A importância das sobras do quociente eleitoral na definição das vagas

Por Diana Câmara*

Quem acompanha a política e os noticiários muito provavelmente já ouviu falar que a Justiça está analisando um processo no Supremo Tribunal Federal que questiona as sobras eleitorais e que, sendo procedente, irá alterar a composição atual da Câmara dos Deputados e as regras do quociente eleitoral nas próximas eleições. Mas você sabe por quê?

Alguns partidos políticos questionaram judicialmente a terceira fase de distribuição das vagas das sobras eleitorais, ou seja, sustentam que a regra para a definição do candidato eleito pelas vagas da sobra eleitoral em sua terceira rodada não está correta. Assim, os partidos alegam erro nessa forma de cálculo adotada pela Justiça Eleitoral e sustentam que isso pode levar a distorções do sistema proporcional. A discussão está na ADI 7.263, 7.228 e 7.325.

Na última sexta-feira, dia 07, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu o julgamento, por um pedido de vista. Contudo, terá que devolver o processo para continuação do julgamento nos próximos 90 dias.

Antes da interrupção do julgamento, apenas o relator, o Ministro Ricardo Lewandowski, que se aposentou hoje, havia votado. Para o relator, a mudança no Código Eleitoral e a resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) são inconstitucionais. Assim, todas as legendas e candidatos podem participar da distribuição das cadeiras remanescentes, independentemente de terem alcançado a exigência dos 80% e 20% do quociente eleitoral. No entanto, para ele, a decisão surte efeitos a partir das eleições de 2024.

No mérito da ação, os partidos estão questionando dispositivos do artigo 109 do Código Eleitoral (Lei nº 4.737/1965), alterado pela Lei nº 14.211/2021, e a Resolução nº 23.677/2021 do TSE. Segundo eles, a mudança exige que o partido, para ter direito a participar da distribuição das sobras das cadeiras destinadas ao cargo de deputado federal, alcance pelo menos 80% do quociente eleitoral, com um candidato que tenha, no mínimo, 20% da votação nominal, e isto não deve prosperar. Não sendo cumpridas as duas exigências cumulativamente, as cadeiras restantes serão distribuídas aos partidos que apresentarem as maiores médias, sem nenhuma restrição.

Este tema é muito relevante, pois, para se ter noção, apenas 28 dos 513 deputados se elegeram com seus próprios votos ou atingiram o quociente eleitoral. Os 485 restantes se beneficiaram dos votos dos puxadores de seus partidos ou de suas federações. Por isso, na hora de se escolher um partido político para disputar uma eleição proporcional é imprescindível que o candidato observe a estrutura do partido e quais os demais candidatos irão disputar a vaga de vereador ou deputado. Os votos do partido e dos candidatos que disputarem a eleição na chapa fará toda a diferença para a quantidade de cadeiras alcançadas no parlamento, ou até a ausência delas.

Por isso, os partidos alegam erro nessa forma de cálculo adotada pela Justiça Eleitoral e sustentam que isso pode levar a distorções do sistema proporcional, como, por exemplo, um partido ficar com todas as vagas da Câmara, caso seja o único a alcançar o quociente eleitoral.

De acordo com cálculos dos partidos que judicializaram, caso a alteração legal seja declarada inconstitucional, haverá mudança em 7 cadeiras na Câmara dos Deputados. Entretanto, o presidente da Câmara, Arthur Lira, diz que o impacto será de 15 parlamentares. Já o TSE informou que eventual alteração vai depender de como o julgamento será conduzido e finalizado e que, por isso, ainda não é possível saber o cálculo exato dos deputados que possam ser atingidos.

*Advogada especialista em Direito Eleitoral e em Direito Público. Presidente da Comissão de Relações Institucionais da OAB-PE e ex-presidente das Comissões de Direito Eleitoral e de Direito Municipal.

Nas últimas semanas, ataques em escolas de diferentes estados reavivaram um antigo debate sobre segurança nas instituições. No estado, entre as soluções apontadas para prevenção de tragédias, o deputado Romero Albuquerque apresentou o projeto de Lei 528/2023, que torna obrigatória a instalação de portais de detecção de metais nas escolas da rede pública estadual. Além da medida, o parlamentar defendeu a instalação de câmeras de segurança e alarmes, o aumento do efetivo de policiais para retomar a Patrulha Escolar e outras medidas estratégicas.

“A segurança não será alcançada apenas com medidas punitivas e repressivas. A abordagem precisa ser mais abrangente! Não existe espaço para a violência nas escolas, e nós precisamos, além de garantir a integridade física, educacional e emocional dos alunos, promover uma cultura de paz, de inclusão e de respeito às diferenças”, disse, em discurso na Assembleia Legislativa de Pernambuco, ontem.

