PT precisa se reconstruir de baixo para cima, diz José Dirceu

Por Houldine Nascimento
Do Poder360

O ex-ministro José Dirceu disse neste sábado (29) que o Partido dos Trabalhadores precisa passar por “grande mudança”. Ao Poder360, ele afirmou que a sigla do presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisa “se reconstruir de baixo para cima”.

“O mundo mudou, o Brasil mudou. O PT precisa de certa forma, de baixo para cima, se reconstruir: sedes, filiações ­– como está fazendo – e principalmente digitalizar o partido. Entrar nas redes, usar esse instrumento tão importante para formar, informar e mobilizar a militância. Inclusive, no futuro, para tomar decisões”, declarou.

Presidente nacional do partido de 1995 a 2002, Dirceu falou sobre o assunto depois de participar do lançamento da “8ª Conferência da Articulação Unidade na Luta: A conjuntura e os desafios impostos ao PT”, no auditório da sigla, em Brasília.

Para Dirceu, também é necessário que a legenda fortaleça a frente ampla para Lula disputar a reeleição em 2026.

“O partido volta também a fortalecer tanto a frente Ampla, que elegeu Lula, como a frente de esquerda. Hoje, nós temos uma federação com PV e PC do B, mas precisamos estar unidos em 2026 com o PDT, o PSB, o Psol e a Rede, e ampliar essa aliança. Lula vai precisar de um palanque para derrotar o bolsonarismo – ou na figura do [Jair] Bolsonaro ou do Tarcísio [de Freitas] – amplo”, afirmou.

Assista à entrevista de Dirceu ao Poder360:

Evangélicos

Segundo Dirceu, há um erro em criticar a participação dos evangélicos na política. Ao falar sobre o assunto, ele afirmou que a sigla – fundada em 1980 – surgiu em igrejas e mencionou que integrantes da legenda recorriam a templos para evitar prisões durante a ditadura militar (1964-1985).

“Quando nós criticamos os evangélicos por fazerem política, nós estamos errados. As igrejas, os pastores e os evangélicos. Porque nós nascemos nas igrejas, nas comunidades, nas pastorais. Nós fugíamos para as igrejas quando estávamos para ser presos pela repressão. Era nas igrejas que nós montávamos comitês de greve para arrecadar alimentos”, declarou.

Presidente nacional do partido de 1995 a 2002, Dirceu falou sobre o tema ao discursar durante o lançamento da “8ª Conferência da Articulação Unidade na Luta: A conjuntura e os desafios impostos ao PT”, no auditório da sigla, em Brasília.

“Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Nós temos visões, projetos políticos e de vida diferentes, às vezes antagônicos por causa do conservadorismo, do liberalismo econômico e muitas vezes do autoritarismo diante de facções evangélicas. Não é pela questão da religião. Não é porque eles não podem fazer”, acrescentou Dirceu.

O ex-ministro também fez um comentário sobre a igreja católica. Eis o que disse:

“Vamos lembrar que a igreja católica brasileira teve um papel fundamental no domínio das elites escravocratas da monarquia, depois da república velha e depois também do anticomunismo porque é ela que é a principal força do golpe militar de 1964.”

Da CNN Brasil

Pesquisa AtlasIntel feita com exclusividade para o programa GPS CNN deste sábado (29) aponta que a maioria da população defende que o ex-presidente Jair Bolsonaro desista da candidatura ao Palácio do Planalto em 2026 e apoie um outro candidato do campo político da direita.

Segundo o levantamento, 47,1% dos entrevistados disseram que Bolsonaro deveria desistir da candidatura e apoiar outro nome. Já 45,9% disseram que ele deveria manter a intenção de ser candidato da direita em 2026 e 7% responderam não saber.

O debate sobre uma eventual desistência de Bolsonaro cresceu nos bastidores na últimas semanas — e especialmente nesta semana, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) o tornou réu no julgamento da tentativa de golpe após as eleições de 2022.

