Baile Municipal do Recife une foliões e aliados de João Campos em grande celebração

O Baile Municipal do Recife chegou à sua 59ª edição no sábado (22), reunindo milhares de foliões em uma noite marcada por frevo, forró e música popular brasileira. O evento contou com a presença do prefeito João Campos, que destacou a importância da festa para a abertura do Carnaval.

“É uma alegria participar de mais um Baile Municipal da cidade. Sabemos que o baile também funciona como uma abertura do Carnaval. Foram sete horas de frevo ininterruptas, com grandes atrações e dois grandes homenageados, Elba Ramalho e Marrom Brasileiro. E a gente convida todo mundo para brincar o Carnaval. De hoje em diante é festa, é alegria”, afirmou.

A edição deste ano homenageou a cantora Elba Ramalho e o cantor Marrom Brasileiro. Um dos momentos mais marcantes da noite foi a apresentação de Luiz Caldas, que interpretou sucessos como “Fricote” e “Haja Amor”. O baile também reuniu artistas como Duda Beat, Almério, Isadora Melo e Nena Queiroga, garantindo a animação do público.

Além da celebração, o Baile Municipal tem caráter beneficente desde 2013, destinando parte da renda para instituições sociais. Ao longo dos anos, mais de 50 entidades já foram beneficiadas, somando mais de R$ 6,3 milhões arrecadados. Neste ano, a bilheteria será revertida para seis instituições, entre elas o Coque Conecta e o Instituto Fênix – Recuperando Vidas.

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Nísia, das 7 pragas do Egito, vai cair

A reforma ministerial tão esperada, cobrada pelo PT — e, principalmente, pelo Centrão — começa esta semana por uma das áreas mais criticadas do Governo: a saúde. A direção do Conselho Federal de Medicina espalhou um vídeo pelas redes sociais afirmando que a gestão da ministra Nísia Trindade, que deve ser substituída pelo ministro Alexandre Padilha, hoje nas Relações Institucionais, conseguiu trazer de volta doenças que já haviam sido extirpadas há muitos anos.

“A gente mostrou as sete pragas do Egito na realidade brasileira trazendo de volta doenças que já haviam sumido. Mostramos fatos. Nenhuma ofensa”, afirma Raphael Câmara, do CFM, referindo-se a proliferação de doenças como dengue, chikungunya, coqueluche, febre amarela, hanseníase e até malária. Com membros abertamente conservadores, o Conselho Federal de Medicina tem se destacado pela oposição a diversos aspectos da gestão da Saúde no governo Lula.

Segundo o jornal O Globo, Lula bateu o martelo e decidiu trocar Nísia Trindade por Alexandre Padilha no Ministério da Saúde. O petista agora deve decidir quem assumirá a Secretaria de Relações Institucionais no lugar de Padilha. Ainda não há uma definição se o cargo ficará com o PT ou se será entregue a um nome do Centrão, em uma estratégia para tentar ampliar a base aliada do governo no Congresso.

Lula conversou com interlocutores dos dois ministros, e a expectativa é de que a decisão seja comunicada ao longo desta semana. A escolha por Padilha, que já comandou a Saúde, ocorre por conta da articulação que ele já faz com o Congresso. Entre os objetivos a curto prazo, Lula quer agilizar o programa Mais Acesso a Especialistas e a campanha de combate à dengue, a fim de evitar um surto como o do ano passado.

Na festa de 45 anos do PT, sábado passado, Lula não poupou o próprio time de ministros ao analisar o governo. “Fiz uma reunião ministerial há 20 dias e descobri que um ministério do governo não sabe o que nós estamos fazendo. Se o ministério não sabe, o povo muito menos — disse, sem deixar claro a qual pasta estava se dirigindo.

ATÉ AGORA, SÓ UMA MUDANÇA – Junto com a crise do Pix, a avaliação de auxiliares do presidente Lula é de que os maus números nas últimas pesquisas de opinião fizeram o presidente “acordar” e iniciar as mudanças defendidas desde o ano passado. Por enquanto, a única alteração feita em 2025 foi na Secretaria de Comunicação Social (Secom): saiu o deputado petista Paulo Pimenta e entrou o publicitário Sidônio Palmeira. Antes mesmo de Sidônio Palmeira assumir a Secom, ele teve reuniões com Nísia, para explicar o potencial que o Mais Especialidades tem para se tornar a grande marca do governo Lula 3. O programa, contudo, está tão distante dessa ideia que tem o burocrático nome de Mais Acesso a Especialistas.

Silvio remanejado para ArticulaçãoPara a pasta de Relações Institucionais, o mais cotado é o pernambucano Silvio Costa Filho, atual ministro de Portos e Aeroportos, super elogiado por Lula num evento na sexta-feira passada no Rio. Silvinho, como é conhecido, é filiado ao Republicanos, mesmo partido do novo presidente da Câmara, Hugo Motta, o que é visto como um facilitador na relação. Ele tem, portanto, a preferência do Centrão. Outros nomes considerados especulados são o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), o deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), o senador Jaques Wagner (PT-BA) e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, do PSD mineiro.

