A Academia Pernambucana de Letras realiza, nesta segunda-feira (14), às 15h, a Sessão da Saudade em homenagem ao acadêmico Marcos Vilaça, falecido no último dia 29 de março. A cerimônia contará com palestra do escritor José Paulo Cavalcanti Filho, amigo próximo de Vilaça e confrade do homenageado em três academias: a APL, a Academia Brasileira de Letras e a Academia de Artes e Ciências de Lisboa. A Sessão da Saudade é um rito tradicional da APL, que marca oficialmente a vacância da cadeira e o início do prazo para novas candidaturas.
A escolha de José Paulo como orador reforça a conexão pessoal e intelectual entre os dois imortais. Em textos recentes, ele destacou a dimensão multifacetada da trajetória de Vilaça, que foi ministro do Tribunal de Contas da União, professor, conferencista internacional e autor de 76 livros, com publicações em seis idiomas. O discurso deverá abordar essas contribuições e relembrar aspectos humanos e culturais do homenageado.
Além da palestra, a programação prevê o lançamento de edital para preenchimento da cadeira e a presença de familiares, acadêmicos e admiradores. O evento será realizado na sede da APL, na Avenida Rui Barbosa, com entrada e estacionamento pela Avenida Malaquias.
Triunfo, no Sertão de Pernambuco, voltou a ser palco de um dos mais antigos e emocionantes espetáculos ao ar livre do estado: a Paixão de Cristo. Realizada nos dias 17 e 18 de abril de 2025, no Parque Iaiá Medeiros Gastão, conhecido como Via Verde, a encenação gratuita atraiu centenas de moradores e visitantes, reforçando a importância cultural e religiosa da Semana Santa na região. Organizada pelo Grupo de Teatro Nós em Cena, a montagem combinou fé, arte e inclusão, emocionando o público com uma narrativa que resgata os últimos dias de Jesus Cristo.
A edição de 2025 trouxe inovações que enriqueceram o espetáculo. Sob a direção compartilhada de Teco de Agamenon, Renata Lima, Ranison Queiroz e Roberto Araújo, contou ainda com cerca de 70 participantes, entre atores e figurantes, e apresentou 15 cenas que retratam desde os tumultos no Templo Sagrado até a Crucificação e Ressurreição.
Entre as novidades, destacaram-se a inclusão de dois novos personagens, José de Arimateia e Nicodemos, e duas cenas inéditas, além de recursos de acessibilidade como intérprete de Libras e rampa para cadeirantes. “Nossa proposta é levar ao público a emoção do sofrimento de Cristo, ressignificando o sentido de sua entrega pela humanidade”, afirmou Bruno Alves, coordenador geral do evento.
A Paixão de Cristo de Triunfo, cuja trajetória começou em 1975 sob a iniciativa do Frei Humberto e do grupo Jovens Vivendo o Ideal de Cristo (Jovic), é considerada a segunda encenação mais antiga do estado, atrás apenas da grandiosa Paixão de Cristo de Nova Jerusalém. Realizada inicialmente no sítio do Convento São Boaventura, a peça ganhou nova vida na Via Verde, aproveitando a cenografia natural e o clima ameno da cidade, que pode chegar a 18°C à noite nesta época do ano.
A montagem mantém a essência da história bíblica, mas incorpora interferências contemporâneas, como a escolha de uma atriz negra para o papel de Maria em edições recentes, promovendo representatividade e diversidade. Além do impacto artístico, o espetáculo tem forte cunho social.
O Grupo Nós em Cena mobiliza a comunidade local por meio de oficinas de teatro, dança e música, valorizando talentos triunfenses e incentivando a formação de novos artistas. “É uma oportunidade de unir a comunidade e revelar potenciais nas artes cênicas”, destacou Alves. A apresentação também movimenta a economia local, atraindo turistas que lotam pousadas, restaurantes e o comércio da cidade, conhecida como o “Oásis do Sertão” por sua altitude e belezas naturais.