Isso porque a tendência é de que ele seja condenado e preso ainda neste ano. Além disso, ele está inelegível desde 2023 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ou seja, ainda que registre sua candidatura, não deverá conseguir ter seu nome na urna.

Bolsonaro participou da tentativa de golpe?

A sondagem da AtlasIntel também questionou se consideram que Bolsonaro participou ou não da tentativa de golpe: 51,4% disseram que sim; 48,1% acham que não e 0,5% não soube responder.

Para o economista-chefe da AtlasIntel, Camilo Rabelo, a pesquisa mostra que a população entende que, de fato, Jair Bolsonaro não conseguirá se candidatar.

“Jair Bolsonaro já está inelegível. Por isso, parte do resultado de que a maior parte das pessoas (47%) pensa que Bolsonaro deveria desistir da candidatura à Presidência em 2026 passa pela percepção de que ele deveria dar lugar a alguém apto a concorrer em seu lugar”, afirma Camilo.

“Vemos na pesquisa a percepção de que ele teve um envolvimento em uma tentativa de golpe e que as denúncias são justificadas. Isso mancha parte do capital político pessoal do ex-presidente e contribui para que parte da população veja como inevitável que ele abra mão de ser candidato”, explica.

O governo Lula e as Forças Armadas decidiram não fazer menção ao golpe militar de 1964 no próximo dia 31 de março. A orientação é tratar a data como um dia comum, evitando manifestações oficiais. A decisão gerou críticas dentro do próprio PT, especialmente após o ex-presidente Jair Bolsonaro ter se tornado réu por tentativa de golpe. Para alguns aliados, o silêncio seria um erro político, visto que o partido sempre defendeu a memória dos anos de ditadura.

Desde 2023, o governo Lula aboliu a leitura da Ordem do Dia alusiva ao 31 de março, retomada por Bolsonaro em 2019. A prática já havia sido interrompida durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, nos anos 1990. A decisão de evitar qualquer referência à data tem como um de seus principais defensores o ministro da Defesa, José Múcio, que busca manter uma relação estável com as Forças Armadas após a crise gerada pelos atos de 8 de janeiro. As informações são da Agência Estado.

Mesmo sem manifestações do governo, integrantes do PT e de movimentos sociais organizaram atos para lembrar as violações da ditadura. No domingo (31), haverá um protesto na Avenida Paulista, em São Paulo, e na segunda-feira (1º), um evento na PUC-SP, que durante o regime militar foi alvo de repressão. O encontro também terá como foco a oposição à anistia dos envolvidos na invasão das sedes dos Três Poderes.

O Ministério dos Direitos Humanos afirmou, em nota, que mantém seu compromisso com a defesa da democracia e da memória histórica. A ministra Macaé Evaristo participará, no dia 31, de uma reunião da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, mas sem agenda específica sobre a data.

O PSB de Pernambuco reuniu sua militância neste sábado (29) em São Lourenço da Mata para um congresso regional que reforçou a unidade partidária e o legado do ex-governador Eduardo Campos. O evento contou com a presença do prefeito do Recife, João Campos, que destacou a força da legenda e projetou o futuro do partido. “Assim como foi o maior partido nas eleições de 2024, o PSB continuará sendo o maior partido do nosso estado em 2026”, afirmou.

Campos ressaltou a importância de manter a proximidade com a população, recordando o trabalho de seu pai e do ex-prefeito Ettore Labanca. “Pela memória de Ettore e de Eduardo, que a gente siga trabalhando e cuidando do povo que precisa”, disse. O prefeito de São Lourenço da Mata, Vinicius Labanca, destacou a necessidade de diálogo constante: “Ainda faltam um ano e três meses para irmos às urnas, mas não para começarmos a conversar”.

O presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, lembrou que o congresso faz parte da preparação para o Congresso Estadual, em abril, e para o Congresso Nacional, em maio, quando João Campos deve ser eleito presidente nacional da sigla. “Assim como fizemos com Arraes e Eduardo, vamos emprestar João Campos ao Brasil”, afirmou.

