De bigu com a modernidade

Brasil já tem 14,8 mil eletropostos em 1,4 mil municípios

O país já possui circulando nas ruas 208 mil veículos a bateria ou híbridos plug-in. Destes, 93,1 mil são totalmente elétricos e 115,3 mil, híbridos plug-in. Mas temos carregadores suficientes para eles? E onde eles estão sendo instalados? Esta semana, a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) divulgou um levantamento sobre a infraestrutura de eletromobilidade no país. Segundo a apuração da ABVE, o Brasil conta hoje com 14.827 eletropostos públicos e semi públicos.

Em comparação com o levantamento anterior, realizado em novembro do ano passado, o crescimento no último trimestre foi da ordem de 22%. Naquele mês, 1.263 municípios contavam com eletropostos ou algum tipo de infraestrutura de carregamento. Agora, esse universo foi ampliado para 1.363 localidades — uma elevação de 8%. Isso garante um índice de 14 veículos por eletroposto. Ponto positivo para o Nordeste e o Norte, que estavam ficando para trás nessa corrida. O primeiro, por exemplo, teve variação positiva de 10,9% — e agora tem 326 municípios com algum eletroposto. No Norte, o crescimento foi de 23,7%. Mas apenas 47 cidades têm ponto de carregamento.

A maioria dos eletropostos (84%, ou 12.397) é de recarga lenta, chamados de AC. Apenas 16%, 2.430, são rápidos, os DC. Vale lembrar que a oferta de carregadores rápidos tem aumentado em ritmo mais acelerado. Com relação aos 1.516 contabilizados em novembro no ano passado, o salto foi de 60%. No mesmo período, o número de carregadores lentos avançou 17% — eram 10.621 há três meses. Em Pernambuco, a cidade com mais pontos de carregamento é o Recife, com 167, seguido de Caruaru e Garanhuns (veja quadro abaixo). Na Paraíba, João Pessoa (62) e Campina Grande (60) predominam. No Ceará, Fortaleza tem 40% dos eletropostos (215), seguida de Cascavel e Eusébio.

Blindagem de carros cresce no Nordeste –  Em 2024, o Brasil blindou 34.402 veículos. O número, de acordo com a Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), representa um novo recorde, pelo quarto ano consecutivo. Em 2021, o país havia registrado pouco mais de 20 mil carros blindados. No ano seguinte, houve um salto para 25.916 unidades. Em 2023, foram blindados 29.296 e, em 2024, um novo crescimento, agora de 17,5%. Atualmente, a frota blindada estimada no Brasil se aproxima dos 400 mil veículos. No ano passado, as cinco marcas que mais tiveram carros blindados foram Toyota, Jeep, BMW, Volkswagen e BYD — o que marca a consolidação dos veículos eletrificados na frota blindada nacional. De acordo com o novo levantamento, os cinco estados que mais blindaram foram São Paulo, que responde por quase 85% das blindagens registradas em 2024 (28.962), seguido por Rio de Janeiro (2.669), Ceará (992) e Pernambuco (843).

Uma das regiões que tem registrado aumento na procura por blindagem automotiva é o Nordeste brasileiro. Em 2024, o PIB da região cresceu 3,8%, superando a média nacional, de acordo com a Resenha Regional do Banco do Brasil, sob a liderança dos estados da Paraíba (PIB de 6,6%) e do Rio Grande do Norte (6,1%). Os índices reforçaram o potencial do mercado consumidor local para setores de alto valor agregado, entre eles, o mercado de carros blindados. De acordo com levantamentos da Abrablin, estados da região Nordeste aparecem com frequência no ranking nacional de blindagem. Ceará e Pernambuco figuram nas terceira e quarta posições pelo menos nos últimos três anos, com o número de unidades blindadas crescente. “A blindagem automotiva já é uma realidade consolidada no Nordeste, mas percebemos um forte potencial de expansão. Embora não existam estimativas precisas para 2025, é razoável projetar um crescimento entre 15% e 25% no número de veículos blindados em estados como Ceará, Pernambuco, além da Paraíba e Alagoas, por exemplo, considerando fatores regionais, como o crescimento econômico e o aumento da percepção de insegurança em áreas urbanas, demandando a busca contínua por soluções de segurança, aproveitando-se da maior acessibilidade aos serviços de blindagem”, explica Denis Valentin, diretor financeiro e operacional da Concept Be Safe.

