Os itens, da marca suíça de diamantes Chopard e avaliados em R$ 500 mil, incluem relógio, caneta, anel, abotoaduras e masbaha (um tipo de rosário).
A entrega atende a uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), que entende que apenas presentes de pequeno valor, perecíveis e de caráter personalíssimo, como camisetas e bonés, podem ser incorporados ao acervo privado do presidente da República.
As joias em posse de Bolsonaro foram trazidas ao Brasil por uma comitiva do Ministério de Minas e Energia, que representou o governo brasileiro em um evento na Arábia Saudita, em outubro de 2021. Elas não foram declaradas à Receita Federal e, por isso, entraram no país de forma irregular.
Além delas, Bolsonaro tem de devolver um fuzil e uma pistola recebidos em 2019, durante viagem aos Emirados Árabes Unidos. Diferente das joias, as duas armas foram comunicadas à Receita e ao Exército, para que fossem registradas.
As armas devem ser entregues na Diretoria de Polícia Administrativa da Polícia Federal, também em Brasília, mas ainda aguarda a expedição de uma guia de transporte por parte do Exército. A expectativa é que isso ocorra ainda hoje.
“Para transitar com uma arma, você precisa ter autorização do Exército. A despeito da ordem do TCU, você precisa ter uma autorização do Exército. Está em processamento, acredito que saia ainda hoje”, disse o advogado de Bolsonaro.
O título de cidadão do Recife a ser concedido, logo mais, às 10 horas, a Maurílio Rodrigues, vai muito além de um ato protocolar. É o genuíno agradecimento da nossa cidade à contribuição de um profissional dedicado à mais nobre das missões: cuidar de gente e salvar vidas.
Ofício que exerce com excelência, porque adiciona a seu esforço diário o dom inato de ouvir, de se colocar no lugar do outro. É um médico paciente, que faz da empatia um instrumento de trabalho tão importante quanto o conhecimento técnico.
Não é à toa que se especializou em coração, mas sabe enxergar corpo e alma por inteiro. Não é coincidência ter somado tantos amigos nessa longa trajetória iniciada na resiliente Casa do Estudante de Pernambuco.
E certamente não é por acaso ainda há pouco se revelar poeta, deixando também no Recife sua apurada caligrafia. Por um lado, uma surpresa. Por outro, pura coerência com o jeito de ser de Maurílio. Afinal, para cuidar bem do outro é preciso antes cultivar em si mesmo o verso da sensibilidade.
É assim que Maurílio atende, empreende, compreende a vida. Sem descuidar do trabalho duro. Estuda sem parar e desperta antes do sol nascer para correr oito quilômetros, suando e apreciando as ruas do Recife em passadas ligeiras até sua primeira jornada diária: o consultório no bairro das Graças.
É o primeiro exemplo de boa saúde que dá, como médico, a seus pacientes. E a correria segue, no Hospital Português ou no seu próprio em Olinda, sem apressar em nada a atenção dispensada a cada ser humano ao seu redor.
Maurílio nasceu em Limoeiro, mas o título que recebe hoje representa a jornada árdua, e por vez épica, dos pernambucanos de todos os municípios acolhidos pela capital. Imigrantes próximos na distância e na cultura, que a recompensam consubstanciando o que ela tem de melhor.
Ao Recife, Maurílio respondeu a esse consentimento com sentimento. E a competência empenhada que vai continuar fazendo muito bem à nossa cidade. Mais do que nunca, Maurílio é um médico cidadão.
Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco
Se algum turista desinformado aterrissar em Brasília na próxima semana, entre segunda e quinta-feira, ficará desalojado. Não há mais vagas em nenhum hotel da capital, nem mesmo nas cidades satélites. A lotação se dá em função da Marcha dos Prefeitos, promovida pela Confederação Nacional dos Municípios. Segundo a instituição, mais de 11 mil participantes se cadastraram para o evento.
Só de prefeitos, mais de 3,5 mil. Os demais fazem parte de grupos ligados às políticas do municipalismo, vereadores e convidados especiais. De Pernambuco, até ontem, 110 prefeitos haviam confirmado presença, segundo a Associação Municipalista de Pernambuco, presidida pela prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado.
“Há uma expectativa muito grande, mas o que tem mobilizado nossa categoria são os assuntos pautados e a mudança de governo”, diz a gestora. Ela se refere ao início do Governo Luiz Inácio Lula da Silva. De viagem à China, o presidente não estará na marcha, nem tampouco o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que integra a delegação do Planalto.