Com uma produção marcada por iluminação renovada, figurinos detalhados e efeitos especiais, como fogos de artifício, a Paixão de Cristo de Triunfo reafirma seu papel como um marco cultural e espiritual. Para os espectadores, a experiência vai além do teatro: é um momento de reflexão e conexão com a mensagem de amor e sacrifício de Jesus. Enquanto as cortinas imaginárias da Via Verde se fecham, a cidade já se prepara para a próxima edição, prometendo manter viva essa tradição que une gerações.
Cresci lendo Mario Vargas Llosa (1936-2025) e Gabriel García Márquez (1927-2014), dois gênios. Com eles aprendi muito, especialmente que escrever é antes de tudo um ato de disciplina e determinação. Esta semana fiquei com o coração apertado ao saber da morte de dom Mario, a quem tive o privilégio de conhecer quando morava em Madri (Espanha) e frequentava algumas reuniões da sua Fundação Internacional para a Liberdade, cujos encontros eram realizados na sede do Instituto Cervantes, na Calle de Alcalá 49, perto da Gran Via.
Lia regularmente suas colunas nos jornais, especialmente no El País. Junto com Fernando Savater e Javier Marías, eram meus preferidos. Agora só me resta Savater, já que Marias se foi em 2022 e dom Mario um dia destes. O mundo parece encolher quando gente como García Márquez, Vargas Llosa ou Javier Marías vão embora. Fazem muita falta para gente como eu, leitor voraz que sai de um livro para outro desde a adolescência.
Faz pouco tempo, li o livro póstumo de García Márquez, “Em agosto nos vemos”, que ele não queria publicar, mas a família o fez num gesto inconveniente – para dizer o mínimo. O livro é ruim, mostra um Gabo claudicante, sem a mesma energia dos livros anteriores.
Vi Gabriel García Márquez numa festa de Ano Novo em Cartagena, em 2012 ou 2013, não tenho certeza. Ele já estava caidinho e morreu logo depois em 2014. O Gabo do livro póstumo era aquele do tabulado da festa de Ano Novo.
Eu ficava esperando sair o último livro de Mario Vargas Llosa e logo comprava na Amazon. Sua obra derradeira, “Le dedico mi silencio”, também não tem aquela vibração de antes. Não vou falar de “Conversa no Catedral”, disparado o melhor livro dele, mas de “Tiempos Récios” ou “Travessuras de la niña mala”, que saíram nos últimos anos.
Com Javier Marías se passou o contrário: seu último romance, “Thomás Nevison”, continuação do incrível “Berta Isla”, é extremamente instigante. Marias morreu jovem, com 70 anos, enquanto García Márquez chegou aos 87 e Vargas Llosa se foi aos 89. Marías, um recluso, tão diferente de Gabo e dom Mario. Quase celibatário.
Um dia, lá se vão uns 50 anos, Mario e Gabriel se encontraram. O colombiano saudou o peruano com um “hermanito!”. Em seguida, foi nocauteado pela direita precisa de Mario Vargas: “Como você tem coragem de se dirigir a mim depois do que fez com Patrícia em Barcelona!”. Gabo cometera a imprudência de assediar dona Patricia e ganhou o troco dolorido.
Mario e suas mulheres. Foram essencialmente três na sua movimentada vida de escritor, Nobel de Literatura e marquês, nomeado pelo rei Juan Carlos de Espanha. Sua tia Julia, transformada em personagem do livro “Tia Julia e o escrivinhador”, Patrícia, sua prima, e, a última, a amiga Isabel Preysler, o romance do homem maduro transformado em adolescente. Cheguei a cruzar um par de vezes com dom Mario desfilando com Isabel a tiracolo, ela linda, ex-modelo, seduzida ainda garota por Julio Iglesias, com quem foi casada por anos.
Ele trocara mais de 50 anos de vida com Patrícia para mergulhar naquele romance adolescente com Isabel. Em 2022, a relação chegou ao fim depois de oito anos.
