Por Anderson Ferreira*
Como nordestino, destaco a importância da Economia da Cultura e das Indústrias Criativas (ECIC) para o desenvolvimento econômico da nossa região. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que, em 2020, a ECIC movimentou R$ 230,14 bilhões no país, representando 3,11% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Estes números grandiosos destacam a relevância econômica do setor cultural e criativo, que abrangem diversas atividades, como artes visuais, teatro, audiovisual, música, editorial, patrimônio cultural, design, moda e games.
No Nordeste, a relação entre cultura e desenvolvimento é especialmente evidente. A região é conhecida por sua rica diversidade cultural e pelas manifestações populares que a caracterizam, sendo um berço de algumas das tradições mais antigas e profundas do Brasil. É nesse contexto que a economia da cultura desempenha um papel ainda mais significativo, impulsionando a empregabilidade e estimulando o crescimento econômico local.
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Perante o desafio de levar desenvolvimento, através do emprego e geração de renda, para municípios pequenos e distantes das capitais, áreas como o turismo rural, turismo de eventos, turismo de aventura, se apresentam como fundamentais no momento atual. E todas estas áreas recebem forte amparo do alicerce cultural e histórico da região.
Como exemplo do impacto da economia da cultura no Nordeste, podemos destacar as festas populares, como o carnaval e as festas juninas. Segundo dados divulgados pelo Ministério do Turismo, estima-se que essas festividades movimentam cerca de R$ 2 bilhões nos principais destinos do país. As festas juninas atraem um grande número de visitantes, gerando uma demanda expressiva por produtos e serviços. Isso resulta na contratação de artistas, músicos, dançarinos, artesãos e diversos outros profissionais envolvidos nessas manifestações culturais.
Além disso, as expressões de arte popular, como o artesanato regional, desempenham um papel fundamental na geração de empregos e na sustentabilidade econômica das comunidades nordestinas. As técnicas tradicionais de produção de cerâmica, bordado, escultura, entre outras técnicas, não apenas preservam as tradições culturais, mas também proporcionam fontes de renda para muitas famílias. A relação entre a atividade turística e uma forte e criativa cena cultural pode nos levar a um novo tempo, com melhor destruição de renda, preservação e manutenção da vida no lugar de origem.
Diante deste cenário, é crucial valorizar e investir nas manifestações populares e na arte popular como impulsionadores da economia da cultura no Nordeste. Devemos reconhecer a importância dessas expressões artísticas como motores de desenvolvimento regional, promovendo a geração de empregos, impulsionando o turismo cultural e fortalecendo a identidade local.
Para alcançar esses objetivos, é fundamental a implementação de políticas públicas e ações governamentais direcionadas. É preciso estimular o empreendedorismo cultural, oferecer capacitações e incentivar o acesso a recursos financeiros, criando um ambiente propício para o crescimento do setor cultural e criativo na região.
*Presidente do PL em Pernambuco
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