O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, ontem, que o Governo deve subsidiar parte dos custos das Santas Casas para garantir o pagamento do piso nacional da enfermagem.
Lula ponderou, no entanto, que qualquer providência sobre o piso da enfermagem só poderá ser tomada após um posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF), que avalia o tema. As informações são do portal G1.
“Os empresários do setor privado da saúde entraram com uma ação… entraram com o argumento de que não podiam pagar [o piso]. Eu acho que eles podem pagar”, disse o presidente em um evento de lançamento do Programa de Aquisição de Alimentos e recriação de órgão ligado ao desenvolvimento rural sustentável, em Pernambuco.
“A rede hospitalar privada pode pagar. Quem é que tem dificuldade de pagar? Quem trabalha aqui na saúde sabe: as santas casas… a gente vai tomar a decisão de um subsídio para financiar o pagamento, ou uma parte do pagamento das santas casas”, prometeu Lula.
O presidente fez questão de dizer que não pretende atropelar o STF. Por isso mesmo, pediu ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, que se reunisse na tarde desta quarta-feira com o relator do caso na corte, o ministro Luís Roberto Barroso.
“O presidente da República não pode atropelar a decisão. Quem fazia isso era o boquirroto do Bolsonaro, que ficava xingando a Suprema Corte todo dia. Não. Eu quero respeitar a decisão”, disse, em referência ao ex-presidente, que em diversas ocasiões desferiu ataques à Justiça e a magistrados, levando a uma série de crises institucionais no decorrer de seu governo.
No fim do ano passado, Barroso pediu informações ao Congresso Nacional sobre a tramitação do projeto de lei que regulamenta emenda constitucional sobre o piso salarial nacional de enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras.
A emenda prevê que uma lei federal regulamente o tema para detalhar a assistência financeira a entes da Federação e entidades filantrópicas. A decisão do ministro foi tomada no âmbito de ação apresentada pela Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços.
Nascido em Frei Miguelinho, a capital nacional da boa mesa, responsável pela remessa de garçons para o Brasil inteiro, meu amigo Beto Silva, unanimidade em atendimento top, hoje atuando no restaurante Tio Armênio, do Shopping Plaza, vai virar Cidadão do Recife, na noite de hoje.
A solenidade está marcada para logo mais, às 18 horas, no plenário da Câmara de Vereadores. A proposição, aprovada por unanimidade, é de autoria do vereador Samuel Salazar (MDB). Eu vou lá bater continência para meu amigo Beto.
De olho na disputa pela Prefeitura de Goiana, o vice-prefeito Fernando Veloso ingressa, hoje, no Cidadania, em ato, às 19 horas, na Câmara de Vereadores, com a presença do presidente estadual da legenda, Daniel Coelho, e do vereador Renato Sandré. Veloso saiu das eleições passadas como o candidato a deputado federal mais votado no município.
Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco
Na passagem, ontem, pelo Nordeste, entre a Paraíba e Pernambuco, o presidente Lula (PT) não deu um pio sobre a operação da Polícia Federal destinada a prender integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) que planejavam sequestrar e matar o ex-juiz e agora senador Sérgio Moro (UB-PR). Também não explicou declarações de que queria “foder” Moro, dadas ao site 427 no dia anterior à operação da PF.
Enquanto Lula esteve no Nordeste, temendo o impacto das declarações de Lula e da ação da PF, o Palácio do Planalto montou uma operação para tentar conter a repercussão negativa. O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta (PT), convocou às pressas uma coletiva de imprensa para declarar que as tentativas de associar o presidente às ações de grupos criminosos são “perversas” e “fora de propósito”.
Pimenta chamou os jornalistas para apresentar a versão do governo com apenas 15 minutos de antecedência e foi acompanhado de ao menos cinco assessores. A reação veio após o governo detectar que bolsonaristas estavam explorando o episódio nas redes. Antes de Pimenta vir a público, o ministro da Justiça, Flávio Dino, também fez questão de desvincular a fala de Lula da operação da PF contra a organização criminosa de São Paulo.
