Fernando, o mágico

Por Gustavo Krause – para o Jornal do Commercio

Não vai haver congelamento; não vai haver confisco, não vai haver mágica, repetia à exaustão, o então Ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso.

Pois não é que houve mágica? Uma só, não. Muitas. A primeira foi transformar a loquacidade presidencial sobre temas econômicos em silêncio obsequioso.

A segunda foi exercer funções de primeiro-ministro em governo presidencialista. A terceira foi manter o êxtase solidário da mídia com a lábia de sociólogo.

A quarta foi entrar pela porta dos fundos de uma Revisão Constitucional, mal-amada pelo governo, e sair pela porta da frente (quem sabe, partidária, que vá do centro-direita ao centro-esquerda) carregando um balaio de US$ 15 bilhões para detonar em nome do déficit zero.

A quinta foi jogar no caldeirão fervente ideias puquianas, uspianas com sabor apurado em Harvard, Yale, Chicago ou Massachusetts; colocar na mesma panela temperos ortodoxos e heterodoxos misturados a cacoetes liberais e sociais-democratas. Depois, adicionar cacos de planos fracassados, apimentados por frustrações e ressentimentos, para, como mestre-cuca da feitiçaria, mexer a poção mágica e pronunciar a frase ‘abracadabra’ e … pronto, nasceu o plano! Pasmem, um plano coerente e inteligente. 

Vamos ao teste simples do certo e do errado:

A formulação do plano não foi democrática. Meia dúzia de assessores, reunidos em aparelho secreto, decidiram, na porrinha, a sorte dos poupadores. Certo ou errado? Errado. Ponto para o Ministro.

O plano não quebrou contratos e, por consequência, não feriu a ordem jurídica. Certo ou errado? Certo. Ponto para o Ministro.

O plano agrediu as leis do mercado ao utilizar o mecanismo do congelamento de preços. Certo ou errado? Errado. Ponto para o Ministro.

O plano produziu um exército de perdedores e um punhado de ganhadores. Certo ou errado? Errado. Ponto para o Ministro.

O plano foi anunciado com fanfarras e bravatas do tipo “tem que dar certo” ou “é a última bala para matar a inflação”. E sua gestão depende exclusivamente do aparelho do Estado sob o comando clarividente de um super-homem. Certo ou errado? Errado. Ponto para o Ministro.

Como se vê, o plano pouco tem a ver com a lógica de outras experiências estabilizadoras. Mais interessante se mostra a diferença ao examinar a peça da transição entre as moedas, cujo artista principal é a tal URV.

URV mais parece nome de remédio milagroso para curar a impotência. ‘Tome dois comprimidos de URV, antes da refeição e viva com satisfação’, diria a publicidade, em rima infeliz. Não é remédio para os fracassos da libido, mas tem algo de sensual. Lembra das curvas. Formas redondas.

Aliás, nada mais adequado do que esta associação de ideias no exacerbado clima afrodisíaco de Brasília nos últimos tempos. Mas não é só associação de ideias.

A URV tem um quê de fêmea. No jogo da economia, não obriga, convida. Não impõe, seduz. Ninguém é obrigado a transar com a URV. Porém, esta rejeição vai custar caro no futuro. Por conta deste apelo, a URV entrou em cena e deixou o deputado Paulo Paim arriado dos quatro pneus.

Democratizou a indexação e transformou o sonho do salário em dólar em realidade registrada no contra-cheque do trabalhador.

A URV chega faceira, encanta e vai embora, não sem antes exercer uma propriedade terapêutica para os desvios coletivos de conduta: apagar a memória inflacionária e criar as bases de uma consciência de estabilidade.

Pois é, senhores comerciantes, industriais, banqueiros, investidores, especuladores, proprietários, inquilinos: façam o jogo em URV!

Depois, a vítima pode ser você.

E a eficácia do plano? Da parte do governo, depende de duas condições. A primeira é partir para aprofundar as reformas estruturais. A Revisão está aí. Nada parece consistente e duradouro em matéria de ajuste se continuam intactas o mesmo Estado, a mesma federação, o mesmo sistema tributário, a mesma ordem econômica, o mesmo sistema de previdência. Esta é a terceira perna do ajuste, sem o que legitima a suspeita política de que o plano não foi feito para o país, nem para o futuro.

A segunda condição: o ministro formulador e o ministro gestor são filhos unigênitos das circunstâncias. Ministro candidato não rima com candidato e estadista. A conclusão é cruel. Nenhuma restrição à legítima aspiração do Ministro, de carreira limpa e brilhante, a ser Presidente da República. Qualquer fórmula que concilie suas circunstâncias, transforma FHC de mágico em bruxo, personalidade que estará mais para as ‘Brumas de Avalon’ do que para os compêndios da História do Brasil”.

Gustavo Krause é ex-deputado federal, ex-governador de Pernambuco e – por setenta e cinco dias -, ocupou o cargo de ministro da Fazendo no Governo Itamar Franco.

Na época da hiperinflação, entre os anos 1980 e 1990, o remarcador de preços era presença temida nos supermercados e nas lojas do País. Em um mesmo dia, o barulho da máquina poderia ser ouvido várias vezes pelos consumidores, anunciando aumentos nos preços dos produtos. O descontrole da inflação impactava a vida da população e das empresas. 

O setor de supermercados foi um dos que vivenciou mais de perto o desarranjo econômico da época. Em linha direta com os consumidores, conviviam com o desespero e a angústia da população. Os empresários também precisavam fazer malabarismo na gestão dos negócios.

