O prefeito de Camaragibe, Diego Cabral (Republicanos), reforçou sua aproximação com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), ontem, durante a sexta noite de comemorações pelos 43 anos de emancipação da cidade.
Silvio Costa Filho destacou o desempenho do prefeito à frente da gestão municipal. “Diego tem feito um trabalho exemplar desde que assumiu a gestão municipal, em vários setores, como o cultural. O carnaval e o aniversário de Camaragibe são provas disso. Agora, é a cidade do trabalho, respira desenvolvimento e vai crescer muito mais com emprego e renda, recebendo grandes eventos e melhorando a vida das pessoas. E vamos ajudá-lo nessa mudança de patamar”, afirmou o ministro.
A noite, embalada pelo show da cantora Raphaela Santos, também contou com a presença de aliados estratégicos como a vice-prefeita Comandante Débora, a ex-prefeita Dra. Nadegi Queiroz, o deputado estadual João de Nadegi (PV) e a vereadora recifense Flávia (PV).
Enquanto a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) emite um alerta para chuvas fortes no Litoral, Agreste, Zona da Mata Norte e Zona da Mata Sul, o Governo de Pernambuco surpreendeu ao anunciar o fechamento temporário da UPA de Engenho Velho, localizada em Jaboatão dos Guararapes, uma das áreas mais vulneráveis da Região Metropolitana do Recife. A medida, anunciada ontem, ocorre justamente quando o alerta climático indica risco elevado de enchentes e deslizamentos.
Segundo o comunicado, a unidade será fechada para “readequações estruturais”. No entanto, a decisão escancara a falta de planejamento e de sensibilidade da governadora Raquel Lyra (PSD) com a população que depende do sistema público de saúde. Com as chuvas intensas previstas para os próximos dias, o atendimento de emergência se torna ainda mais crucial.
Além de suspender os atendimentos, o Governo do Estado não apresentou qualquer plano alternativo para redirecionar os pacientes que possam vir a precisar de assistência na UPA de Engenho Velho. Não houve anúncio de redirecionamento para outras unidades, nem reforço nas emergências dos hospitais da região. O resultado é o abandono da população à própria sorte, em meio a um cenário de risco climático e aumento de doenças sazonais. A única ação concreta da gestão de Raquel Lyra foi fechar as portas da UPA.
Ao invés de fortalecer a rede pública para enfrentar um cenário de crise, o Governo optou por retirar um serviço essencial. E, mais uma vez, quem paga a conta é o povo.
O Brasil registrou, em 2024, o maior número de pessoas desabrigadas e desalojadas por desastres climáticos desde o início da série histórica, em 1991: 1,13 milhão de brasileiros tiveram que deixar suas casas em razão de eventos extremos como chuvas intensas, estiagens e secas.
Os dados são do Atlas Digital de Desastres no Brasil, produzido pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), e foram obtidos com exclusividade pela Globonews.
O número se refere a pessoas que, em algum momento do ano, estiveram desabrigadas ou desalojadas; não necessariamente que permanecem nessa condição atualmente.
A quantidade de mortos também aumentou. Foram 306 óbitos registrados em 2024, um crescimento de 58% em relação a 2023, quando houve 193 mortes. Trata-se do maior número desde 2022, ano em que 650 pessoas perderam a vida em decorrência de eventos climáticos.
Outro dado inédito do levantamento aponta que 299 mil pessoas ficaram feridas ou adoeceram em consequência direta de desastres ambientais no último ano.
Entre os municípios com mais vítimas fatais estão:
Canoas (RS), com 31 óbitos;
Mimoso do Sul (ES), com 18;
e Aguiarnópolis (TO), com 17.
A cidade com maior número de mortos, Canoas, estava no epicentro das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024.
Segundo o relatório, 79% das mortes foram causadas por chuvas intensas, o tipo de desastre mais letal e também o segundo mais recorrente em 2024, com 1.265 ocorrências.
Os desastres mais frequentes foram estiagens e secas, com 1.279 episódios no ano.
