Coluna da sexta-feira

Série governadores: Paulo Câmara

Capítulo 22 (Final)

Escritor, filósofo e dramaturgo franco-argelino, Albert Camus disse, certa vez, que a política e os destinos da humanidade são forjados por homens sem ideais nem grandeza, porque os que têm grandeza interior não se encaminham para a política. Paulo Câmara, tecnocrata egresso do mundo das finanças, sempre teve ideais e grandeza na vida, mas caiu de paraquedas na política por obra e arte do ex-governador Eduardo Campos, que lhe deu régua e compasso.

E o destino, também, por meio de uma fatalidade, a morte de Eduardo na queda de um avião em agosto de 2014, fez de Paulo Câmara governador nas eleições de outubro do mesmo ano, marcadas pelo tom da comoção. Se Eduardo foi o azarão no pleito de 2006, derrotando Mendonça Filho, apoiado por Jarbas Vasconcelos, o então governador mais popular do País, em 2014 Câmara teve um vendaval de votos, resultado da dor dos pernambucanos pela morte precoce de Eduardo.

Naquela eleição, tudo levava a crer que o senador Armando Monteiro Neto, disputando pelo bloco da oposição, liderado pelo PTB, seria o governador. Afinal, até o episódio que tirou a vida de Eduardo, a queda do seu avião em Santos (SP), Armando fazia uma campanha em céu de brigadeiro, aparentemente sem adversários, liderando todas as pesquisas de intenção de voto. A vitória de Paulo Câmara sobre o então favorito foi mais uma prova de que o eleitor vota com o coração e não com a razão.

Além de estreante, Paulo Câmara era neófito no jogo cruel da política. Filiado ao PSB desde outubro de 2013, foi ungido por Eduardo para concorrer à sucessão estadual, com o deputado federal Raul Henry, do PMDB, na vice, e o ex-ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, do PSB, na disputa pelo Senado. O choro, a dor e o sofrimento do povo pela morte inesperada de Eduardo fez de Câmara o candidato a governador mais votado do País. Ele obteve 68% dos votos, frustrando o sonho de Armando Monteiro, que ficou com um pouco mais de 31% dos votos válidos.

Eleito no primeiro turno, Paulo Câmara teve mais de três milhões de votos. Além da notória comoção, expressa nas ruas e no semblante do povo nos programas eleitorais da TV, Paulo carregava o peso de dar continuidade ao governo de seu padrinho político, já em campanha para Presidência da República, mas encerrada com o acidente aéreo. Aliado à comoção que tomou o Estado na tragédia que matou Campos, o forte palanque, composto de 21 partidos, resultou na vitória de Marina Silva em Pernambuco.

Terceira colocada na disputa ao Planalto, ela obteve 48% dos votos no Estado. No segundo turno, diante do insucesso eleitoral de Marina, que era vice de Eduardo e o substituiu como candidata, o PSB anunciou apoio ao candidato Aécio Neves (PSDB). O tucano obteve uma votação um pouco maior que a de José Serra nas eleições de 2010, perdendo para Dilma, que teve 70,20% dos votos válidos no Estado, contra 29,80% do mineiro – uma diferença de quase dois milhões de votos.

Câmara e seu partido decidiram adotar uma postura independente em relação ao Governo Federal, com vetos a qualquer possibilidade de integrantes da legenda ocuparem cargos durante o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Empossado no cargo de governador em 1º de janeiro de 2015, o socialista começou a percorrer todas as regiões do Estado, reproduzindo o programa Todos por Pernambuco, embrião da gestão de Eduardo, voltado para ouvir o clamor da população em relação aos seus problemas e anunciar medidas em perfeita sintonia.

Mas já no segundo ano da sua gestão, marcada por muitas críticas ao seu desempenho, Paulo causou controvérsia ao nomear João Campos, hoje prefeito do Recife, chefe de seu gabinete, com apenas 22 anos. Era um gesto. João passaria a exercer a mesma função que o pai ocupou no segundo governo de Miguel Arraes (1987-1990). A classe artística do Estado, entretanto, organizou protestos contra a indicação, afirmando que Paulo Câmara estava reproduzindo os “padrões antigos da política Nordestina”. Mais do que isso, materializava a chamada “Dinastia dos Campos”.

Paulo Câmara sempre foi servidor público, tendo começado a carreira como escriturário concursado do Banco do Brasil, em Ribeirão, na Zona da Mata. Em 1995, foi para o Tribunal de Contas do Estado, onde exerceu o cargo de auditor das contas públicas. Depois, foi secretário de Administração do Tribunal de Justiça de Pernambuco, supervisor parlamentar da Câmara de Vereadores do Recife e a partir de 2007 fez parte da gestão do governador Eduardo Campos.

Paulo Câmara é formado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Pernambuco, pós-graduado em Contabilidade e Controladoria Governamental e mestre em Gestão Pública, todos pela mesma instituição. Antes de virar governador, foi secretário de Administração (2007–2010), secretário de Turismo (2010) e secretário da Fazenda de Pernambuco (2011–2014) durante a administração do então governador Eduardo Campos. 