Mario sabia que tinha uma doença incurável, tentava manter o ritmo de vida o mais normal possível, com exercícios físicos e escrevendo seis ou até oito horas por dia. Proibiu que os mais íntimos revelassem sua enfermidade. Isabel cumpriu o trato e ele voltou para a família, no Peru, e passou os últimos dias da sua vida no apartamento do bairro Barranco, um dos mais boêmios de Lima, joiazinha, encravada naquela capital de céu cinzento na maioria dos dias.
Dom Mario cumpriu um ritual, visitou os lugares que inspiraram seus livros, como o prédio onde funcionou o bar e restaurante Catedral e a Escola Militar, onde teve a inspiração para “La ciudad de los perros”. Quando já estava pronto para partir, a presidente peruana Dina Boluarte foi até sua casa, abraçou Álvaro, o filho mais velho, e solidarizou com a família.
Em 13 de abril, dom Mario partiu para sempre. Cremado, foi transformado em cinzas que couberam em dois potes. O escritor, encantador de palavras e sonhos, agora é poeira a se misturar com o ar salgado de Lima, os aromas, os sabores e os tempos eternos impressos nos livros que deixou de herança para a humanidade.
Mesmo curtindo o feriadão na praia, não relaxo com a corridinha diária de 8 km para manter a forma. Correndo com moderação, melhoro a função cardiovascular, fundamental para reduzir o risco de doenças crônicas. Ao mesmo tempo, melhora o bem-estar emocional.
O número de pessoas vivendo em situação de rua no Brasil, registradas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), chegou a 335.151 em março de 2025. Isso representa um aumento de 0,37% em relação a dezembro de 2024, quando haviam sido contabilizadas 327.925 pessoas nessa situação.
O dado consta no informe técnico de abril do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (OBPopRua/Polos-UFMG), elaborado a partir de informações do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) sobre o CadÚnico.
Desde 2013, quando foram registrados 22,9 mil indivíduos vivendo nas ruas, o número cresceu mais de 14 vezes.
A análise por regiões revela que o Nordeste concentra 14% da população em situação de rua no País, com 48.374 pessoas que vivem nessa condição.
Dentro desse cenário, Pernambuco está entre os 12 Estados cujas capitais apresentaram aumento nos registros de pessoas em situação de rua, de acordo com o CadÚnico, em relação à série histórica.
Confira:
Em relação à série histórica, 12 unidades da federação apresentaram em suas capitais aumento no registro de pessoas em situação de rua:
Rio de Janeiro
Distrito Federal
Santa Catarina
Pernambuco
Rondônia
Roraima
Pará
Amapá
Piauí
Paraíba
Mato Grosso
Mato Grosso do Sul.
O levantamento também traça o perfil da população em situação de rua no País:
84% são homens;
88% têm entre 18 e 59 anos;
9% são idosos, e 3% são crianças e adolescentes;
81% sobrevivem com até R$ 109 por mês, o equivalente a apenas 7,18% do salário mínimo;
Mais da metade (52%) não concluiu o ensino fundamental ou não têm instrução.
Esse perfil evidencia o impacto da vulnerabilidade social, da baixa escolaridade e da exclusão econômica, fatores que também estão presentes na realidade de Pernambuco.
No recorte nacional, o relatório ainda aponta que de 2020 a 2024 foram registrados 46.865 atos de violência contra pessoas em situação de rua.
A maioria desses episódios ocorreu em vias públicas, mas também há registros em instituições que deveriam oferecer proteção, como abrigos, unidades de saúde e centros de referência.
Cenário preocupante
Por meio de nota, o OBPopRua/Polos-UFMG declarou que o cenário é preocupante e acentua que as políticas públicas estruturantes como moradia, trabalho e educação voltadas para a população em situação de rua no Brasil são inexistentes ou ineficientes.
“O descumprimento da Constituição Federal de 1988 com as pessoas em situação de rua continua no Brasil, com pouquíssimos avanços na garantia de direitos dessa população.”
