Gostaria de destacar a sua grande caridade para com os próximos, especialmente os pobres. Quantas vezes vi, de forma silenciosa, ela fazer caridade, sem bater o sino. Se sem caridade não há salvação, ela, mulher de fé, está sendo recebida nos braços do Senhor, o grande misericordioso.

Fica a saudade e o seu exemplo para as próximas gerações. Minha avó, descanse em paz, a senhora cumpriu a sua missão.

“Estás na fímbria do tempo / de um dia bem costurado; / dele se esvai o perfume / de um nunca mais acabado.’’ (Magdalena Arraes).

Com admiração e grande amor do seu neto. Eternas saudades.

Olinda, 11 de julho de 2024.

*Advogado, neto de Magdalena

“Meu único patrimônio são meus 8 filhos, todos de menor idade – Zé Almino, Ana, Augusto, Guel, Marcos, Maurício, Carmen e Luiz Cláudio.
Magdalena foi considerada por todos os 8 filhos de Arraes com Célia e agiu não como uma madrasta, mas como uma segunda mãe.

Do casamento de Magdalena com Miguel Arraes, nasceram mais dois filhos: Mariana e Pedro. Como primeira-dama nos três mandatos do governador Miguel Arraes, Magdalena presidiu a extinta Cruzada de Ação Social e se destacou pelo enfoque que deu aos projetos do Governo do Estado de amparo à população mais necessitada de Pernambuco.

Uma das suas características mais marcantes era a simplicidade no tratamento diário que dava às pessoas, independentemente da posição social de cada uma delas.

*Jornalista, Ítalo Rocha foi assessor de Imprensa de Miguel Arraes

A obra, com apresentação da professora de História da UFPE Socorro Ferraz, é o primeiro volume da Coleção Memória, da Cepe Editora, série que focalizará a vida de personalidades de destaque na política e na cultura de Pernambuco, contribuindo para resgatar – por meio longas entrevistas, narrativas bem contextualizadas e rico material fotográfico – alguns dos momentos mais marcantes da história recente do Estado, do País e do Mundo.

Com mais de 130 fotos, distribuídas ao longo de 196 páginas, Magdalena Arraes revela detalhes do dia a dia daquela que, por três vezes, foi primeira-dama de Pernambuco, discorrendo sobre o seu primeiro encontro com Miguel Arraes, na Paris do início dos anos 60; o golpe militar de 1964 e o exílio na Argélia, onde o casal conviveu com líderes políticos de vários países; a volta ao Brasil em 1979, quando, apesar da anistia, continuaram a ser vigiados pela ditadura; e a série de ações e desafios que compuseram o segundo e o terceiro mandatos de Arraes como governador.

Num dos últimos capítulos, o livro registra um poema inédito que Magdalena escreveu após a morte de Arraes, cujos versos iniciais dizem: “Estás na fímbria do tempo / de um dia bem costurado; / dele se esvai o perfume / de um nunca mais acabado”.