Por Jameson Ramos
Repórter do Blog
A tradicional festa de Nossa Senhora da Conceição, no Morro da Conceição, Zona Norte do Recife, é importante não só para a manutenção e celebração da fé, mas também para a economia local. É aos pés da santa que muitas pessoas, nos dias de festa, conseguem uma renda extra, seja vendendo cerveja, calendários, imagens ou velas.
Por isso, ao subir o Morro, não é difícil se deparar com crianças e adolescentes ajudando os pais ou responsáveis, trabalhando de manhã e de noite para aproveitar o sobe e desce dos devotos que se intensifica neste período do ano.
Segundo dados da Prefeitura do Recife, no ano passado, 112 casos de trabalho infantil durante a Festa do Morro foram identificados.
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A Prefeitura informou nesta sexta-feira (6), que — por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude e Políticas sobre Drogas (SDSDHJPD) — irá realizar uma ação durante as festividades para coibir o trabalho infantil na localidade.
A iniciativa, que ocorrerá entre hoje e domingo (8), contará com a implementação de um Espaço de Proteção na Escola Municipal Rozemar de Macedo Lima, localizado na Avenida Norte, nº 5400, em Casa Amarela. Entre os serviços prestados estão atividades recreativas, cuidados e alimentação para crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil ou expostos a essa violação de direitos.
Além de acolher crianças e adolescentes, a ação busca sensibilizar famílias e comerciantes locais, divulgar serviços públicos e encaminhar os casos identificados para acompanhamento pelos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS) e Centros de Referência de Assistência Social (CRAS).
A ação também terá abordagem social no entorno do santuário, promovendo conscientização sobre os impactos do trabalho infantil e fortalecendo a função protetiva das famílias.
“O trabalho infantil é uma violação de direitos com profundas consequências sociais e econômicas. Embora o Brasil tenha avançado na promoção dos direitos da infância com legislações como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), os desafios persistem. Estudos recentes apontam que a pobreza, a baixa escolaridade dos responsáveis e a necessidade de complementar a renda familiar são fatores que perpetuam essa prática”, pontua a Prefeitura do Recife.
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