finalizada em abril do ano passado e a única coisa que foi feita até agora foi a placa que colocaram lá.

A rua, que é uma das principais vias de acesso do bairro, está completamente esburacada e em tempos chuvosos, como o que estamos enfrentando por agora, o que é já extremamente dificultoso para os motoristas, se torna impossível o acesso.

A obra está orçada em mais de R$3,5 milhões, mas pouco se vê, de acordo com os moradores, algum adiantamento dela. O prejuízo já pode ser visto com alguns moradores tendo que alugar ou vender suas casas, já o acesso para a localidade é praticamente inviável, interrompendo até mesmo o funcionamento do comércio local.

Ipojuca - Minha rua top

Durante um evento público em Palmeirina, o deputado federal Augusto Coutinho fez um discurso acalorado onde acusou a prefeita Delegada Thatianne Macêdo de traição política. Coutinho, reconhecido por sua atuação em favor do município, sentiu-se traído pela prefeita. A acusação foi feita na comemoração do aniversário do ex-prefeito Eudson Catão, que teve grande participação da população e apoio aos comentários do deputado.

Serra Talhada - Saúde

Ocorreu na noite desse sábado, o lançamento oficial da candidatura de Ademir Alves (MDB) em Bonito. O evento, apesar da chuva, teve uma participação significativa de apoiadores do medebista.

Estiveram presentes várias personalidades políticas, dentre elas a deputada federal Iza Arruda (MDB) e Aristeu Plácido, chefe de gabinete do senador Fernando Dueira, que por motivos de agenda não pode comparecer.

O clima dentro do Bonito Plaza Hotel era de muita confiança e entusiasmo para os apoiadores de Ademir que através do slogan “Atitude muda tudo!”, pretende alavancar o desenvolvimento da cidade.

Vitória Reconstrução da Praça

Hoje, minha corridinha de 8 km na Jaqueira, no Recife, foi em companhia de uma lenda do futebol pernambucano: João José Venceslau, o “Cuíca”, um dos maiores craques do Santa Cruz nos anos 70.

Garoto em Afogados da Ingazeira, tricolor de coração e histórico, herança do meu pai Gastão Cerquinha, acompanhei a trajetória de Cuica pelo rádio. No meu Sertão, TV era do mundo das galáxias no tempo da escuridão. Energia? Só até às 22 horas, horário que o motor-gerador, uma geringonça, era desligado.

Por isso, nunca vi Cuica jogando, nem em campo nem pela TV. Mas pelo meu time de botão, assim como nos jogos da vida, ele fazia gols emocionantes, driblava como Garrincha.

Cuica foi meu ídolo, um ícone do Santa Cruz. Nasceu em Recife no dia 13 de outubro de 1947 e ingressou no futebol em 1963, através de um time amador do bairro do Zumbi.

Em 1964, passou para as categorias de base do Santa Cruz sendo campeão juvenil, no ano seguinte, e bicampeão de aspirantes entre 1966 e 1967. Pelo time profissional do Santa Cruz, foi tetracampeão jogando até 1973, quando passou no vestibular de Educação Física e largou a equipe Coral.

Cuíca jogou, ainda, uma temporada pelo América, onde encerrou sua carreira. Entre os seus grandes feitos no Santinha, marcou um dos gols da final do pernambucano de 1970 e em 1971 fez o gol do título do Santa, entrando para a história como o herói da final.

As duas grandes conquistas foram em cima do Sport. Após encerrar a carreira de atleta, Cuíca atuou por vários anos como árbitro de futebol. Hoje, na Jaqueira, faz sua caminhada diária ao lado de um grupo que, no passado, também vibrou com seus gols, seus dribles, com uma categoria invejável.

Viva Cuica!

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, com a maioria dos votos, na última sexta, aceitar em parte uma queixa-crime iniciada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em face do deputado federal André Janones (Avante-MG).