A visita do ministro do Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias (PT), a Pernambuco na última sexta-feira (16), reforçou a relação republicana do governo federal com o estado, independentemente de partidos. No Recife, Dias lançou o programa Acredita no Primeiro Passo, voltado para o desenvolvimento profissional.
A iniciativa receberá, ao todo, R$ 90 milhões para fomentar ações em todo o estado. O recurso faz parte do pacote de R$ 17 bilhões que estão sendo investidos pelo Ministério, de janeiro a dezembro deste ano, só em Pernambuco.
O gestor federal participou de evento com o prefeito do Recife, João Campos (PSB), pela manhã, no Teatro de Santa Isabel, e à tarde esteve no Palácio do Campo das Princesas, em solenidade com a governadora em exercício, Priscila Krause (PSD). Em eventos separados, os gestores municipal e estadual aderiram ao programa Acredita no Primeiro Passo.
Durante as agendas, Wellington Dias anunciou que serão liberados de imediato R$ 3 milhões para o início do programa no estado. Ele também afirmou que deseja fazer do Recife uma referência nacional no combate à fome e à desigualdade.
“Queremos colocar o SUAS, o Sistema de Assistência Social, num caminho que seja referência para o Brasil”, destacou o ministro.
O novo programa é voltado para a capacitação profissional, o acesso ao emprego e apoio ao empreendedorismo com oferta de microcrédito e cursos de formação.
Priscila Krause comemorou a criação da política pública, destacando que os recursos vão reforçar iniciativas de desenvolvimento social do governo estadual que já estão em andamento. Já João Campos enfatizou a transversalidade das ações e a parceria com o governo federal como um dos fatores que garantem o sucesso das políticas públicas de desenvolvimento social.
Miguel de Cervantes, da obra prima Dom Quixote, disse, certa vez, que a perseverança é a mãe da boa sorte. Mas o que é sorte? Segundo o Google, sorte é uma força sem propósito, imprevisível e incontrolável. “Quem tem amor na vida, tem sorte”, diz um trecho de uma canção de Zé Ramalho. “Tem sorte quem acredita nela”, ensina outra melodia, esta de Fernando Mendes, que ouvia quando adolescente em minha Afogados da Ingazeira.
“Minha sorte está lançada”, diz um poeminha de Vinicius de Moraes, o maior de todos que se ousam a ser poetas. Já li que a sorte bate em cada porta uma vez na vida. A palavra sorte foi usada também por gênios. Estadista britânico, Winston Churchill disse que a sorte não existe. “Aquilo a que chamamos sorte é o cuidado com os pormenores”, sentenciou.
Albert Camus, escritor, filósofo, dramaturgo e ensaísta franco-argelino, nos ensinou que não ser amado é falta de sorte. “Mas não amar é a própria infelicidade”, advertiu. “A sorte sorri aos fortes”, declarou Terêncio, dramaturgo e poeta da Velha Roma. O jornalista americano Earl Wilson escreveu que sucesso é apenas uma questão de sorte. “Pergunte a qualquer fracassado”, provocou.
Relendo “O Príncipe”, de Maquiavel, a “bíblia” de todo político, descobri que a sorte é feminina e para dominá-la é preciso saber flertar e seduzi-la. Também é reconhecido que ela se deixa seduzir mais pelos amantes ousados do que por aqueles que procedem com cautela e frieza. E ensina: “A sorte, como a mulher, é sempre mais amiga dos jovens, porque são menos cautelosos, mais ousados e impulsivos e a dominam com maior audácia e voracidade”.
E continua a ensinar: “O príncipe cauteloso, no momento em que é necessário ser impulsivo, não consegue sê-lo e por isso fracassa. Se mudasse de natureza, conforme as exigências do tempo e das coisas, não fracassaria e, assim, sua sorte não mudaria”.
Nos dias atuais, as circunstâncias mudam num piscar de olhos. Se apegar demais às conquistas e estratégias do passado, pode ocorrer um tremendo risco de ser excluído do jogo a qualquer momento. Grandes líderes que se perpetuaram na política muitas vezes não dependeram dos seus talentos, mas da sorte. “Não há fórmula mágica para o sucesso. Ideias, regras e princípios servem apenas como ferramentas, mas se não aparecer a sorte, não servem para nada”, escreveu Maquiavel.