O MDS declarou que tem investido “de forma contínua no fortalecimento do acolhimento e da proteção de adultos e famílias em situação de vulnerabilidade, contribuindo para a inclusão social e o enfrentamento das desigualdades”.
O ministério listou as ações do governo federal nesta temática e detalhou que recursos da União são usados para fortalecer os centros de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP). Esses locais oferecem serviços como refeições, espaços para higiene pessoal, apoio na emissão de documentos e outras atividades essenciais.
De acordo com o MDS, há ainda o custeio do funcionamento do Serviço de Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (Paefi), voltado para apoiar famílias e pessoas em situação de risco social ou que tiveram direitos violados.
O serviço é ofertado, obrigatoriamente, em um Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).
Há gestos na política que o tempo não apaga. Palavras que não se dissolvem no esquecimento, porque ferem como lâmina e doem como espinha atravessada na garganta da memória coletiva. Em Carpina, município da Zona da Mata Norte de Pernambuco, um desses episódios ainda ecoa com amargura nas conversas do povo, especialmente quando chega a Semana Santa — tempo de reflexão, fé e partilha. Mas também, infelizmente, tempo de lembrar a frieza de um gesto que marcou a cidade com tristeza e revolta.
O episódio remonta a um dos quatro mandatos do ex-prefeito Manoel Botafogo, que governou a cidade por longos 16 anos. Num desses mandatos, em plena Semana Santa, o então prefeito foi entrevistado ao vivo pelo radialista Francisco Júnior, no tradicional programa de rádio que cobria os assuntos da cidade com coragem e imparcialidade. Era um momento simbólico, em que muitos esperavam ouvir do gestor a renovação de uma prática comum entre os prefeitos que o antecederam: a distribuição de peixes à população mais carente — um gesto cristão, de solidariedade e respeito com os que têm pouco ou quase nada.
A pergunta foi simples, quase previsível, mas a resposta veio como um tapa: “Vai ter muita distribuição de peixe no comércio, vocês preparem cada qual seus R$ 20,00. A prefeitura não deve nada a ninguém.”
Fria. Jocosa. Cruel. A declaração caiu como uma cruz sobre os ombros dos que esperavam o mínimo de compaixão. Não apenas um não, mas um deboche. Não apenas uma negação, mas uma humilhação pública. E o mais irônico — ou talvez o mais triste — é que ela veio de alguém que se apresenta como evangélico, que se diz cristão. Mas que, naquele momento, negou o gesto mais essencial da fé: a solidariedade com o próximo.
A dor daquela resposta reverberou. O povo simples, os moradores dos bairros periféricos, os que contam moedas para comprar o pão, sentiram ali não apenas a ausência do peixe na mesa, mas a presença do desprezo. De lá pra cá, a Semana Santa em Carpina passou a carregar dois sofrimentos: o da Paixão de Cristo e o da lembrança amarga de um prefeito que negou pão e peixe a quem mais precisava.
A imagem de Cristo crucificado, que ensina o perdão, a humildade e o amor ao próximo, contrasta com a figura pública de Botafogo, que naquele gesto se fez símbolo do descaso e da insensibilidade. A tradição foi quebrada, a esperança esmoreceu, e Carpina, naquela Semana Santa, conheceu o gosto da injustiça no prato vazio.
É por isso que, ano após ano, essa memória retorna como espinho cravado. O povo de Carpina não esquece. Porque há dores que não cicatrizam — e há políticos que, mesmo após deixarem o poder, continuam sendo lembrados não pelos prédios que construíram ou pelas obras que inauguraram, mas pelas feridas que deixaram nas almas e nas mesas vazias do povo.
Hoje, Carpina vive outros tempos, outras administrações. Mas a lembrança daquele gesto segue viva. Não como mágoa apenas, mas como alerta. Que jamais se repita. Que a política volte a ser lugar de serviço, e não de escárnio. Que a fé que tantos professam se traduza em ações concretas de partilha e humanidade.
Porque na mesa do povo, especialmente na Semana Santa, não deve haver espaço para o abandono. Nem para a crueldade travestida de gestão.