Compravam uma mercadoria por um preço, até ela chegar era outro e quando chegava na prateleira já era outro. Era preciso muita agilidade para remarcar tudo manualmente e viver às voltas com calculadoras e planilhas. Sem falar nos salários dos funcionários que desvalorizavam a todo o instante. 

Planos econômicos fracassados

O empresário João Carlos Paes Mendonça – que atuou durante seis décadas no setor de supermercados e presidiu a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) durante 10 anos – atravessou inúmeros planos econômicos que fracassaram e deixaram marcas no empresariado.

“Os governos faziam planos com muitas promessas e pouca consistência. Com o Brasil registrando índices inflacionários anuais de 200%, era, principalmente, o setor de supermercados, essencial para a população, quem pagava a conta junto à sociedade sobre a constante elevação de preços”, relembra ele.

Congelamento de preços fiscais do Sarney (referência ao então presidente) e falta de mercadorias nas prateleiras foram os efeitos no curto prazo de algumas das iniciativas equivocadas para tentar controlar a correção dos preços.

Culpa nos supermercados

“Essa guerra entre o que propagava o Governo e o custo da produção industrial faziam a população lançar a culpa sobre os supermercados. Nos tornamos os vilões por precisarmos repassar os custos da indústria. O período que antecedeu a implantação do Real foi muito difícil para nós que atuávamos em contato com a população”, relembra o empresário.

Questionado sobre como recebeu a chegada do Plano Real, João Carlos admite que teve certo receio de ser mais um plano “mirabolante” que não teria sucesso.

“Aos poucos, fomos entendendo – e a sociedade também -, a dinâmica do Plano e os preços foram naturalmente sendo controlados. Os estoques foram normalizando, as pessoas passaram a programar suas compras, sem a necessidade de um estoque alto, e fomos também nos adequando a esse novo momento, com outra análise sobre estoque, por exemplo”.

Hipercard e acesso ao crédito

O Grupo Bompreço, ainda de propriedade do Grupo JCPM na época da implantação do Plano Real, operava com o cartão de crédito Hipercard que teve forte impacto com o crescimento do crédito no País, um dos efeitos também do fim da inflação galopante.

Em 1996, dois anos após o Real, o Hipercard somava 846 mil cartões emitidos, sendo aceito em 16 mil estabelecimentos comerciais. Era tido, dentro do negócio, como um dos grandes diferenciais de mercado da rede de supermercado que era líder no Nordeste e ocupava nacionalmente a terceira posição – mesmo sem unidades fora da região.

Após a implantação do Plano Real, a relação do brasileiro com o crédito mudou significativamente. Em pouco tempo, quase dobrou o número de consumidores usando o Hipercard, por exemplo, chegando a 1, 2 milhão de clientes.

(Do Jornal do Commercio)

Os motoristas (distraídos) e as novas tecnologias

Para muitos motoristas, usar dispositivos eletrônicos que nada têm a ver com a condução do veículo é uma prática comum. Para piorar, essas ferramentas estão se tornando mais complexas e acessíveis a cada dia que passa. Telefones celulares e computadores de bordo são bons exemplos. “Usar um smartphone enquanto dirige tornou-se uma parte normal da vida cotidiana. Porém, o número de possíveis distrações nos veículos está aumentando”, diz Lucie Bakker, diretora de Sinistros da Allianz Versicherungs-AG. “Embora muitos motoristas estejam cientes do perigo, eles não transferem essa percepção para a condução do dia a dia. É isso que está no cerne do problema e pode ser fatal. A distração ao dirigir não deve ser um hábito.” Por exemplo: mais e mais pessoas estão lendo e escrevendo mensagens de texto ao volante. “O estudo da Allianz mostra que a proporção de motoristas que pegam seus smartphones para ler ou enviar um texto aumentou quase dois terços entre 2016 e 2022, de 15 para 24%”, pontua Christoph Lauterwasser, head do Allianz Center for Technology (AZT). “Esse desenvolvimento é preocupante e perigoso. Qualquer pessoa que envie mensagens de texto enquanto dirige aumenta o risco de um acidente em mais de 50%.”

Computadores de bordo – Em 2016, apenas um terço dos motoristas possuía um veículo com display central, para operar as funções de comunicação, entretenimento e conforto (computador de bordo). De lá para cá, essa proporção aumentou para quase 50%. Cerca de metade dos entrevistados no estudo da Allianz confirmou que se distrai ao operar o computador de bordo. O risco de acidentes aumenta em 44%. Algumas funções são particularmente arriscadas. Por exemplo, aqueles que abusam de uma função de direção assistida, como o sistema de assistência à faixa, para liberar as mãos do volante por períodos mais longos, têm uma chance 56% maior de sofrer um acidente. Se o rádio for operado por meio do computador de bordo, o risco quase duplica (89%).

Celular para jogar e ouvir música – O estudo também observa um aumento de riscos causados por outras distrações tecnológicas – em particular quando as pessoas fazem uso de funções ou aplicativos que vão além de mensagens de texto, chamadas telefônicas ou navegação. “Telefones celulares ou outros dispositivos eletrônicos portáteis estão sendo cada vez mais usados para jogar, selecionar músicas, ver fotos, navegar na internet ou outros propósitos. Em nossa pesquisa de 2016, apenas 6% admitiram realizar essas atividades enquanto dirigem. Em 2022, um em cada cinco (22%) afirmou fazer isso”, declara Lauterwasser.