Estudos apontam que entre 85% e 90% do que nos acontece foge completamente do nosso domínio. “Ao nascer, por exemplo, você não teve controle sobre quem seriam seus pais, o ano e o lugar em que nasceu. Se seus pais foram ou são bons, você é uma pessoa de sorte”, segundo Maquiavel. “Aquilo que conhecemos como sorte depende muito da habilidade de combinar com o nosso modo de agir com o que é exigido pelas particularidades de cada momento.
Pense assim, como ensinou Maquiavel: “Aquele que observar as particularidades do momento, e souber agir de acordo, será beneficiado por elas. Aquele que não as observar encontrará enormes problemas e será visto como desprovido de sorte. Por isso, acredito que será feliz aquele que combinar seu modo de agir com as particularidades do momento. E infeliz aquele cujas ações delas divirjam”.
Maquiavel nos ensina ainda que as pessoas sempre buscam o poder, a glória e a riqueza. “Algumas agem com precaução, outras com impetuosidade. Umas optam pela violência, outras pela astúcia. Algumas escolhem a paciência, outras a agitação, e assim por diante. E cada uma pode, a partir destes diversos modos, alcançar seus objetivos, desde que considerem ou não ignorem o fator sorte”.
Diante de tanta riqueza de ensinamentos, não reclame do barulho quando a sorte lhe bater à porta. “Com sorte, você atravessa o mundo, sem sorte você não atravessa a rua”, segundo o conceito do genial Nelson Rodrigues.
Conheça as picapes que menos se desvalorizaram no primeiro ano de uso
A Mobiauto, portal de vendas de veículos usados do Brasil, realizou uma pesquisa em sua base de dados e elencou quais as dez picapes que menos desvalorizaram no último ano. O destaque do levantamento foi a Nissan Frontier, que apresentou depreciação média de apenas -0,32% entre abril de 2024, quando era zero quilômetro, e abril de 2025, como modelo seminovo.
O índice de desvalorização da Nissan Frontier ficou abaixo da média apresentada pela Toyota Hilux, líder do segmento de picapes médias no mercado brasileiro, que foi de -3,11%. Outro modelo que perdeu pouco valor no primeiro ano de uso, a Effa V22 registrou a segunda menor desvalorização durante o período analisado (-0,56%).
Entre as picapes intermediárias, a Chevrolet Montana registrou a menor depreciação (-3,86%), seguida pela Ram Rampage (-6,69%) e Renault Oroch (-9,79%). A General Motors também foi destaque no segmento de picapes grandes. A Chevrolet Silverado teve desvalorização média de -5,31%, índice inferior ao das Ram 2500 (-5,60%) e 3500 (-8,52%). Confira a lista abaixo:
Vem aí o novo Jeep Avenger – Agora é oficial: o Jeep Avenger será fabricado no Brasil a partir de 2026. Só não se sabe se no Polo da marca em Goiana, Pernambuco, ou em outra unidade — como a fábrica de Betim e, com mais chances, a de Porto Real, no Rio, onde são montados os modelos Citroën (C3, C3 Aircross e Basalt) e que tem mais capacidade disponível. O ano de 2025 é especial para a Jeep no Brasil. A marca celebra uma década de produção nacional, com mais de 1 milhão de SUVs vendidos desde 2015. Um marco que se soma à rica trajetória no país, iniciada no final dos anos 40.
O quarto modelo nacional da Jeep ingressará na linha como opção de entrada. Ele foi lançado na Europa há dois anos com motorização híbrida e elétrica e tem plataforma diferente das da Peugeot e da própria Jeep em Goiana. Lá, com isso, o foco será para a nova geração do Renegade — que crescerá e ficará mais refinado e, certamente, mais caro. O Avenger deverá ter uma motorização híbrida, a chamada leve, com sistema de 48V. Seria a segunda opção do programa de eletrificação Bio-Hybrid da produção brasileira da Stellantis e que contempla hibridização leve, já presente nos Fiat Pulse e Fastback, além de versões plug-in e totalmente elétrica, as duas últimas ainda a serem adotadas mais para frente.