Yamaha lança nova R3 Connected – A marca japonesa acaba de anunciar a chegada ao Brasil da R3 Connected, modelo com design inspirado na YZR-M1 da MotoGP. Ela passou por atualizações relevantes e ganhou mais tecnologia – e o tempo de lançamento na Europa e por aqui nem foi tão longo assim. O novo visual para 2025 inclui frente mais agressiva, com quatro DRLs integrados à entrada de ar e um potente farol de LED. A carenagem renovada foi mais estreita e mais leve. O motor é o consagrado bicilíndrico de 321cc de quatro tempos, oito válvulas e refrigeração líquida. A tecnologia DiASil, nele adotada, contribui para menor vibração, melhor dissipação de calor e ganho de desempenho. O conjunto entrega 41,3cv de potência e um torque de 3kgfm. A embreagem é assistida e deslizante. O painel de instrumentos é do tipo LCD estilo “Black out”, que abriga uma tomada USB e tem conectividade para smartphone pelo Y-Connect. O modelo chegará aos concessionários da marca agora em março, com preço sugerido de R$ 37 mil (além de frete).

Mulheres de motos – A pesquisa Origem e Destino, realizada pelo Metrô de São Paulo, notou um aumento de mulheres pilotando. Na mesma linha, dados da Abraciclo (a associação dos fabricantes) revelam que o número de mulheres com habilitação para pilotar motocicletas mais do que dobrou nos últimos anos, saltando de 4,5 milhões em 2012 para 8,9 milhões em 2022. Isso demonstra como as motocicletas se apresentam como uma solução econômica e prática de mobilidade – como também, explica este ser um dos segmentos de maior destaque no Sistema de Consórcios com cerca de 3,03 milhões de participantes ativos e cerca de 1,33 milhões de cotas vendidas, segundo o relatório de dezembro da Abac, associação das empresas de consórcios. 

Ford Transit ganha garantia estendida – A Ford Pro iniciou a venda da Nova Transit, com previsão de entrega das primeiras unidades agora em março. A van ganhou aprimoramentos tecnológicos, maior oferta de versões e equipamentos de série – principalmente no pacote de segurança. E agora oferece garantia de dois anos, sem limite de quilometragem. As principais mudanças estão no interior, que ficou mais tecnológico e ergonômico. O painel de instrumentos passa a de 8”; central multimídia, de 12”. Destaque ainda para equipamentos de assistência ao motorista, que ajudam a reduzir os riscos de acidentes e evitar a parada do veículo para reparos. A linha traz também duas novas versões com rodado simples: a Furgão Cargo, com PBT de até 4,0 t, e a Vidrada Longa que pode ser usada, por exemplo, em transporte executivo para 18 passageiros ou até van escolar com 29 lugares.

No geral, a Nova Transit conta com 22 modelos das versões chassi, furgão, minibus e elétrica que permitem mais de 60 configurações para diversos tipos de aplicação. Algumas estão bem equipadas mesmo. A Transit Chassi traz até retrovisores com rebatimento elétrico, câmera de ré, sensor de estacionamento dianteiro, farol de neblina, piloto automático, monitoramento de pressão dos pneus, ar-condicionado digital e alarme perimetral, com preço a partir de R$ 282.900. A Transit Minibus ganhou sistema de monitoramento de ponto cego, monitoramento de pressão dos pneus, ar-condicionado digital e alarme perimetral etc. Custa R$ 354.900. A Transit Furgão custa a partir de R$ 297.900. A E-Transit tem preço sob consulta.

BYD com inteligência artificial – A marca chinesa BYD vai implementar o sistema de inteligência artificial DeepSeek em seus veículos. Segundo a agência France Press, o objetivo é auxiliar os sistemas de direção inteligente dos seus carros – incluindo modelos mais baratos. A adoção DeepSeek faz parte de um sistema de direção assistida, chamado de “Olho de Deus”. A nova tecnologia, segundo a BYD, estará em 21 de seus carros, incluindo o pequeno Dolphin Mini, carro elétrico mais barato da marca no Brasil e que custa a partir de R$ 118,8 mil. A versão destinada para carros de entrada, como no Dolphin Mini, utiliza 12 câmeras e 17 sensores espalhados pelo carro. Modelos mais avançados adicionam outros componentes e triplicam a capacidade de processamento de dados, recebidos a partir destes equipamentos. Aliás, outras marcas da China também vão usar a IA DeepSeek, como a Geely, dona da Volvo, por exemplo, e a GWM, da Ora 03 e do Haval H6.

Eclipse Cross linha 2026 – Ainda estamos em fevereiro, mas o SUV da Mitsubishi acaba de ganhar a linha 2026. E com atualizações em itens de série e opcionais. Por exemplo: nova central multimídia, novo desenho das rodas, grade dianteira diferenciada da HPE Black e HPE-S 4×4 Black (esta, com novos spoilers dianteiro e traseiro). Agora, o Eclipse vem com DRL e lanternas traseiras em LED em todas as versões. A versão de entrada Rush custa R$ 169 mil. A topo de linha, a Black, tem preço sugerido de R$ 226 mil. O motor é o 1.5 turbo de 165cv e transmissão CVT que simula oito velocidades. 