Condução distraída – Em 2021, a categoria “Distração” foi integrada pela primeira vez aos relatórios de acidentes policiais na Alemanha. Agora, estamos vendo a relevância desse movimento nos dados oficiais alemães. De acordo com o Federal Statistical Office, em 2021, 8.233 pessoas ficaram feridas em acidentes provocados pela distração ao volante e, dessas, 117 morreram, o que representa pouco menos de 5% de todas as mortes (2.562) decorrentes de acidentes. “No entanto, a coleta de dados oficial adota uma abordagem muito defensiva. São registrados apenas casos em que a atenção do motorista é claramente desviada do tráfego e o termo “distraído” não é usado. Altos padrões de evidência são exigidos no local do acidente, por isso o número de casos não notificados também é muito alto. Contudo, foi confirmado pela primeira vez na Alemanha que a distração é a causa mais subestimada de acidentes em nossas estradas”, afirma Jörg Kubitzki, pesquisador de Segurança do Allianz Center for Technology (AZT) e autor do estudo da Allianz. Os números de acidentes nos primeiros dez meses de 2022 também são motivos de preocupação. Por exemplo, o número de acidentes causados pela distração ao volante, que resultaram em ferimentos pessoais, aumentou em um quarto (23,5%) em comparação com o mesmo período de 2021.

Motoristas jovens – Os condutores com idades entre 18 e 24 anos correm um risco particular de condução distraída; 30% dos motoristas nesta faixa etária dizem que usam o smartphone enquanto dirigem, enquanto, dentre todos os motoristas, esse número é de 16%. Quatro em cada dez afirmam enviar ou ler mensagens eletrônicas com o celular na mão – um aumento de 2,5 vezes entre 2016 e 2022.

Monitoramento do motorista – A maioria dos condutores ainda tem dúvidas sobre o monitoramento eletrônico do automóvel, que visa detectar o estado de consciência do motorista. Por exemplo, apenas 39% dos entrevistados aprovam uma câmera ou varredura infravermelha dos olhos, rosto ou cabeça, em que a tecnologia pode detectar distração. “Ainda há um argumento a ser feito para o monitoramento do motorista”, diz Christoph Lauterwasser. “Não deve ser sobre controle e restrições, mas sobre suporte. As mais recentes tecnologias de veículos e tráfego permitem avisar aos motoristas quando eles estão distraídos. Esse feedback só pode contribuir para uma mudança positiva de comportamento. Devemos fazer uso desses desenvolvimentos para tornar o tráfego rodoviário mais seguro para todos nós.”

Linha 2025 do Sentra fica mais segura – O Novo Nissan Sentra 2025 chega ao mercado brasileiro com uma leve reestilização visual e mais equipamentos de série – muitos deles inéditos entre os modelos com três volumes do segmento e agora também disponíveis para a versão Advance. Essa versão passa a contar com monitoramento de ponto cego, alerta de tráfego cruzado traseiro, alerta inteligente e assistente de prevenção de mudança de faixa e faróis automáticos inteligentes. As duas versões – Advance e Exclusive – ainda incorporam sistema de travamento automático das portas com o carro em movimento, destravamento das portas em caso de acidente, nova chave I-Key, entre outros. O preço sugerido do novo sedã japonês começa em R$ 156.390 (Advance) e vai até R$ 178.390 (Exclusive com interior premium). A versão topo de linha não sofreu alterações nos valores apesar das novidades.

As novidades de design estão concentradas na área frontal. A grade “V-motion” da Nissan ganhou acabamento cromado brilhante, deixando o sedã ainda mais imponente. A entrada de ar frontal dessa área agora é preenchida com filetes horizontais que vão da extremidade do capô até a do para-choque. Os faróis são de LED com luzes de condução diurna (DTRL). Ainda em relação ao design, toda a linha ganha o novo logotipo da Nissan na frente e na tampa traseira e chave I-Key redesenhada.

Segundo a Nissan, as linhas da carroceria também ajudam a reduzir o arrasto e, assim, melhorar o consumo de combustível em cerca de 10%. Para isso, designers e a engenharia imaginaram uma grade com dimensão reduzida, área de cobertura dos pneus do para-choque dianteiro otimizada, colunas “A” de pequenas dimensões e linhas arredondadas do capô.

O Sentra 2025 tem também teto solar, faróis de neblina e rodas de liga leve aro 17 diamantadas. Como é mais largo que seus concorrentes, o modelo tem interior espaçoso e confortável. Ambas as versões têm aletas para troca de marchas manuais e o acionamento do piloto automático inteligente – só está disponível para a versão Exclusive.

Segurança – O Sentra 2025 tem um bom pacote de segurança – a maioria para monitorar, reagir e proteger os ocupantes e são parte integrante do Nissan Safety Shield, conjunto de sistemas avançados de assistência ao motorista, como alerta avançado de colisão frontal etc. Sem falar dos equipamentos e tecnologias tradicionais, como seis airbags (frontais, cabeça e laterais) e uma estrutura reforçada de carroceria para melhor resistência aos choques. O sistema Isofix de fixação de cadeiras infantis, cintos de três pontos e todos os assentos com apoios de cabeça complementam a segurança dos passageiros.