Lideranças de outras legendas aliadas também marcaram presença. Miguel Coelho (União Brasil) criticou a atual gestão estadual, enquanto Marília Arraes (Solidariedade) defendeu um projeto de renovação para Pernambuco. O presidente estadual do MDB, Raul Henry, reafirmou a aliança com o PSB. O evento faz parte de uma série de encontros que ocorrerão em diversas regiões do estado.

Por Aldo Paes Barreto*

O pernambucano de Nazaré da Mata, Marcos Vinícios Rodrigues Vilaça, foi o mais destacado, o mais abnegado, criativo e bem-sucedido divulgador da nossa cultura, no século passado. Jovem, com um pé na política, líder estudantil, desencantado com os rumos do golpe de 1964, tinha todas as qualidades que a burguesia sonhava para o futuro genro. Marcos Vinicios não bebia, não fumava, não prevaricava. Casou com a primeira namorada, companheira de toda a vida, a doce e altiva Maria do Carmo.

Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da UFPE, logo professor de Direito Internacional, seria convidado para ocupar a Secretaria do Governo Eraldo Gueiros (1971/1975), então apenas apêndice da burocracia oficial. Marcos Vilaça arregaçou as mangas. Trabalhador braçal da cultura, escritor, íntimo da boa leitura, foi dele ideia de transformar a Casa de Detenção, no centro do Recife, em Casa da Cultura. Foi ele quem recuperou, restaurou e deu dignidade à Academia Pernambucana de Letras. Na época, o vasto terreno da Academia estava sendo usado por uma clínica psiquiátrica vizinha para criar vacas. Coisa de doido.

Apoiado pelo governador Eraldo Gueiros, Vilaça entregou a administração do Conservatório de Música ao maestro Cussy de Almeida, e ali nasceu o Movimento Armorial, reunindo os vários gêneros que formam a múltipla identidade musical de Pernambuco. Pelas mãos de Cussy, Ariano Suassuna, Capiba, Rafael Garcia, Jarbas Maciel, Clóvis Pereira, Guerra-Peixe, Antônio Carlos Nobrega, a arte popular, renascia e a literatura de cordel ganharam roupagem musical. O maracatu, os caboclinhos, coco-de-roda, ciranda, samba, afoxé e o eterno frevo estavam de roupa nova.

Nos mais diversos palcos do Brasil, a música armorial desfilou beleza sonora, quando a mediocridade premiada ainda não determinava a música brasileira. Bons tempos. Marcos Vilaça foi responsável direto, agregador pluralista, pelo sucesso breve do movimento que encantou as mais variadas plateias. Pernambuco musicando para o mundo.

Quando deixou o governo do Estado, Vilaça fez as malas e levou sua bagagem e suas ideias para o centro do poder: Brasília. Não lhe faltaram convites. Exerceu os mais variados cargos em entidades públicas, sempre preservando espaço para cultura. Reconhecido pela Academia Brasileira de Letras, ocupou a vaga do amigo Mauro Mota. Ao assumir, Vilaça liderou a renovação da congregação e lembrado por ter colocado o ideal ateniense acima dos movimentos polítcos à direita e à esquerda. Enriqueceu a Academia e antigos críticos do conclave envergaram o pereline azul da casa. Jorge Amado foi um deles.

O pernambucano ganhou o mundo. Em seus arquivos, estão guardadas as mais representativas comendas, fulgurantes homenagens, medalhas, insígnas, reconhecimentos de todo os nove países onde se fala, e se lê, o Português.

Em todos esses países das comunidades lusófonas, da Europa e da África, além da totalidade dos estados brasileiros, em algum lugar permanece lá a pernambucanidade, a marca da nossa gente, a diversificada música, o artesanato, os autores, as tradições e boa parte de nossa rica história, levada pelo trabalhador cultural pernambucano.