Mas o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo e atual ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, já confirmou que fará uma palestra no evento. A pauta da marcha tem de tudo. Seu principal é que o Congresso promulgue a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 122/2015, que proíbe criação de encargos para os Entes sem a devida previsão orçamentária.
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, diz que a tramitação da medida foi encerrada em 14 de julho do ano passado: “É importantíssimo promulgar, para ver se conseguimos estancar alguma sangria de crescimento de despesas”, afirmou.
Outro destaque listado é a PEC 253/2016, que, quando aprovada e promulgada, permitirá à entidade de representação de Municípios de âmbito nacional propor Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) e Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC). A Confederação entende que esse é um ponto fundamental para sua atuação em prol dos Municípios.
Em relação ao piso da enfermagem, especialistas da CNM apresentaram os últimos desdobramentos e alertaram que as medidas propostas, por ora, pelo Congresso não solucionam o problema. O impacto previsto, apenas para os Municípios e somente em 2023, é de R$ 10,5 bilhões. A CNM propõe um adicional de 1,5% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) para dar condições aos entes locais de arcar com a nova despesa – que, no momento, está suspensa por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A iniciativa tramita na PEC 25/2022.
Também constam na pauta a questão das creches, após tese de repercussão geral definida pelo STF, e as propostas de Reforma Tributária, discutidas no Congresso e sem definições. Também vai entrar em discussão a problemática gerada pelo último censo nos municípios. Só em Pernambuco, 64 municípios tiveram suas populações reduzidas e isso implica em redução dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
O governo federal adiou, de sábado (25) para domingo (26), o embarque do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a viagem oficial à China. As informações são do blog do Valdo Cruz.
A decisão foi motivada, segundo o Palácio do Planalto, por um quadro de “pneumonia leve” identificado na noite de ontem. Lula cancelou a agenda de hoje e descansa no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.
“O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva está no Alvorada após exames no hospital Sírio Libanês ontem a noite. O presidente está com pneumonia leve e irá, por conta disso, adiar para domingo o início da sua viagem para a China”, diz comunicado oficial.
Segundo interlocutores da equipe de Lula, o presidente está sendo tratado com antibióticos, e o quadro será reavaliado nas próximas horas.
A viagem no domingo só acontecerá, dizem, se Lula estiver em condições físicas e for liberado pela equipe médica. A ida à China é importante, mas a saúde do presidente será tratada como prioridade pelas equipes.
Promessa de campanha da governadora Raquel Lyra (PSDB), o fim das chamadas faixas salariais da Polícia Militar, instituídas em 2017 pelo ex-governador Paulo Câmara, é uma bomba que tende a explodir nas mãos da tucana nos próximos dias. Há uma inquietação latente na categoria, que se julga injustiçada. O critério adotado deixou muitos ganhando pouco e criou uma espécie de elite na corporação.
Segundo um especialista na área de segurança, resultou em profundas críticas junto à categoria por criar desigualdades entre militares que ocupam um mesmo posto, além de ir contra os princípios de paridade e integralidade. A Assembleia Legislativa chegou a colocar o assunto em pauta em 2021, mas, sob orientação do então governador, a análise sobre a constitucionalidade do dispositivo acabou atropelada pelo rolo compressor da base aliada. Ficou de ser posta em discussão mais na frente, mas o assunto foi, literalmente, arquivado.
Mas, com a mudança de governo, os militares estão querendo buscar apoio na Alepe para a retomada da pauta, já que foi uma promessa da governadora, já com cobranças nos quartéis. Nunca a PM havia sofrido tamanha discriminação e achatamento de salários. As faixas salariais, na verdade, estão contribuindo para a desvalorização da categoria. “A governadora, que prometeu acabar, tem que cumprir a promessa. A segurança pública é um pilar fundamental na manutenção de uma sociedade em paz”, disse o mesmo especialista.
Na campanha, além de Raquel, só o candidato do PL, Anderson Ferreira, se comprometeu a acabar com as faixas salariais. “Um absurdo que temas sensíveis como o da segurança pública e a este relacionados sigam sendo ignorados pelo governador Paulo Câmara, bem como tenhamos que assistir seu apadrinhado, o pré-candidato Danilo Cabral (PSB), sugerir que a escalada da violência fique de fora dos debates políticos. Essa mania do PSB de varrer para debaixo do tapete e empurrar com a barriga discussões importantes não gera resultado positivo algum para a sociedade, e só contribui para o aumento no desgaste dessa que é, sem dúvida, a melhor Polícia Militar do Brasil, mas que sofre por estar sob a incompetência do seu comandante direto, o governador do estado”, disse Anderson, na época.
