Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco
A ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, numa conversa com este repórter em Brasília, afirmou que decidiu tornar pública, oficialmente, a sua decisão de se afastar ou não do cargo, com a intenção de disputar a Prefeitura de Olinda, nos próximos 15 dias. Pela nova regra eleitoral, quem ocupa cargos no primeiro escalão tem até 6 de junho, quatro meses antes da eleição, como prazo para se desincompatibilizar.
“Não sei ainda o meu caminho, só sei que decido nas duas próximas semanas”, disse a ministra. Seu nome aparece na liderança de todas as pesquisas para a sucessão do Professor Lupércio na Marim dos Caetés. Mas Luciana ainda está avaliando o cenário. Já tratou do assunto em duas conversas com o presidente Lula.
Pelo tom da sua conversa, tende a se afastar do Ministério, até porque sua assessoria dispõe de várias pesquisas amplamente favoráveis na corrida pela Prefeitura de Olinda, município que já governou em duas oportunidades. Luciana chegou a comentar que seu nome não é único e que poderá apoiar um candidato no bloco da oposição, chegando a citar o vice-prefeito Márcio Botelho, o vereador Felipe Nascimento e até a ex-deputada Marília Arraes.
“São forças que estão dentro do nosso campo e com chances de derrotar a candidata oficial”, disse, referindo-se à Mirella Almeida, candidata apoiada pelo prefeito. Luciana ocupa a pasta de Ciência e Tecnologia dentro da cota do seu partido, o PCdoB, mas não é certo que se vier a deixar o cargo, o mesmo continue sendo ocupado por um aliado comunista.
Em Brasília, corre nos bastidores que o PSD, do ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, possa ocupar a pasta se a pernambucana largar em junho para disputar a Prefeitura de Olinda. E já se fala até no nome indicado pelo partido, a deputada federal Luiza Canziani, do Paraná.
Morreu neste sábado (27), Cléo Niceas, aos 76 anos. Ele foi diretor da Globo Recife por 17 anos e se manteve como consultor do Grupo Nordeste até o dia de sua despedida. Cléo lutava contra um câncer no fígado.
Por meio de nota, a Associação das Empresas de Rádio e Televisão de Pernambuco (ASSERPE) e o Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão de Pernambuco (SERTEPE) lamentaram o seu falecimento.
Cléo foi um dos fundadores da ASSERPE, marcado por seu espírito alegre, pujante, com entusiasmo e dedicação. Foi também Diretor da Globo Recife por 17 anos e consultor do Grupo Nordeste até hoje, reconhecido por sua personalidade inovadora e pela forma como inspirou o meio.
Presidiu a entidade por três mandatos, de 2010 a 2019, sendo responsável por marcas e feitos importantes, desde o fortalecimento institucional até a construção da mentalidade e formato de representação comercial junto aos veículos.
“Eu sempre tento colocar um pouco dos meus sonhos em tudo o que faço. É o que me faz seguir em frente”.
“De certa forma, a Comunicação está em minha vida desde que eu nasci”.
“Eu sonho em ver Pernambuco como um polo poderoso de audiovisual. Não apenas de profissionais criativos e competentes, porque isso já está mais do que provado que possuímos”.
“O que não se pode é ter medo de tentar. Às vezes você acerta e às vezes você erra. Mas isso faz parte. Nos dois casos, alguma contribuição você deixa”.
“Pode me chamar de sonhador, mas é isso mesmo o que eu sou. Sou movido pela emoção, e é por ser apaixonado pelo que faço que me dá muito prazer poder continuar trabalhando e ir sempre além”.
Próxima a fechar um ano e meio de gestão, a governadora Raquel Lyra (PSDB) continua extremamente mal avaliada no Recife, centro político, econômico e administrativo, além de maior colégio eleitoral do Estado. Segundo a mais nova pesquisa da Atlas/CNN, divulgada ontem, seu governo é desaprovado por 63% dos recifenses.
Os que aprovam representam apenas 20%. Raquel adorava bater em Paulo Câmara. Na campanha, estufava o peito para dizer que faria diferente e que Pernambuco não merecia tamanho desastre administrativo. Os números não mentem: está conseguindo ser pior do que o seu antecessor.
Mas isso era previsível. Eu sempre adverti neste espaço: os homens públicos se conhecem pelo retrovisor. Com base em tudo que vi na sua desastrosa passagem pela Prefeitura de Caruaru, já sabia que estava fadada ao insucesso como governadora.
Raquel trouxe para o Estado o modelo desastroso implantado em Caruaru: fechada em copas, não tinha diálogo com a Câmara de Vereadores, não se relacionava com o empresariado nem com o judiciário. Nunca deu bolas sequer para as orientações do seu pai, João Lyra Neto, que governou o município e foi um bom gestor.
Raquel é arrogante, não ouve ninguém, é extremamente concentradora, não confia em nenhum dos auxiliares, nem nela própria quando se vê no espelho e confunde com a sombra de alguém que ameaça apagar a sua estrela.
Diferente dela, João faz uma gestão em sintonia com a população do Recife. O prefeito tem uma impressionante taxa de aprovação de 71% e apenas 23% de desaprovação.
A pesquisa Atlas/CNN foi registrada no TSE sob o número PE-05351/2024. Foram entrevistados 827 moradores de Recife, por meio de Recrutamento Digital Aleatório (Atlas RDR), entre os dias 18 e 23 deste mês.