“Tentar, como algumas pessoas estão tentando estabelecer um vínculo entre essa declaração e a operação conduzida pela PF é algo absolutamente fora de propósito e serve evidentemente para a disputa política”, afirmou Pimenta. “Querer fazer esse vínculo é uma estratégia perversa e mais uma forma de estabelecer uma relação de questionamento das instituições, que enfraquece a democracia e que deve ser repudiada”, argumentou o ministro.
Moro está entre os políticos que reagiram à fala de Lula, assim como têm feito os parlamentares que apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista à CNN, o senador disse temer risco a seus familiares após a fala de Lula. “Repudio veementemente, acho que o presidente feriu a liturgia do cargo por utilizar esse palavreado de baixo calão e simplesmente a gente tem que questionar quando isso é utilizado como forma de desviar o foco dos fracassos do governo federal”, afirmou.
O ministro da Secom tentou minimizar as declarações de Lula, alegando ser apenas uma manifestação de quem esteve preso e se sentiu injustiçado. “A manifestação do presidente Lula foi uma manifestação em que ele relatou o sentimento de injustiça e indignação. Absolutamente natural e compreensível que alguém que ficou 580 dias detido numa solitária e que depois teve todos os seus processos anulados”, argumentou. “Portanto, a manifestação do presidente Lula tem que ser compreendida dentro do contexto em que ele relata o momento que ele estava vivendo”, prosseguiu.
Em pronunciamento na tribuna do Senado, Sérgio Moro pregou que a classe política e os órgãos de investigação não podem se ‘render’ ou ‘retroceder’ a ameaças e devem adotar ‘políticas rigorosas’ de combate às facções criminosas. “Se eles vêm pra cima da gente com uma faca, a gente tem que usar um revólver. Se eles usam um revólver, nós temos que ter uma metralhadora. Se eles têm uma metralhadora, nós temos que ter um tanque ou um carro de combate. Não no sentido literal, mas nós precisamos reagir às ações do crime organizado”, afirmou.
Moro se disse ‘alarmado’ com a escalada do crime organizado no País e aproveitou para tentar articular a retomada de bandeiras previstas na versão original do seu ‘pacote anticrime’ – conjunto de medidas apresentadas quando ele ocupava a cadeira de ministro da Justiça.
Foi no mínimo, convenhamos, uma baita coincidência no dia seguinte ao presidente Lula revelar que queria “foder” Sérgio Moro, numa entrevista ao site petista 247, a Polícia Federal desencadear uma operação para prender integrantes do PCC, o Primeiro Comando da Capital, um dos braços mais perigosos do crime organizado, que planejavam sequestrar e matar o ex-juiz Sérgio Moro, agora senador pelo União Brasil do Paraná.
“Não está tudo bem. Só vai ficar tudo bem quando eu foder esse Moro. Eu sempre dizia que estava lá para me vingar dessa gente. Sempre que entrava um delegado, eu falava: ‘Se prepare que eu vou provar'”. Essas foram as declarações do chefe da Nação, que caíram como uma bomba nos meios políticos, com forte repercussão ao longo do dia de ontem com a deflagração da operação da Federal.
A oposição caiu de pau em cima de Lula. Com o presidente fora de Brasília, cumprido agenda na Paraíba e Pernambuco, o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta (PT), convocou uma coletiva de imprensa às pressas para declarar que as tentativas de associar o presidente às ações de grupos criminosos são “perversas” e “fora de propósito”. Pimenta chamou os jornalistas para apresentar a versão do governo com apenas 15 minutos de antecedência e foi acompanhado de ao menos cinco assessores.
“Tentar, como algumas pessoas estão tentando estabelecer um vínculo entre essa declaração e a operação conduzida pela PF é algo absolutamente fora de propósito e serve evidentemente para a disputa política”, afirmou Pimenta. “Querer fazer esse vínculo é uma estratégia perversa e mais uma forma de estabelecer uma relação de questionamento das instituições, que enfraquece a democracia e que deve ser repudiada”, argumentou o ministro.