Série do Renegade marca 10 anos da Jeep – A marca norte-americana do grupo Stellantis já produziu mais de 1,3 milhão de veículos (Renegade, Compass e Commander) no Polo Automotivo de Goiana, em Pernambuco, em dez anos de atuação. O menor deles, o SUV Renegade, foi o pioneiro. Por isso, a empresa o escolheu como símbolo do 10º aniversário da planta inaugurada em maio de 2015. A Jeep é dona 6,5% no segmento de automóveis e deve muito ao Renegade, que já acumula mais de 530 mil licenciamentos.
A série especial Renegade 10 anos tem numeração sequencial e somente 1.010 unidades, número proposital e que faz referência à primeira década de Goiana e do renascimento da Jeep como marca de produção nacional. Cada uma das mais de mil unidades terá sua numeração única exibida em logotipo aplicado no painel. Visualmente, o Renegade Série Especial 10 anos pode ser identificado pelas rodas pretas de 17” e referências ao aniversário em adesivos de capô e na coluna C, bordados no banco e até nas soleiras das portas. Baseada na versão topo de gama Willys, custa R$ 185.990 e conta ainda com tração 4×4, pneus ATR+, central multimídia de 8.4” com espelhamento sem fio, quadro de instrumentos digital, ar-condicionado automático de duas zonas, seis airbags, teto solar e sistemas de condução semiautônoma.
Mitsubishi traz nova geração do Outlander – A Mitsubishi Motors apresentou no começo da semana a nova geração de um dos mais relevantes SUVs da marca: o Outlander. O modelo chega ao mercado brasileiro em duas versões, ambas com tecnologia híbrida plug-in. A Mitsubishi diz que essa quarta geração é o SUV mais luxuoso e tecnológico já produzido em toda a história da marca. Ele tem capacidade para transportar até sete passageiros. A HPE-S custa R$ 375 mil e a Signature R$ 390 mil — e ambas têm garantia total de cinco anos e bateria de alta tensão com garantia total de oito anos. Com tração integral nas quatro rodas e sete modos de condução para todos os tipos de terreno, o modelo é equipado com dois motores elétricos e um à combustão que, somados, geram 252CV de potência e 45,9kgfm de torque – com autonomia combinada estimada em 680 quilômetros.
Ranger Black para assinatura na Ford Go – A nova picape urbana pode ser assinada por um valor fixo mensal a partir de R$ 5.427, no plano com 1.000 km/mês e duração de 36 meses. Há também planos com 12 ou 24 meses e rodagem de até 5.000 km por mês. Na assinatura o cliente não precisa se preocupar com investimento inicial, IPVA, documentação, manutenção, seguro e negociação do veículo usado. Além de outras versões da Ranger, incluindo a XLS 2.0, XLT 3.0 V6, Limited e Limited +, o Ford Go oferece a Transit nas versões Minibus, Furgão e Chassi.
Juros altos, financiamento baixo – As vendas financiadas de veículos recuaram 7,2% em abril, quando comparadas ao mesmo mês do ano passado. A queda foi ainda maior no segmento de automóveis e comerciais leves, da ordem de 8,9%. “A queda ocorre em meio a um cenário econômico desafiador e reflete o impacto das altas taxas de juros”, analisa Daniel Takatohi, superintendente de Produtos de Financiamentos na B3. Em números absolutos, até houve alta de 3% em abril com relação a março, mas apenas um reflexo do maior número de dias úteis no mês. Segundo Takatohi, a média diária do mês passado foi menor do que a do mês anterior, assim como também é negativo o balanço do acumulado do ano. Foram 2.245.000 unidades financiadas no primeiro quadrimestre, redução de 1,1% sobre idêntico período de 2024 e o equivalente a 25 mil unidades a menos nos negócios a prazo.