No inicia deste século, a trajetória ascendente e vitoriosa dos Vilaça sofreu brusca e trágica parada. Era o primeiro dia do ano. O filho mais velho, Marcantônio, destacado marchand radicado em São Paulo, veio passar o réveillon com a família. Morreu de mal súbito naquele dia. Meses depois, também de maneira trágica perderia a neta, filha do caçula Rodrigo.

Aquele foi o ano que nunca terminou. Marcos e Maria do Carmo, também falecida, jamais foram os mesmos. Razões para viver estavam diminuindo. Muito.

*Jornalista

Do jornal O Globo

Responsável por pichar a estátua que fica em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), Débora Rodrigues dos Santos deixou o Centro de Ressocialização Feminino de Rio Claro, no interior de São Paulo, na noite de ontem. A informação foi confirmada hoje pela Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo (SAP).

A saída de Débora da prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

“A Secretaria da Administração Penitenciária informa que a pessoa citada foi colocada em prisão domiciliar ontem (28), às 20h, após a direção do Centro de Ressocialização Feminino de Rio Claro dar cumprimento ao Alvará expedido pelo Supremo Tribunal Federal”, diz a SAP em nota.

Durante os atos golpistas do 8 de janeiro, Santos foi fotografada escrevendo com batom na estátua A Justiça, que fica em frente no STF. Ela escreveu na obra “Perdeu, mané”, frase dita pelo ministro Luís Roberto Barroso (hoje presidente do STF) a um manifestante bolsonarista que o abordou em Nova York, em novembro de 2022.

Ela é ré no STF devido ao episódio. Na semana passada, ela começou a ser julgada e o ministro Alexandre de Moraes propôs uma pena de 14 anos de prisão. O relator foi acompanhado por Flávio Dino.

Entretanto, o ministro Luiz Fux pediu vista do caso na segunda-feira e paralisou o julgamento. Na quarta-feira, durante a análise da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, Fux indicou que irá sugerir uma pena menor.

Para Moraes, o adiamento do término do julgamento tornou “necessária a análise da atual situação de privação de liberdade” de Débora, que está detida desde março de 2023. O ministro, contudo, pontuou ser “incabível” atender pedido de liberdade provisória feito pela defesa da mulher.

Ao se manifestar sobre o pedido, a PGR também foi contrária ao pedido de liberdade provisória, mas considerou que a prisão preventiva pode ser substituída pela domiciliar até que o julgamento dela seja concluído.

O procurador-geral considerou que a mudança respeitaria os “princípios da proteção à maternidade e à infância e do melhor interesse do menor”, já que ela tem dois filhos menores de idade.

Em nota, a defesa de Débora comemorou a decisão de Moraes e chamou de “desproporcional” o tempo que ela ficou na cadeia.

“Durante todo o período de sua detenção, Débora esteve afastada de sua família e de seus filhos, vivendo uma situação que, na visão da defesa, foi completamente desproporcional e sem base sólida nas evidências. A decisão de sua libertação simboliza a esperança de que, mesmo em tempos difíceis, a verdade e a justiça prevalecerão”, afirmaram os advogados.

Com informações do portal Metrópoles

Após cinco dias de buscas intensas, a polícia localizou, na manhã deste sábado (29), Jocelmo Caldas da Silva, suspeito do sequestro da adolescente Ingrid Vitória, de 13 anos, na zona rural de Santa Maria da Boa Vista, no Sertão de Pernambuco. Ele foi encontrado no distrito de Caraíbas e reagiu à abordagem policial. Durante o confronto, foi baleado, socorrido a uma unidade hospitalar no município, mas não resistiu aos ferimentos.

Ingrid foi encontrada sem vida, nas proximidades de uma estrada em Caraíbas. Equipes da perícia criminal realizaram os primeiros levantamentos no local antes de encaminhar o corpo ao Instituto Médico Legal (IML) de Petrolina.

A operação contou com equipes especializadas da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) e apoio da Polícia Militar da Bahia. A Polícia Civil de Pernambuco segue investigando o caso para esclarecer todos os detalhes do crime.

