Governo libera R$ 1,7 bilhão bloqueados do Orçamento

A reestimativa de receitas e o adiamento de repasse de recursos da Lei Aldir Blanc fizeram o governo liberar R$ 1,7 bilhão do Orçamento bloqueados na semana passada. O Ministério do Planejamento e Orçamento editou uma nova versão do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas nesta sexta-feira (29) à noite.

Com a liberação, o volume de recursos congelados no Orçamento deste ano caiu de R$ 19,3 bilhões para R$ 17,6 bilhões. O bloqueio foi reduzido porque o Planejamento oficializou o adiamento de R$ 1,71 bilhão da Lei Aldir Blanc. Alegando baixa execução dos projetos culturais pelos estados e municípios, o governo editou, no último dia 22, uma medida provisória que condiciona as transferências de recursos ao andamento dos projetos financiados pela lei.

Na versão anterior do relatório, o governo tinha cancelado para este ano R$ 1,3 bilhão da Lei Aldir Blanc. O novo relatório cancelou o R$ 1,7 bilhão restante da verba original, só deixando R$ 1,1 milhão em projetos culturais para serem gastos até o fim de 2024.

Déficit primário

Chamado de “extemporâneo” pelo Ministério do Planejamento, o novo relatório também diminuiu a previsão de déficit primário de R$ 65,303 bilhões para R$ 64,426 bilhões. A redução ocorreu porque a Procuradoria-Geral Federal informou que cerca de R$ 2,7 bilhões da versão do “Desenrola” para agências reguladoras devem entrar no caixa do governo ainda este ano. No relatório publicado na semana passada, a estimativa para essas receitas estava zerada.

Ao considerar apenas as despesas sujeitas ao teto do arcabouço fiscal, a previsão de déficit primário caiu de R$ 28,737 bilhões para R$ 27,747 bilhões. Como a projeção está dentro da margem de tolerância do marco fiscal, que permite déficit de até R$ 28,756 bilhões (0,25% do Produto Interno Bruto), não houve a necessidade de contingenciamento.

O déficit primário representa a diferença entre as receitas e os gastos do governo sem os juros da dívida pública. Entre os gastos fora do teto do arcabouço fiscal, estão os créditos extraordinários para a reconstrução do Rio Grande do Sul, o combate a incêndios florestais e o pagamento de precatórios em atraso.

Tanto o contingenciamento como o bloqueio representam cortes temporários de gastos. O novo arcabouço fiscal, no entanto, estabeleceu motivações diferentes. O bloqueio ocorre quando os gastos do governo crescem mais que o limite de 70% do crescimento da receita acima da inflação. O contingenciamento ocorre quando há falta de receitas que comprometem o cumprimento da meta de resultado primário (resultado das contas do governo sem os juros da dívida pública).

Detalhamento

Também na noite desta sexta-feira, o Ministério do Planejamento publicou o detalhamento do bloqueio dos R$ 17,6 bilhões por ministério. Em valores absolutos, as pastas mais atingidas são os Ministérios da Saúde (R$ 4,39 bilhões), Educação (R$ 3,04 bilhões) e Cidades (R$ 2,47 bilhões). Em seguida, vêm os Ministérios dos Transportes (R$ 1,94 bilhão) e do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (R$ 1,04 bilhão).

Pela legislação, o governo precisa editar o decreto presidencial com o detalhamento do bloqueio de gastos até dez dias após a publicação do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas. Nesse caso, o prazo levou em consideração a publicação do relatório original, na sexta-feira da semana passada, mas os números vieram atualizados com a redução do bloqueio em R$ 1,7 bilhão.

Da Agência Brasil

Dulcineia Ferraz, 98 anos completados em julho, lendo a Folha de Pernambuco em sua casa, em Triunfo – uma cidade que adoro. Ela é irmã de um antigo grande fã do programa Frente a Frente, que eu apresento por meio de dezenas de emissoras de rádios daqui de Pernambuco e de outros estados nordestinos: Zé Ferraz, de Petrolândia. 

Ela é mãe do nosso colunista de automóveis Renato Ferraz e de Iedo Ferraz, ex-presidente da Casa do Estudante de Pernambuco (CEP). Zé Ferraz morreu no começo deste ano, com 101 anos e poucos meses – mas sempre ligado nas notícias de Pernambuco, do Brasil e do mundo. 