Força – O motor continua sendo o 2.0 movido a gasolina que desenvolve 151 cavalos de potência e 20kgfm de torque. A Nissan explica que o acabamento interno dele é espelhado para reduzir atrito dos cilindros e melhorar o resfriamento e, assim, aumentar potência e torque. Essa tecnologia de aço spray utilizada é usada no superesportivo Nissan GT-R. O trem de força do novo Sentra tem quatro programas de modo de condução: Normal (melhor equilíbrio entre aceleração e dirigibilidade em qualquer condição), Sport (mantém a marcha mais baixa com rotações mais altas), Manual (para controle do motorista de velocidade e aceleração por seleção de marcha por meio de paddle shifts atrás do volante) e Eco (ajusta a entrega de energia e a resposta do acelerador para o consumo ser reduzido entre 5% e 10%).

Preços

  • Advance 2.0 CVT – R$ 156.390
  • Exclusive 2.0 CVT – R$ 176.690
  • Exclusive 2.0 CVT Interior Premium – R$ 178.390

Novo Mini: 100% elétrico por R$ 295 mil – E o renovado Mini Countryman SE ALL4 já está à venda no Brasil em duas versões: Exclusive e Top. O modelo cresceu em relação à geração anterior e agora tem 4,43 metros de comprimento, 1,84 metros de largura e 1,64 metros de altura – e um entre-eixos de 2,69 metros, garantido mais espaço interno tanto para os ocupantes da frente quanto para os de trás. O porta-malas agora oferece 460 litros de capacidade – ou 1.450 litros com os bancos rebatidos. O Mini Countryman é equipado com dois motores elétricos – que, juntos, geram 306cv de potência e 49,4kgfm de torque. Com isso, faz de 0 a 100 km/h em 5,8 segundos, com velocidade máxima de 180 km/h. A bateria de 66,45 kWh proporciona um alcance de até 320 quilômetros (Inmetro), com capacidade de carregamento rápido que permite recarregar de 10% a 80% em menos de 30 minutos.

Preços 

Mini Countryman SE ALL4 Exclusive – R$ 295 mil 

Mini Countryman SE ALL4 Top – R$ 340 mil 

Nova Ford F-150 – A Ford anunciou para o segundo semestre a chegada da nova F-150. E deve ampliar o catálogo de versões, segundo apuração da revista Autoesporte. A Tremor, com apelo off-road, poderia ser uma configuração escolhida: ela tem pneus de uso misto, rodas escurecidas e grade exclusiva com acabamento de plástico preto. São vendidas atualmente as opções Lariat e Platinum. A F-150 é equipada com motor V8 5.0 Coyote e câmbio automático de 10 marchas – os mesmos do Mustang. Ele gera 405 cv de potência e 56,7 kgfm de torque, tornando a picape uma das mais potentes do Brasil. Também virá edição Black, como linha 2025. Ela terá dois conjuntos mecânicos: 2.0 turbodiesel de 170 cv de potência e 41,3 kgfm de torque e V6 3.0 de 250 cv e 61,2 kgfm.

Novo 2008 – A Peugeot divulgou as primeiras imagens do renovado 2008 a combustão, que chegará ainda este ano ao mercado brasileiro. Elas mostram a dianteira e destacam os faróis de LED e as luzes diurnas de condução verticais – formato semelhante ao usado na versão europeia. Atrás, na tampa, o nome Peugeot e a lanterna horizontal dividida em três blocos luminosos. O novo 2008 será o primeiro veículo Peugeot no país a ostentar a mais atual identidade de marca.

Minivan de luxo Carnival – A Kia Brasil anunciou o início da comercialização da nova Carnival, em versão única, modelo 2025. Quarta geração da minivan de luxo, a Kia Carnival passou por um pequeno facelift com características que combinam inovação, espaço, flexibilidade e estilo. Seu preço público sugerido é de R$ 650 mil. Ela vem com um conjunto de duas telas, em formato panorâmico e curvo, sendo o painel de instrumentos totalmente digital de 12,3 polegadas e a tela de infoentretenimento também de 12,3 polegadas integrada em um único painel. Seu sistema de entretenimento é agora também compatível com conexão via Apple CarPlay e Android Auto sem fio (ou por USB). Há ainda portas USB C (2) no console dianteiro para carregamento de equipamentos eletrônicos, sendo uma para transmissão de dados, e porta USB C no encosto do banco dianteiro convenientemente localizadas para manter os dispositivos móveis sempre carregados para os passageiros. Ao completo pacote de segurança e de ADAS, foi adicionado o assistente de estabilidade de reboque, para trazer ainda mais segurança aos que desejam aproveitar ao máximo a versatilidade de uso do veículo.  O motor é um Lambda III MPi seis cilindros a gasolina 3.5, que gera até 272 cv e 33,2kgfm de torque.

Sobe 156% a procura por elétricos usados – Novo levantamento da Webmotors, portal de negócios e soluções para o segmento automotivo, revela que as buscas por veículos elétricos com preços abaixo de R$ 300 mil na plataforma cresceram 156% em abril deste ano ante o mesmo mês de 2023. Os dados do Webmotors Autoinsights também apontam um aumento de 357% na procura por carros elétricos 0km, considerando essa mesma faixa de preço, nos últimos 12 meses. Já entre os modelos elétricos com valor acima de R$ 300 mil, o levantamento indica alta nas buscas, mas em proporções menores: as pesquisas por elétricos novos subiram 13% em um ano; entre os usados, a progressão foi de 4% em igual período. “Observamos, a partir do comportamento do nosso usuário, que o mercado de carros elétricos está se tornando cada vez mais popular no Brasil”, analisa a CMO da Webmotors, Natalia Spigai. 