Uma lástima, reclama ministra ameaçada – Prestes a deixar o governo, Nísia esteve na festa do partido, que foi realizada no Rio, cidade da ministra. Lula já tinha promovido neste mês uma espécie de “última dança” para a ministra em solo carioca, comparecendo à cerimônia de reabertura da emergência do Hospital Federal de Bonsucesso. A ida repentina ao Rio, anunciada apenas na véspera, foi lida por aliados como um gesto claro a Nísia antes de retirá-la da Esplanada. “Esses rumores envolvendo meu nome existem desde o início do governo. É uma lástima, mas continuo fazendo meu trabalho — queixou-se a ministra.

Nada avança na Saúde – Em relação ao programa “Mais especialidades”, Nísia argumenta que a iniciativa está andando, mas na reunião ministerial de janeiro deste ano apresentou uma série de senões burocráticos que fizeram Lula perder a paciência. A avaliação é de que nem o Pé-de-Meia nem o Desenrola, marcas imaginadas para ter grande apelo popular nesta gestão, conseguiram ter o mesmo impacto que o PAC, o ProUni e o Mais Médicos tiveram nos governos petistas anteriores, além do Bolsa Família. Com o caminhão de dinheiro da Saúde, o Mais Especialidades seria também uma forma de usar a favor do governo algo que hoje é um problema: o grande volume de emendas nas mãos do Congresso.

Elogio para despistar Ministério – Outra troca tida como certa no primeiro escalão de Lula será na Secretaria-Geral da Presidência. Márcio Macêdo tende a dar lugar à presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Havia a expectativa de que Lula anunciasse Gleisi como ministra na festa do partido, no último fim de semana, mas ele não o fez. Ao falar da aliada, o presidente a elogiou enquanto dirigente partidária. “Graças a Deus, o partido compreendeu a necessidade de eleger você. Não teria ninguém mais capaz. Nenhum homem aguentaria o que você aguentou”, disse.

CURTAS

EDINHO NO PT – Na esteira da indicação de Gleisi ao Ministério, o cargo de presidente da sigla seria ocupado de forma temporária por alguém até a eleição interna, em julho. O favorito para vencê-la é o ex-ministro da Secom Edinho Silva. O anúncio do apoio de Lula a ele também era esperado, mas não aconteceu.

LANÇAMENTO– O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), confirmou que sua pré-candidatura à Presidência da República nas eleições do ano que vem será anunciada no dia 4 de abril, em Salvador. A grande bandeira dele é o combate à violência. Goiás, o Estado que governa, é referência, sendo o mais tranquilo para se viver hoje no País, com baixíssimas taxas de homicídios.

PALCO ESVAZIADO – Pelo menos em público, o camarote armado pela governadora Raquel Lyra (PSDB) no Marco Zero, na tentativa de ofuscar o da Prefeitura do Recife, tem sido um fiasco. Este blog recebeu várias imagens do seu esvaziamento na programação de sábado passado.

Perguntar não ofende: Silvio Filho não vai para o sacrifício sendo remanejado de Portos e Aeroportos para Articulação Política?

Jaboatão - Combate Dengue

Do g1 Pernambuco

Brigas generalizadas neste último domingo (23) de prévias de carnaval em Olinda acabaram com 29 pessoas na delegacia, incluindo três menores de idade. Duas pessoas feridas nos confrontos foram hospitalizadas por causa da gravidade dos ferimentos. Imagens fortes mostram a confusão no meio da rua (veja vídeo abaixo).

De acordo com a Polícia Militar (PM), cerca de 150 pessoas participaram das brigas, que aconteceram na Rua Eduardo de Morais, um dos corredores de acesso ao desfile das Virgens do Bairro Novo, tradicional bloco carnavalesco de Olinda.

Os nomes das pessoas presas e as idades dos três apreendidos não foram informados pela PM. Também não foi divulgado para qual hospital as duas vítimas foram levadas; por isso, não foi possível obter informações sobre o estado de saúde das pacientes.

Em nota divulgada sobre o caso, a PM informou que:

  • policiais militares do 1º Batalhão estavam fazendo rondas quando se depararam com o confronto generalizado;
  • a equipe policial ajudou a levar as duas vítimas para uma unidade de saúde;
  • as 29 pessoas detidas foram levadas para a Delegacia do Varadouro, em Olinda.

O g1 entrou em contato com a Polícia Civil para obter outras informações sobre essas detenções, mas a corporação informou que não localizou o boletim de ocorrência referente a esse caso.

Outras prisões em prévias

No dia 16 de fevereiro, nas prévias de carnaval em Olinda, 31 pessoas foram presas pela Polícia Militar. Os detidos, que não tiveram nome e idade divulgados, estavam marcando confrontos entre si, promovendo distúrbio e desordem, além de assustar foliões que curtiam a festa, segundo a PM.

