Durante entrevista ao podcast Mano a Mano, apresentado por Mano Brown e publicada nesta quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que, se estiver com saúde em 2026, entrará na disputa “para ganhar”. No programa, gravado no Palácio da Alvorada no último dia 15, Lula também defendeu o decreto do aumento do IOF e a regulamentação das redes sociais, e criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro.
— Eu vejo a extrema-direita falando em Tarcísio (Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo), em Ratinho (Ratinho Júnior., governador do Paraná) e em Caiado (Ronaldo Caiado, governador de Goiás). Eles podem falar em quem quiserem, mas qualquer um terá que fazer mais do que eu (…) Se eu for candidato é para ganhar as eleições — declarou Lula. As informações são do Jornal O Globo.
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Pesquisa Datafolha divulgada no último sábado aponta que o presidente empata tecnicamente (43% a 42%) com o governador de São Paulo em uma eventual disputa de 2º turno.
Questionado sobre medidas econômicas adotadas pelo governo, Lula defendeu o decreto do governo que elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), criticado por parlamentares e pelo mercado. Segundo o presidente, o governo precisa de recursos para viabilizar investimentos sociais e em infraestrutura.
— O IOF do Haddad (ministro da Fazenda) não tem nada de mais. O Haddad quer que as bets paguem imposto, as fintechs, os bancos, pagar um pouquinho só, para a gente fazer a compensação. Porque toda vez que a gente vai ultrapassar o arcabouço fiscal, a gente tem que cortar no Orçamento. (…) O IOF é para fazer essa compensação. Então, essa briga nós temos que fazer. Não dá para ceder toda hora — disse o presidente.
Ao comentar a série de fraudes descobertas no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Lula reconheceu os impactos negativos à imagem do governo, e voltou a reforçar que os descontos começaram no governo Jair Bolsonaro e foram descobertos pela atual gestão, em uma operação deflagrada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União.
— Descobrimos que várias entidades que foram criadas no governo Bolsonaro, na perspectiva de mudança de governo. Quando começamos a investigar, nós não fizemos espetáculo de pirotecnia porque queríamos chegar no bandido, no chefe. E chegamos. Estamos investigando essas pessoas, que certamente serão presas.
O presidente também comparou o Brasil pós-Bolsonaro à destruição da Faixa de Gaza:
— Quando chegamos aqui, pegamos um país semi-destruído. De vez em quando olho para a destruição na Faixa de Gaza e eu fico imaginando o Brasil que nós encontramos. (…) tinha sido uma destruição proposital. O presidente não gostava de nenhum ministério que poderia ser uma alavanca de organização da sociedade.
Regulação das redes
Lula afirmou que o Bolsonaro opera com base no ódio e na desinformação, defendeu que o enfrentamento às fake news precisa envolver comunicação, educação e ação institucional, e disse acreditar que a regulamentação das redes sociais será feita pelo Supremo Tribunal Federal (STF), porque “o Congresso é mais vulnerável à pressão das empresas do setor”
— A regulamentação depende do Congresso nacional e também da Suprema Corte. Eu acho que, hoje, está mais factível ser aprovado pela Suprema Corte do que pelo Congresso Nacional, porque, muitas vezes, a empresa tem mais pressão em cima do deputado do que (em cima) da Suprema Corte — afirmou.
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