Já não bastasse superlotação, falta de refrigeração, forro dos tetos caindo e constantes alagamentos nas instalações internas em período de chuva, os pacientes e funcionários do Hospital da Restauração, estão agora também expostos à violência dentro da maior unidade de emergência do Estado.
A morte do vigilante Nivaldo Bezerra da Silva, de 66 anos, na madrugada de ontem, enquanto cumpria seu dever, expõe a face mais cruel da inoperância do Governo Raquel Lyra (PSDB) em seu papel de assegurar a qualidade na Segurança Pública.
Além de Nivaldo, o paciente internado e autor do assassinato do vigilante, cujo nome não foi revelado, também foi morto enquanto fugia da cena. Um outro vigilante foi alvejado, mas saiu ileso graças ao colete à prova de balas.
De acordo com o diretor do HR, Petrus Andrade Lima, o hospital conta com uma equipe de vigilância privada, composta por 66 vigilantes contratados, 16 no plantão noturno e 18 no diurno. Contudo, cabe salientar que isso não reduz o dever de o Governo manter um posto da Polícia Militar em funcionamento no local, mas que está desativado há bastante tempo.
O triste episódio certamente entrará na estatística de mortes violentas em Pernambuco, que totalizou a triste marca de 989 homicídios apenas nos três primeiros meses deste ano, o que deixa a sociedade ainda mais apavorada, principalmente quando um episódio desse acontece em um local destinado a salvar vidas.
Nota de repúdio – Por nota, o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), repudiou o ocorrido e culpou o Governo do Estado pela situação. “O Simepe também repudia a contínua exposição ao risco enfrentada por médicos, demais profissionais de saúde e pacientes, que diariamente se veem em meio a condições de trabalho e atendimento precárias, agora agravadas por atos explícitos de violência”, revela o documento.
Cobrança na Câmara do Recife – Diante do trágico episódio de violência no HR, o vereador do Recife Marco Aurélio (PV) usou seu tempo no plenário, ontem, para revelar sua preocupação com a segurança pública no Estado. “Se não bastasse a violência nas ruas, vimos um retrato da insegurança nas dependências do maior hospital do Estado que culminou na morte de um agente de segurança. Os números oficiais da violência em Pernambuco são alarmantes e revelam a falta de políticas públicas efetivas. O Programa “Juntos pela Segurança” ainda não mostrou resultados consistentes. Precisamos de medidas eficazes para garantir a proteção dos cidadãos e dos profissionais de segurança”, desabafou o vereador.
A resposta da governadora – Em suas redes sociais, a governadora Raquel Lyra (PSDB) lamentou o episódio ocorrido no HR. Afirmou, contudo, o que todos já sabem, mas que ela enquanto gestora nada tem feito para mudar. “Hospital é espaço para saúde, não de violência”, disse a tucana, complementando que a SDS está agindo para investigar o lamentável episódio.
Dois pesos e duas medidas – Foi aprovado na Alepe, esta semana, projeto de autoria do Executivo Estadual que evidencia os dois pesos e duas medidas como são tratados agentes das forças de segurança da mesma secretaria, a de Defesa Social. O primeiro, que aumenta a remuneração financeira de agentes e escrivães de Polícia Civil aposentados que optarem por voltarem à ativa, que terá os ganhos mensais de R$ 1.800 para R$ 2.506. Enquanto isso, o aproveitamento de inativos militares em tarefas de segurança e administrativas, para função de guarda patrimonial, por exemplo, passará de R$ 1.250 para R$ 1.450.
Na berlinda – A secretária de Saúde, Zilda Rego Cavalcanti, ficará na berlinda, na próxima segunda-feira, durante Audiência Pública na Alepe que vai debater a questão das cirurgias ortopédicas em crianças com microcefalia. Há mais de um ano, as mães tentam, sem resposta, o retorno desse procedimento, essencial para a qualidade de vida dos filhos, que sem as placas instaladas em seus quadris, convulsionam cerca de 120 vezes ao dia. Segundo relato das mães das crianças, não há placas suficientes para operar 138 crianças que aguardam a cirurgia e as que têm, são de qualidade inferior, que podem estourar no corpo já debilitado das crianças.
CURTAS
APOIO – Após ser ameaçado pelo vereador Eriberto do Sacolão e criticado pelo também vereador João do Táxi por instalar, em parceria com o DER, câmeras para monitorar a PE-270, o diretor do Arcontrans de Arcoverde, Vladimir Cavalcanti, revelou ter recebido apoio de todas as esferas ao longo desta semana elogiando sua atuação para reduzir os números de acidentes de trânsito na cidade.
APLAUSOS – Foi aprovado, esta semana, pela Câmara de Vereadores de Cumaru, no Agreste do Estado, Votos de Aplausos pela passagem dos 18 anos deste Blog. O requerimento é de autoria do vereador Gilvan da Malhadinha (PP).
DERRUBADA – A vereadora Célia Galindo (PSB) promete lutar com todas suas forças para derrubar, na sessão da próxima segunda-feira, na Câmara Municipal de Arcoverde, o veto do prefeito Wellington Maciel (MDB) a emenda que reajuste em 12% o salário dos profissionais da educação municipal.
Perguntar não ofende: Até quando os pernambucanos serão reféns da insegurança pública?