Anderson não foi ao segundo turno e hoje passou a ser parceiro do Governo Raquel, tendo indicado, há pouco, a cúpula do Detran. Os policiais militares vão procurá-lo nos próximos dias, porque querem tê-lo como um aliado na cobrança de campanha à governadora.
Diferença brutal – O salário médio nacional da Polícia Militar é de R$ 4,9 mil, mas em Pernambuco um soldado que ingressa na corporação recebe apenas R$ 2,8 mil. Pelo critério das faixas salariais, para chegar aos R$ 4,9 mil, o teto nacional, o oficial tem que ter pelo menos quatro anos de carreira. “Um dos critérios é de tempo de corporação”, disse um militar, que julga injusto e até inconstitucional a mudança feita pelo ex-governador Paulo Câmara. “Só resta fazer uma grande mobilização para derrubar essa aberração”, afirmou, adiantando que esse sentimento de insatisfação está presente em toda a categoria.
Lula, o lunático – O presidente Lula rompeu seu silêncio no caso Moro durante sua passagem pelo Rio. Disse que as suspeitas de que uma quadrilha ligada ao PCC pretendia atacar o senador Sérgio Moro (União Brasil) são uma “armação” do ex-juiz federal. “Quero ser cauteloso. Vou descobrir o que aconteceu. É visível que é uma armação do Moro. Eu vou pesquisar e saber o “porquê” da sentença. Até porque fiquei sabendo que a juíza não estava nem em atividade quando deu o parecer pra ele”, disse.
Ministro cai na real – Lula foi na contramão do ministro da Justiça, Flávio Dino. A par das apurações da Polícia Federal, Dino afirmou que autoridades tinham conhecimento do plano contra Moro há 45 dias e desde janeiro vinham acompanhando os movimentos do grupo criminoso. Dino, que classificou a investigação como “séria”, afirmou ainda que a operação da Polícia Federal mostrava que “não há nenhum aparelhamento do Estado, nem a favor, nem contra ninguém”. Logo em seguida, acionou a diretoria-geral da PF, relatou.
Alckmin na lista – Os chefes do setor do Primeiro Comando da Capital (PCC) foram os responsáveis por assassinatos de agentes prisionais, de policiais e de um juiz. A facção também “decretou”, jurou matar, o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ex-secretário da Administração Penitenciária Lourival Gomes, o deputado federal Coronel Telhada (PP-SP), o diretor de presídios Roberto Medina, além do promotor Lincoln Gakiya. Na terça-feira passada, a Polícia federal deflagrou a Operação Sequaz para prender os chefes da Sintonia Restrita e outros envolvidos nos mais novos planos de resgate do líder máximo da organização criminosa, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.
Nomeações vão sair – Tão logo regresse da China, para onde embarca amanhã levando uma mega delegação, entre os convidados 20 parlamentares e os empresários Joesley e Wesley Batista, executivos do grupo J&F, que controla a JBS e foram envolvidos em casos de corrupção na era PT, o presidente Lula deve nomear o ex-governador Paulo Câmara para o comando do Banco do Nordeste e destravar também a sucessão na Sudene, Codevasf e Hemobrás. A ex-deputada federal Marília Arraes foi convidada por ele para uma conversa em Brasília, após o seu novo giro internacional.
CURTAS
DESEQUILIBRADO – O ex-vice-presidente da República e senador Hamilton Mourão (Republicanos) veio a público, mais uma vez, defender o ex-juiz e também senador Sérgio Moro (União Brasil). Ao comentar fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre atentado envolvendo Moro ser uma suposta armação, Mourão disse que o mandatário está em “desequilíbrio emocional”.
CONCURSO – Começou, ontem, o período de inscrições na seleção simplificada da Prefeitura do Recife para 202 vagas em diversos cargos com salários de até R$ 10,3 mil. O cadastro pode ser feito na internet, até o dia 11 de abril. Há vagas para profissionais com ensino médio completo, nível técnico e ensino superior, em diversos cursos. O número de oportunidades por cargo, os salários e a escolaridade exigida estão disponíveis no site do processo seletivo.
Perguntar não ofende: Lula está precisando de ir ao divã?