Dona Dulce obriga outro filho, Ricardo Ferraz, que mora ao lado dela, a trazer do Recife todas as edições de revistas e jornais ainda impressos – no caso da foto (acima), a Folha de Pernambuco. Dulce, mesmo com seus 98 anos, não dispensa as publicações impressas, claro – principalmente as relacionadas à história do sertão do Pajeú, dos que tratam da história de Lampião. Nascida na Fazenda Ema, no distrito florestano de Nazaré do Pico, teve seus primos como os maiores combatentes do cangaço. 

Um deles, o alfaiate Neco de Pompília, que a ensinou a costurar, aos 17 anos teve que ir para o enfrentamento ao grupo do cangaço. Porém, como o povo daquela região, morrer antes dos 100 anos é uma fatalidade.

O cantor Roberto Carlos, de 83 anos, gravou nesta quarta-feira (27) seu especial de fim de ano que irá ao ar no dia 20 de dezembro na Globo. A atmosfera cheia de emoção, no entanto, escondeu uma verdadeira bagunça nos bastidores da apresentação. Entre os transtornos, artistas barrados na porta e dor de cabeça a convidados vips.

A coluna Fabia Oliveira aponta que o show, realizado no Allianz Parque, em São Paulo, foi marcado nos bastidores por um mal-estar entre as equipes do estádio e da 30E, responsável pela apresentação.

A coluna apurou que os responsáveis pela estrutura e pela operação do show, que celebra os 50 anos dos especiais de Roberto Carlos na emissora carioca, não se entendiam nos corredores. Sabe aquela famosa frase, “muitos caciques para poucos índios”? Então, foi exatamente isso.

A falta de sintonia entre as duas empresas gerou muita dor de cabeça para os profissionais da imprensa credenciados para cobrir o evento e outros convidados vips. Entre os transtornos estavam falhas na acessibilidade, artistas com convites barrados na porta e seguranças despreparados para lidar com a imprensa. Muitos colegas tiveram que esperar em pé por horas, sem água, antes de conseguir entrar.

O Especial Roberto Carlos, atração tradicional no fim de ano da Globo, celebra 50 anos em 2024 e contou com diversas atrações especiais. Gilberto Gil, Chitãozinho & Xororó, Letícia Colin, Sophie Charlotte e Dira Paes foram apenas alguns dos famosos que participaram do evento, que buscou mesclar a tradição do programa com novidades para o público.

A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, afirmou que vai retirar o ex-coach Pablo Marçal da legenda após o empresário aparecer como filiado à sigla nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ex-candidato à prefeitura de São Paulo alegou que irá acionar a Justiça para a desfiliação. 

“Vamos desfazer. Na Justiça, [Marçal] não consta mais [como filiado], mas no sistema [do TSE] realmente tinha. Infelizmente, em sistema aberto de filiação, acontece isso. Fiquei sabendo dessa loucura. Vamos anular isso na Justiça”, afirmou Gleisi Hoffmann. 

Secretários do PRTB, partido pelo qual Pablo Marçal disputou a eleição municipal, acreditam que a filiação do empresário ao PT acreditam que a ação foi fruto de uma ação hacker ou do uso irregular dos dados do ex-coach.

Em nota enviada à imprensa, a assessoria de Pablo Marçal afirmou que o caso é “uma manipulação orquestrada” para retirar o empresário das pesquisas eleitorais. “Estão desesperados com o crescimento [de Pablo Marçal] e querem eliminar a concorrência para 2026”, pontuam. 

A governadora Raquel Lyra assinou, nesta sexta-feira (29), duas novas ordens de serviço em Jardim Monte Verde, no município de Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife. A primeira delas dará início à instalação de 400 sistemas de captação e retenção de água pluvial, com investimento de mais de R$ 6 milhões. A segunda assinatura foi um pacote de obras do Programa Morar Bem PE, na modalidade Reforma no Lar, que chega a R$ 30 milhões, para requalificação de duas mil unidades habitacionais. Acompanhada da vice-governadora Priscila Krause, a gestora ainda realizou uma vistoria nas obras de contenção de encostas no local, que receberam um investimento de R$ 53 milhões e já atingiram 32% de execução. 