S 1000 RR em pré-venda – A moto esportiva BMW S 1000 RR já está em pré-venda no Brasil como modelo 2026. Mais potente da Motorrad produzida no país, o modelo tem novidades estéticas e mecânicas e é o segundo lançamento da marca no país este ano. E novos modelos chegarão em breve. Visualmente, o modelo parece uma moto de corrida apta para andar nas ruas. Os difusores de ar na dianteira ajudam na aerodinâmica em altas velocidades e proporcionam mais estabilidade em trechos sinuosos e em circuitos. As novas asas a deixam ainda mais esportiva e proporcionam até 37% de downforce a mais do que a antecessora. Disponível em três versões (RR, M Package e M Carbon), a nova S 1000 RR vem recheada de equipamentos de série. A moto é equipada com motor de quatro cilindros com 210 cv de potência e 11.5kgfm de torque. A transmissão é de seis velocidades, com potência e torque de forma uniforme e linear.
Versões e preços:
S 1000 RR Preta – R$ 139.900
S 1000 RR Cinza – R$ 141.900
S 1000 RR M Package – R$ 158.900
S 1000 RR M Carbon – R$ 178.900
Crossover DL 160 a R$ 21.470 – A Haojue, representada pelo Grupo JTZ no Brasil, lançou a crossover DL 160. A novidade já está disponível nas concessionárias da marca e parte de R$ 21.470, sem frete. O modelo é equipado com motor monocilíndrico de 162,4 cm³ capaz de gerar 14,9 cv e 1,4kgfm de torque. O propulsor é refrigerado a ar, com câmbio sequencial de cinco marchas. A DL 160 oferece uma progressividade satisfatória, sobretudo para o uso urbano, aproveitando uma segunda marcha mais curta. Vem equipada com painel digital (com indicador de marcha), entrada USB, cavalete central e farol e lanterna de LED.
As novidades da Bajaj nas linhas 160 e 200cc – A Bajaj acaba de apresentar novidades em seus modelos 160 cc e 200 cc 2025/2026. A começar pelo nome, os dois modelos ganham a sigla NS (naked sport), denominação já utilizada pela marca em outros mercados, passando a se chamar Dominar NS 160 e Dominar NS 200. Ambas ganharam painel digital completo, com conectividade via bluetooth e acesso ao novo App Bajaj Ride Connect — que garante diversas funcionalidades, inclusive de navegação. O aplicativo se conecta ao painel digital da moto, possibilitando acesso a chamadas, músicas, notificações e navegação curva-a-curva na tela. Além disso, o novo equipamento traz conta-giros, indicador de marcha, indicador de combustível, relógio e computador de bordo com consumo médio e instantâneo, entre outras funções. A NS 160 tem preço a partir de R$ 17.900; NS 200, a partir de R$ 20.900.
O que pesa mais no bolso: comprar ou alugar um carro? – O conceito de carro por assinatura tem se tornado cada vez mais popular. A ideia é parecida com o aluguel de uma casa. Você faz um contrato geralmente de 3 anos pagando um valor por mês para usar o carro, com tudo pago (exceto gasolina). Isso significa que você não precisa pagar IPVA, manutenção, seguro, revisão e outros gastos que a maioria dos proprietários de veículos tem. A vantagem desse serviço é que você não precisa se preocupar com muitas coisas e ter um carro sempre com cheiro de novo. Além de não pensar na revenda do veículo depois de usado.
Mas isso tem um preço. Veja estudo de Antônio Sanches, analista de research da Rico, compara os custos das duas opções usando um modelo de R$ 73 mil.
Pelas minhas pesquisas em diversas locadoras de carros e até mesmo marcas de carros que possuem a assinatura, o custo anual atualmente está em torno de 30% a 35% do valor do mesmo carro zero. Em outras palavras, um contrato de 3 anos de assinatura será aproximadamente o preço de comprar o carro na concessionária.
Então, não faz mais sentido comprar um carro?