O projeto prevê que, no ato da matrícula escolar, os pais ou responsáveis dos alunos menores assinarão termo de autorização, para que a autoridade responsável presente na escola possa, obedecidas as formalidades legais, revistar o aluno e seus pertences, caso o equipamento detector de metais seja acionado. O deputado também pediu a “integração entre a sociedade, a comunidade escolar e os poderes Legislativo e Executivo para garantir que a escola seja um ambiente seguro para todos”.

“Através desta iniciativa, queremos prevenir a entrada de armas nas escolas, e proteger alunos, professores e funcionários. Não quero que as famílias pernambucanas experimentem a mesma dor dos pais das crianças que têm sido vitimadas em outros estados do país”, o deputado concluiu. O projeto foi publicado no Diário Oficial desta quarta-feira, e será distribuído às comissões de mérito.

Após o presidente estadual do PL, Anderson Ferreira, fazer a reestruturação do partido e colocar o deputado federal Fernando Rodolfo no comando da legenda em Caruaru, foi a vez do presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, seguir o mesmo caminho. Em vídeo gravado e divulgado nas redes sociais da legenda, o dirigente deu carta branca para o deputado se apresentar à cidade como pré-candidato e conduzir o processo eleitoral.

“Fernando Rodolfo é um deputado que honra o Partido Liberal, tem autonomia na região de Caruaru para estruturar e fortalecer o partido. O PL é o partido que mais cresceu no Brasil e o maior do País. Temos hoje 342 prefeitos e vamos passar de mil. Para isso, contamos com companheiros como Fernando Rodolfo, que sempre vai ser prestigiado pelo partido, porque é um deputado que tem nome, é respeitado e sempre honrou o PL”, afirmou Valdemar.

Único representante de Caruaru na Câmara Federal, Fernando Rodolfo vive um bom momento, ocupando a presidência de uma das mais importantes comissões permanentes do Legislativo, a de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família (CPASF).

O vice-líder do Governo na Câmara e membro titular da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania – CCJC, Waldemar Oliveira (Avante), assumiu a relatoria de Projetos de Lei que tratam de três assuntos. A revista íntima de empregados, a calibração obrigatória em medidores de energia e a isenção de PIS e Confins para insumos de PETs.

Além desses projetos, Waldemar ainda vai relatar a renovação de outorga de 3 emissoras de rádio comunitárias em Pernambuco. A Associação dos Agricultores de Capibaribe Mirim, para executar serviço de radiodifusão comunitária no município de São Vicente Ferrer, a Associação Palmares de Radiodifusão, para executar serviço de radiodifusão comunitária no município de Palmares e a Associação de Movimento Cultural Pró-Cidadão de Buíque para executar serviço de radiodifusão comunitária no município de Buíque.

A proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2024 será encaminhada nesta sexta-feira (14) ao Congresso, com duas versões. Uma seguindo a legislação atual, com o teto dos gastos públicos ainda em vigor. Outra baseada na proposta de nova regra fiscal.

Com o modelo atual, segundo a ministra do Planejamento, Simone Tebet, o cenário é “muito feio e desastroso”, com o teto impondo limites que deixam o governo sem recursos para bancar o funcionamento da máquina. As informações são do blog do Valdo Cruz.

Já no cenário com a nova regra fiscal, de acordo com a ministra, há margem para manter os programas atuais e até expandi-los, garantindo verbas para projetos como o Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e investimentos em infraestrutura.

O texto a ser encaminhado nesta sexta vai trazer a versão com os limites impostos pelo teto dos gastos públicos e uma previsão de que, se o arcabouço fiscal for aprovado, a proposta de LDO será ajustada com as novas regras de controle fiscal.

Segundo a equipe de Lula, o cenário com o teto em vigor atualmente será usado para convencer o Congresso a aprovar rapidamente o novo modelo, acabando com as incertezas no campo fiscal e gerando mais segurança para investidores retomarem aplicações no Brasil.

O juízo de direito da 14ª Vara Criminal do Recife condenou o jornalista Magno Martins por difamação e injúria, entendendo que excedera no direito de crítica política em desfavor do ex-prefeito Geraldo Júlio de Melo Filho.

Os fatos objetos da crítica política são os mesmos que fundamentaram a denúncia criminal proposta contra o ex-prefeito Geraldo Júlio e seus assessores diretos, que tramita na 4ª Vara da Justiça Federal de Pernambuco, tombado sob n° 0803712-12.2023.4.05.8300, tratando de possíveis desvios de verbas públicas no ano de 2020.