Aliança com o PT, sacrificando a pré-candidatura de Marília Arraes, salvou reeleição de Câmara – Embora não tenha feito um bom Governo, falhando principalmente na política de segurança pública, deixando esmorecer o Pacto pela Vida, carro-chefe da gestão anterior do seu padrinho Eduardo Campos, Paulo Câmara foi reeleito em 2018, mas num cenário já bem diferente, onde não prevaleceu mais a comoção pela morte de Eduardo, mas sim o discurso sustentado numa aliança com o PT. O senador Humberto Costa, reeleito na chapa com Jarbas Vasconcelos, queimou a candidatura própria do PT, reivindicada insistentemente pela deputada Marília Arraes. Marília aparecia na liderança das pesquisas e se traduzia no fato surpresa da eleição, mas não teve direito a legenda, graças a uma manobra de Humberto que convenceu a direção nacional petista a negar legenda para Marília. Isso pesou fortemente para a reeleição de Câmara, que, mais uma vez, teve como adversário o senador Armando Monteiro Neto. Marília ainda chegou a ter sua candidatura aprovada pelo diretório estadual, que mais na frente virou letra morta, barrada pelos caciques nacionais que já haviam se comprometido no apoio à reeleição de Paulo Câmara. Na campanha, Paulo teve que rever seu discurso e o do PSB. Seu partido foi favorável ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Nos discursos, dizia ter sido um erro o apoio do PSB ao processo que derrubou a petista. Diferente da primeira eleição, em 2014, onde impôs uma derrota acachapante a Armando, na reeleição, em 2018, apesar de vitorioso no primeiro turno, só teve 50,61% dos votos. Para atrair o PT e as forças de esquerda, como o PCdoB, Paulo Câmara teve que mudar o candidato a vice, trocando Raul Henry por Luciana Santos (PCdoB). Armando, que apostava na estratégia de levar a eleição para o segundo turno e ganhar, lamentou assim a derrota em primeiro turno: “Acho que os números revelam que o Governo não teve uma maioria expressiva. Essa eleição foi definida por 0,24%, muito pouco. Espero que isso sirva para mostrar ao governo que eles precisam corrigir rumos, precisam mudar certas posturas arrogantes que vêm marcando o domínio desse grupo. Espero que eles possam extrair uma lição disso tudo, de que Pernambuco tem oposição, de que Pernambuco tem outras correntes de opinião e de que eles precisam aprender a conviver com essa realidade”.

Outra comoção popular, desta feita a favor de Raquel, pôs fim a era do PSB em 2022 – A reeleição de Paulo Câmara levou o PSB ao quarto mandato à frente do Governo de Pernambuco. Juntas, as duas gestões do ex-governador Eduardo Campos, eleito em 2006 e reeleito em 2010, com as de Câmara, eleito em 2014 e reeleito em 2018, permitiram os socialistas governarem o Estado por longos 16 anos, era encerrada nas eleições de 2022, com a vitória de Raquel Lyra (PSDB). Por uma dessas ironias terríveis e lamentáveis da vida e da política, a tucana, como Paulo Câmara, em 2014, chegou ao poder pelo voto da comoção popular. O empresário Fernando Lucena, seu marido, morreu, vítima de infarto fulminante, logo cedo, na manhã do dia da eleição de primeiro turno, em 2 de outubro de 2022. Como se deu muito cedo, antes mesmo da abertura das urnas, o fato se propagou rapidamente pelos meios de comunicação, notadamente pelas redes sociais. Mais na frente, um levantamento do Google, apontou que mais de 400 mil pessoas haviam consultado o número de Raquel, naturalmente para votar nela. Na véspera do pleito, as pesquisas apontavam para outra direção, uma crescente do candidato do União Brasil, Miguel Coelho, para ir ao segundo turno com Marília Arraes, e uma reação do candidato do PSB, Danilo Cabral, que passou a campanha como lanterninha. Mostrou, igualmente, Anderson Ferreira, candidato do bolsonarismo, bem-posto no páreo, com chances de chegar ao segundo turno, reproduzindo em Pernambuco a polarização da disputa nacional entre Lula e Bolsonaro, decidida por menos de dois pontos percentuais.