Lula mira na conta de luz para melhorar popularidade
Por Larissa Rodrigues Repórter do blog
Em mais uma tentativa de melhorar os índices de popularidade, o Governo do presidente Lula (PT) vai mirar na conta de luz. O ministro de Minas e Energias, Alexandre Silveira, enviou para a Casa Civil, na última semana, a minuta de um projeto de lei de reforma do sistema elétrico.
Entre as propostas contidas no texto, está a ampliação da tarifa social, que hoje oferece descontos no pagamento da conta de energia para indígenas, quilombolas, idosos que recebem Benefício de Prestação Continuada (BPC) e famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) do Governo Federal com renda de até meio salário único.
Com a medida, haverá a isenção total de pagamento de tarifa de energia elétrica para essas populações caso elas consumam até 80 kWh por mês, o que chegaria a 17 milhões de famílias, ou 60 milhões de pessoas no país. O Ministério de Minas e Energias defende que a iniciativa “busca tornar o sistema elétrico brasileiro mais eficiente, justo e sustentável”.
Atualmente, a isenção completa do pagamento existe em caso de consumo de até 50 kWh e vale para indígenas e quilombolas, enquanto os idosos com BPC e as famílias do CadÚnico têm direito a descontos escalonados de até 65%, caso o consumo seja menor que 220kWh.
“É um passo importante para consolidar um setor elétrico mais justo, eficiente e alinhado às necessidades do país. Com a implementação dessas mudanças, o Brasil avançará rumo a um sistema energético mais sustentável, acessível e preparado para os desafios do futuro”, enfatizou o ministro Alexandre Silveira.
Mas, como não há “almoço grátis”, a medida vai impactar na conta dos demais usuários. A proposta deve custar R$ 4,45 bilhões aos consumidores que não se enquadrarem no grupo de baixa renda. O impacto imediato na conta de energia elétrica seria de 1,4%.
O governo pretende compensar esse custo por meio da redução de subsídios a fontes incentivadas de energia, como eólica e solar, mas falta explicar melhor como seria esse processo. Depois de passar pela Casa Civil, onde pode sofrer modificações, o texto deve ser encaminhado ao Congresso Nacional. Ainda não há previsão de implementação.
LULA VAI CONVERSAR COM LÍDERES – Em meio ao desgaste provocado pela adesão de deputados de partidos da base do Governo ao projeto de anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro, o presidente Lula (PT) deve se reunir, na próxima semana, com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e com líderes partidários. O encontro será no formato do realizado com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e com líderes da Casa no dia 2 de abril. Na ocasião, em um gesto de aproximação com os parlamentares, Lula foi até a residência oficial do Senado para um jantar.
Por falar em Lula, boas relações com o Chile – O presidente Lula (PT) receberá, na próxima terça-feira (22), o presidente do Chile, Gabriel Boric, em Brasília, para uma visita de Estado, segundo o Ministério das Relações Exteriores, comandado por Mauro Vieira. O encontro será no Palácio do Planalto e simboliza o fortalecimento das relações bilaterais entre os dois países sul-americanos. Após a agenda oficial no Planalto, os dois chefes de Estado seguirão para o Palácio Itamaraty, sede do ministério, onde participarão de um almoço oferecido pelo governo brasileiro. A visita integra a agenda diplomática da Presidência da República e reforça o compromisso de integração regional e cooperação entre Brasil e Chile em diversas áreas.
Inflação cedendo – A inflação desacelerou em março para todas as faixas de renda, na comparação com fevereiro. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para a classe de renda muito baixa, o recuo foi de 1,59% para 0,56%. Para a classe de renda alta, de 0,9% para 0,6%. O Ipea explica que a desaceleração da inflação para as classes de renda menor pode ser explicada pelo reajuste baixo das tarifas de energia elétrica (0,12%) e as quedas nos preços das passagens de ônibus urbano (-1,1%) e do metrô (-1,7%). Em relação às famílias de renda alta, a melhora das taxas do grupo educação, de 0,90% em fevereiro para 0,60% em março, foi mais determinante. O dado traduz principalmente o fim do impacto dos reajustes das mensalidades escolares em fevereiro.