Conheça Petrolina

Do g1

A plataforma de vídeos Rumble e a empresa Trump Media & Technology entraram, no sábado (22), com uma nova ação na Justiça dos Estados Unidos contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

As empresas questionam a decisão de Moraes que, na sexta-feira (21), mandou bloquear o Rumble no Brasil, impôs multa diária de R$ 50 mil e determinou a indicação de um representante da plataforma no país.

No documento, Rumble e Trump Media pedem a concessão de medida cautelar para não serem obrigadas a cumprir as determinações de Moraes. A ação pede uma medida de cumprimento imediato.

“Na ausência de intervenção judicial imediata e medida cautelar, os requerentes sofrerão ainda mais danos irreparáveis, incluindo a perda de liberdade [prevista na] Primeira Emenda [da Constituição americana], desafios operacionais adicionais e uma erosão permanente da confiança do usuário”, diz o documento ao qual a TV Globo e o g1 tiveram acesso.

A Rumble é uma plataforma de vídeos similar ao YouTube, do Google. Lançada em 2013, a rede social é bastante popular entre conservadores nos EUA. Ela diz que sua missão é “proteger uma internet livre e aberta” e já se envolveu em diversas controvérsias.

A plataforma tem negócios com o grupo de comunicação de Trump e também já recebeu investimentos de pessoas próximas do republicano, inclusive o atual vice-presidente dos EUA, J.D. Vance.

Na nova ação apresentada, as empresas afirmam que Moraes está ignorando canais legais e “deliberadamente contornando a supervisão do governo dos EUA”.

Processo nos Estados Unidos

Na quinta-feira (19), a plataforma já havia apresentado à Justiça dos Estados Unidos uma ação contra o ministro Alexandre de Moraes. O processo foi aberto em conjunto com o grupo de comunicação Trump Media & Technology Group, do presidente dos EUA, Donald Trump.

As empresas acusam Moraes de censura e pedem que ordens do juiz brasileiro para derrubada de contas de usuários do Rumble não tenham efeito legal nos EUA.

No texto, a acusação afirma que a base para a abertura do processo foi o bloqueio de Moraes de contas no Rumble de uma série de usuários, incluindo um “muito conhecido”.

Segundo a decisão, trata-se do blogueiro Allan dos Santos, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que vive nos Estados Unidos. Alexandre de Moraes já havia determinado anteriormente a prisão do blogueiro, que é considerado foragido pelo STF.

As exigências de Moares incluem:

  • apresentação de um representante legal no Brasil;
  • bloqueio do canal de Allan dos Santos e de novos cadastros;
  • interrupção de repasses financeiros ao influenciador.

Outras redes sociais, como YouTube, Facebook, Twitter e Instagram, já haviam sido notificadas anteriormente e cumpriram as determinações.

Dulino Sistema de ensino

Da CNN Brasil

Pesquisa AtlasIntel exclusiva para o programa GPS CNN de sábado (21) aponta que a maioria da população vê culpa de Jair Bolsonaro (PL) na acusação de que ele tentou dar um golpe de Estado após a derrota para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.

A maioria acredita que o ex-presidente será preso, mas avalia também que as investigações contra ele são imparciais.

O levanto traz ainda mais dados sobre a percepção dos brasileiros.

Sobre o plano de golpe:

  • 51,7% acham que Bolsonaro participou de um plano de golpe;
  • 40,5% não acreditam no envolvimento do ex-presidente;
  • e 7,8% não souberam responder.

Prisão, anistia e julgamento

Quando questionados se Bolsonaro deveria ser preso, anistiado ou julgado em liberdade:

  • 52,5% acham que ele deveria ser preso;
  • 27,2% anistiado;
  • e 17,7% que deveria ser julgado em liberdade.

Qualificação das investigações

Já diante da pergunta sobre as investigações:

  • 53,8% acreditam que elas são completamente imparciais;
  • 29,7% acham que o inquérito foi completamente enviesado;
  • 1,6% acham que são menos imparciais do que deveriam;
  • e 14,9% não souberam responder.

“O fato de a maioria da população brasileira acreditar que Jair Bolsonaro participou de planos para um golpe de Estado em 2022 indica três pontos importantes: 1) que o ex-presidente deixou marcado no imaginário popular a imagem de alguém que eventualmente poderia, sim, se envolver em alguma trama golpista; 2) que se desfazer dessa imagem não será uma tarefa fácil, principalmente por ser uma construção que vem de décadas e não apenas dos anos em que foi presidente; 3) e que isso afeta diretamente as pretensões eleitorais de Bolsonaro no futuro”, disse ao GPS CNN Yuri Sanchez, diretor da AtlasIntel.

Para ele, “há registros, ao menos desde 1999, de Jair Bolsonaro defendendo que a Constituição garante a intervenção das Forças Armadas para a manutenção da lei e da ordem e declarando que fecharia o Congresso caso fosse presidente da República, dizendo que daria golpe no mesmo dia”.

“Isso faz com que, para uma parcela considerável da população, não haja um grande estranhamento com o que as investigações trazem a respeito do envolvimento de Bolsonaro na trama de 2022”, complementa.