“A gente está virando a página da história ruim, fazendo toda uma obra de urbanização, morros, encostas, drenagem, pavimentação e também uma inovação em habitação. Estamos garantindo a instalação de uma tecnologia chamada PluGo, que faz a captação de água de chuva, beneficiando 400 famílias aqui nessa região e vai permitir que o solo não seja tão encharcado quando as chuvas chegarem. A gente também tem melhorado as casas através do programa Morar Bem – Reforma no Lar, com 400 moradias, sendo beneficiadas diretamente só em Monte Verde com um investimento de até R$ 18 mil para as pessoas poderem ter uma casa mais confortável e mais segura”, afirmou a governadora Raquel Lyra. 

A intervenção do Governo do Estado em Jardim Monte Verde iniciou em junho deste ano e inclui ações como remoção vegetal, terraplenagem, construção de muros de pedra argamassada e instalação de sistemas de drenagem. Com a obra concluída, a população terá mais segurança em uma área historicamente vulnerável a deslizamentos. 

Quanto à iniciativa de captação de água pluvial, essa é uma ação inédita em Pernambuco e tem o objetivo de garantir a segurança hídrica e a estabilização de encostas. A ação dispõe de sistemas, desenvolvidos pela startup pernambucana PLUVI, que incluem reservatórios de mil litros e contam com uma tecnologia premiada nacionalmente. A medida vai beneficiar 400 famílias, que receberão um treinamento para operar o sistema, que será monitorado por um ano, promovendo sustentabilidade e autonomia para a comunidade.

A governadora também assinou outra ordem de serviço referente às obras de melhoria habitacional por meio da modalidade Reforma no Lar, do Programa Morar Bem Pernambuco, no valor de R$ 30,7 milhões em investimentos. 

“O Governo do Estado vai entregar a instalação de um sistema inovador de armazenamento de água de chuva, esse sistema foi desenvolvido na UFPE, nunca tinha sido contratado aqui no estado por nenhum poder público. Se em 2022 tivéssemos esse sistema, mesmo sem obra de encosta, não teriam tido mortes aqui. Já no Reforma no Lar, do programa Morar Bem Pernambuco, a gente faz uma melhoria de até R$18 mil na casa das famílias e a família não paga nada por isso, então é segurança, urbanização, melhoria de vida e sustentabilidade”, declarou a secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Simone Nunes.  

As ações da modalidade Reforma no Lar em Jardim Monte Verde são apenas uma parte das medidas que envolvem o programa. No total, o Governo do Estado irá contemplar duas mil unidades habitacionais em três localidades diferentes da Região Metropolitana. O primeiro conjunto tem investimento de R$ 9,3 milhões e abrange 650 unidades em algumas comunidades, como Roda de Fogo, Alto Passarinho/Alto da Bica e Alto José do Pinho, no Recife. O segundo grupo vai beneficiar 750 unidades incluindo a comunidade do Bode, no bairro do Pina, na capital, com investimentos de R$ 10,6 milhões. Por fim, a terceira parte prevê investimentos de R$ 10,6 milhões para atender 600 unidades, sendo 400 em Jardim Monte Verde e 200 no Cabo de Santo Agostinho. O prazo de execução das obras é de 12 meses a partir da assinatura das ordens de serviço.

“Vivia bebendo água de chão, aquela água que chegava lá tinha um sapo, tinha um rato, tinha esterco do gado, a urina da vaca, e a gente apanhava e bebia”. O relato de Josefa de Jesus retrata a situação de quem vivia em insegurança hídrica no semiárido brasileiro. No entanto, a vida da família dela e da comunidade quilombola de Sítio Alto, que fica em Simão Dias, em Sergipe, mudou com a chegada do Programa Cisternas.

“Aquele quilombo era uma das comunidades mais pobres que existia. Mas depois da chegada da cisterna, a vida da gente mudou, a qualidade de vida”, comemorou Josefa de Jesus

Ela ressalta que o acesso à água de qualidade também impactou na saúde e na geração de renda dos habitantes do local

“A gente criou mais alegria, felicidade, teve mais renda, porque o tempo que a gente estava caminhando para pegar um pote de água, com uma légua, duas léguas, a gente estava fazendo outro serviço. Então, depois que a cisterna chegou, a gente melhorou a saúde das crianças, a saúde das famílias, a questão também higiênica”, relatou a guardiã de sementes crioulas.