Ofensiva do PSD – O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, não está para brincadeira. Depois de tirar a governadora Raquel Lyra do PSDB e levar para a sigla sob seu comando, vai filiar também o governador do Rio Grande do Sul (RS), Eduardo Leite, que ainda está no PSDB. De acordo com a colunista Ana Flor, do G1, a migração ocorrerá no dia 6 de maio. O MDB também negociava com Leite a filiação, mas o gaúcho fez a escolha pelo partido que mais elegeu prefeitos em 2024 após a articulação de lideranças da sigla no RS. Para 2026, Eduardo Leite, no segundo mandato de governador, deve ser candidato ao Senado. O PSD constrói a candidatura de Ratinho Júnior, atual governador do Paraná, à Presidência da República. Apenas o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, permanece no PSDB.
Reforço na segurança do STF – O Governo Federal publicou, na última quinta-feira (17), uma medida provisória que libera R$ 27,4 milhões para reforço da segurança na sede do Supremo Tribunal Federal (STF). Os recursos foram solicitados pelo presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, após o atentado com explosivos na frente do prédio do Supremo em novembro de 2024, no qual o autor dos ataques, Francisco Wanderley, morreu.
CURTAS
Dudu defende São Lourenço – Ao tomar conhecimento da decisão da governadora Raquel Lyra (PSD) de transferir o Batalhão da PM de São Lourenço da Mata para Camaragibe, o deputado federal Eduardo da Fonte (PP) se manifestou contra a medida. “Sugiro que revogue a decisão”, pediu, em requerimento à gestora. Para ele, fechar a unidade da PM numa cidade como São Lourenço, na Região Metropolitana, só vai aumentar a violência. “O que o Governo deve fazer é criar novos batalhões e não reduzir”, afirmou.
Zazá comemora – O deputado Izaías Régis (PSDB), aliado da governadora Raquel Lyra (PSD), está feliz da vida com a publicação do edital de licitação para contratar a empresa responsável pelas obras do Hospital Mestre Dominguinhos, em Garanhuns. “Esse hospital é um sonho antigo do povo de Garanhuns e de toda a região do Agreste Meridional. Quando percorri o Estado junto com a então candidata Raquel Lyra, apresentei essa demanda com firmeza e com dados que comprovavam a urgência dessa obra. Ver agora a licitação sendo aberta é motivo de imensa alegria e gratidão” afirmou Izaías.
Eugênia Lima faz alerta – A vereadora de Olinda, Eugênia Lima (PT), faz um alerta sobre o que considera uma articulação nacional da extrema-direita para manter Jair Bolsonaro (PL) em evidência, mesmo após as graves denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre tentativa de golpe de estado. Segundo a parlamentar, Câmaras Municipais de diferentes regiões do país estão sendo usadas para conceder títulos de cidadão honorário ao ex-presidente, numa estratégia de criar palanques políticos.
Perguntar não ofende: se o PSD lançar Ratinho Júnior à Presidência da República, Raquel Lyra vai abrir palanque para ele em Pernambuco, ou vai se abraçar com Lula?
A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou que só vai se manifestar sobre a suspensão da extradição do búlgaro Vasil Georgiev Vasilev, acusado de tráfico de drogas na Espanha, após a apresentação de recurso pelas autoridades espanholas. A decisão de interromper o processo partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com base no princípio da reciprocidade, após a Justiça espanhola negar a extradição do blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio.
Moraes considerou que, diante da recusa da Espanha em entregar Eustáquio ao Brasil — ele é investigado por crimes como perseguição, ameaça e associação criminosa —, o Brasil também poderia recusar a extradição de um acusado solicitado pelo país europeu. Com isso, autorizou a transferência de Vasilev da prisão para o regime domiciliar e pediu explicações ao embaixador espanhol no Brasil. As informações são do g1.