Gestão de Câmara nas Finanças deu a Eduardo a senha para ajudar os municípios – Paulo Câmara foi escolhido candidato a governador pelo ex-governador Eduardo Campos, que fez mistério até o segundo minuto da prorrogação, quando secretário da Fazenda. Na época, a mídia dava como certa a escolha do então secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar, mais polido e mais político. Também era especulada a alternativa Danilo Cabral. A justificativa de Eduardo era que o Estado precisava de alguém com tino administrativo, experiência em contas públicas e comprometido com a continuidade da sua gestão. Foi com Câmara na Fazenda, aliás, que Eduardo, com o dinheiro azul e branco, criou um programa de ajuda aos municípios para obras, batizado de FEM (Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento Municipal), pelo qual foi transferido a cada município o equivalente a um FPM (Fundo de Participação dos Municípios) mensal. Foi lançado em Gravatá e comemorado por todos os 184 prefeitos. Experiente em fazer a política de equilíbrio fiscal, nos seus oito anos de administração, Câmara disse que fez investimentos da ordem de R$ 110 bilhões no Estado, gerando mais de 100 mil novos postos de trabalho. Dos mais de 500 empreendimentos anunciados, destacou a expansão da linha de produtos da montadora Jeep, em Goiana, que envolveu R$ 7,5 bilhões e gerou 9 mil empregos diretos. Também entregou o primeiro parque do Brasil a conjugar energias solar e eólica e o primeiro hub aéreo de cargas com voos internacionais a partir do Nordeste, além de projetos estratégicos como o da rede do Novo Atacarejo, que investiu mais de R$ 500 milhões em 16 cidades; o centro de distribuição do e-commerce Amazon, no Cabo de Santo Agostinho; e a Masterboi, que emprega cerca de 800 trabalhadores em Canhotinho, no Agreste.

Embora mal avaliado nas pesquisas, Câmara tem realizações, como o crescimento de Suape – Ao longo da campanha de 2022, quando o PSB lançou mão do nome de Danilo Cabral para se manter no poder e prorrogar os 16 anos de mando absoluto no Estado, um fator que pesou negativamente contra Cabral foi a baixa avaliação positiva do Governo Paulo Câmara. Chegou a mais de 70% de desaprovação e apenas 13% de aprovação. Isso, evidentemente, acabou dominando o debate eleitoral da eleição passada. Mas Paulo Câmara pode ter errado também na comunicação. Um dos seus feitos, por exemplo, está em Suape. O porto atingiu, em 2020, a maior movimentação da sua história, com 25,6 milhões de toneladas de carga. Em julho do mesmo ano, recebeu o maior navio porta-contêiner da sua história, com 334 metros de comprimento. O complexo reúne cerca de 150 empresas de capital nacional e internacional. São investimentos privados que chegam a quase R$ 75 bilhões, com mais de 23 mil empregos formais e informais. “Deixamos Pernambuco num momento de avanço, onde a gente tem muito o que se orgulhar da nossa educação, da forma competente como nossa saúde é tratada, da seriedade com que nós fazemos as políticas de segurança, mas principalmente no aproveitamento de oportunidades onde o setor público e o setor privado se unem em favor do Estado”, disse Câmara, numa entrevista à Folha de Pernambuco no apagar das luzes da sua gestão de oito anos.

Vetado para ministro de Lula, deixa o PSB e é nomeado presidente do Banco do Nordeste – Responsabilizado pelo desastre do PSB nas eleições em 2022, Paulo Câmara tomou uma decisão surpreendente: em 27 de janeiro de 2023, menos de um mês após encerrar sua passagem pelo Palácio das Princesas, pediu sua desfiliação do partido, o primeiro e único ao qual esteve filiado o tempo inteiro em que esteve no poder. Numa carta entregue ao presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, o ex-governador lembrou que se filiou ao PSB em 2014, a convite do antecessor dele, o ex-governador Eduardo Campos (PSB), morto num acidente aéreo naquele ano, durante a campanha à Presidência da República. Ressaltou que os oito anos em que passou no governo foram desafiadores, “com as sucessivas crises enfrentadas pelo país e pelo mundo, a mais grave de todas a pandemia da Covid-19”. Paulo Câmara enfatizou que teve dedicação integral a Pernambuco nos dois mandatos de governador. “Avançamos em todas as áreas da gestão, sobretudo na educação, ao atingir a marca de melhor ensino médio do país”, assinalou. A versão mais ouvida sobre a sua saída do PSB teria sido um suposto veto ao seu nome pela bancada socialista na Câmara para ocupar um Ministério no Governo Lula. O escolhido foi o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB-SP). Prefeito do Recife, João Campos (PSB) foi um dos nomes em Pernambuco que articulou a bancada pela preferência de França, o que teria desagradado a Câmara. O acordo feito por João Campos com a bancada federal do partido para indicar alguém de São Paulo foi interpretado por Paulo Câmara como um movimento de exclusão ao nome dele e, estando se sentido excluído, não fazia mais sentido permanecer no PSB. Mais tarde, já militando longe da esfera do PSB, Paulo Câmara foi nomeado por Lula presidente do Banco do Nordeste.

CURTAS

PASTA DA ADMINISTRAÇÃO, O COMEÇO – Em 2007, Paulo Câmara assumiu a Secretaria de Administração do Estado. Em sua gestão, instituiu o Calendário Semestral de Pagamento dos Servidores, a recuperação das perdas salariais dos servidores, com reajustes expressivos para todas as categorias e com ganhos reais acima da inflação e a construção do Centro de Formação do Servidor. Em 2008, criou o Curso Superior Sequencial de Formação Específica em Administração Pública. Trata-se de uma graduação exclusiva para servidores estaduais, ministrada pela Faculdade de Ciências e Administração da UPE, através da Escola de Governo de Pernambuco, com o objetivo de formar gestores públicos.