Sobre a maioria entender que as investigações são imparciais contra ele, o diretor da Atlas Intel cita a confiança nas instituições.

“A pesquisa revela que continua existindo uma chancela popular ao processo legal que está sendo conduzido. Nesse sentido, há boas notícias para a confiança nas instituições.”

E complementa: “Em novembro de 2024, em pesquisa realizada também para o GPS CNN, já havíamos mostrado que 60% confiavam nas investigações da Polícia Federal que geraram o indiciamento entregue à Procuradoria Geral da República (PGR).

Na sequência, Sanchez avaliou que “agora em nova etapa, com a denúncia realizada pela PGR e entregue ao STF, há uma maioria de 54% que considera as investigações do caso imparciais, contra 30% que acreditam que são enviesadas”.

“Esse é um resultado importante, dado que o caso é de extrema relevância no debate político e na sociedade, além do ponto de vista jurídico. Embora haja espaço para melhora, a confiança no devido processo legal é crucial para superarmos a percepção de impunidade ou favorecimento de políticos ou poderosos por parte da justiça, que mina a democracia”, concluiu.

Ipojuca No Grau

Do jornal O Antagonista

O prefeito de Araraquara, Dr. Lapena (PL), acusa a gestão de seu antecessor, Edinho Silva (PT), de deixar dívidas que somam R$ 1,1 bilhão. 

Os números foram apresentados pelo secretário de Administração, Roberto Pereira, durante audiência na Câmara Municipal na noite de sexta-feira (21). 

A dívida, segundo a prefeitura, inclui R$ 212 milhões em obrigações de curto prazo, R$ 562 milhões em débitos de longo prazo, R$ 60 milhões em serviços contratados ainda não executados, R$ 195 milhões em processos judiciais e R$ 42 milhões em despesas não empenhadas, as chamadas “pedaladas fiscais”.

A maior parte dessas pedaladas fiscais, 75%, seria referente à área da Saúde, comandada pela então secretária Eliana Honain.

A administração de Lapena tenta buscar apoio do governo estadual para levantar recursos e aliviar as finanças municipais. A Câmara Municipal também foi solicitada a apoiar medidas para sanar as finanças.

Em resposta às acusações, Edinho Silva usou as redes sociais para se defender e afirmou ter deixado um superávit orçamentário de R$ 16,4 milhões e R$ 137 milhões em caixa.

“Fechamos 2024 com superávit orçamentário de R$ 16,4 milhões, além de R$ 137 milhões em caixa! Cada real do orçamento público foi investido para melhorar a vida da nossa gente e construir uma cidade preparada para o futuro”, escreveu no Facebook.

A Prefeitura de Araraquara refutou a versão apresentada pelo ex-prefeito petista. Segundo o governo de Lapena, a administração anterior omitiu a existência de contratos sem empenhos, o que gerou uma dívida não registrada.

O tema das “pedaladas fiscais” também foi abordado durante uma sessão da Câmara Municipal em 11 de fevereiro, quando vereadores ironizaram a situação utilizando capacetes de ciclista.

A polêmica surgiu devido à aprovação de um projeto de lei que autoriza a abertura de um crédito adicional de R$ 42 milhões, que visa cobrir despesas não empenhadas da gestão de Edinho Silva.

O crédito adicional deverá ser utilizado para quitar débitos acumulados, como contas de energia elétrica, serviços médicos e locação de veículos.

Caruaru -IPTU 2025 - 20%

Do Poder360

A malária causou nove mortes entre indígenas em território brasileiro em 2024, uma redução de 71,8% em relação às 32 mortes em 2023.

Porém, os dados do Ministério da Saúde, obtidos pelo Poder360 via LAI (Lei de Acesso à Informação), mostram que o maior número de mortes e infecções entre os povos indígenas nos últimos anos se deu durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em 2024, o painel epidemiológico do MS registrou 54.975 casos da doença entre indígenas em áreas indígenas, o maior número em 12 anos. Em 2023, foram registradas 32 mortes, o maior índice desde 2012.

Transmitida pela picada de fêmeas infectadas do mosquito Anopheles, a malária é uma doença endêmica na Amazônia Legal, que abrange os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

A propagação da malária é influenciada por fatores climáticos (temperatura, umidade, altitude), antrópicos (desmatamento, mobilidade populacional, garimpo) e pela estrutura dos serviços de saúde. Essas condições fazem da região amazônica o principal foco da doença no Brasil, concentrando 99,98% dos casos registrados em 2023.

Segundo o Ministério da Saúde, casos de morte entre indígenas foram registrados em quatro Estados: Amazonas, Roraima, Pará e Amapá, totalizando 135 mortes de 2010 a 2024.

A maior parte das mortes ocorreu em Roraima (79) e no Amazonas (54) no mesmo período.

O último boletim epidemiológico do MS sobre a malária no Brasil registrou um aumento de 41,2% nos casos da doença em áreas indígenas em 2023 em relação a 2022. Leia a íntegra.