A decisão gerou críticas de juristas e integrantes do Ministério Público. O procurador regional da República Vladimir Aras argumentou que a reciprocidade mencionada por Moraes não se aplica, já que Brasil e Espanha mantêm um acordo de extradição desde 1988. Segundo Aras, o acordo já prevê a possibilidade de negar pedidos em casos ligados a crimes de natureza política, como foi alegado pela Justiça espanhola ao negar o envio de Eustáquio.
Além disso, juristas destacam que, em vez de suspender a extradição de Vasilev como forma de resposta, o mais adequado seria o governo brasileiro recorrer da negativa espanhola. A Advocacia-Geral da União (AGU), responsável por representar o país no caso de Eustáquio, já prepara um recurso contra a decisão da Justiça europeia, enquanto o Supremo continua sendo responsável pelo caso do cidadão búlgaro.
O subprocurador-geral Artur Gueiros, indicado pelo procurador-geral Paulo Gonet para atuar nas extradições no STF, será o responsável pela manifestação da PGR, caso o processo avance com recurso da Espanha. Até lá, o impasse jurídico e diplomático permanece, com repercussões no campo da cooperação internacional entre os dois países.
O governo brasileiro concedeu asilo diplomático à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, e ao filho dela, de 14 anos, por razões humanitárias, segundo anunciou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Heredia é esposa do ex-presidente Ollanta Humala, condenado a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro em um caso ligado à construtora brasileira Odebrecht e ao governo do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez. Humala foi preso após a sentença, na última terça-feira (15), enquanto Nadine se abrigava na Embaixada do Brasil em Lima.
De acordo com Vieira, a decisão levou em conta o estado de saúde de Heredia, que passou por uma cirurgia de coluna recentemente, e a necessidade de proteger o filho menor de idade, que ficaria desamparado com a prisão do pai. O governo peruano concedeu salvo-conduto imediato para que mãe e filho pudessem deixar o país e concordou com o transporte por meio de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), que os trouxe para Brasília na quarta-feira (16). As informações são do g1.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o presidente Lula foi informado previamente sobre a decisão. Agora, o Brasil analisará a possibilidade de conceder o status de refugiados a Heredia e ao filho, processo que será conduzido pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), vinculado ao Ministério da Justiça. Enquanto isso, ambos receberam registros provisórios emitidos pela Polícia Federal.
O advogado brasileiro de Humala, Marco Aurélio de Carvalho, afirmou que Nadine Heredia tem câncer e já havia tentado obter autorização para tratamento médico no Brasil durante o processo judicial, mas o pedido foi negado por ainda estar em curso. A sentença, após três anos de investigação e julgamento, foi lida nesta semana em um tribunal peruano, sem a presença da ex-primeira-dama, que respondia em liberdade.
O caso de Nadine Heredia se soma ao histórico de ex-líderes peruanos envolvidos em escândalos de corrupção. Seu marido, Ollanta Humala, cumpre pena em uma base policial especial que também abriga os ex-presidentes Alejandro Toledo e Pedro Castillo. Alberto Fujimori, outro ex-líder preso por corrupção, esteve no mesmo local até ser libertado em 2023.
A concessão do asilo está respaldada na Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954, da qual o Brasil é signatário. O tratado permite que países concedam asilo a pessoas perseguidas por motivos políticos, mesmo sem a obrigação de justificar publicamente sua decisão. A embaixada brasileira mencionou a convenção durante as negociações com o governo peruano para garantir a saída segura de Heredia e seu filho.
Familiares dos presos pelos atos criminosos de 8 de janeiro começaram a procurar parlamentares bolsonaristas com uma estratégia que estão chamando de “solução Glauber Braga” para pressionar pela aprovação do Projeto de Lei (PL) da Anistia.