A experiência da quilombola foi compartilhada durante o ato de anúncios do Governo Federal, em Sergipe, na sexta-feira (29). No evento, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, divulgou o edital de R$ 500 milhões em recursos destinados à contratação de 50 mil cisternas para os estados do semiárido brasileiro.

Do total de cisternas contratadas, 46 mil serão de água para consumo e quatro mil cisternas de água para produção de alimentos. Além disso, serão aportados recursos também para a restauração de 2,5 mil cisternas. Esta etapa do Programa Cisternas vai contemplar famílias de dez estados, que vivem em áreas rurais de: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

O investimento também prevê suporte para que as famílias ingressem no Programa Fomento Rural, de forma a incentivar a autonomia financeira dessas famílias.

“A cisterna é uma tecnologia social que permite levar água boa, de qualidade, coletada a partir da chuva para as famílias que moram em locais que não tem alternativa, pois a água que têm acesso muitas vezes é ferrosa. A instalação da cisterna garante fornecimento de água de qualidade e é um caminho simples, porque a própria comunidade faz a manutenção”, explicou o titular do MDS

“Estamos investindo na contratação de cisternas para consumo, mas também para produção, em parceria com o Fomento Rural, que vai oferecer capacitação técnica e incentivar que essas famílias trabalhem com a produção de hortas, por exemplo”, complementou Wellington Dias.

O Programa Cisternas proporciona acesso à água para famílias que vivem no Semiárido e são atingidas pela seca ou falta regular de água. O objetivo é assegurar o abastecimento de água, de forma sustentável, para consumo humano e animal e para a produção de alimentos a famílias rurais de baixa renda.

O edital divulgado contém informações sobre a participação no processo, que prevê a seleção de organizações da sociedade civil que demonstrem capacidade técnica e gerencial para coordenarem a implantação e restauração das tecnologias sociais de acesso à água no âmbito do Programa Cisternas.

O prefeito de Olinda, Professor Lupércio (PSD), recebeu, na noite desta sexta-feira (29), um reconhecimento em Brasília pelo trabalho que vem realizando na Marim dos Caetés. A gestão do pessedista foi premiada no III Congresso Brasileiro de Gestão por Resultados por ter garantido um crescimento do índice de Governança Municipal do Conselho Federal de Administração (IGM/CFA).

A premiação é realizada pelo Instituto Brasileiro de Gestão por Resultados. O órgão avalia municípios de todo o País nas áreas de finanças, desempenho e gestão. 

“É com muita alegria que estou recebendo um prêmio nacional por gestão de resultados. Fico feliz em ver que o trabalho que estamos desenvolvendo em nossa cidade tem sido reconhecido, especialmente pelo impacto positivo na qualidade de vida da população”, afirmou Lupércio. 

O gestor afirmou, ainda, que a homenagem é resultado da dedicação pela cidade. “Esse prêmio é um reflexo do compromisso com a eficiência, transparência e inovação na gestão pública”, destacou Lupércio. 

Às vésperas do Dia Nacional do Forró (13), o Brasil ganha uma nova banda do gênero que promete conquistar o público. Batizada como “Coração Nordestino”, o grupo lançado agora, no fim de 2024, promete um estilo único que une o Forró, a Vaquejada e o Piseiro, trazendo influências de expressões culturais, como a Axé Music e o Frevo. A banda traz uma celebração autêntica das raízes nordestinas, garantindo emoção e energia em cada apresentação.

À frente do grupo está o experiente cantor Valter Dias, conhecido artisticamente como “Valter Cachorrão”. Com mais de 30 anos de trajetória, o artista é um verdadeiro conhecedor da música nordestina e acumula experiências como produtor musical, arranjador e multi-instrumentista. Ao longo de sua carreira, ele colaborou com grandes nomes e bandas como Arreio de Ouro, Mano Walter, Forró da Brucelose, Fulô de Mandacaru, Forró do Muído, dentre outros.