O PAI DO FEM E FAMÍLIA – Em 2010, assumiu a pasta de Turismo, desenvolvendo projetos focados na especialização dos serviços oferecidos aos turistas, entre eles o programa “Taxista Amigo do Turista”, que promovia qualificação em inglês e espanhol para os profissionais. Na sua gestão, também foram realizadas obras de infraestrutura, como o acesso às praias dos Litorais Sul e Norte, e a ampliação do sistema de abastecimento de água e tratamento de esgoto sanitário da Praia dos Carneiros e da cidade de Rio Formoso, no Litoral Sul do Estado. Secretário da Fazenda em 2011, entre as ações desenvolvidas, criou o Fundo Estadual dos Municípios, o FEM, que viabilizou R$ 228 milhões a prefeituras de Pernambuco em 2013. Paulo é casado com Ana Luiza Câmara e tem duas filhas.

COLUNA NORMAL VOLTA AMANHÃ – Com o encerramento desta série, a coluna política volta amanhã, assinada pela repórter Juliana Albuquerque, que escreve aos sábados. Volto na segunda-feira.

Perguntar não ofende: Esta série deveria ser transformada num livro, conforme sugestão de alguns leitores?

Veja outras postagens

O governo do Rio Grande do Sul diminuiu em 8% os gastos com defesa civil em 2023 na comparação com 2022. A Prefeitura de Porto Alegre reduziu em 68%. Chuvas que atingem 401 das 497 cidades do Estado desde 28 de abril de 2024 já causaram pelo menos 95 mortes.

Os gastos totais dos governos do Estado e das cidades com defesa civil em 2023 foram de R$ 598 milhões. Ficaram 0,6% acima de 2022. A variação foi abaixo da inflação de 5,8% do ano. As informações são do portal Poder360.

Ações de defesa civil têm foco na prevenção de catástrofe e atendimento de emergências. Os dados são do Siconfi (Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro) do Tesouro Nacional.

TOTAL ABAIXO DA INFLAÇÃO

Houve alta dos gastos com defesa civil em 2023 em 35% das cidades gaúchas. Houve queda em 15,3% das cidades. Deixaram de informar 48,7%. É uma irregularidade administrativa. O governo do Rio Grande do Sul e a Prefeitura de Porto Alegre foram procurados para se manifestar sobre os dados. Não houve resposta. O espaço segue disponível.

Paulista - No ZAP

A Câmara dos Deputados aprovou, ontem, o projeto de lei do deputado federal André Ferreira (PL/PE) que inclui a equoterapia entre as modalidades de prática terapêutica complementar do Sistema Único de Saúde (SUS). A matéria será enviada ao Senado.

A inspiração para o projeto vem de Renato Marinho, filho da jornalista Kiki Marinho. Renato, hoje adolescente, tem uma doença rara e foi beneficiado com a equoterapia na infância. Foi com os estímulos dessa importante ferramenta terapêutica que ele veio a andar e falar. “A nossa ideia é que todas as pessoas que necessitam da equoterapia tenham acesso garantido pelo sistema de saúde pública. Tenho convicção que os senadores vão entender a importância do nosso projeto e aprová-lo”, comemorou André.

Petrolina - Melhor cidade para viver 2024

Desde a última segunda-feira, casais com residência fixa em qualquer bairro do Recife podem se inscrever para participar gratuitamente de casamento comunitário promovido pelo Tribunal de Justiça, através o Núcleo de Conciliação (Nupeme/TJPE), em conjunto com a Defensoria Pública do Estado (DPPE).

A inscrição, com a entrega de documentos de noiva(s) e noivo(s), tem de ser realizada até 10 de maio, das 8h às 17h, no 9º andar do Empresarial Progresso, sede da Defensoria, localizado na Avenida Manoel Borba, 7.787, bairro da Boa Vista, no Recife. A cerimônia será realizada em 11 de junho, no Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães – Geraldão.

Para a inscrição, é preciso que a(s) noiva(s) e o(s) noivo(s) apresentem Certidão de Nascimento atualizada em até 90 dias; ou Certidão de Casamento com Averbação de Divórcio, se pessoa divorciada; ou Certidão de Casamento e de Óbito, se viúvo(a). Se pessoa divorciada, é preciso apresentar Termo de Audiência e Cópia da Sentença que decretou o divórcio, informando se há bens ou não a partilhar. Também é necessário estar com originais de Identidade/CPF ou Carteira de Habilitação, além de comprovante de residência do Recife.

Caso alguém não tenha alguma das certidões exigidas, é possível retirar o encaminhamento de solicitação na própria Defensoria Pública, para garantir a gratuidade da 2ª via das certidões exigidas. Outro detalhe, sobre as certidões, é que elas não podem estar plastificadas. Para o momento de inscrição, não é preciso levar as testemunhas para a Defensoria, bastando apenas a presença de noiva(s) e noivo(s).