De acordo com o ministério, esse crescimento está relacionado à “ampliação da cobertura dos serviços de saúde”, especialmente depois do decreto de Emergência em Saúde Pública, emitido no início de 2023, em resposta à crise sanitária e nutricional no Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) Yanomami. O MS destacou uma “melhora” nos processos de notificação e identificação de casos.

“Para fins de comparação, o número de exames realizados no território Yanomami aumentou cerca de 38,7% entre 2022 e 2023 e 83,1% no primeiro trimestre de 2024 em relação ao mesmo período de 2023”, informou o ministério.

Yanomami

A situação mais grave é observada na comunidade Yanomami. Cerca de 30.000 indígenas da etnia vivem em uma reserva de 96.000 km² demarcada nos Estados de Roraima e Amazonas.

O grupo contabiliza 102 das mortes totais pela doença registradas desde 2010. Os anos mais críticos para o grupo foram de 2020 a 2023, quando foram registrados 74 óbitos.

As ações do Ministério da Saúde na Terra Indígena Yanomami são conduzidas, principalmente, pelo COE Yanomami (Centro de Operações de Emergência em Saúde Yanomami).

Criado em 26 de janeiro de 2023, o centro é responsável por coordenar estratégias de resposta à emergência sanitária, mobilizar recursos para restabelecer os serviços de saúde e articular ações com gestores estaduais e municipais do SUS.

Mas segundo a Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), mais de dois anos depois da declaração de Emergência em Saúde Pública por causa da falta de assistência à população Yanomami, a crise sanitária continua sem solução.

A entidade diz que os casos de malária no território subiram de 14.450 em 2023 para 18.310 no primeiro semestre de 2024. A alta motivou a Apib a questionar o Governo Federal em ofício ao STF (Supremo Tribunal Federal). Leia a íntegra.

O documento também menciona uma “falha” do MS em garantir transparência nas ações voltadas para os Yanomami. Além disso, ressalta a necessidade de dados atualizados e contínuos sobre a situação no território e as mortes na região.

“Uma vez que a ausência de periodicidade nas informações públicas, bem como o longo período no qual são elaboradas, denota uma ausência de compromisso com o repasse de informações adequadas para que se possa realizar um balanço das informações apresentadas”, declarou a Apib no documento.

Com base na petição, o ministro do STF Luís Roberto Barroso determinou em 6 de fevereiro que o governo federal explicasse o aumento de casos da doença no território Yanomami. Eis a íntegra.

O outro lado

O Poder360 procurou o Ministério da Saúde para perguntar se gostaria de se manifestar a respeito dos casos de malária entre indígenas. Em nota, o ministério disse que o governo tem atuado para reverter “anos de negligência”. Leia a íntegra:

“O governo federal reafirma que vem promovendo, desde 2023, a maior operação já realizada pelo Estado na Terra Indígena Yanomami para reverter o abandono herdado e garantir a proteção e a recuperação das condições de vida dos povos indígenas.

Todas as informações solicitadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) serão prestadas dentro do prazo estabelecido, assegurando o compromisso com a transparência e a continuidade das ações.

Em dois anos de atuação intensiva e coordenada, envolvendo 33 órgãos federais, foram reduzidas em 95% as novas áreas de garimpo, afastando a principal causa da destruição do território e das condições de vida dos Yanomami.

No âmbito da saúde, com ações realizadas pela Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), do Ministério da Saúde, o Estado garantiu o funcionamento 100% dos polos-base do território, ampliando em 155% o número de profissionais e reabrindo todas as unidades de saúde que estavam fechadas, o que resultou na reinclusão de mais de 5.200 indígenas que estavam desassistidos.

Como resultado, houve uma redução de 27% no número de óbitos no primeiro semestre de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior, com quedas expressivas em mortes por desnutrição (-68%), infecções respiratórias (-53%) e malária (-35%).

Com a ampliação da busca ativa e do acesso ao diagnóstico oportuno e tratamento, houve aumento de 73% no número de exames de malária realizados e, consequentemente, também aumento dos casos reportados, mas com queda de letalidade.

Além disso, foram implantados 29 sistemas de abastecimento de água no território, com outros 18 em construção ou em reforma. E a distribuição de mais de 114 mil cestas de alimentos.

O plano estratégico do governo é coordenado pela Casa de Governo, instalada em fevereiro de 2024, em Boa Vista (RR), que consolidou uma presença permanente do Governo Federal na região, coordenando a retirada de invasores e a recuperação da infraestrutura local.

O governo federal segue atuando de forma estruturada e contínua para reverter anos de negligência e garantir que os povos Yanomami tenham autonomia, dignidade, assistência e segurança em seu território, reafirmando seu compromisso com a defesa dos direitos indígenas e a soberania nacional.”

Camaragibe Cidade do Trabalho

Por Houldine Nascimento

Do Poder360

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), ficará no comando do ministério, conforme apurou o Poder360. Seu nome foi ventilado para assumir a SRI (Secretaria de Relações Institucionais) – responsável pela articulação do governo com o Congresso – em razão da iminente entrada de Alexandre Padilha (PT) na Saúde para substituir Nísia Trindade na reforma ministerial que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fará. O chefe do Executivo quer definir as mudanças até sexta-feira (28), antes do Carnaval.