Vamos detalhar mais essa análise. Quando compramos um carro, é importante lembrar todos os custos que podemos ter ao longo do tempo, que no caso da assinatura estão embutidos no serviço.
Digamos que você compre um carro zero de aproximadamente R$ 72.990, preço aproximado de um carro popular zero no Brasil. Vamos colocar na ponta do lápis alguns custos que você terá com essa aquisição.
IPVA
R$ 2.920
Revisão
R$ 3.932
Seguro
R$ 3.066
Licenciamento, emplacamento, cartório e despachante
R$ 820
Total
R$ 10.738
IPVA de 4% do veículo; Fonte dos custos https://www.carrosnaweb.com.br/ para Fiat Mobi 1.0
Considerando os custos para os próximos anos, com a retirada de custos de aquisição, reduzindo o valor de IPVA e seguro (conforme ocorre a desvalorização do veículo) temos os seguinte valores:
Custo por ano
1º ano
R$ 10.738,00
2º ano
R$ 9.259,54
3º ano
R$ 8.886,61
Total nos primeiros 3 anos
R$ 28.884,15
Para chegar a esses valores, consideramos a desvalorização do veículo de 11% no primeiro ano e mais 7% para os próximos anos. Esse dado pode variar de modelo para modelo e é importante pesquisar sobre o pós venda de seu veículo para não ter surpresas na hora da revenda.
Valor do carro
Ato da compra
R$ 72.990,00
1º ano
R$ 64.961,10
2º ano
R$ 60.413,82
3º ano
R$ 56.184,86
Assim, com a aquisição do carro você teria o seguinte fluxo de caixa (gastos e ganhos) resumido desta forma:
Movimentações
Saldo em conta
R$ 72.990,00
Compra do carro
– R$ 72.990,00
Custo dos 3 anos
– R$ 28.884,15
Revenda do carro
+ R$ 56.184,86
Resultado
R$ 27.300,71
E se eu investir meu dinheiro nesse período?
Outro cálculo válido é considerar quanto você teria de rendimento se mantivesse o valor da compra do carro aplicado nesse período.
Assim, supondo você encontre um investimento (ou uma carteira) que pague em torno de 12% ao ano (líquido ou isento de imposto) pelos próximos 3 anos, você teria um rendimento que ajudaria no pagamento mensal das parcelas de uma assinatura.
Portanto, considerando a assinatura de um carro de R$72.990,00, em 36 meses de parcelas de R$1.900,00 (corrigidas anualmente pela inflação hipotética de 5% ao ano), o resultado para período seria o seguinte:
Mês
Saldo
Rendimento
Assinatura
Final
1
R$ 72.990,00
R$ 692,59
R$ 1.900,00
R$ 71.782,59
2
R$ 71.782,59
R$ 681,13
R$ 1.900,00
R$ 70.563,72
3
R$ 70.563,72
R$ 669,56
R$ 1.900,00
R$ 69.333,28
4
R$ 69.333,28
R$ 657,89
R$ 1.900,00
R$ 68.091,17
5
R$ 68.091,17
R$ 646,10
R$ 1.900,00
R$ 66.837,27
6
R$ 66.837,27
R$ 634,21
R$ 1.900,00
R$ 65.571,48
…
…
…
…
…
33
R$ 25.185,36
R$ 238,98
R$ 2.094,75
R$ 23.329,59
34
R$ 23.329,59
R$ 221,37
R$ 2.094,75
R$ 21.456,21
35
R$ 21.456,21
R$ 203,59
R$ 2.094,75
R$ 19.565,05
36
R$ 19.565,05
R$ 185,65
R$ 2.094,75
R$ 17.655,95
Com esse resultado, ao final dos 36 meses, o saldo fica positivo em R$ 17.655,95. Desta forma, podemos perceber que o valor fica abaixo em relação aos custos da compra do carro.
Comprar um carro ou assinar?