Relembre o caso

No dia 25 de março, a vítima raptada estava com a mãe e o irmão de 3 anos. A família pegou uma carona com Jocelmo. Eles estavam voltando do município de Curaçá, na Bahia, para o povoado de Caraíbas, em Santa Maria da Boa Vista (PE).

Durante a viagem, o sequestrador agrediu a mãe de Ingrid, amarrou-a e a deixou na estrada com o filho mais novo. Em seguida, colocou a vítima no porta-malas do carro.

O caso é investigado pela Polícia Civil de Pernambuco (PCPE). Em depoimento, a mãe das crianças também disse que o sequestrador era vizinho do pai de Ingrid Vitória, morador de Curaçá. A mulher e os dois filhos também eram da Bahia, mas tinham se mudado recentemente para o município de Floresta (PE).

Buscas

Durante os trabalhos, as equipes de buscas chegaram a encontrar uma panela com arroz, uma mochila com uma carta que detalhava como pegar a menina e o veículo usado no sequestro.

A carta se parece com um ritual para fazer com que Ingrid se apaixone. No papel estava escrito: “Vai até a casa de Ingrid Vitória, não entre pela janela, mas sim pela porta da frente”. E a pessoa continua: “Dê três apertos no coração para que Ingrid Vitória só pense em mim a partir de agora. Eu invoco o Universo para que Ingrid venha até mim”.

Em nota de pesar divulgada há pouco, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), lamentou o ocorrido, destacou o esforço das forças de segurança na busca pela jovem e prestou solidariedade à família. Ela ainda ressaltou que a polícia seguirá com as investigações para esclarecer detalhes do caso.

Nota de pesar – Ingrid Vitória

Foi com muita tristeza que recebi a notícia que não queríamos ter. Foi encontrado, na tarde deste sábado (29), o corpo da adolescente Ingrid Vitória.

Desde o primeiro momento, nossas forças de segurança atuaram de forma incansável nas buscas. O suspeito foi localizado e veio a óbito durante confronto com a polícia, que seguirá com as investigações para esclarecer todos os detalhes do caso.

A toda sua família, amigos e população de Santa Maria da Boa Vista, a minha profunda solidariedade como mãe e governadora.

Raquel Lyra

Governadora de Pernambuco

Além dela, o deputado federal Eduardo da Fonte (PP) também divulgou nota de pesar lamentando o caso, classificando-o como uma “Uma tragédia que choca e revolta a todos nós”. “Que Deus conforte o coração dos familiares e amigos neste momento de imensa dor. Toda minha solidariedade à família, que enfrenta uma perda irreparável.”

O cenário político em Pernambuco continua gerando incertezas sobre as possíveis alianças para as eleições de 2026. Em entrevista ao jornalista Alberes Xavier, o senador Humberto Costa, novo presidente do diretório nacional do PT, comentou sobre a relação entre o PT e os principais partidos do estado, especialmente o PSB e o PSD, que agora conta com a governadora Raquel Lyra em suas fileiras. As informações são do jornal O Poder.

Segundo Humberto, a aliança nacional entre PT e PSB está consolidada e tranquila, mas a posição do PSD, partido de Raquel Lyra, ainda está indefinida, o que complica qualquer definição quanto ao apoio do presidente Lula à governadora no futuro.

O senador destacou que a prioridade do PT é a reeleição de Lula em 2026 e o fortalecimento do partido e de seus aliados no Congresso. “Será muito difícil o PT apoiar qualquer candidato, não apenas aqui em Pernambuco, mas em todo o Brasil, que não apoie a reeleição do presidente Lula. Ela [Raquel] deu um passo importante ao ir para um partido que está na base do presidente Lula, embora ainda não esteja clara a posição desse partido para a eleição do próximo ano”, explicou.

No entanto, o senador frisou que, apesar da mudança de Raquel Lyra para o PSD, ainda não está claro se o partido, que tem ministérios e tem votado com o governo, se alinhará formalmente com a candidatura de Lula. Humberto sugeriu que, para garantir o apoio de Lula, a governadora precisará dar passos mais concretos. “Outros passos são importantes, como uma declaração pública de apoio dela ao presidente Lula”, disse.