O próprio Sérgio Moro está entre os políticos que exploraram negativamente a fala de Lula, assim como têm feito os parlamentares que apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista à CNN na última terça-feira, o senador disse temer risco a seus familiares após a fala de Lula. “Repudio veementemente, acho que o presidente feriu a liturgia do cargo por utilizar esse palavreado de baixo calão e simplesmente a gente tem que questionar quando isso é utilizado como forma de desviar o foco dos fracassos do governo federal”, afirmou.
Senador avisado – O senador Sérgio Moro (União-PR) confirmou que foi informado do plano de uma organização criminosa para sequestrá-lo e matá-lo. “Isso foi assustador para mim e para a minha família. É um preço, infelizmente, alto a se pagar pelo trabalho que fizemos ao crime organizado, não só como juiz, mas também como ministro da Justiça”, disse. Moro disse que ficou sabendo da investigação, no fim de janeiro deste ano. Além dele e de sua família, a organização tinha como alvos outras autoridades.
Moro era o “Tóquio” – O ousado plano de atentados contra autoridades, organizado por membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) foi descoberto pelo Ministério Público de São Paulo em janeiro. O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que há quase vinte anos investiga o PCC, tomou conhecimento do plano ao interrogar uma testemunha. O depoimento foi tomado em uma investigação sobre ações planejadas pela organização como retaliação a autoridades. O próprio Gakiya seria um dos alvos da facção. Outro nome na mira dos criminosos era o do ex-juiz e hoje senador Sérgio Moro (União-PR), tratado pelo codinome ‘Tóquio’.
Razão da perseguição – O plano da facção teria sido motivado por mudanças nas regras para visitas a detentos. Moro proibiu as visitas íntimas em presídios federais quando era ministro da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro. Como ministro, igualmente coordenou a transferência e o isolamento dos ‘cabeças’ da organização criminosa nos presídios de segurança máxima. Agentes penitenciários também seriam alvo da facção. Os ataques envolveriam sequestros e até assassinatos. O PCC pretendia colocar em prática uma ação coordenada e simultânea em diferentes Estados, segundo a investigação.
Punição para bandidos – Sérgio Moro também anunciou, ontem, que apresentará um projeto de lei “prevendo a criação de crimes específicos para punir atos de planejamento de atentados contra autoridades públicas”. A proposta legislativa é uma resposta ao planejamento do seu assassinato e de outras autoridades, que foi alvo de uma operação da Polícia Federal. O anúncio foi feito durante uma entrevista concedida à Globo News. A justificativa do senador é de que, embora as autoridades soubessem desde janeiro sobre o possível atentado, “têm que esperar o crime começar para poder agir”.
Ataque ao Estado – Falando na Comissão de Justiça da Câmara dos Deputados, o deputado Mendonça Filho (UB) apresentou, ontem, uma moção de apoio e solidariedade ao senador Sérgio Moro. “O ataque de uma facção criminosa contra agentes públicos e autoridades, como o senador Sérgio Moro, uma referência no combate ao crime organizado, é por si só um ataque ao próprio Estado brasileiro”, disse.
CURTAS
HOSTILIDADE – No ato com Lula, ontem, no Geraldão, a governadora Raquel Lyra (PSDB) quase não conseguiu discursar diante de vaias estrondosas de manifestantes vestidos de vermelho, a claque unida do PT e do PSB, oposição à tucana.
DEFESA – Em seu discurso, Lula foi solidário a Raquel e disse que se sentiu vaiado também. “Ela esteve aqui e teve direito a fala porque foi convidada. Ela pode ser nossa adversária, mas é a governadora e temos que respeitá-la”, afirmou.
Perguntar não ofende: Raquel foi avisada de que seria vaiada?