Bolsonaro havia apresentado uma queixa contra Janones por este ter feito publicações que o chamavam de “ladrão de joias”, “miliciano”, “bandido fujão” e o acusavam de ser responsável por “milhares de mortes na pandemia” de Covid-19.

A ministra Cármen Lúcia votou favoravelmente à denúncia em parte, descartando a acusação de calúnia, mas mantendo a de injúria. Anteriormente, em abril, a Procuradoria-Geral da República (PGR) havia sugerido que a queixa de Bolsonaro contra Janones fosse aceita na sua totalidade.

O voto de Cármen Lúcia foi endossado pelos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Edson Fachin, Gilmar Mendes, Nunes Marques, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux. Por outro lado, os ministros Cristiano Zanin, Dias Toffoli e André Mendonça se posicionaram contra a aceitação da queixa.

Do Portal Folha de Pernambuco

Começa na manhã de hoje o bloqueio parcial da ponte da avenida Fagundes Varela, localizada no bairro de Jardim Atlântico, Olinda, na Região Metropolitana do Recife. 

Segundo a Prefeitura de Olinda, a estrutura, instalada sob o canal do Fragoso, ficará parcialmente bloqueada para correção e manutenção do pavimento. 

A obra teria início no último sábado (15), mas foi adiada em razão das fortes chuvas que caíram sobre cidade no dia.

A circulação dos veículos durante os cinco dias em que a realização da obra está prevista será feita da seguinte forma:

– Veículos oriundos de Jardim Atlântico e arredores poderão seguir pela ponte da Fagundes Varela para alcançar a praça Pedro Jorge;

– Já os carros e demais veículos que pretendem acessar o bairro deverão usar a ponte da avenida Aluísio Azevedo, a via paralela à Fagundes Varela.

“Agentes de trânsito estarão presentes para auxiliar e monitorar a circulação de veículos durante a interdição”, destacou a gestão municipal, por meio de nota.

A obra é de responsabilidade da Companhia Estadual de Habitação (Cehab). “A empresa contratada está avaliando a condição do dano no pavimento para reduzir o tempo de obra e os transtornos à população”, informou a prefeitura.

Dedico este artigo ao meu colega o genial Machado de Assis, o maior escritor da língua portuguesa

José Adalbertovsky Ribeiro, periodista, escritor e quase poeta

MONTANHAS DA JAQUEIRA – “Simão Pedro, filho de João, tu me amas?” “Sim, Senhor, tu sabes todas as coisas e sabes que eu te amo”. A pergunta foi feita três vezes e houve sempre a mesma resposta. Este foi o sinal da fidelidade do apóstolo Pedro ao Cristo Senhor. Os rebanhos estavam insurrectos. Havia ovelhas rebeldes, ovelhas pacíficas, ovelhas sofridas, ovelhas negras, ovelhas vermelhas, comunistas, conservadoras, lobos fantasiados de cordeiro, ovelhas de bom coração, ovelhas desgarradas, ovelhas sem pé nem cabeça.

“Então, pastoreie os meus rebanhos. Apascentai as minhas ovelhas”, disse o Senhor. Apascentai os nossos rebanhos, em nome de Jesus, Maria e José, em nome de Simão Pedro e de João.

O genial Machado de Assis, reflexo nas letras da beleza sublime do seu irmão São Francisco de Assis, escreveu o romance “O Alienista”, sobre os abismos da loucura. Seguinte: filho pródigo da vila de Itaguaí formado em Medicina na Metrópole, o Dr. Simão Bacamarte voltou à terra natal para pesquisar os mistérios da alma humana e da loucura. Construiu o hospício da Casa Verde para internar os loucos e com parafusos frouxos. Casou-se com uma mulher horrorosa para não deixar-se envolver pelos encantos femininos e dedicar-se em tempo integral às pesquisas sobre a mente humana. Numa noite de lua cheia, recolheu como dementes uns boêmios apaixonados que faziam serenatas para as mariposas solitárias.
Machado também é o inventor do Emplastro Brás Cubas, um medicamento sublime capaz de aliviar as dores da melancólica humanidade.