Por fim, Humberto Costa sinalizou que, embora o assunto ainda seja incerto, a definição sobre a aliança em Pernambuco deverá ser discutida mais adiante. “Hoje não é possível dizer se o presidente Lula irá subir em um palanque (João Campos) ou em dois (Campos e Raquel) em Pernambuco. Essa conversa acontecerá mais adiante, é uma discussão muito difícil de termos uma definição agora. Mas teremos um pouco mais para frente, quando teremos que resolver esse dilema”, concluiu.

A juíza da 25ª Zona Eleitoral de Goiana, Clenya Pereira de Medeiros, rejeitou a tentativa da campanha de Eduardo Batista (Avante) de censurar o Blog do Magno, em uma ação que evidenciou o desespero eleitoral da gestão interina que enfrenta investigações. A decisão reafirma um princípio fundamental do Estado democrático de direito: a liberdade de expressão.

Na decisão, a magistrada foi enfática, destacando que “a liberdade de expressão representa um dos fundamentos essenciais do Estado democrático de direito, sendo incompatível com qualquer forma de censura prévia”. Clenya Pereira de Medeiros fundamentou sua decisão não apenas na jurisprudência, mas também na falta de consistência das provas apresentadas pela defesa.

O pedido de Eduardo Batista visava a retirada de uma reportagem publicada na quinta-feira (27), que trouxe à tona denúncias graves envolvendo contratações milionárias de funcionários na Prefeitura de Goiana. Seis contratos, concentrados em duas empresas, somam mais de R$ 18 milhões mensais e foram realizados sem licitação, sem transparência e, segundo o Tribunal de Contas do Estado (TCE), com indícios de uso indevido da máquina pública.

Essas informações foram baseadas em um parecer da Diretoria de Controle Externo (DEX), órgão técnico do TCE, que recomendou o cancelamento imediato dos contratos, a abertura de auditoria especial e apontou suspeitas de irregularidades. O conselheiro Rodrigo Novaes, do TCE, acompanhou, em parte, a recomendação da DEX e determinou que Eduardo Batista seja investigado em uma auditoria especial.

A tentativa de censura, muito lembrada pelos danos causados pela repressão à liberdade de expressão em momentos difíceis da história do país, reflete a pior das estratégias da velha política. Um gesto lamentável que sinaliza uma manobra condenável para tentar silenciar investigações e questionamentos legítimos.

Eduardo Batista está na disputa pelas eleições suplementares de Goiana, que ocorrerão até o dia 4 de maio. Ele enfrenta Marcilio Regio (PP), candidato apoiado pelo ex-prefeito Eduardo Honório (UB), que goza de grande popularidade e tem uma gestão aprovada por mais de 80% dos eleitores. O pleito definirá quem comandará a cidade pelos próximos quatro anos.

Uma contratação no valor de R$ 1 milhão, homologada pelo secretário Jaime Domingos, da Secretaria de Regionais da Prefeitura de Paulista, está gerando questionamentos sobre sua legalidade. O contrato foi realizado em parceria com o vereador Fabiano e envolve uma empresa que, segundo informações, está registrada em nome da esposa do parlamentar. Isso levanta suspeitas de um possível conflito de interesses, o que agrava ainda mais o caso.

Outro ponto controverso é que a contratação foi feita por dispensa de licitação, um procedimento que deve ser utilizado apenas em situações excepcionais previstas pela Lei 14.133/2021, como emergências ou quando a competição seja inviável. No entanto, não há uma justificativa clara para a dispensa, o que coloca em xeque a conformidade do processo.

A nova Lei de Licitações estabelece que contratações públicas devem seguir modalidades específicas para garantir a transparência e a igualdade de concorrência. A dispensa de licitação, quando não respaldada por uma justificativa adequada, pode ser considerada ilegal, e os envolvidos podem ser responsabilizados por eventuais irregularidades.