Um professor aprovado na seleção simplificada da Prefeitura de Trindade denuncia ter sido afastado injustamente do cargo por motivos políticos, mesmo após assinar contrato com o município. A situação acendeu um alerta sobre práticas irregulares na gestão pública municipal, incluindo pagamento de salários abaixo do piso nacional do magistério, contratações sem concurso e omissão do Ministério Público diante das ilegalidades.
O denunciante, Talles Jorge Nascimento Silva, afirma que participou regularmente do Processo Seletivo Simplificado nº 001/2025, foi aprovado, assinou o contrato administrativo nº 70/2025 e recebeu localização oficial para assumir as funções docentes. No entanto, segundo o professor, foi convocado no mesmo dia pela Secretaria de Educação, onde foi informado verbalmente de que “não havia mais vaga”, mesmo com a existência de vagas oficialmente publicadas no Diário Oficial do Município.
Leia mais“No mesmo dia em que assinei, fui chamado na secretaria. Disseram que não tinha mais vaga. Isso é mentira. A verdade é que sou opositor da gestão e fui excluído por isso”, afirma o professor Talles, que já foi candidato a vereador contra a atual prefeita.
O caso foi agravado por denúncias anteriores apresentadas ao Ministério Público, que já havia constatado irregularidades no edital da seleção pública, como a limitação injustificada da pontuação de experiência profissional e o pagamento de apenas R$ 700,00 para profissionais de apoio, valor muito abaixo do piso nacional garantido por lei.
Apesar de ter emitido a Recomendação nº 002/2025, o Ministério Público arquivou o procedimento pouco depois, mesmo sem o Município corrigir os pontos mais graves, como o valor da remuneração. O professor Talles ainda apresentou pedido de reconsideração, solicitando nova apuração, incluindo a existência de servidores contratados sem seleção pública ou concurso, mas o MPPE voltou a arquivar o caso, sem justificar.
Diante disso, o professor encaminhou a denúncia ao Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE), pedindo investigação sobre desrespeito ao piso salarial nacional do magistério, contratações ilegais sem seleção ou concurso, descumprimento contratual por perseguição política e omissão do Ministério Público, mesmo com provas robustas de irregularidades. A denúncia protocolada exige, entre outras coisas, auditoria nas contratações de 2025, responsabilização dos gestores envolvidos e reparação pelos danos sofridos.
“Essa denúncia não é apenas por mim. É por todos os profissionais que estão sendo lesados, humilhados e usados como massa de manobra política”, concluiu o professor
Leia menos