Dia após dia, novos lunáticos eram recolhidos ao hospício da Casa Verde: os doidos mansos, os furiosos, políticos panfletários, intelectuais, jornalistas, beletristas, poetas, padres, professores, sempre em nome da sanidade mental da freguesia de Itaguaí. Os suspeitos de serem doidos eram presos para averiguação e interrogatório. A cidade vivia em clima de pânico e de medo.

Até que os protestos chegaram à Câmara Municipal e o presidente fez um discurso de protesto. Alguns vereadores aplaudiram. O alienista Simão Bacamarte determinou que os vereadores revoltosos fossem recolhidos à Casa Verde, por razões de insanidade mental. Os vereadores se rebelaram. Cada dia mais sábio, o Doutor Simão Bacamarte diagnosticou a todos como portadores da síndrome da demência em alto grau. Aconteceu o protesto dos Canjicas, pois era tempo de milho verde. A revolta popular se tornou incontrolável.

Para encurtar a história, um barbeiro propôs que a Casa Verde fosse demolida. Calma! A assembleia geral aprovou um gesto de benevolência ao Doutor Simão Bacamarte, para exonera-lo do ofício de julgador excelso de loucuras e a liberação de todos os presos políticos, ou seja, de todos os pacientes. Espírito magnânimo, o Doutor Bacamarte curvou-se à decisão do colegiado. Escravo da ciência, o Doutor Simão Bacamarte decidiu, monocraticamente, internar-se no manicômio da Casa Verde para estudar sua própria loucura.

O reino de Itaguaí já está pacificado. Falta pacificar este reino de Pindorama, o nosso vale de radicalizações, de revanchismos, de vinganças, de perseguições, de abominações e de lágrimas.

O inferno astral de Lula

O presidente Lula vive um momento crucial da sua gestão, uma espécie de inferno astral. A semana que passou foi uma das mais amargas. Teve um leilão de arroz anulado, um ministro indiciado pela Polícia Federal (Comunicações) e, para ferir de morte seu plano econômico para inglês ver, a devolução de parte da medida provisória (MP) que compensaria a desoneração da folha de pagamento de 17 setores e de municípios.

Para completar, partidos aliados se apresentam rachados em pautas que envolvem o aborto e as drogas. Lula insiste em manter Alexandre Padilha na Articulação Política, mas segue quebrando a cabeça sobre posicionamentos dentro do Congresso. Na verdade, ainda não conseguiu alinhar o time político neste primeiro semestre de 2024. Se, em 2023, conseguiu aprovar uma agenda econômica extensa no Legislativo, neste ano diferentes projetos correm riscos na casa com os problemas na articulação.

O maior baque foi a MP devolvida pelo presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). As revistas de fim de semana caíram de pau no Governo. A Veja, por exemplo, informou que, na última terça-feira, quando a MP da desoneração passou a vigorar, milhares de empresários brasileiros acordaram sob a ameaça de um confisco de bilhões de reais das contas de suas empresas.

“De maneira simplificada, foi isso o que fez a Medida Provisória 1227, que restringiu o uso dos créditos tributários do PIS e da Cofins, dois impostos cobrados sobre os negócios. A MP foi publicada naquele dia pelo governo federal — sem aviso prévio e com efeito imediato. Os prejuízos potenciais, de acordo com a avalanche de advogados e entidades setoriais, que prontamente emergiram para combater a decisão, seriam, além da abertura de um enorme buraco no caixa das empresas, os repasses dessa perda na forma de aumento de preços para clientes e consumidores”, destacou a revista.

Pacheco decidiu devolver a parte que tratava da limitação dos créditos do PIS/Cofins. Com a decisão, o trecho perdeu a validade imediatamente. Desde antes de a MP ser enviada, a reclamação dos parlamentares era de que a falta de comunicação e alinhamento interno da gestão petista tem deixado a articulação política ameaçada no Legislativo. Só que o envio do texto pela Fazenda, sem avisar aos aliados, deixou mais evidente o descompasso dentro do próprio Governo.