Serviço

  • Inscrições no período: de 6 a 10 de maio de 2024
  • Horário de atendimento: das 8h às 17h
  • Local: 9º andar da Defensoria Pública do Estado de Pernambuco
  • Endereço: Empresarial Progresso – Avenida Manoel Borba, 640, bairro da Boa Vista, no Recife

Cerimônia

  • Data do casamento: 11 de junho de 2024
  • Horário: 15h
  • Local: Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães – Geraldão
  • Endereço: Avenida Marechal Mascarenhas de Morais, 7787, bairro da Imbiribeira, no Recife.
Ipojuca - Minha rua top

Conhecida como a ‘Capital Nacional da Seresta’, Recife será palco da 28ª edição do tradicional Festival Nacional da Seresta. O encontro de românticos e seresteiros, que se realiza no bairro do Recife Antigo, sempre culmina na semana do Dia das Mães. Na verdade, já é conhecido como um acontecimento dedicado a elas, um presente para as mães.

O Festival da Seresta é um evento que gera renda diretamente para cerca de 200 pessoas durante os quatro dias de realização: cantores, músicos, produtores, auxiliares de produção, seguranças, carregadores (palco), técnicos de som, vigilantes, pessoal do abastecimento (camarim, gelo, água, lanche), técnicos da mídia (fotografia, áudio, vídeo) e, principalmente, as centenas de barraqueiros e ambulantes que vendem seus produtos para milhares de pessoas que prestigiam o evento, a maioria desde a primeira edição.

O bairro turístico do Recife ganha som, luz e vida com o Festival da Seresta, que, além de tudo, dá uma oportunidade ímpar de lazer e diversão ao público acima dos 50 anos de idade, justamente aquele mais carente de diversão quando se trata de evento público. O evento é consolidado por lei no calendário festivo-cultural de Pernambuco.

28° FESTIVAL NACIONAL DA SERESTA

09 a 11 de maio

Praça do Arsenal – Recife Antigo

Quinta, 09 de maio:

  • 20h – Mozart
  • 21h – Wanderléa
  • 22h – Adilson Ramos
  • 23h30 – Almir ex-Fevers

Sexta, 10 de maio:

  • 20h – Igor Alves
  • 21h – Elas Cantam Reginaldo Rossi
  • 22h – Leonardo Sullivan
  • 23h30 – Odair José

Sábado, 11 de maio:

  • 20h – Mevinha Queiroga
  • 21h- Josenaldo The Voice
  • 22h – Gilliard
  • 23h30 – Joanna
Caruaru - Geracao de emprego

Na manhã de hoje, o prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro, foi recebido pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, na sede da prefeitura paulistana. No encontro, Pinheiro entregou a Nunes o convite para o São João de Caruaru.

O encontro também foi marcado por uma conversa sobre a rica cultura nordestina presente na capital paulista. Durante a reunião, ambos os prefeitos destacaram a importância da comunidade nordestina em São Paulo e reafirmaram o compromisso de promover e preservar suas tradições culturais e os artistas que, hoje, moram em São Paulo, como o artista e produtor cultural, Zé da Lua, que esteve presente na conversa.

Pinheiro agradeceu a recepção e ressaltou a importância de fortalecer os laços entre Caruaru e São Paulo. “É uma honra poder compartilhar um pouco da nossa cultura e tradição com os paulistanos. Esperamos todos que fazem a prefeitura de São Paulo no maior e melhor São João do mundo”, disse o prefeito de Caruaru.

Camaragibe Agora é Led

Na contagem regressiva para o maior evento de comunicação do ano, a festa dos 18 anos deste blog, estão faltando apenas 15 dias. Tudo está sendo preparado com muito carinho. Será no dia 23 de maio, a partir das 20 horas, no Mirante do Paço, no Paço Alfândega, no charmoso e boêmio bairro do Recife.

A animação ficará por conta da Super Oara, uma das melhores orquestras do País, do meu amigo Beto, hoje sob o comando do filho Elaque. Vários artistas vão homenagear o blog, cantando seus principais sucessos, como os forrozeiros Alcymar Monteiro, Josildo Sá, Irah Caldeira, João Lacerda, Daniel Bueno, Novinho da Paraíba, Cristina Amaral, Fabiana, a Pimentinha do Nordeste, e Walquiria Mendes.

Para deixar o dance mais eletrizante ainda, três ícones do frevo: André Rio, Almir Rouche e J. Michiles. O bufê também já está reservado e confirmado: Fiordes, de Mariana Lucena, um dos mais concorridos, que está preparando belas surpresas para os convidados.

A festa é de adesão. Se você ainda não adquiriu o seu ingresso, entre em contato agora pelo telefone e WhatsApp: (81) 9.8222-4888.

Belo Jardim - Vivenciando Histórias

A avaliação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oscilou negativamente dentro da margem de erro, segundo pesquisa Genial/Quaest, divulgada hoje. O levantamento mostra que a população está dividida: 33% dos entrevistados consideram a administração petista positiva, enquanto 33% avaliam o trabalho como negativo. Na última rodada da pesquisa, em fevereiro, os índices eram de 35% e 34%, respectivamente.