A nova reforma ministerial abrirá mais espaço para o Centrão, em um momento de baixa popularidade de Lula. Pesquisas de avaliação demonstram uma queda na aprovação de seu governo. Líder do MDB na Câmara, o deputado alagoano Isnaldo Bulhões é o nome mais forte neste momento para assumir as Relações Institucionais.

Conta a seu favor a proximidade com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Lula busca definir a situação de aliados, como o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), cotado para assumir o Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) no lugar de Geraldo Alckmin (PSB), que ficaria só como vice-presidente.

O presidente também vem dando sinais de que está insatisfeito com alguns de seus auxiliares. No sábado (22), disse que nem ministros sabem quais são as ações do governo.

A declaração foi dada durante a celebração do aniversário de 45 anos de fundação do Partido dos Trabalhadores, no Rio de Janeiro.

“Fiz uma reunião ministerial mais ou menos há 20 dias. E eu descobri na reunião, Gleisi, que o ministério do meu governo não sabe o que está fazendo. Não sabe. Se o ministério não sabe, o povo muito menos”, declarou.

A última reunião de Lula com os 38 ministros do governo se deu em 20 de janeiro de 2025.

Toritama - Prefeitura que faz

Após oito anos sem apoio municipal, a Prefeitura de São José do Egito voltou a patrocinar o Galo da Travessa, um dos eventos pré-carnavalescos mais tradicionais da cidade. A festa, realizada no sábado (22), reuniu mais de 10 mil pessoas nas ruas e se consolidou como um dos maiores eventos do calendário local.

Com o investimento da gestão municipal, o evento contou com um grande trio elétrico e a apresentação do cantor Japãozin, atração principal da noite. O show aconteceu na Rua da Baixa, marcando a chegada do bloco e animando o público presente.

O prefeito Fredson celebrou o retorno do apoio ao Galo da Travessa e destacou a importância da festa para a cidade. “São José do Egito tem uma forte tradição carnavalesca, e eventos como este movimentam nossa economia, aquecem o comércio e trazem alegria para o nosso povo. Depois de oito anos sem apoio, era fundamental retomar esse investimento e garantir que o Galo da Travessa voltasse ainda maior e mais bonito”, afirmou.

Belo Jarfim - Cidade Limpa

Da Gazeta do Povo

Internado desde 14 de fevereiro devido a uma pneumonia bilateral, o Papa Francisco segue em estado crítico. De acordo com novo boletim médico divulgado na tarde deste domingo (23), o pontífice não apresentou mais crises respiratórias, mas exames de sangue dão conta de que Francisco sofre agora de uma insuficiência renal leve, mas o quadro está sob controle da equipe médica da Policlínica Gemelli, em Roma.

Ontem, o comunicado do Vaticano informava que o Papa, de 88 anos, passou o dia “sentado na poltrona” e apresentava sinais de trombocitopenia (número de plaquetas no sangue abaixo do normal), associada à anemia. De acordo com o registro de hoje, o quadro segue estável.

A grande preocupação da equipe médica italiana da clínica Gemelli, no momento, é um possível risco de que a infecção no trato respiratório do paciente possa ser transmitida para a corrente sanguínea. “A complexidade do quadro clínico e a espera necessária para que as terapias farmacológicas deem alguma resposta fazem com que o prognóstico permaneça reservado”, completou o boletim.

Durante a manhã de hoje, no apartamento do 10º andar do centro de saúde, Francisco participou da missa com todos os que estão cuidando dele nestes dias de internação. “Nos últimos dias recebi muitas mensagens de carinho e fiquei particularmente comovido com as cartas e desenhos das crianças. Obrigado por esta proximidade e pelas orações de conforto que recebi do mundo inteiro. Confio a todos à intercessão de Maria e peço que rezem por mim”, comentou Francisco.

A Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes realizou ontem um grande mutirão de serviços no Curado IV. A iniciativa reuniu as Secretarias Municipais de Saúde e Infraestrutura no combate às arboviroses, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como dengue, zika e chikungunya. A ação contou com 80 Agentes de Combate às Endemias (ACEs) e 150 profissionais da Secretaria Executiva de Conservação Urbana e Patrimonial.

Além das visitas aos imóveis e da ação educativa, durante o mutirão foram realizados serviços de capinação, limpeza de linha d’água, remoção de entulhos, pintura de meio-fio, dentre outros. A população foi orientada sobre o descarte correto do lixo e a evitar o acúmulo de materiais como pneus, vasos e outros recipientes que possam reter água e se tornar criadouros do mosquito Aedes aegypti. 

Assim como a ação realizada no bairro de Cajueiro Seco, no início de fevereiro, a escolha do Curado IV foi baseada no resultado do 1º LIRAa, o Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti, que apontou o bairro como situação de alerta. “Atuar na prevenção e eliminar os focos do mosquito é assegurar o bem-estar dos jaboatonenses. Estamos atuando com a integração das diversas Secretarias Municipais, mas é muito importante o trabalho de conscientização, com a população fazendo também a sua parte neste combate”, destacou o prefeito Mano Medeiros. 