Gasolina e diesel mais baratos no Nordeste – A mais recente análise do índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), levantamento que consolida o comportamento de preços das transações nos postos de abastecimento, trazendo uma média precisa, revelou que o preço médio do litro da gasolina fechou a R$ 6,16 na região Nordeste na primeira quinzena de junho, com recuo de 0,32% ante o consolidado de maio. O diesel comum foi encontrado a R$ 5,97 e o S-10 a R$ 6,05, após recuos de 1,81% e 0,98%, respectivamente. Já o etanol apresentou estabilidade na região, em relação ao mês anterior, porém a média registrada a R$ 4,62 foi a mais alta de todo o país. “Os aumentos identificados no Piauí para o diesel comum, no Rio Grande do Norte para o tipo S-10 e no Alagoas para o etanol foram os maiores de todo o território nacional. Já o recuo para o etanol registrado em Pernambuco foi o mais expressivo entre todos os estados”, destaca Douglas Pina, diretor-geral de Mobilidade da Edenred Brasil. 

5 dicas para garantir o financiamento do seu carro – A bolsa de valores brasileira B3 mostrou que o número de veículos comprados por meio da análise de crédito teve um crescimento de 45% em abril em comparação ao mesmo período do ano anterior. Ao todo, foram registradas 611 mil vendas nesta modalidade, entre novos e usados, dentre eles automóveis leves, pesados e motos. Acontece que trocar ou comprar o primeiro carro ainda é o sonho de muita gente. No entanto, não são todos que contam com o valor total necessário para conquistar esse tipo de bem, tornando assim o financiamento uma ótima alternativa.  “A análise de crédito de um automóvel é uma quantia em dinheiro concedida pelos bancos ao consumidor que não consegue arcar com a compra à vista de um carro, desde que ele pague de volta em parcelas acrescidas de juros. Essa dinâmica pode ser realizada tanto diretamente pelo banco quanto por intermédio de uma concessionária”, diz Keillor Avelar, fundador e CEO da Trokey, rede especializada na compra e venda de veículos. 

O especialista ainda revela que obter um financiamento pode ser desafiador e sugere que o interessado por esse tipo de negócio se planeje. “Antes de buscar esse caminho para garantir um carro novo, é fundamental se preparar. As instituições de crédito querem ter a segurança de que irão ver o retorno desse dinheiro, o que implica em certas burocracias. Outro ponto de atenção é a sua saúde financeira. Indo atrás de um sonho é muito fácil se perder em dívidas e acabar comprometendo seu patrimônio”, revela o CEO. O executivo listou abaixo as cinco principais dicas para quem quer ter sucesso no financiamento sem prejudicar o bolso. Confira abaixo: 

Entenda o que você precisa – Não adianta comprar o primeiro automóvel que ver pela frente ou aquele que tem a solicitação aprovada. Ao dar esse passo, é imprescindível entender as próprias necessidades. “A utilização de um carro é diferente para cada pessoa. Jovens solteiros não têm as mesmas prioridades do que um casal com filhos, que precisa de um porta malas maior, por exemplo. Já para um representante comercial, que usa o bem com mais frequência, é melhor optar por uma alternativa econômica e de manutenção barata”, explica. 

Respeite o seu bolso – Quem vai financiar um veículo deve ter um planejamento financeiro, levando em conta quanto tem à disposição para a entrada e para o pagamento das parcelas. “O ideal é não comprometer mais do que 30% da renda líquida. Aqui, é importante lembrar também que essa aquisição envolve outras despesas como combustível, manutenção, seguro e impostos”, pontua o fundador. 

Cuide do seu score – O score é um sistema de pontuação usado pelos bancos para classificar as pessoas que cumprem com os seus compromissos financeiros. São aqueles que estão com as contas no azul e com a organização monetária em dia. Portanto, quem estiver com poucos pontos, terá uma maior dificuldade em ter a concessão do empréstimo. “Se o seu score está negativo, entenda o motivo. Veja se tem contas atrasadas ou que prescreveram há mais de cinco anos porque sair do Serasa não significa que o seu nome esteja limpo. Tente pagar os boletos com antecedência. Busque melhorar”, declara Keillor. 

Vá a uma loja – Para garantir que você terá acesso às melhores opções, o indicado é realizar o processo de financiamento via concessionária. “Procure uma boa loja e exponha as suas necessidades e condições. Em cima do cenário apresentado, o vendedor irá fazer uma série de simulações e conseguirá te mostrar a solução mais compatível com a sua realidade. Lembrando que quanto mais novo o carro, melhor – já que neste caso se paga juros menores por conta da preferência das instituições financeiras, além de exigir menos reparos”, afirma o especialista. 

Corra de encrencas – Ações revisionais e empresas que prometem melhorar o score podem parecer um bom caminho, mas na verdade são uma armadilha. “Quando o consumidor começa a duvidar de que irá conseguir cumprir com os pagamentos das parcelas, a ação revisional do contrato feito com o banco pode vir à mente – só que não são uma boa pedida. As instituições de crédito são privadas e conversam entre si. Por isso, o seu nome pode ficar marcado como um mal pagador nos cadastros internos. Caso não consiga arcar com os custos, é melhor ir negociar a venda do carro em uma loja de confiança exigindo a quitação. Por sua vez, as empresas que fazem promessas de melhoria no seu score na realidade não agem com transparência de como irão conseguir isto, e quando conseguem, esta é feita de forma obscura, podendo envolver o seu nome em atos ilegais, e logo seu score cairá. O Ideal é você mesmo pagar suas contas em dia, de preferência com 5 dias de antecedência, e não deixar nunca nenhuma conta atrasar, assim a sua pontuação sempre estará boa, as instituições entenderão que você honra seus pagamentos em dia e lhe ofertarão taxas menores, bem como valores maiores”, finaliza o executivo. 

Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico

Era abril de 2018, quando o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), premido pela impunidade de políticos julgados pelas cortes superiores de Brasília, começou a limitar o direito ao foro privilegiado de deputados e senadores. Na época, a Corte concluiu que políticos só tinham direito ao benefício se os crimes dos quais eram acusados tivessem sido praticados no exercício do mandato e fossem relacionados com a função pública.

Embora tentasse conter, entre outras coisas, o sobe e desce processual que ocorre quando uma autoridade perde o mandato, a tese não conseguia abarcar todas as situações envolvendo investigados e eram essas lacunas o principal fio de esperança de certos políticos para tentar se desvencilhar do STF. Jair Bolsonaro era um deles.

Investigado em múltiplas frentes – de desvio de joias do patrimônio público à incitação de um golpe de Estado – o ex-presidente contava com a possibilidade de se apegar a uma das brechas da decisão de 2018 para argumentar no médio prazo que o processo mais rumoroso contra ele, o que apura sua participação como articulador de uma virada de mesa nas eleições e do quebra-quebra em Brasília no dia 8 de janeiro, não devia estar nas mãos do ministro Alexandre de Moraes e nem no STF. Não é a primeira vez que o ex-mandatário tenta tirar seus casos da relatoria de Moraes, tido como algoz do bolsonarismo, mas movimentos recentes do Supremo indicam que as possibilidades de sucesso na empreitada estão cada dia mais remotas.

Alexandre de Moraes pode deixar investigações contra Bolsonaro?

Sinais contrários às pretensões do capitão ocorreram recentemente no julgamento de um habeas corpus em favor do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), quando seis dos 11 ministros do tribunal concluíram que o foro privilegiado do político investigado é definido no momento em que o crime pelo qual ele é acusado é cometido e se mantém mesmo que o inquérito ou a ação penal contra a autoridade comece depois que ela deixou o cargo. Este último ponto é importante porque Bolsonaro foi incluído no inquérito que investiga os atos de 8 de janeiro de 2023 no dia 13 daquele mês, quando já não era mais presidente da República.

Pelo entendimento que está sendo construído no julgamento do caso de Zequinha Marinho, não importa se o ex-presidente passou a ser formalmente investigado depois que já não tinha direito a qualquer foro privilegiado porque, ainda assim, seu caso deve tramitar no Supremo. O motivo, reiterou o tribunal no caso do senador paraense, é que as acusações contra o ex-mandatário dizem respeito a articulações golpistas quando era ele o chefe do Executivo. O balde de água fria só não foi definitivo ainda porque o ministro André Mendonça interrompeu o julgamento do habeas corpus com um pedido de vista.

(Da revista Veja)

Da Agência Brasil

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu reintegrar a suas atividades os desembargadores Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz e Loraci Flores de Lira, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). Eles haviam sido afastados em 15 de abril por causa de investigações sobre irregularidades da Operação Lava Jato.

Os dois são suspeitos de não terem cumprido ordens do Supremo Tribunal Federal (STF) na condução de casos ligados à operação. No início de junho, foi aberto processo administrativo disciplinar (PAD) para apurar as supostas violações, seguindo indícios apontados pelo corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão.

O relator do PAD é o conselheiro Luiz Fernando Bandeira de Mello, que levantou uma questão de ordem para sugerir o retorno dos desembargadores a suas funções. A proposta foi julgada no plenário virtual do CNJ e aprovada de forma unânime.

Bandeira de Mello apontou o surgimento de “fatos novos” que justificam o retorno dos magistrados, entre os quais o desastre climático e a calamidade pública que atingem o Rio Grande do Sul, onde fica a sede do TRF4, na capital Porto Alegre.

O conselheiro apontou que a sede do tribunal foi severamente atingida pelos alagamentos, o que resultou na desativação dos sistemas eletrônicos e suspensão de prazos processuais. Ainda não há previsão para que o funcionamento da Justiça Federal seja normalizado, destacou.

“É notório que o retorno à normalidade das atividades do Poder Judiciário da região dependerá do esforço de todos os membros”, escreveu Bandeira de Mello. Ele também argumentou que os fatos investigados já foram apurados, incluindo a coleta de depoimentos de servidores dos respectivos gabinetes, e que tudo foi feito “sem a interferência dos magistrados investigados”, motivo pelo qual não haveria mais risco às investigações.

Além de Thompson Flores e Loraci Flores de Lima, também são alvos de PAD os juízes Danilo Pereira e Gabriela Hardt, que atuaram na Lava Jato como membros da 13ª Vara Federal em Curitiba, instância original da operação.

Na passagem ontem pelo Sertão do Pajeú, a governadora Raquel Lyra (PSDB) deu um bolo no pré-candidato do PSD a prefeito de Afogados da Ingazeira, Danillo de Gisa (na foto acima, está vestido com uma camisa azul, posicionado no meio), aliado do ministro da Pesca, André de Paula, não comparecendo ao ato do anúncio da pré-candidatura dele. Filho da ex-prefeita Gisa Simões, Danilo passou a semana inteira propagando que Raquel estaria presente. 