Por Marcelo Tognozzi*

A França tem uma história manchada de sangue e violência contra outros povos, uma verdadeira vergonha. Fez todo tipo de atrocidades com a população negra do Haiti e quando ela se revoltou e expulsou os franceses, foi obrigada a indenizar o Estado francês como se fosse ele o prejudicado. 

A ocupação da Indochina no século 20 deixou cicatrizes. Os franceses foram expulsos da região por Ho Chi Min, o mesmo general que 20 anos depois botou os norte-americanos para fora do Vietnã.

Mas a cicatriz gorda dos franceses é a da escravidão. Eles dominaram com mãos de ferro até meados do século 20 Marrocos, Tunísia, Guiné, Camarões, Togo, Senegal, Madagascar, Benin, Níger, Burkina Faso, Costa do Marfim, Chade, República do Congo, Gabão, Mali, Mauritânia, Argélia, Comores, Djibouti e República Centro Africana. A França foi um grande exportador de escravos para o mundo e para suas colônias no Caribe, dentre elas o Haiti que até hoje sofre com a herança maldita do colonizador. 

Liberdade, igualdade e fraternidade, velho lema da Revolução Francesa, só vale dentro de casa e não é para todos. Basta caminhar pelos bairros da periferia de Paris, onde a maioria dos moradores é muçulmana, para ter certeza disso.

Até começar a guerra na Ucrânia, os franceses nadavam em fartura. Tinham um vizinho dono de uma das melhores terras do mundo, fornecedor preferencial de soja, milho, trigo e outros produtos essenciais para a produção de alimentos. 

Depois que os russos destruíram os campos ucranianos e tomaram as áreas mais produtivas, a Europa sentiu o baque. A inflação botou as manguinhas de fora.  Além disso, a França em particular, teve 1.000 problemas, como a queda na produção de suínos e a gripe aviária que matou 12 milhões de aves em 2022. Desastre num país no qual as principais fontes de proteína são aves e suínos. Carne bovina é coisa de rico.

Os franceses implicam com o acordo Mercosul-União Europeia porque seus produtores rurais são viciados em subsídios e sem capacidade para concorrer com quem produz mais e melhor, como é o caso do Brasil. Sobra malandragem e soberba. 

Na semana que se encerra, o CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, chegou falando grosso e anunciou que deixaria de comprar carne do Mercosul, alegando estar fora do padrão sanitário europeu. A resposta veio na lata: os frigoríficos brasileiros decretaram boicote às lojas do Carrefour no Brasil e Bompard, de uma hora para outra, passou a falar fino, pediu desculpas calculando o prejuízo representado pelos mais de 20% da operação brasileira no caixa da empresa.

O que andou faltando nos últimos anos foi gente com a coragem de João Martins, presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), que decidiu apoiar os frigoríficos e encarar os franceses olho no olho. 

Martins dá o exemplo de um líder que comanda um setor produtor de comida de qualidade para 1,5 bilhão de pessoas e exporta para os 4 cantos do planeta. Seu recado foi claro: conversar sim, baixar a cabeça jamais.

Os franceses, que por 2 vezes tentaram se estabelecer no Brasil nos séculos 16 e 17 e fracassaram, fazem de tudo para nos boicotar quando o assunto é produção agropecuária. Na virada do século, andou por aqui um maluquinho chamado José Bové, que se juntou com o MST para destruir uma plantação de soja transgênica da Monsanto no Rio Grande do Sul. Deu até entrevista no Roda Viva. 

Oficialmente, Bové veio para o tal Fórum Social Mundial, ajuntamento de desocupados, cujo esporte predileto era tramar contra o desenvolvimento do Brasil. Exatamente como fizeram, em agosto, 24 ONGs francesas defensoras do boicote aos produtos brasileiros, como soja e carne que, acusam, são produzidas pelos destruidores da floresta amazônica. ONGs que atuam aqui financiadas pela Europa. 

Quando se trata de atacar o Brasil no seu melhor, que é o agro, eles não medem esforços. Deveriam olhar para as cicatrizes deixadas por seus antepassados na África, na Ásia e no Caribe.