Colocando as comparações lado a lado, a diferença entre você assinar um carro (deixando seu dinheiro render) ou comprar um carro zero seria a seguinte:
Opções
Saldo Final
Assinatura
R$ 17.655,95
Compra à vista
R$ 27.300,71
Em nossa simulação, quem compra o carro à vista leva uma vantagem em relação àquele que opta por alugar o veículo. Porém, o resultado pode ser diferente se algumas variáveis como o preço da revenda, preço do serviço de assinatura, inflação ou o rendimento dos investimentos for diferente de nossa simulação.
Vale reforçar que os planos de assinatura de carros podem sofrer alterações de forma recorrente, pois é impactado por alguns fatores, como custos de manutenção do veículo e inflação. Se comparado aos preços do final de 2024, houve uma leve redução nos planos de assinatura.
Por isso, vale destacar que acompanhar os preços e fazer comparação em diferentes empresas que oferecem o serviço é fundamental na hora de se planejar para fazer este investimento.
E se você não tiver dinheiro para investir, vale financiar?
Agora, caso a pessoa não possua o valor para o investimento ou compra à vista do veículo, optar por um financiamento do mesmo carro simulado anteriormente, ainda pode ser uma opção mais vantajosa do que o aluguel, mesmo com a queda nos planos de assinatura. Veja abaixo:
Alugando sem investir
Financiando* (juros de 1,97% ao mês)
custo 1º ano
– R$ 22.800,00
-R$ 53.096,62
custo 2º ano
– R$ 23.940,00
-R$ 39.141,00
custo 3º ano
– R$ 25.137,00
-R$ 33.590,91
ganho no período
R$ 56.184,86 **
– R$ 71.877,00
– R$ 69.643,66
*valor da compra do carro, entrada de 10% e os custos anuais.
**valor hipotético da revenda
Pontos que são importantes ressaltar:
Os custos utilizados nesses cálculos podem variar bastante. O custo de seguro pode variar de acordo com o seu perfil, o custo de manutenção pode ser mais alto caso aconteçam imprevistos e a desvalorização do seu veículo pode ser maior ou menor que as utilizadas nesse exemplo. Esse texto serve para ilustrar como você pode fazer esse cálculo para não esquecer de nada na hora de fechar um negócio, seja com uma locadora de carros ou com uma concessionária na compra do seu carro zero.
Comparando banana com banana. Nesse exemplo, não seria justo comparar um carro zero com um carro usado, em que a desvalorização pesa menos nos cálculos. Além disso, existem pessoas que vivem bem sem seguro no seu carro, que é um dos principais custos de possuir um carro. Como a assinatura oferece esse serviço, não seria justo deixar esse custo de fora.
12% líquido ao ano. Com a taxa de juros atual, não está sendo muito difícil encontrar um investimento com essa rentabilidade atualmente. Inclusive, na nossa recomendação de renda fixa desse mês, você encontra um investimento bem próximo a essa rentabilidade. Entretanto, isso pode mudar quando a taxa de juros voltar a cair, mudando bastante a rentabilidade que você pode ter com seus investimentos em renda fixa (recomendados para o curto prazo).
Financiamento de 1,97% ao mês. A taxa utilizada para o cálculo do financiamento foi a média encontrada dos últimos 12 meses para financiamento veicular, segundo o Banco Central.
Franquia de km? Quase todas as locadoras limitam uma franquia de quilômetros. Essa franquia é um limite que você pode usar o veículo sem pagar um adicional. No geral, elas são de 36.000km para os 3 anos de uso. Isso evita que um cliente use muito o carro, aumentando o custo de manutenção, além da desvalorização do carro. O valor pode aumentar um pouco caso você contrate uma franquia maior, mas acredito ser uma utilização normal para a média das pessoas.
Faça as contas! É importante você realizar esse exercício para a sua própria realidade. Caso você utilize muito pouco o carro, talvez faça sentido o aluguel de carro por curtos períodos ou até mesmo usar aplicativos de táxi/carona quando possível.
Uma outra opção (caso você esteja pensando em investir mais, mas sem abrir mão de um carro) é fazer um “downgrade” do seu carro atual. Trocar seu carro por um mais barato pode te ajudar bastante a melhorar sua vida financeira para ter mais tranquilidade no futuro.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.