PF vê necessidade de apurar omissão dos comandantes do Exército e Aeronáutica

No relatório que embasou a Operação Tempus Veritatis, a Polícia Federal (PF) aponta a necessidade de apurar se o comandante do Exército, Freire Gomes, e o da Aeronáutica, Carlos Almeida Baptista Junior foram omissos em relação a tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.

Segundo o relato feito pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, o comandante da Marinha, Almir Garnier, teria sinalizado adesão a um eventual golpe de Estado. Ele é o único dos três comandantes alvos da operação. Contudo, a PF indica que a postura de Batista Junior e de Freire Gomes poderia indicar omissão.

“Conforme o exposto, os fatos apresentados revelaram a adesão e participação de vários militares aos atos que estavam sendo desenvolvidos pelo grupo investigado na tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito”, diz o documento obtido pelo blog da Andréia Sadi.

“Em relação ao general Freire Gomes e ao brigadeiro Baptista Junior, os elementos colhidos, até o presente momento, indicam que teriam resistido às investidas do grupo golpista. No entanto, considerando a posição de agentes garantidores, é necessário avançar na investigação para apurar uma possível conduta omissiva por omissão pelo fato de terem tomado ciência dos atos que estavam sendo praticados para subverter o regime democrático e mesmo assim, na condição de comandantes do Exército e da Aeronáutica, quedaram-se inertes”.

A Operação Tempus Veritatis foi deflagrada em 8 de fevereiro para apurar uma tentativa de golpe articulada dentro do governo Bolsonaro. Ao todo, 16 militares foram alvos.

Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco 

Em meio a tensão entre Congresso e Executivo, impostas, principalmente, pelo veto presidencial de R$ 5,6 bilhões em emendas de comissão no Orçamento da União, o legislativo brasileiro estendeu o recesso do Carnaval até a próxima semana. Por lá, os trabalhos devem retomar só a partir da segunda-feira.

Não há, porém, nenhuma votação de temas espinhosos, a exemplo da Medida Provisória sobre a reoneração da folha de pagamento e o fim do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), agendada até o momento. Apenas início de sessões deliberativas, ou seja, apenas leituras de comunicados e realização de discursos.

No entendimento do Governo, o Perse não trouxe benefícios à economia e custou, no ano passado, R$ 17 bilhões em isenções fiscais. O montante, de acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é R$ 13 bilhões a mais do que o previsto pelo Executivo Nacional, o que contraria a meta do ministro de alavancar a arrecadação.

A iniciativa de Haddad, porém, desagrada deputados e senadores, principalmente o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP), que já deu início ao ano legislativo, no último dia 5, subindo o tom contra o Executivo por conta do veto às emendas de comissão. Por isso, a votação dessa MP 1.202 de 2023 promete provocar ainda mais entraves entre os poderes.

Vale ressaltar que no meio a essa medida provisória, que pode acabar, a partir de abril, com a isenção ou redução de impostos sobre os tributos do setor de eventos, há também a reoneração da folha de 17 setores da economia, também a partir de abril.

No ano passado, os parlamentares aprovaram a prorrogação do benefício até 2027, com impacto fiscal estimado em R$ 20 bilhões por ano. O projeto, contudo, foi vetado pelo presidente Lula e, após o Congresso derrubar o veto, terminou sendo revogado por uma medida provisória, o que contribuiu ainda mais para o clima de tensão entre os poderes.

Na tentativa de apaziguar os ânimos, teve início entre o ministro da Fazenda e lideranças do Congresso, semana passada, a construção de um diálogo para se chegar a um meio-termo que contemple a modificação do prazo do retorno da reoneração, assim como seu alcance. Na ocasião, o Governo aceitou a possibilidade de retirar a reoneração da MP para enviar um PL com uma proposta que contemple um maior tempo para a retomada da cobrança integral, que passaria de 2028 para 2029.

A confirmação de um acordo sobre o tema, segundo Fernando Haddad, depende do aval do presidente Lula, que eventualmente deve ceder à pressão do Congresso na tentativa de distensionar os recentes embates entre o Executivo e Legislativo.