Alckmin e Tebet desinformados – Em entrevista ao site Metrópoles, o presidente da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, Joaquim Passarinho (PL-PA), chegou a dizer que ministros que tinham relação com o assunto da MP foram pegos de surpresa com a decisão do Ministério da Fazenda. O parlamentar afirmou que o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, não sabiam do conteúdo quando a medida foi publicada.

Aliados contrariam o Governo – A base do Governo anda tão desagregada que boa parte dos partidos aliados do Planalto, como MDB, PP e União Brasil, votaram favoráveis a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Drogas, que proíbe o porte e a posse de drogas em qualquer quantidade. O texto foi apreciado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. A proposta avança como uma resposta à votação suspensa no Supremo Tribunal Federal (STF) que discute a descriminalização do porte de drogas.

Só reage alertado – No caso do projeto de lei (PL) nº 1.904/24, que equipara o aborto de gestação acima de 22 semanas ao homicídio, incluindo casos de estupro de crianças e mulheres, o governo Lula só tomou uma posição mais firme na sexta-feira passada, depois da imprensa criticar o silêncio do Executivo sobre o tema. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o governo não vai atuar para mudar a legislação que trata de aborto no País.

Fora da pauta – Depois da forte reação pública negativa em relação ao PL antiaborto, é provável que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não paute o projeto durante a semana e que o texto seja alterado. Já o PL antiaborto, sozinho, não deve ter tanta força para ser aprovado, sem alguma “cortina de fumaça”. Lula classificou de “insanidade” o PL antiaborto por estupro, que restringe o aborto legal em casos de estupro. O petista se disse pessoalmente contra o aborto, mas afirmou que, como a prática é uma realidade, precisa ser tratada como questão de saúde pública.

Lupi traíra – Presidente nacional do PDT, o ministro Carlos Lupi (Previdência) não foi correto com o presidente do partido em Pernambuco, Wolney Queiroz. Garantiu a ele que dissolveria a comissão provisória de Araripina, mas acabou se rendendo à governadora Raquel Lyra, que meteu a colher no assunto a pedido do prefeito Raimundo Pimentel. Em tempo: líder em todas as pesquisas, o vice-prefeito Evilásio Mateus, ligado a Wolney, está dependendo da legenda para entrar na disputa, já que não terá mais o apoio do prefeito.

CURTAS

EM SÃO JOSÉ– Finalmente, o prefeito de São José do Egito, Evandro Valadares (PSB), depois de tantas idas e vindas, escolheu o candidato do seu grupo a prefeito. Trata-se do professor George Borja, completamente desconhecido pela população. Na terra da poesia, o favorito é o empresário Fredson Brito, do Republicanos, que já agregou grande parte das oposições.

FICA A DICA – O prefeito de Arcoverde, Wellington Maciel (MDB), que desistiu da reeleição, só tem dois vereadores em sua base na Câmara: Luciano Pacheco e Everaldo Lira. Para onde eles forem, entre os dois candidatos que restaram – Zeca Cavalcanti e Madalena Britto – pode estar traçado o caminho do prefeito, que prometeu neutralidade.

LEVANTE – O ex-prefeito de Araripina, Emanuel Bringel, acredita que se o vice-prefeito Evilásio Mateus, favorito em todas as pesquisas para prefeito, não deve conseguir a legenda do PDT para entrar no páreo. Haverá um levante por parte da população: “Aqui, o povo só fala em Evilásio”, diz ele.

Perguntar não ofende: Lupi trocou a família Queiroz, histórica do PDT, por Raquel?

Da Agência Brasil

O Brasil foi um dos países que não assinaram, neste domingo (16), o comunicado final da Cúpula para a Paz na Ucrânia, documento que pede o envolvimento de todas as partes nas negociações para alcançar a paz e “reafirma a integridade territorial” ucraniana.