Os que julgam a gestão como regular eram 28% há dois meses e, agora, são 31%. Foram realizadas 2.045 entrevistas presenciais, em 120 municípios, entre os dias 2 e 6 de maio. A margem de erro é 2,2 pontos percentuais (p.p) e o nível de confiança, 95%.

É a terceira pesquisa de avaliação de governo divulgada nesta semana. A CNT/MDA apontou que a avaliação positiva do governo caiu 5,3 pontos percentuais na comparação com janeiro, última vez que o levantamento havia sido feito, enquanto o instituto AtlasIntel mostra que a avaliação melhorou 5 p.p. em relação ao mês de março. As pesquisas não são diretamente comparáveis pois tem métodos distintos e períodos diferentes.

Na Quaest, aprovação do governo Lula também oscilou para baixo e chegou a 50%, enquanto a desaprovação foi a 47%. Em fevereiro, os que aprovavam a gestão federal eram 51% e os que desaprovavam, 46%. Não souberam ou não responderam 3%.

Ao mesmo tempo, a Quaest afirma que o humor do eleitorado piorou. Pela primeira vez desde que a pergunta começou a ser feita em junho do ano passado e após um crescimento de 6 p.p., a maior parte da população, 49% consideram que o Brasil está na direção errada. Enquanto isso, 41% afirmam que o rumo do país está correto, ante 45% há dois meses.

O percentual dos que consideram que Lula não tem conseguido cumprir o que prometeu na campanha aumentou de 56% para 63%, enquanto a parcela que pensa o contrário caiu de 38% para 32%. Para os entrevistados, os principais problemas do Brasil atualmente são economia (23%), saúde (19%), violência (17%), questões sociais (14%), corrupção (9%) e educação (8%).

A Quaest também pediu exemplos de notícias positivas e negativas sobre o governo Lula. No primeiro caso, o Bolsa Família de R$ 600 com R$ 150 adicionais por cada criança (7%), a ajuda ao Rio Grande do Sul que sofre com as chuvas (4%) e a melhora na economia (4%) foram os mais citados. Já entre as principais menções negativas estão a avaliação que o governo Lula não faz o que promete ou é corrupto (9%), a postura negativa do presidente (8%) e o aumento dos preços e da inflação (6%).

Vitória Reconstrução da Praça

A primeira-dama Janja da Silva vai, hoje, ao Rio Grande do Sul, acompanhar a entrega de donativos e visitar abrigos. Ao todo, ela vai passar por quatro cidades, Canoas, São Leopoldo, Guaíba e Porto Alegre.

Ela já esteve no estado ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e volta agora, quando estará na presença dos ministros Paulo Pimenta (Comunicação Social), Simone Tebet (Planejamento) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional).

Lula definiu como prioridade socorrer o Rio Grande do Sul, devastado pelas chuvas e enchentes nas últimas semanas, gerando um cenário de guerra e destruição no estado.

Nesta quarta, o presidente deve anunciar novas medidas de socorro ao RS na área econômica, como suspensão do pagamento da dívida estadual e socorro para empresas e empreendedores.

O governo já enviou, e o Congresso aprovou, um decreto legislativo decretando calamidade pública no estado, permitindo gastos extras fora da meta fiscal deste ano.

Em breve, será editada uma medida provisória abrindo crédito extraordinário para socorrer o Rio Grande do Sul. O valor ainda está sendo calculado pelo governo. Só na recuperação de rodovias federais o gasto deve ser, segundo o ministro Renan Filho (Transportes), acima de R$ 1 bilhão.

Vitória de Pirro 

A princípio, para quem não acompanha de perto o processo político no Estado, a aprovação do projeto versando sobre o fim das faixas salariais pode ter sido uma bela vitória da governadora Raquel Lyra (PSDB). Mas não foi. A votação final por 41 votos se deu com a colaboração dos 16 deputados que se curvaram à realidade depois das emendas ao projeto serem rejeitadas por 26 votos a 16.

Elas mudavam o reescalonamento do fim das faixas previstas em 2026, para os anos de 2024 e 2025. Se o Governo precisava de 25 votos e obteve 26 na derrubada das emendas, na verdade a vitória foi representada por apenas um voto. Traduzindo, Raquel Mandacaru (não dá sombra nem encosto para ninguém) teve uma vitória de Pirro.

Trata-se de uma expressão utilizada para justificar uma batalha ganha a alto custo, potencialmente acarretadora de prejuízos irreparáveis. Prejuízos, diga-se de passagem, para a gestora e os policiais. Para a governadora, porque, em consequência do projeto aprovado, ganhará a fama de malvada entre os militares.

Pernambuco continuará sendo o Estado a pagar o pior salário ao PM e ao bombeiro no País. E isso é desalentador. Em termos de aumento salarial à categoria, o projeto que passou ontem na Alepe concede 3,5% de reajuste este ano e iguais percentuais nos dois anos seguintes – 25 e 26.