As empresas europeias aqui instaladas pagam impostos, criam empregos, mas financiam os programas sociais e os benefícios desfrutados pelos trabalhadores dos seus países. Cada vez que Carrefour, Casino, BIC ou L’Oréal remetem seus lucros para a França parte dele vira impostos e ajuda a manter o nível de vida, a escolaridade e o bem-estar.

O presidente Lula achou que era amigo-irmão do presidente Macron. Um sujeito como Emmanuel Macron, sócio da casa bancária Rothchild & Cie Banque, não acredita em Deus e não tem amigos; tem interesses. E grandes interesses. 

Na sua última visita à Amazônia brasileira ao lado de Lula, deve ter feito muitas contas sobre quanto lucraria com operações envolvendo créditos de carbono. Seu pequeno laboratório na Guiana Francesa deve estar a 1.000 com o petróleo da Margem Equatorial, até agora proibido por aqui pelos burocratas do Ibama.

Líderes como João Martins, a senadora Tereza Cristina, ex-ministra da Agricultura, e o deputado Pedro Lupion, da Frente Parlamentar da Agropecuária, sabem muito bem que o Brasil e o Mercosul são a saída para matar a fome de uma Europa cada vez menos eficiente, menos capaz de produzir em larga escala e mais ocupada por imigrantes. Até os vinhos de Chile e Argentina superam os europeus. 

O protecionismo exagerado criará distorções, igual quando, por puro protecionismo,  no Brasil foi proibida a importação de produtos de informática e o contrabando floresceu. Lá, florescerá o contrabando de comida boa e barata produzida pelo Mercosul.

Fica difícil resolver qualquer impasse quando o atual governo abre mão da diplomacia profissional em troca da diplomacia ideológica, a qual cria mais problemas que soluções. Sabemos da dificuldade do Itamaraty em lidar com os franceses, pois Macron apoiou a eleição de Lula e era abertamente contra Bolsonaro, dentre outras coisas pelas grosserias desferidas contra sua mulher Brigitte.

Não será com bravatas do tipo “a França não apita nada” que Lula irá fazer valer o acordo com o Mercosul, o qual ele pretende assinar no Uruguai no mês que vem. Mesmo que seja dado um passo na assinatura, ainda haverá um longo caminho até virar realidade. 

Lula poderia lembrar das atrocidades e dos genocídios (assim mesmo no plural) cometidos pelos franceses na África e no Caribe, como fez com Israel. Mas Macron é gente boa, apesar do passado de colonialismo e dominação com muito sangue, tiro e porrada. Não podemos esquecer quem eles foram e são de verdade.

E há ainda um componente político forte: os recentes protestos de produtores rurais em toda Europa assanhou a direita, vencedora em Áustria, Suécia, Holanda e deu uma sinuca de bico no chanceler alemão Olaf Scholz obrigando-o a convocar eleições no início de 2025. E nunca é tarde para lembrar que Donald Trump vem aí.

*Jornalista

O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) participou, na última terça-feira (26), de uma reunião na sede da Secretaria Estadual de Saúde (SES) para tratar da grave crise que afeta a Cirurgia Pediátrica no Estado. O encontro contou com a presença de médicos cirurgiões pediátricos, representantes da Sociedade de Cirurgia Pediátrica, do Cremepe e da própria SES, com o objetivo de discutir medidas que tragam soluções imediatas para os problemas enfrentados.

O Simepe reforça que o epicentro da crise está no Hospital da Restauração (HR), mas a situação tem provocado uma sobrecarga em toda a rede estadual, especialmente nos hospitais Barão de Lucena e Otávio de Freitas, que sofrem com a superlotação. Durante a reunião, o Simepe reforçou a necessidade de ações concretas e urgentes por parte do governo.

“A Cirurgia Pediátrica está enfrentando um momento crítico em Pernambuco. Médicos especialistas enfrentam condições precárias, insumos insuficientes, além outros problemas que afetam a rede estadual de saúde, comprometendo a assistência às crianças. O Simepe continuará atento a essa questão, cobrando respostas efetivas e defendendo os direitos dos médicos e da população”, destacou a vice-presidente do Simepe, Carol Tabosa.

O sindicato reafirma seu compromisso de acompanhar de perto a implementação das soluções necessárias, que garantam condições de trabalho adequadas e uma assistência de qualidade nos hospitais estaduais.