Por Eric Carrazoni*
O título de cidadão do Recife a ser concedido, logo mais, às 10 horas, a Maurílio Rodrigues, vai muito além de um ato protocolar. É o genuíno agradecimento da nossa cidade à contribuição de um profissional dedicado à mais nobre das missões: cuidar de gente e salvar vidas.
Ofício que exerce com excelência, porque adiciona a seu esforço diário o dom inato de ouvir, de se colocar no lugar do outro. É um médico paciente, que faz da empatia um instrumento de trabalho tão importante quanto o conhecimento técnico.
Leia maisNão é à toa que se especializou em coração, mas sabe enxergar corpo e alma por inteiro. Não é coincidência ter somado tantos amigos nessa longa trajetória iniciada na resiliente Casa do Estudante de Pernambuco.
E certamente não é por acaso ainda há pouco se revelar poeta, deixando também no Recife sua apurada caligrafia. Por um lado, uma surpresa. Por outro, pura coerência com o jeito de ser de Maurílio. Afinal, para cuidar bem do outro é preciso antes cultivar em si mesmo o verso da sensibilidade.
É assim que Maurílio atende, empreende, compreende a vida. Sem descuidar do trabalho duro. Estuda sem parar e desperta antes do sol nascer para correr oito quilômetros, suando e apreciando as ruas do Recife em passadas ligeiras até sua primeira jornada diária: o consultório no bairro das Graças.
É o primeiro exemplo de boa saúde que dá, como médico, a seus pacientes. E a correria segue, no Hospital Português ou no seu próprio em Olinda, sem apressar em nada a atenção dispensada a cada ser humano ao seu redor.
Maurílio nasceu em Limoeiro, mas o título que recebe hoje representa a jornada árdua, e por vez épica, dos pernambucanos de todos os municípios acolhidos pela capital. Imigrantes próximos na distância e na cultura, que a recompensam consubstanciando o que ela tem de melhor.
Ao Recife, Maurílio respondeu a esse consentimento com sentimento. E a competência empenhada que vai continuar fazendo muito bem à nossa cidade. Mais do que nunca, Maurílio é um médico cidadão.
*Jornalista
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