Cuidou, aliás, de organizar o evento em alto estilo, arrastando muita gente. Vereadores, candidatos a vereador e dirigentes partidários envolvidos apostavam na presença da governadora como a cereja do bolo para o pupilo de André dar o start da jornada eleitoral em grande estilo.

Danilo ficou desapontado e André de Paula, que havia garantido a presença da governadora, numa tremenda saia justa. O Sertão do Pajeú é reduto histórico do PSB, alicerce plantado pelo ex- governador Miguel Arraes e bem cuidado tempos depois por Eduardo Campos. 

Afogados da Ingazeira é governada pelo PSB há 16 anos, sendo sua principal liderança o deputado José Patriota, que governou o município por dois mandatos e fez o sucessor Sandrinho Palmeira, bem posicionado para emplacar a reeleição. 

Danilo é uma promessa da oposição, vem de uma carreira bancária bem-sucedida e aposta no legado da mãe Gisa e do pai Orisvaldo, ambos ex-prefeitos e com uma bela folha de serviços prestados ao município. 

Por isso mesmo, a oposição em Afogados imaginou que Raquel havia compreendido essa equação da geografia política local e viria para o ato justamente para valorizar as novas forças do Pajeú interessadas num alinhamento com ela. 

Só esqueceram um detalhe: a governadora não é do ramo da política e sua assessoria é formada por amadores. Daí, o vexame de ontem em Afogados da Ingazeira.

A Prefeitura do Recife inaugurou, na manhã deste sábado (29), o Centro Comunitário da Paz Leda Alves, a sexta unidade do Compaz na Capital pernambucana. O prefeito da cidade, João Campos, e a vice-prefeita, Isabella de Roldão, estiveram presentes no evento. 

Localizado no antigo terreno do Aeroclube, no bairro do Pina, Zona Sul do Recife, o Compaz Leda Alves foi nomeado em homenagem à atriz, gestora cultural e ex-secretária de Cultura da cidade, que morreu no fim do ano passado. As informações são da Folha de Pernambuco. 

Com um investimento de R$ 15,5 milhões, o espaço comunitário promete oferecer atividades de arte, educação, esportes, lazer e serviços para as comunidades do Pina, Brasília Teimosa, Ilha de Deus, Ipsep e Cabanga. 

Com mais de 3 mil m² de área, o equipamento contempla áreas de esportes e lazer, como parque e piscina para a prática de natação e hidroginástica. O centro também possui área de tecnologia, com impressoras 3D, computadores e outros equipamentos que ficarão à disposição da população de maneira gratuita. 

O Compaz Leda Alves será integrado ao Complexo do Aeroclube, que conta com o residencial, além do Parque do Aeroclube Governador Eduardo Campos, que está em fase de finalização e deve ser inaugurado até o fim do ano. No total, o complexo representa um investimento de R$ 150 milhões.

A cerimônia de inauguração iniciou-se com a bênção do vigário episcopal de Boa Viagem, Padre Fábio Farias. Em seguida, a vice-prefeita, Isabella de Roldão, discursou destacando a importância da presença feminina na política.

Encerrando o evento, o prefeito João Campos falou sobre as atividades que serão oferecidas no Compaz e a relevância do espaço comunitário para o desenvolvimento das crianças e dos jovens das comunidades. 

“Estamos diante de uma área com mais de R$ 150 milhões em investimentos, onde temos 600 unidades habitacionais entregues, um Compaz sendo inaugurado e uma creche em fase final de obra. Toda juventude terá a oportunidade de frequentar o Compaz, pois o acesso é livre e gratuito. O espaço oferecerá aulas de natação, robótica, inglês, balé e artes marciais, além de uma biblioteca. A criança que conviver aqui jamais se perderá na vida”, disse o prefeito. 

A agenda ainda reuniu nomes como o presidente da Câmara dos Vereadores, Romerinho Jatobá, o ex-secretário da Secretaria de Segurança Cidadã do Recife, Murilo Cavalcanti, o presidente do PT Recife, Cirilo Mota, além da deputada estadual Gleide Ângelo e do deputado federal Pedro Campos, ambos do PSB.

Em fevereiro deste ano, a Rede Compaz foi reconhecida com o Prêmio de Serviço Público das Nações Unidas. Os centro comunitários são vistos como uma iniciativa exemplar que contempla os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Por Betânia Santana*

A decisão do Partido dos Trabalhadores de indicar  apenas um nome para concorrer à vaga de vice na chapa do prefeito João Campos (PSB) à reeleição não muda em nada a agenda do chefe do Executivo municipal. 

“Os partidos já tiveram posicionamento formal sobre isso, tanto a direção nacional do PSB quanto a direção do PT”, declarou João Campos, durante a inauguração da sexta unidade do Compaz, no bairro do Pina, Zona Sul da cidade.

O prefeito do Recife mantém o cronograma de anúncio da chapa completa para o período das convenções, de 20 de julho a 5 de agosto, como já havia informado em março deste ano.

“A nossa será no último fim de semana. O roteiro está sendo construído pelos partidos, assegurou.  

O PT apresentou na sexta-feira (28) o nome do assessor da Secretaria de Relações Institucionais Mozart Sales para a vaga de vice.

*Jornalista da Folha de Pernambuco

A gestão Eduardo Paes (PSD) assinou contrato de patrocínio para a celebração do centenário da Assembleia de Deus no Rio de Janeiro no mesmo dia em que o deputado Otoni de Paula (MDB), ligado à denominação, fechou as negociações para apoiar a reeleição do prefeito.