Entre os militares, a correção da inflação fará com que os terceiros-sargentos, que são maioria da tropa de rua, sofram uma defasagem dos seus salários em torno de 6,5%, enquanto o soldado perderá 3,5% e o coronel 5,9%. Com salários tão baixos, a tropa continuará desestimulada para ajudar o Governo em qualquer cruzada pela redução da violência no Estado.

Sendo assim, dificilmente a governadora irá encontrar os meios adequados e satisfatórios para evitar que o Estado volte a repetir o abril mais triste e sangrento da sua história, registrando 324 assassinatos. Esse número choca e preocupa. Representa uma guerra civil não declarada e silenciosa.

Sem maioria – A governadora sai desgastada também por outros motivos. Nunca um projeto enviado à Alepe em caráter de urgência, que pelo regimento só pode durar 45 dias, demorou tanto em tramitar: 63 dias. Entre as quatro comissões técnicas em que passou, foi reprovado em três, inclusive na de Justiça, colégio que a governadora já perdeu a maioria e pode se complicar em outras matérias polêmicas, como projetos que versem sobre aumento para profissionais da área de saúde e professores.

O jogo de João Paulo – Sob a orientação do deputado João Paulo, o mais governista da bancada de Raquel na Alepe, a bancada do PT votou fechada pelo projeto que acaba as faixas salariais entre os policiais militares e bombeiros. O que se ouve nos bastidores da Casa é que João sonha acordado em ser candidato a prefeito do Recife com o apoio de Raquel, mesmo em nível nacional o PSDB, partido da governadora, fazer oposição ao Governo Lula. João também aposta na possibilidade de Daniel Coelho, nome apoiado pela governadora, não decolar. E ele surgir como tábua de salvação para Raquel Mandacaru no enfrentamento a João Campos.

Não pagou nem a metade – João Paulo, o roxo governista, já vinha votando favorável ao Governo em comissões estratégicas e no plenário, contrariando a orientação do seu partido. Virou assíduo frequentador do Palácio das Princesas e diz que o cafezinho que se serve por lá é uma maravilha. A surpresa ficou por conta da radical Rosa Amorim, que, recentemente, saiu do Palácio elogiando a Raquel Mandacaru depois de ser recebida com um grupo do MST. Rosa está bem afinada com o vice-líder do Governo na Alepe, Joãozinho Tenório (PRD). Os tempos mudam. Quem era o PT, hein?

Cronograma até 2026 – Pelo texto original do governo aprovado, ontem, o cronograma para a extinção das faixas salariais será o seguinte: 1º de junho de 2024: todos os ocupantes da faixa A passam a se enquadrar na faixa B do seu respectivo posto ou graduação; 1º de junho de 2025: os ocupantes da faixa B passam para a faixa C; 1º de junho de 2026: os policiais que se encontram nas faixas C e D serão enquadrados na faixa E, que passará a ser a faixa única de soldo.

Governo lento e desastroso – Dois anos após a tragédia que matou mais de 130 pessoas em Pernambuco, em decorrência das chuvas, a governadora Mandacaru sequer finalizou a licitação que deve recuperar o local mais afetado pelo desastre natural em 2022, que é o bairro de Jardim Monte Verde, limite entre o Recife e Jaboatão dos Guararapes. Integrantes do governo se reuniram, ontem, com representantes de 44 municípios para tratar da Operação Inverno, que reúne ações de prevenção e redução de riscos causados pela chuva.

CURTAS

RESGATADA – A deputada federal gaúcha Franciane Bayer, do Republicanos, e familiares dela foram resgatados de barco na casa da parlamentar, na última segunda-feira, em Porto Alegre. Moradora de Canoas, na Região Metropolitana da capital gaúcha, Franciane havia se refugiado na casa da mãe depois de ter deixado a sua na sexta-feira passada quando a Defesa Civil emitiu um alerta de risco de inundação.

IMPEDIDO – O ministro Cristiano Zanin, do STF, declarou, ontem, seu impedimento para julgar o recurso do ex-presidente Jair Bolsonaro contra sua inelegibilidade, declarada pelo Tribunal Superior Eleitoral em 2023. A decisão de Zanin atende a um pedido da defesa de Bolsonaro.

TRAPALHÃO – Sem votos sequer para se eleger vereador em Ingazeira, sua terra natal, Mário Viana Filho ganhou uma boquinha do Governo Raquel e se apresenta na região do Pajeú como gerente de articulação do Governo. E foi, ontem, para a rádio Pajeú xingar o pré-candidato a prefeito de Afogados da Ingazeira apoiado pela governadora, Danilo Simões, herdeiro político da ex-prefeita Giza Simões.

Perguntar não ofende: Por que João Paulo não assume logo a liderança do Governo Mandacaru na Alepe?

Os primeiros outdoors da mídia dos 18 anos do blog, estes em parceria com a Bandeirantes Outdoor, já estão espalhados em várias áreas estratégicas e de grande visibilidade do Recife e Região Metropolitana. Nos próximos dias, também serão fixados nos principais corredores de BRs do Estado, como a 232 e a 101.