O ex-prefeito, embora tenha judicializado os comentários do jornalista Magno Martins, que a época criticava-o em face das diversas operações da PF na PCR, agora terá que se defender efetivamente na Justiça Federal.

Quanto a Magno Martins, seguirá recorrendo da decisão da 14ª Vara Criminal, acreditando na validade da decisão do STF, que garante ao jornalista o direito de crítica política, mesmo que ácida, sem que incorra em crime contra a honra do político.

José Siqueira Júnior

Advogado

Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco

A governadora Raquel Lyra (PSDB) ainda não se manifestou sobre as notícias que circulam nos corredores da Assembleia Legislativa de que pretende privatizar a Compesa, mas na bancada federal já existem ardorosos defensores da ideia, como o deputado André Ferreira (PL), campeão de votos nas eleições passadas.

“Eu acho que a intenção da governadora é boa. Afinal, se esse modelo que vigora há mais de trinta anos não está dando certo, alguma coisa está errada”, disse.

Para que isso ocorra, contudo, segundo o liberal, é necessário que haja um debate amplo, que possa contar com a participação da população e da classe política.

“Raquel tem que mostrar e discutir com a sociedade e com a classe política se a privatização é o melhor caminho para chegar água na casa do povo. Todo mundo que depende da Compesa sabe que ela não é eficiente para fazer chegar água nas torneiras”, afirmou

E acrescentou: “Mas para que possamos acreditar que a privatização é a solução de fato, é preciso que a governadora mostre isso em números”.

Sobre um eventual aumento na conta da população com a privatização, André enfatiza que hoje em dia a conta termina até mais cara.

“Acho que a água já chega muito cara hoje, porque o consumidor paga por uma água que chega cara. Então, se ela [Raquel] nos convencer que a privatização vai fazer o serviço melhorar, que o povo vai pagar por um serviço que vai ter, sou a favor”, afirmou.

Por Milton Coelho*

Sob grande expectativa, o Governo Raquel Lyra reuniu o Secretariado para avaliar os 100 primeiros dias de gestão. Apresentou um documento com 700 páginas que servirá de base para a construção das ações de governo a partir de agora.

Não me surpreende, mas muito preocupa, que só agora a governadora comece a pensar no que fazer no Estado que tem o segundo maior PIB do Nordeste e a décima economia do Brasil.

O fenômeno do crescimento econômico de Pernambuco nos últimos 15 anos não foi obra do acaso, nem do improviso, tampouco de queixumes de ninguém. Sem querer trazer lance biográfico, presenciei o então ministro Eduardo Campos, quase dois anos antes das eleições de 2006, arregimentar um grupo de estudiosos que se debruçaram sobre os principais problemas de Pernambuco, especialmente econômicos, com graves consequências sociais, para identificar as soluções possíveis e, assim, elaborar seu programa de governo.

Nesse contexto, nasceram o Pacto Pela Vida, a construção de três grandes hospitais na RMR, hospitais regionais e UPAS, grande aporte de investimentos em infraestrutura, especialmente rodovias, aeroporto, Porto de Suape, interiorização das universidades públicas e a revolução na educação, que saiu dos piores índices de avaliação do País para a posição de liderança.

Como consequência da implantação de uma gestão inovadora, com visão de futuro, que planejava para realizar, o Pernambuco de hoje é irrefutavelmente diferente do que era em 2007, cujos conquistas o governador Paulo Câmara soube manter até o final do seu governo.

Para ilustrar, em 2007 o PIB de Pernambuco era de 62.459.000,00 (sessenta e dois bilhões, quatrocentos e cinquenta e nove milhões de reais) e em 2022 chegou a 193.307,000,00 (cento e noventa e três bilhões, trezentos e sete milhões de reais), segundo o IBGE. No Nordeste, é menor apenas do que a Bahia.

A pauta das exportações de Pernambuco, que foi essencialmente agrícola em 500 anos, sustentada na cana-de-açúcar, acabou superada pela exportação de derivados de petróleo, por conta da refinaria e veículos automotores.

Ao contrário do restante do País, o peso da indústria aumentou em Pernambuco nos últimos 16 anos. Não se atinge resultados tão expressivos sem planejamento, trabalho, e à base de muito diálogo com as instituições e com as forças vivas da sociedade.

As 700 páginas ocas do Governo do Estado trazem preocupante sinal. É um rosário de queixas que não aponta para o futuro, não indica rumos para novas conquistas, não usa a palavra diálogo uma única vez. O documento traduz, a meu ver, adesão à cartilha bolsonarista, que vai além das nomeações para cargos de segundo e terceiro escalões, por repetir o comportamento apofático do ex-presidente.