O repasse de R$ 950 mil, assinado no dia 20 de junho, teve como destino um evento realizado dois dias depois. Paes discursou na cerimônia ao lado de Otoni e do bispo Abner Ferreira, que participou das negociações políticas para o apoio. Com informações do jornal Folha de São Paulo.

O contrato, obtido pelo gabinete do vereador Pedro Duarte (Novo), mostra que entre as contrapartidas está o direito a “50 spots de 30 segundos na rádio 93 FM”, emissora gospel do Rio.

Ferreira e Otoni negaram vínculos entre o patrocínio e o apoio. Ambos declararam que não fazem parte da entidade beneficiada com o repasse e que participaram do ato como fiéis da Assembleia, que tem diferentes correntes.

Os dois integram a Assembleia de Deus – Ministério de Madureira. O patrocínio da prefeitura foi dado à Cemad-RJ (Convenção Estadual de Ministros das Assembleias de Deus do Rio de Janeiro), um outro ramo da mesma denominação religiosa. Procurada, a entidade não retornou aos contatos da reportagem.

A prefeitura disse que a autorização do apoio foi dada no início de maio e que “apoia todos os eventos culturais e religiosos que promovam a cidade”.

Paes escolheu Otoni para atuar junto ao eleitorado evangélico, vinculado ao bolsonarismo. O objetivo é tentar disputar a preferência dos fiéis na disputa contra o deputado Alexandre Ramagem (PL), pré-candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Otoni oficializou o fim de sua pré-candidatura no dia 13, quando fez a primeira reunião com Paes sobre a aliança. Uma semana depois, no dia 20, os dois se reuniram e selaram a aliança, em reunião com a participação de Abner Ferreira.

Dois dias depois, os três discursaram juntos no evento organizado pela Cemad-RJ. A cerimônia encenou na zona portuária a chegada dos missionários fundadores da Assembleia de Deus no país.

O processo administrativo que culminou no contrato foi aberto, segundo o sistema da prefeitura, em abril deste ano com a carta proposta da Cemad-RJ. O site do município exibe apenas a movimentação do processo, e não seus documentos.

O sistema da prefeitura mostra que o processo voltou a ter movimentação apenas em 28 de maio. No dia seguinte, o prefeito publicou um decreto remanejando R$ 950 mil da conservação da cidade para a rubrica de apoio a eventos. O texto não define a destinação do recurso, mas se trata do mesmo valor dado ao evento.

Os autos voltam a ser movimentados em 10 de junho. As descrições no sistema indicam ser a inclusão de documentos da Cemad-RJ e detalhamento de custos do evento. A partir do dia 13 de junho, documentos produzidos pela prefeitura começam a ser juntados no processo. Foi a data em que Otoni se reuniu com Paes e decidiu abrir mão da candidatura.

O deputado Otoni de Paula negou relação entre o patrocínio dado pela prefeitura para o evento e seu apoio à pré-candidatura. Ele afirmou que o Ministério de Madureira, ramo da Assembleia de Deus da qual faz parte, não aceita recursos públicos.

“Quero repudiar essa tentativa de ilação, como se meu apoio político ao prefeito Eduardo Paes tivesse essa condicionante”, afirmou ele em discurso na Câmara.

Um dia após a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, oficializar Mozart Sales como nome sugerido pelo partido para vice na chapa de João Campos (PSB), o assessor especial da Secretaria de Relações Institucionais já marca presença na inauguração do Centro Comunitário de Paz (Compaz) Leda Alves, localizado no antigo terreno do Aeroclube, no Pina, Zona Sul da cidade.

Apesar de o prefeito já ter dado indícios de que Victor Marques Alves, seu ex-chefe de gabinete e filiado ao PCdoB, será o seu companheiro de chapa, os petistas continuam trabalhando para ocupar o espaço. Além de Mozart, participam da agenda o presidente do PT Recife, Cirilo Mota, e o secretário executivo de Habitação da capital pernambucana, Felipe Cury, que também é dirigente municipal do partido.

Questionado sobre a data para se desincompatibilizar na próxima semana, Mozart não demonstrou clareza na resposta. “O prazo da legislação não é só para mim, é para qualquer servidor público. O prazo da legislação é dia 6 de julho, próximo sábado. Não só eu. Qualquer servidor público tem que se afastar para disputar a eleição. Daqui para lá, a gente vai conversar com o ministro Alexandre Padilha, com o presidente Lula, vamos acompanhar as conversas do presidente Lula com o prefeito João Campos e vamos, claro, tomar a decisão também com a direção do partido sobre essa questão da desincompatibilização”, disse o assessor da SRI.

Na próxima terça-feira (2), o presidente Lula visitará Pernambuco para inaugurar mais um residencial no Recife. Havia a expectativa de que a decisão fosse tomada nesse mesmo dia, porém, segundo Cirilo Mota, a conversa entre o chefe do Planalto e João Campos deve ocorrer após essa visita ao estado.

“É decisiva a participação agora do prefeito João Campos, do presidente Lula, para dar a definição final. Eu acho que o próximo passo é essa conversa que está sendo esperada entre o prefeito João Campos e o presidente Lula. Eu acredito que a conversa não acontece aqui, acontece após a vinda de Lula aqui em Pernambuco”, afirmou Cirilo.

As informações são do Blog Cenário