“Manter as caixas d’água e os reservatórios fechados, limpar as calhas e eliminar recipientes que podem acumular água são ações que todos podem fazer, em suas casas, para prevenir o surgimento das arboviroses”, reforçou a secretária municipal de Saúde, Zelma Pessôa.

Da BBC News Brasil

O partido de centro-direita União Democrata-Cristã (CDU) deve vencer as eleições parlamentares da Alemanha neste domingo (23), com 30% dos votos, indicam pesquisas de boca de urna.

As pesquisas também confirmam o avanço da legenda de direita radical Alternativa para Alemanha (AfD) que deve se tornar a segunda maior força política no país, com um recorde de 20% dos votos, de acordo com a boca de urna.

Líder da CDU, Friedrich Merz terá a missão de formar um novo governo alemão, no lugar do chanceler Olaf Scholz, da coalizão de centro-esquerda do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD). O partido de Scholz terminou em terceiro lugar, segundo a boca de urna.

Merz falou a apoiadores na sede do seu partido neste domingo. Ele elogiou uma “campanha eleitoral fantástica”, mas falou sobre seu “respeito por nossos oponentes políticos”. “Agora vamos conversar juntos e é importante formar um governo o mais rápido possível… O mundo lá fora não está esperando por nós”, disse o líder dos democratas cristãos.

“Todo mundo no mundo vê que a Alemanha tem um governo confiável e digno de confiança”, acrescentou ele. “Esta noite estaremos comemorando e a partir de amanhã retomaremos nosso trabalho.”

Aos 69 anos e com 1,98 m de altura, Merz é um conservador social, pró-negócios e de discurso direto, que passou anos aguardando sua chance.

Ele faz parte do partido da ex-chanceler Angela Merkel, com quem travou disputas no passado sobre a liderança da CDU. Ofuscado por Merkel desde 2002, ele acabou deixando a política, atuou nos conselhos de bancos de investimento e passou a pilotar aviões como um hobby.

Ele disputou a liderança do partido, mas perdeu para Merkel em 2018 e depois para Armin Laschet, que acabou sendo derrotado na eleição alemã de 2021. Merz então assumiu o comando da CDU e concorreu sob o slogan “Uma Alemanha da qual possamos nos orgulhar novamente”.

Ele prometeu controles permanentes nas fronteiras e regras de asilo mais rígidas para restringir a imigração, além de reduzir impostos e cortar 50 bilhões de euros em gastos com assistência social para reaquecer a economia alemã. Também se comprometeu a reforçar a ajuda à Ucrânia.

No entanto, ele provocou forte reação antes das eleições ao tentar endurecer as regras de imigração para contar com votos do partido de extrema-direita Alternativa Para a Alemanha (AfD), o que acabou não dando certo.

Embora Merz tenha descartado qualquer aliança com o AfD, a ex-chanceler Angela Merkel disse que ele estava “errado” ao aceitar os votos do partido, e ele enfrentou grandes protestos. Merz também prometeu uma liderança mais firme da Alemanha na Europa e maior apoio à Ucrânia, sem descartar uma futura adesão do país à Otan.

Votação histórica da AfD

As pesquisas boca de urna mostram que a AfD será a segunda força na política do país — conquistando uma votação histórica para o Parlamento alemão.

O copresidente do partido, Tino Chrupalla, diz que está “muito orgulhoso do partido”, após as pesquisas de boca de urna deste domingo (23). “Estávamos unidos, nossa campanha foi direcionada e fomos disciplinados”, disse ele, ao lado da copresidente Alice Weidel. “Podemos realmente provocar uma mudança histórica”, afirmou, acrescentando que o partido “está sempre abertos a negociações”.

Outros partidos têm sido inflexíveis em não formar uma coalizão com a AfD. Mas Chrupalla diz que seu partido recebeu “um mandato para provocar mudanças políticas”.

Ao longo da última década, a AfD tem sido um dos partidos que mais cresceu junto ao eleitorado alemão. O partido é liderado por Weidel, uma mulher lésbica e conservadora que se tornou popular entre os eleitores jovens no TikTok, principalmente homens.

A AfD propõe medidas como a saída da União Europeia, a volta do marco alemão no lugar do euro como moeda nacional, o reestabelecimento de relações com a Rússia, a desativação de usinas eólicas e uma política de “remigração” — com deportação de cidadãos alemães baseado nas suas etnias.

Novo governo

Nas eleições desde domingo, estavam sendo disputados 630 assentos no Parlamento alemão. As eleições para o chamado Bundestag normalmente ocorrem a cada quatro anos. A próxima estava prevista para 28 de setembro de 2025, mas foi antecipada devido ao colapso do governo Scholz.

A coalizão governante será formada pelos partidos que conseguirem juntos mais de 50% dos assentos. Isso quer dizer que os conservadores CDU e CSU precisam se somar a outras legendas.