Afogados da Ingazeira, solo sagrado da minha nascença, é vanguardista na radiofonia no Sertão. Pioneira nas ondas do rádio AM em terras euclidianas, a Rádio Pajeú rompeu o isolamento imposto pelos grandes centros urbanos aos que pagaram o preço caro da discriminação por ter vindo ao mundo em plagas tão distantes. Botou música e notícia no rádio a partir de 4 de outubro de 1959 pelo bispo vanguardista Dom Mota. 

Minha cidade é amostrada, como diz o matuto. Também saiu na frente na abertura das cortinas da sétima arte. Fundado em 23 de novembro de 1942, pelo comerciante Helvécio Lima, o Cine São José tem 82 anos. Na época a cidade sequer contava com uma rede elétrica. Seu Helvécio inovou: comprou um gerador próprio para garantir as sessões em dias de feira. 

Na década seguinte, o cinema foi vendido à Diocese Bom Senhor Jesus dos Remédios, representação da Igreja Católica no Sertão do Pajeú. Administrado pela igreja e por alguns arrendatários, não resistiu ao modismo da TV e chegou a fechar. Deteriorado, seu prédio ficou em ruínas, mantendo apenas a estrutura das paredes externas. 

A partir de 1994, através de um movimento liderado pelo meu irmão Augusto Martins, hoje secretário de Cultura do município, o cinema renasceu, com um projeto cujas obras preservaram sua fachada original. A reinauguração se deu em 2003. Até hoje o cinema está vivinho e, de vez em quando, vou lá pegar uma telinha para matar a saudade dos velhos tempos de Tarzan e os cowboys americanos. 

Afogados da Ingazeira também foi vanguardista na introdução do cinema pornô. Olavo Vitorino Moura, apelidado de Olavo Corró, baixinho, metido a cavalo do cão, enfrentou o conservadorismo da sociedade afogadense e abriu um cinema para concorrer com o cine São José. 

Mas só exibia filmes para maiores de 21 anos explorando o sexo em toda sua plenitude. Menores como eu e meu irmão Marcelo, parelha de infância e adolescência em Afogados da Ingazeira, subíamos no telhado das casas vizinhas para curiar os filmes pornôs. 

Olavo foi um revolucionário. Passou por cima de todas as regras da lei do conservadorismo de uma sociedade feudal com seu cinema pornográfico, que visava exclusivamente o estímulo da sexualidade humana. Foi discriminado, perseguido, xingado e apontado como pornográfico, um fora da lei. 

Por vezes, os telespectadores atraídos para os filmes pornôs de Olavo Corró chegavam a se masturbar ou até mesmo a praticar sexo dentro da sala de exibição. Olavo pagou um preço caro. Quando isso se espalhou na cidade, seu cinema foi censurado e fechado. 

Olavo, coitado, queria apenas ser diferente. Os filmes pornográficos existem desde a época do cinema mudo, e eram usualmente rodados em bordéis. Em 1970, nos Estados Unidos, o cinema pornô ganhou forte impulso, graças à eliminação do Código das Produções e à instituição da classificação de filmes por faixa etária, deixando de ser um produto do submundo criminal e se constituindo numa indústria publicamente instalada. 

Passaram a ser exibidos em cinemas próprios, conhecidos por “Salas Especiais”. Nessa época, alguns filmes entraram para a história, como Garganta Profunda (ou “Garganta Funda”, como ficou conhecido em Portugal), O Garanhão Italiano, Atrás da Porta Verde e O Diabo na Carne de Miss Jones, que foi uma superprodução para a época.

Olavo, ainda lembro, fez grande sucesso com o Garganta Profunda!

Quem não se comunica…

Por Juliana Albuquerque – repórter do Blog

O saudoso Chacrinha não cansava de repetir a frase: “Quem não se comunica, se trumbica”. Virou jargão e serve, até hoje, de referência quando se trata de saber se comunicar. A comunicação vai muito além de falar bem, principalmente quando se trata de política. Na área, além de mostrar resultados concretos em benefício do povo, ela é o saber falar a linguagem do povo.

Nesse campo, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), tem dado uma verdadeira aula. Apesar da pouca idade, outrora motivo de desconfiança, tem conseguido se comunicar com maestria, sem atrapalho ou qualquer dificuldade. O seu “nevou”, por exemplo, comprovou isso em números, com mais de 22,5 milhões de visualizações no Instagram. O feito rendeu ao prefeito, além da admiração da população da periferia recifense, um baita alcance que transcende a esfera municipal.

A brincadeira despretensiosa fez com que o prefeito recifense saísse de 1,6 milhão de seguidores, para 2,1 milhões de admiradores na rede social. Tais números devem deixar a governadora Raquel Lyra (PSDB) de cabelos em pé. Sem o menor carisma, embora tente, sem sucesso, se comunicar com a massa pelas redes sociais, o fracasso da tucana é evidente pelo número de seguidores, menos de 1 milhão no Instagram.

Podem até dizer que número de seguidores não é o de eleitores, mas a julgar pela diferença grotesca entre João e Raquel nas redes sociais, 2026 promete ser de grandes emoções. Principalmente se, até lá, a tucana continuar sem mostrar a que veio, e João Campos continuar a entregar resultados palpáveis para os recifenses. Afinal, não se deve desprezar o fato de que Pernambuco tem pouco mais de 7 milhões de eleitores e que boa parte desse contingente acompanha a rotina do prefeito.

Por fim, Raquel pode até achar que ganha mais ao entrar de cabeça no xadrez político, ampliando seu palanque de partidos apoiadores com o jogo do ‘toma lá, dá cá’, mas, no fim das contas, não há melhor cabo eleitoral do que o próprio eleitorado quando satisfeito com o seu gestor.

Carnaval em números – O Carnaval do Recife atraiu 3,4 milhões de foliões durante os seis dias de festa, 20% a mais do que o registrado no ano passado. De acordo com a Prefeitura da Cidade, no período, foram criados 57 mil postos de trabalho temporários e foi movimentado R$ 2,4 bilhões na economia local.

Satisfação – Em pesquisa de satisfação encomendada pela Secretaria de Turismo do Recife, pasta sob comando de Antonio Coelho, 98% dos entrevistados afirmam que pretendem voltar para brincar o Carnaval do Recife no próximo ano. O mesmo percentual informou que recomenda a festa, enquanto cerca de 84% disseram que a festa recifense superou e/ou atendeu às expectativas. No item segurança, 68% dos foliões afirmaram que se sentiram muito seguros/seguros e 10% inseguro/muito inseguro.

Ocupação – De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Pernambuco (ABIH-PE), entre 9 e 13 de fevereiro, mais de 32 mil turistas se hospedaram na rede hoteleira do Recife, o que resultou em uma taxa de ocupação de 96% nos principais hotéis da cidade.

Soneca – Postado nos stories da governadora Raquel Lyra, na última segunda-feira, bombou entre os grupos de WhatsApp um vídeo no qual um funcionário aparece dormindo enquanto a tucana cumprimenta os demais atendentes que se revezavam entre os turnos, durante o Carnaval, para atender as queixas de emergência na Central do 190.

Violência – Os números de ocorrências levantados pelo Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) colocam em xeque o discurso da governadora Raquel Lyra de que o Carnaval 2024 seria o mais seguro da história. Pelo contrário, segundo o Sinpol, foram 62 homicídios, três deles em polos de folia, e 34 tentativas de homicídios no período de 8 a 13 de fevereiro, o que torna o Carnaval deste ano o mais violento de todos os tempos.

CURTAS

JABOATÃO – Mais de 450 mil pessoas circularam entre os sete polos de festa durante os cinco dias de Carnaval em Jaboatão dos Guararapes. Segundo o prefeito Mano Medeiros, a festa proporcionou a criação de 4,6 mil empregos diretos e movimentou mais de R$150 milhões na economia local.

FIES – Estudantes de instituições privadas de ensino superior interessados em financiar até 100% do valor da mensalidade pelo Banco do Nordeste (BNB) têm até o dia 29 de fevereiro para realizar a solicitação do crédito no portal do banco na Internet. O prazo e o meio é o mesmo para os clientes que irão renovar seu financiamento.

EXTERIOR – Já de volta ao visual habitual após “nevar” o cabelo no Carnaval, o prefeito do Recife, João Campos, embarcou, ontem, para Nova Iorque. Na cidade, recebe o Prêmio de Serviço Público pelo Compaz como iniciativa que melhor contempla os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e excelência no serviço público da ONU.

Perguntar não ofende: Quando a SDS vai divulgar o balanço do Carnaval 2024?