Até aqui parece sem importância para o atual Governo do Estado a negação de projetos consolidados ou em andamento, mesmo que prejudique milhões de pernambucanos. A prioridade é ignorar avanços e instalar o caos. A continuar nessa marcha, quem viver verá o desmantelo na área de segurança e a debacle na educação, progressos duramente conquistados.

Na assistência social, por exemplo, o governo ignorou a lei e se recusou a pagar o 13º do Bolsa Família para 1.190.000 famílias em extrema pobreza, que deveria ter sido pago em 20 de fevereiro.

Para quem passou por cima de uma lei ou de contratos legais, como os convênios com os municípios para financiar obras essenciais, negar os acordos para a construção de uma ferrovia alternativa à Transnordestina (solução construída pelo governo Paulo Câmara e a empresa Bemisa) e a vinda da Escola de Sargentos do Exército para Pernambuco não custou nada à governadora.

Ela não se inteirou dos processos e tem agido como se os temas estivessem na estaca zero. Essa é a cartilha que Bolsonaro utilizou em seus quatro anos de desgoverno. O resultado, todos conhecemos: desmonte das políticas públicas, embalado em um falso moralismo para, na verdade, esconder sua sanha autoritária.

*secretário nacional da Micro e Pequena Empresa

Folha de Pernambuco 

Duas Propostas de Emenda à Constituição (PEC) que fortalecem e dão mais independência ao Legislativo, foram aprovadas por unanimidade, na tarde de ontem, em reunião extraordinária, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). De autoria do deputado Alberto Feitosa (PL), uma matéria autoriza os parlamentares a legislarem sobre questões tributárias e financeiras e a outra aumenta o valor das emendas parlamentares. Agora, a governadora Raquel Lyra (PSDB) terá 15 dias para sancionar ou vetar (integralmente ou parcialmente) as duas proposições.

A primeira PEC (01/2019) visa autorizar os deputados a propor leis que tratem de matérias financeiras e tributárias. Até então, apenas o Executivo podia apresentar esse tipo de norma, conforme a Carta Magna de Pernambuco. A segunda PEC (23/2022) tem como finalidade aumentar o valor das emendas impositivas dos parlamentares e estabelece o regime de transferência eletrônica desses repasses.

Embora, os deputados também tenham aprovado, na mesma sessão, o Projeto de Lei Ordinária (357/2023), da governadora, que propõe abrir crédito especial  de R$ 5,7 bilhões do Orçamento do Estado para o exercício financeiro de 2023, a PEC 01/2019 contraria o governo.

De acordo com o Feitosa, há 34 anos os deputados pernambucanos lutam pela aprovação de uma lei que os autorizem a legislar sobre matérias tributárias. “O parlamento pernambucano estava capenga. Apenas Pernambuco e Acre não legislavam sobre matéria financeira e tributária”, afirmou. 

Ainda segundo Feitosa, o governo tentou impedir em duas oportunidades. “Ainda na legislatura passada, pedindo um prazo para quando assumisse e atuou durante todo o tempo para que não fosse votado hoje, mas houve uma posição firme de alguns colegas, do relator interino da matéria, do presidente da Comissão de Justiça e, sobretudo, do presidente desta casa, Álvaro Porto”, complementou.

Defesa da unidade e diálogo

Sobre o resultado, o presidente da Alepe, Álvaro Porto (PSDB) ressaltou que as mudanças há tempos pleiteadas pela Alepe estão sendo encaradas com responsabilidade pelos parlamentares, que preservarão a unidade da Casa e também o diálogo com o governo. “Há muitos anos que a Casa vem pedindo para a gente pautar estas questões. Agora, a gente tem a autonomia do nosso Poder, como pediam a maioria dos deputados dessa Casa.”

Elogio e carona em proposta

Depois da votação, houve vários apartes de deputados tanto de governistas quanto da oposição, todos, sem exceção, elogiando a PEC 01/2019. “Agora, a mudança chegou, e chegou com a nossa governadora. Essa é a minha posição. Como líder desse governo, eu sabia. Eu tinha conversado com a governadora antes dizendo: isso é um projeto que já vem tramitando na Casa há muitos anos. A senhora não pode deixar passar essa oportunidade”, disse, no aparte, o líder do governo, Izaías Régis (PSDB).

A fala de Izaías foi interpretada por Sileno Guedes (PSB), em seu aparte, como uma maneira de “pegar corona” no resultado da votação, opinião compartilhada por Feitosa. “Essa é uma conquista desta Casa. Se dependesse do Executivo, não teríamos conseguido”, disse Gudes.