Por Iuri Pitta*

Surgem sinais no horizonte do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que a queda na aprovação do presidente, registrada nos primeiros meses de 2024, começou a refluir em abril e maio.

Uma série de pesquisas de opinião pública publicadas nesta semana captou, cada uma com metodologias e timings próprios, a reversão de tendência. A dúvida é a intensidade e a duração dessa retomada de fôlego na imagem do presidente.

O mais recente levantamento foi feito pela Atlas e divulgado na tarde de hoje, horas depois de pesquisa CNT/MDA ter sido publicada. Um dia antes, a Febraban/Ipespe também trouxe dados sobre a percepção dos brasileiros sobre o governo Lula.

Como analisar e interpretar corretamente tantos dados disponíveis?

O sociólogo e cientista político Antonio Lavareda recomenda olhar para a questão primeira que os institutos fazem aos entrevistados: você aprova ou desaprova o governo? É uma pergunta dicotômica, que permite extrair um saldo, positivo ou negativo, quando se subtrai do percentual que aprova os que desaprovam.

Esse cálculo perde precisão quando se olha a avaliação por uma escala de ótimo/bom a ruim/péssimo. Com essas três pesquisas, a compilação feita por Lavareda chega a 43 levantamentos feitos desde o início do mandato de Lula.

Dessas, apenas uma registrou saldo numericamente negativo (Paraná Pesquisas, de 18 a 22 de março). Pelo menos outras sete apontaram empate técnico: isto é, embora o percentual de aprovação fosse maior que a desaprovação, estavam dentro da margem de erro e, portanto, não se pode afirmar estatisticamente que uma é maior que a outra.

Restam, assim, mais de 30 levantamentos em que o saldo é significativamente positivo para o governo. Em outras palavras, são retratos de momentos em que os institutos identificaram, com significância estatística, que há mais brasileiros que aprovam o trabalho de Lula do que desaprovam.

Lula 3, o filme

Nesse caso, vale recuperar o clichê de que pesquisa é retrato de momento, e é preciso sempre olhar o filme quando se trata de opinião pública. Por isso a metodologia sugerida por Lavareda, para se olhar a trajetória dos saldos ao longo do tempo, pelos mais variados institutos, torna-se mais eficaz.

Isso porque, quando há um intervalo de tempo maior entre dois levantamentos de um mesmo instituto, como o CNT/MDA, que foi a campo em janeiro e em maio, pode faltar um retrato da sequência, que foi justamente março, mês em que Genial/Quaest, Atlas, IPEC, Paraná e PoderData detectaram uma sequência de saldos inferiores ao que o governo registrava ao longo de 2023.

No caso da Atlas, com levantamentos em janeiro, março e maio, fica visível a queda nos primeiros meses do ano e a retomada de abril para cá: o saldo cai de 9 pontos para 1 e, agora, está em 6.

Ao se olhar todo o compilado de dados de Lavareda, surgem três informações que ajudam a compreender melhor as variações das curvas e vislumbrar para onde sopram os ventos da opinião pública:

  1. O ritmo de alta da desaprovação foi maior do que o da queda da aprovação entre janeiro de 2023 e maio de 2024;
  2. A desaprovação se consolidou acima dos 40% ainda em meados de 2023;
  3. Desde o início de 2024 a aprovação de Lula tende a ficar em torno dos 50%.

Para reforçar essa percepção, vamos aos saldos das três pesquisas divulgadas nesta semana:

  • Febraban/Ipespe: + 6 pontos (49% aprovam e 43% desaprovam);
  • CNT/MDA: + 7 pontos (50,3% aprovam e 43,7% desaprovam);
  • Atlas: + 6 pontos (51% aprovam e 45% desaprovam).

Parece haver uma tendência de recuperação da imagem perdida. O que as próximas pesquisas podem ajudar a compreender é a intensidade e a duração dessa retomada de espaço.

É baixa a probabilidade de que Lula volte a registram saldos muito acima dos dois dígitos, como chegou a se observar no primeiro semestre de 2023. E parece de fato que o momento mais difícil coincidiu com uma percepção maior de preços altos – em especial a inflação dos alimentos, de componente sazonal.

Não por acaso, ao falar das diversas ações necessárias para ajudar o Rio Grande do Sul após a histórica enchente deste ano, Lula também olhou para o preço do arroz e do feijão em todo o Brasil e colocou à mesa a hipótese de importação desses produtos.

Mesmo com polarização em alta e convicções que parecem cada vez mais cristalizadas, os rumos da economia ainda fazem diferença.

A exemplo do cidadão que quer terminar o mês antes do saldo positivo da conta corrente, no Brasil atual, percorrer quatro anos de mandato com aprovação maior do que a desaprovação, acima da margem de erro dos institutos, não é tão pouco quanto parece. Para Lula, o desafio é sustentar esse saldo até 2026.

* Jornalista, mestre em administração pública e governo e professor universitário