A ideia é que parentes, juntamente com parlamentares, iniciem uma greve de fome dentro do Congresso Nacional, com o objetivo de pressionar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar, em regime de urgência, o projeto de lei que concede anistia aos condenados pelo suposto plano de golpe de Estado. Eles estão motivados pelo fato de que, ontem, Hugo cedeu à greve de fome de nove dias do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ).
O presidente da Câmara prometeu não pautar, por 60 dias, a análise em plenário da decisão do Conselho de Ética que, por maioria, votou pela cassação do mandato do parlamentar por quebra de decoro — Glauber expulsou a chutes e xingamentos, de dentro do Câmara, um militante do MBL em 2024.
O parlamentar com quem conversei ainda não tomou uma decisão sobre o assunto. Ele me disse que, a princípio, ficou um pouco surpreso, mas depois admitiu que se trata de uma reivindicação dos familiares “que faz todo sentido”.
O parlamentar com quem eu conversei ainda não tomou uma decisão sobre o assunto. Mas me disse que, primeiro, ficou um pouco surpreso, mas depois, admitiu, é uma reivindicação dos familiares “que faz todo sentido”.
As tratativas para a fusão entre o PSDB e o Podemos estão na fase final e o novo partido deve ser formalizado nos próximos 10 dias, segundo fontes envolvidas nas negociações ouvidas pela CNN.
A CNN teve acesso ao documento que está sendo usado como base nas negociações e apurou que a deputada Renata Abreu (Podemos-SP) deve assumir a presidência da legenda, que terá 27 deputados federais, 401 prefeitos e 5330 vereadores. No primeiro momento, porém, vai haver uma “coabitação” na presidência entre ela e o ex-governador Marconi Perillo.
O nome do partido deve ser inicialmente Podemos/PSDB, mas não está descartada a possibilidade da agremiação ser rebatizada como Moderados ou Independentes.
O levantamento do Podemos apresentado ao PSDB mostra que os partidos se complementam em nível municipal. O Podemos tem um número maior de vereadores nas capitais e o PSDB no interior.
“A taxa de sobreposição de mandatários municipais do PSDB e Podemos é de 23,1%, substancialmente menor do que a taxa de sobreposição do PSD (49,2%) e do MDB (58,06%). Tal vantagem complementar do Podemos permitirá um processo de acomodação de forças políticas municipais menos conflitantes”, disse o documento.
O documento também ressalta que a junção do PSDB/Podemos geraria o sexto maior partido em população governada, com 16.370.200 habitantes. Em níveis financeiros, a junção criaria o quinto maior Fundo Partidário (R$ 90.326.891,30), atrás de PL, PT, União e PP.
No momento em que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, prepara sua saída do PSDB para ingressar no PSD, os tucanos finalizaram as tratativas com o Podemos e o Solidariedade e devem anunciar ainda em abril a união dos três partidos.
Segundo fontes do PSDB ouvidas pela CNN, o anúncio da fusão com o Podemos e a subsequente formação de uma federação com o Solidariedade devem ser anunciadas nos próximos dez dias.
A executiva tucana ainda não foi informada oficialmente sobre a saída do governador gaúcho, que deve disputar o Senado em 2026 pelo PSD, mas a mudança já está precificada e acelerou as negociações intrapartidárias.
Os movimentos de associações partidárias foram intensificados pelo avanço da formação de uma federação entre União Brasil e PP, que deve criar a maior força do Congresso Nacional.
O MDB também avançou nas conversas com o Republicanos com o objetivo de criar um bloco partidário para equilibrar a correlação de forças no Centrão.
Depois da fusão com o Podemos e da federação com o Solidariedade, o novo bloco espera uma composição com o MDB. O presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), voltou a conversar com os tucanos para acertar esse cronograma.
Genuinamente pernambucana e com 93 anos de mercado, a Viação Progresso anunciou o lançamento de uma nova frota composta por 40 ônibus de dois andares, com configuração leito no piso inferior e executivo no superior. Com investimento de R$ 80 milhões, a renovação reforça a aposta da empresa em conforto e modernização no transporte rodoviário de passageiros.