Cuidado com o Arla 32 adulterado – A qualidade do Arla 32 é essencial para garantir a eficiência dos motores a diesel e a redução de emissões. No entanto, a adulteração desse insumo, também conhecido como agente de ureia, tem se tornado um problema crescente no mercado brasileiro, colocando em risco a operação de veículos diesel, elevando custos de manutenção, além de comprometer a sustentabilidade ambiental. A Usiquímica, uma das pioneiras na produção de Arla 32 no Brasil, alerta para os impactos negativos do uso desse agente fora das especificações e reforça a importância de garantir sua procedência correta. A adulteração ocorre, principalmente, pela substituição da ureia automotiva de alta pureza pela ureia fertilizante, uma prática que pode parecer economicamente vantajosa, mas que gera consequências graves.

“A ureia fertilizante contém aditivos, que, ao serem injetados nos veículos a diesel, danificam catalisadores e comprometem a eficiência do pós-tratamento de emissões. Isso resulta em falhas mecânicas recorrentes, aumento do consumo de combustível, com impactos diretos na qualidade do ar e na saúde”, afirma Everton Minatti, gerente de Operações da Usiquímica.  O Brasil segue padrões rigorosos de emissões estabelecidos pelo programa de controle da poluição, o Proconve. “É fundamental que transportadores e frotistas fiquem atentos à procedência do Arla 32 utilizado em seus veículos. Para evitar prejuízos, aconselhamos adquirir o Arla 32 apenas de fornecedores confiáveis, verificar se o produto possui certificação do Inmetro, além de desconfiar de preços muito abaixo do mercado”, alerta Minatti.

Como identificar uma oficina de confiança? – Na hora de fazer a manutenção no carro, seja ela preventiva ou corretiva, é normal tentar levar o veículo em uma oficina de confiança. Tanto para não ter surpresas negativas nos serviços quanto na hora de pagar a conta. A identificação de uma oficina de confiança pode ser feita de diversas formas e aqui trazemos algumas dicas e orientações para deixar essa missão mais simples e assertiva. O dono do carro deve ficar atento a algumas características que indicam a qualidade dos serviços e até a idoneidade da oficina. “Centros automotivos de confiança possuem algumas características em comum. Como, por exemplo, os aspectos das instalações, dos profissionais, dos serviços e do pós-venda são cruciais”, explica Danilo Ribeiro, coordenador do Centro de Tecnologia e Treinamento e Inovação da DPaschoal (CTTi).

Confira as 5 dicas para encontrar lugar confiável

  1. Avaliações – Busque conversar com amigos, colegas e familiares, e pedir indicação de oficinas nas quais já eles tenham realizado manutenções. Pela internet e redes sociais também  é possível buscar avaliações e comentários de motoristas que já usaram os serviços para identificar qualidades e pontos de atenção na oficina em que deseja levar o seu carro. Se identificar mais comentários negativos do que positivos, fique atento e evite o local para fazer a manutenção do seu veículo.
  2. Visual – Ao chegar à oficina preste atenção ao ambiente. Veja se o espaço é organizado, bem iluminado e limpo. Essas características demonstram os cuidados com o local, o padrão de profissionalismo e a qualidade dos serviços, além de segurança dos veículos e das pessoas. O centro automotivo também deve estar devidamente registrado junto aos órgãos competentes, como a Prefeitura e a Vigilância Sanitária, caso necessário, com as autorizações de fácil visualização por parte dos clientes.
  3.  Qualificação – Os profissionais que irão fazer a manutenção do veículo devem ser capacitados e qualificados para realizar os serviços, além de terem a experiência necessária para a execução dos trabalhos. Os mecânicos devem ter formação técnica e certificações reconhecidas no setor, o que irá garantir que o serviço adequado será realizado no veículo e que estão atualizados frente às novas tecnologias automotivas.
  4.  Orçamentos – Esse é um dos aspectos mais importantes para identificar uma oficina de confiança. Ao levar o carro para fazer um orçamento de manutenção, é fundamental que o técnico faça as medições e os testes e os apresente junto com os resultados com transparência ao cliente. Ele deve justificar os serviços que precisam ser feitos e os custos do trabalho, sem valores discrepantes e sem surpresas no final. Nesse momento, o uso de ferramentas de diagnóstico ajuda a ter certeza da necessidade de troca, evitando a subjetividade. Evite oficinas que não forneçam orçamentos detalhados e valores justos, e não realize os serviços caso isso não seja feito. A transparência também inclui os prazos para a realização dos serviços, bem como o seu cumprimento.
  5.  Garantia – Oficinas de confiança, que fornecem serviços de qualidade, oferecem garantia por escrito para os serviços realizados (tanto para a mão de obra como para os itens trocados). Não aceite garantia verbal, exija que seja formalizada, pois somente assim ela poderá ser executada em caso de necessidade.

Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico