“Lula não quis saber se o palanque de Raquel aqui foi o que agasalhou o bolsonarismo e se hoje agasalha as forças mais reacionárias do Estado”, disse o parlamentar socialista, numa intervenção extremamente oportuna e feliz. Para Wal, como é tratado carinhosamente, na hora de decidir pela aplicação de recursos públicos, Lula olha para o povo, para a população que paga impostos, independente de quem seja o governante.

Já em Pernambuco, segundo afirmou, a governadora age com pequenez, faz a política do fígado, da perseguição mesquinha. “Aqui, temos visto situações como a que aconteceu em Gravatá. Caruaru é uma cidade extraordinária, tem o melhor São João do mundo, mas não se justifica receber R$ 4 milhões para as festividades juninas e Gravatá não receber nada, sendo também uma cidade turística”, afirmou.

Wal também citou o exemplo do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), promovido recentemente. “Também não se justifica a incapacidade do Governo do Estado de sentar com uma Prefeitura para realizar um festival de música, como o Festival de Inverno de Garanhuns, instalando um clima de hostilidade, de guerra, sequer combinando com o prefeito a data do evento”, lembrou.

Pau na moleira – Waldemar Borges finalizou o discurso dizendo que o PSB não quer nada mais do que respeito. “Assim como Lula respeita o voto dos pernambucanos que elegeram a governadora Raquel Lyra, pedimos também que os votos dos munícipes que elegeram nossos prefeitos sejam respeitados. Governadora, faça como Lula, respeite todos os prefeitos, independentemente das suas opções partidárias, exatamente como Lula vem fazendo em relação aos governadores e governadoras”, disse.

Madrinha do PAC – Na sua fala, Wal só esqueceu de criticar também a postura da governadora em algo que se apropria de forma vergonhosa. Falo da forma como o portal do Governo do Estado e a própria tucana se reportam ao PAC – Programa de Aceleração do Crescimento. Fazem referência como se fosse ela a responsável pela dinheirama em obras que serão feitas do Estado com o dinheiro da União. Se Lula não tomar cuidado, Raquel vai dizer que foi ela quem inventou o PAC.

Onda João – O ato do PSB em Gravatá serviu, ao mesmo tempo, para colocar o prefeito do Recife, João Campos, na vitrine da sua reeleição, passo importante, se viabilizado, para entrar na disputa pelo Governo do Estado em 2026, na condição de principal adversário de Raquel Lyra, se esta, aliás, tiver condições políticas e eleitorais para entrar na disputa. Principal estrela do evento, o vice-presidente Geraldo Alckmin tratou João como “o melhor prefeito do País”.

Governabilidade – De volta a Pernambuco, depois de um longo sumiço, o ex-deputado federal Tadeu Alencar, secretário nacional de Segurança Pública na gestão Lula, também brilhou no congresso do PSB, em Gravatá. Em sua fala, enalteceu o papel do partido na governabilidade. “O PSB tem sido fundamental para a governabilidade no ambiente hostil do Congresso”, disse, acrescentando: “Nós emprestamos ao Governo Federal o que temos de melhor na política”.

Frente pelos municípios – Na condição de representante da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), a prefeita de Surubim, Ana Célia (PSB), pediu o apoio do vice-presidente Geraldo Alckimin e das demais lideranças nacionais presentes ao encontro, como o ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, para liderarem um movimento em defesa dos municípios, que enfrentam a pior crise dos últimos anos, com a redução das transferências federais. Lembrou que a primeira parcela do FPM, depositada no último dia 10, chegou aos cofres das prefeituras com um desconto de 22%.

CURTAS

OBRAS PREVISTAS – Em entrevista durante a sua passagem pelo Estado, o vice-presidente Geraldo Alckmin confirmou que Pernambuco foi contemplado com R$ 91,9 bilhões no PAC. Entre as obras mais importantes, a Transnordestina, o Metrô do Recife, o Canal do Fragoso e a refinaria Abreu e Lima.

PADRE REAGE – A defesa do padre Airton Freire protocolou um pedido de investigação por fraude processual contra Sílvia Tavares. A personal stylist foi a primeira vítima a denunciar o religioso de 67 anos por crimes sexuais na Fundação Terra, organização criada por ele no município de Arcoverde. Na segunda-feira passada, Airton e outros três funcionários tornaram-se réus em um dos cinco inquéritos abertos contra o padre.

Perguntar não ofende: Raquel vai mudar de postura depois do puxão de orelha dado por Waldemar Borges?