Ontem (15), em entrevista coletiva na Itália, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou que disse à presidente da Confederação Suíça, Viola Amherd, que tomou a decisão de não ir ao encontro internacional deste domingo porque o Brasil só participaria da discussão sobre a paz quando os dois lados em conflito, Ucrânia e Rússia, estiverem sentados à mesa. “Porque não é possível você ter uma briga entre dois e achar que se reunindo só com um, resolve o problema.”

Diante do impasse dos dois chefes de Estado, Lula afirmou que o Brasil já propôs, em parceria com a China, uma negociação efetiva para a solução do conflito. “Como ainda há muita resistência, tanto do Zelensky (Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia), quanto do Putin (Vladimir Putin, presidente da Rússia), de conversar sobre paz, cada um tem a paz na sua cabeça, do jeito que quer, e nós estamos, depois de um documento assinado com a China, pelo Celso Amorim [assessor-Chefe da Assessoria Especial do Presidente da República do Brasil] e pelo representante do Xi Jinping [presidente da República Popular da China] , estamos propondo que haja uma negociação efetiva.”

“Que a gente coloque, definitivamente, a Rússia na mesa, o Zelensky na mesa, e vamos ver se é possível convencê-los de que a paz vai trazer melhor resultado do que a guerra. Na paz, ninguém precisa morrer, não precisa destruir nada. Não precisa vitimar soldados inocentes, sobretudo jovens, e pode haver um acordo. Quando os dois tiverem disposição, estamos prontos para discutir”, acrescentou o presidente.

Ao encontro internacional deste domingo, o Brasil enviou a embaixadora do Brasil na Suíça, a diplomata Claudia Fonseca Buzzi. O presidente ucraniano também esteve na cúpula para obter apoio internacional para o seu plano de acabar com a guerra desencadeada pela invasão russa.

Sem unanimidade

Ao fim da Cúpula para a Paz na Ucrânia, na Suíça, não houve unanimidade entre as 101 delegações participantes. O documento, que pede que “todas as partes” do conflito armado estejam envolvidas para alcançar a paz, foi assinado por 84 países, incluindo lideranças da União Europeia, dos Estados Unidos, do Japão, da Argentina e os africanos Somália e Quênia.

De acordo com o comunicado final, os países signatários assumem que os princípios de soberania, independência e integridade territorial de todos os Estados devem ser salvaguardados.

Quanto à segurança nuclear, os países que ratificaram a declaração final estabeleceram que o uso de energia e instalações nucleares deve ser seguro, protegido e ambientalmente correto. As instalações nucleares ucranianas, incluindo Zaporizhia, devem operar com segurança, sob total controle do país. O documento reforça que qualquer ameaça ou uso de armas nucleares no contexto da guerra em curso contra a Ucrânia é inadmissível.

Segundo a agência de notícias espanhola Efe, entre os países que não assinaram o comunicado estão os membros do BRICS – bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, sendo que Rússia e China sequer enviaram representantes.  Também não assinaram o documento Arménia, Bahrein, Indonésia, Líbia, Arábia Saudita, Tailândia, Emirados Árabes Unidos e México.

Cessar-fogo não aceito

Na sexta-feira (14), o presidente russo, Vladimir Putin, prometeu estabelecer imediatamente um cessar-fogo na Ucrânia e iniciar negociações se o país começasse a retirar as tropas das quatro regiões anexadas por Moscou, em 2022: Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporíjia. Putin ainda exigiu que a Ucrânia renunciasse aos planos de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Desde fevereiro de 2022, a Ucrânia resiste à invasão russa com o objetivo de manter sua integridade territorial e exige a saída de todas as tropas russas do território. Kiev (capital da Ucrânia) mantém a pretensão de aderir à aliança militar do Atlântico Norte.

As condições impostas pelo mandatário russo para um possível acordo de paz foram rejeitadas de imediato pela Ucrânia, pelos Estados Unidos e pela Otan, após dois anos e quatro meses do início do conflito, com a invasão da Ucrânia pela Rússia.