No entanto, Friedrich Merz descartou formar uma coalizão com o partido de extrema-direita AfD, o que limita suas opções de parceiros de governo.

Isso torna mais provável um acordo com os Sociais-Democratas (SPD), de Scholz, embora haja resistência dentro do partido devido a disputas recentes sobre migração. Scholz disse neste domingo que os resultados das eleições são “amargos” para seu partido, chamando-os de “derrota”.

Falando com apoiadores em Berlim, o chanceler alemão disse que é um momento “em que temos que reconhecer que perdemos a eleição”. Na eleição anterior, ele disse, o partido teve um resultado “melhor” pelo qual ele foi “responsável”, acrescentando que esse resultado “é pior, e eu sou responsável por isso também”.

Da BBC News Brasil

Em uma coletiva de imprensa neste domingo (23), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que estaria disposto a “abrir mão” da presidência do país em troca da paz.

“Se for necessário que eu deixe este cargo, estou pronto para isso, e também posso trocá-lo pela adesão da Ucrânia à Otan”, disse Zelensky, referindo-se à aliança militar dos países da Europa e América do Norte.

A Rússia se opõe consistentemente à ideia de que a Ucrânia se torne membro da Otan, temendo que isso traga forças da aliança militar para mais perto de suas fronteiras.

Zelensky enfatizou ainda que seu foco está na segurança da Ucrânia agora, e não daqui a 20 anos, deixando claro que não é seu “sonho” permanecer presidente por uma década.

O mandato presidencial de Zelensky expirou em maio do ano passado. No entanto, a Ucrânia está sob lei marcial desde a invasão russa em fevereiro de 2022, o que suspendeu as eleições presidenciais.

Em novembro, todos os partidos do parlamento ucraniano apoiaram o adiamento das eleições até o fim da guerra, e Zelensky prometeu realizar uma nova eleição assim que o conflito terminar.

As declarações do ucraniano aconteceram após a Rússia lançar o seu maior ataque único de drones em três anos de guerra.

Na segunda-feira (24), líderes mundiais irão à Ucrânia para discutir garantias de segurança para o fim da guerra – Zelensky disse que espera que seja um “ponto de inflexão”.

Minerais para os EUA?

O presidente ucraniano também se pronunciou sobre as exigências dos Estados Unidos por uma participação nos minerais de terras raras da Ucrânia — um “acordo” que o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou refletir a quantidade de ajuda que os americanos forneceram ao país durante a guerra.

Inicialmente, Zelensky rejeitou essas exigências, mas agora afirma: “Estamos prontos para conversar sobre minerais” com os americanos. “Estamos prontos para compartilhar”, mas ressalta que os EUA precisam fazer Putin “acabar com esta guerra”.

Ele reitera que a Ucrânia precisa de garantias de segurança, e que os acordos preliminares oferecidos até agora não são o que o país deseja. Ainda assim, Zelensky afirma que as negociações estão avançando.

O presidente também foi perguntado sobres as recentes declarações de Trump, que classificou o ucraniano como “ditador”. Zelensky disse: “Eu não chamaria as palavras de Donald Trump de um elogio”. “Eu não fiquei ofendido, mas um ditador ficaria”, acrescentou ele com um sorriso.

Ucrânia e Otan

Zelensky tem defendido há muito tempo que a Ucrânia se torne um membro da Otan.

A aliança militar foi formada em 1949 por 12 países ocidentais, com o acordo de que, se um membro fosse atacado, os outros ajudariam a defendê-lo. O objetivo era conter o avanço da então União Soviética.

A Segunda Guerra Mundial acabara quatro anos antes, e os soviéticos que haviam ajudado a derrotar a Alemanha nazista emergiam, principalmente por questões ideológicas, como o maior adversário da Europa Ocidental e dos Estados Unidos.

Ou seja, a aliança militar nasceu de uma rivalidade com a Rússia, o principal país-membro da URSS, numa oposição entre dois campos: o capitalista e o comunista.

Hoje, a Otan conta com 32 membros, espalhados pela Europa e América do Norte. O mais recente membro foi a Finlândia, que quebrou uma longa política de neutralidade para ingressar na aliança após o início da guerra entre a Ucrânia e a Rússia, com a qual compartilha uma fronteira terrestre.

A Rússia se opôs consistentemente à ideia de a Ucrânia se tornar membro, citando preocupações de que isso colocaria forças da Otan muito perto de suas fronteiras.

Para Vladimir Putin, a Otan serve como instrumento da política externa americana e exemplo da forte influência que o país exerce sobre seus aliados.

Recentemente, o Kremlin disse a Zelensky que “enxergasse a realidade”, quando o ucraniano sugeriu que a adesão à Otan fazia parte de seu “plano de vitória”.

A Otan anunciou que a Ucrânia poderia se tornar um membro em 2008, mas o chefe da aliança, Jens Stoltenberg, negou essa possibilidade, afirmando que a Ucrânia poderia ingressar “a longo prazo”, mas não até que a guerra termine.