Faltaram à sessão os deputados João Paulo (PT), Rosa Amorim (PT), Dani Portela (PSOL), Gustavo Gouveia (Solidariedade) e Aglailson Victor (PSB), que está licenciado.

Paralisação do Estado é real

Não foi por acaso que 49% dos pernambucanos ouvidos pela pesquisa do Opinião revelaram que o Estado está parado e outros 15% afirmaram que está andando para trás. Alguns empresários me enviaram, ontem, relatos que confirmam essa paralisação por obra da própria governadora.

Diz respeito a um grande número de obras paralisadas, principalmente estradas iniciadas no Governo passado. Um desses construtores me disse que foi penalizado com mais de R$ 8 milhões em obras que venceu em licitações e já homologadas. “O atual Governo ameaça cancelar e não assinar nossos contratos”, disse.

Segundo ele, as obras que concorreu e saiu vitorioso estão distribuídas em seis municípios: São Lourenço da Mata, Nazaré da Mata, Itamaracá, Cumaru, Tamandaré e Panelas. “Isso, fora o que tenho para receber de obras executadas e em fase de conclusão. Como vamos pagar nossos fornecedores? Teremos que demitir nossos funcionários?”, questiona.

O Governo, segundo um outro empresário, que está ameaçado de perder quatro grandes obras, suspendeu obras em andamento e licitadas sob a alegação de que não tem dinheiro em caixa. “O interessante é que para empresa da panelinha, isso não vai acontecer. Agora, a maioria sai prejudicada. Funcionários demitidos, no olho da rua, sem amparo. A população perde de forma significativa, pois são obras de pavimentação e uma CAP (acolhimento de idosos)”, disse um outro empreiteiro.

Prefeitos prejudicados – Outra confirmação da paralisação do Estado está em diversos municípios, do litoral ao Sertão. Há 40 dias, a governadora cancelou vários convênios com prefeituras cujas obras estavam em andamento, inclusive atingindo gestores que apoiaram a candidatura dela no segundo turno. Além de cancelar, a tucana exige a devolução dos recursos saídos do tesouro estadual pelo ex-governador Paulo Câmara.

Briga à vista – O prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino (PSB), vai botar os pés amanhã na Fundarpe para discutir o modelo do Festival de Inverno deste ano na cidade. Evento mais concorrido do município, que enche hotéis e faz a economia girar, o chamado FIG depende da liberação de muita grana para pagar as atrações musicais e pode resultar numa contenda política: o líder do Governo na Alepe, Izaías Régis (PSDB), ex-prefeito, é inimigo figadal de Sivaldo.

Como vai agir – Mas não depende da boa vontade do presidente da Fundarpe. Depende da governadora, que sabe que seu líder é candidato a prefeito de Garanhuns e não tem nenhum interesse em encher a bola do prefeito. Sivaldo é do PSB, partido que a governadora já militou quando aliada de Eduardo Campos, mas hoje não tolera.

Bivar reage – Presidente nacional do União Brasil, o deputado Luciano Bivar reagiu, ontem, à debandada de cinco deputados filiados ao partido no Rio de Janeiro e ligados à ministra do Turismo, Daniela de Vaguinho. Não aceitou o argumento de perseguição e disse que se saírem perderão seus mandatos. E Daniela, o Ministério.

Caiu fora – Incluído na lista dos confirmados, o deputado pernambucano Túlio Gadelha, da Rede, cancelou, de última hora, sua presença na delegação do presidente Lula à China. Lula levou mais de 20 parlamentares, entre eles quatro de Pernambuco: Dudu da Fonte e Lula da Fonte, seu filho, ambos do PP, Iza Arruda, do MDB, e Maria Arraes, do Solidariedade, Renildo Calheiros, do PCdoB, e Pedro Campos, do PSB.

CURTAS

ESCOLAS – O governo de Pernambuco criou um número exclusivo para denúncias e comunicação de emergências escolares. Por meio do telefone 197, disponível 24 horas por dia, poderão ser comunicados suspeitas e atos violentos. A ferramenta pode ser usada por estudantes, responsáveis e professores.

RACISMO – O prefeito de Olinda, Professor Lupércio (Solidariedade), denunciou ter recebido mensagens com conteúdo racista de um seguidor em sua página no Instagram. O gestor registrou um boletim de ocorrência na Secretaria de Defesa Social (SDS) e disse que pretende levar o caso adiante, para que outras pessoas não passem por algo semelhante.

Perguntar não ofende: Quando o Estado vai começar a andar na era Raquel?