Cumprindo agenda no Recife, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e a senadora eleita Damares Alves (PL), estiveram em evento realizado no Colégio Agnes, no bairro das Graças, Zona Norte do Recife. Ambas estão percorrendo cidades do Nordeste e neste sábado (16), foi a vez do Recife receber o ato “Mulheres com Bolsonaro”. Ambas já estiveram em Natal e da capital pernambucana seguem para Maceió. As informações são da Folha de Pernambuco.
O encontro foi realizado com o intuito de reforçar a comunicação do eleitorado feminino com o presidente Jair Bolsonaro (PL). Além dos nomes já citados, o ato também contou com a vereadora Michele Collins (PP), o deputado estadual eleito Renato Antunes (PL) e a deputada Izabel Urquiza (PL), companheira de chapa do ex-candidato ao Governo do Estado, Anderson Ferreira. Alessandra Vieira (União Brasil), que fez chaoa com Miguel Coelho, do mesmo partido, foi mais uma apoiadora de Bolsonaro que compareceu ao evento.
Clarissa Tércio (PP), deputada federal eleita pelo PL, também esteve no ato. Ela chegou ao lado da primeira-dama e de Damares Alves, e em discurso, afirmou ter despertado para a política após ver uma mensagem bíblica de Damares Alves em uma igreja evangélica. Ela afirmou, ainda, que a disputa eleitoral para presidência é uma “luta do bem contra o mal”. “Estamos unidas, empenhando todos os esforços para eleger Bolsonaro”, afirmou a deputada.
Crianças Traficadas
Já a senadora eleita Damares Alves falou sobre o caso de investigação que envolve o seu nome. No início do mês, ela afirmou em uma igreja evangélica que crianças da Ilha do Marajó, no Pará, são traficadas. Fato que gerou a investigação pro pare do Ministério Público Federal do Pará (MPF-PA). “Estão querendo me cassar. A indústria da pedofilia que me pegar, mas nós que vamos pegá-los”, afirmou, durante o ato no Recife.
“Muitos trocam seus votos por um prato de comida”
Em seu discurso no ato, Michelle Bolsonaro pediu às mulheres presentes para multiplicar os votos a favor do presidente Jair Bolsonaro. Na fala, Michelle também ressaltou que a América Latina está vermelha.
“Muitos trocam os seus votos por um prato de comida, mas estamos aqui para pedir pra vocês para que multipliquem os votos. A oposição está com raiva e já está ameaçando. Somos diferentes. Conseguimos estar do lado deles sem agredir. Infelizmente a América Latina já está vermelha, mas aqui é verde e amarelo. O nosso presidente pode ter vários defeitos, mas ele não negocia valores e princípios. Aquele que não conseguiu levar água pro Nordeste vai levar picanha? Eles tiveram 16 anos pra isso, mas não fizeram nada”.
Atendendo a um chamado do presidente estadual do Partido Liberal (PL), Anderson Ferreira, e de André Ferreira (PL), deputado federal mais bem votado do Nordeste, apoiadores da reeleição do presidente da República lotaram o comitê central, localizado no bairro da Imbiribeira, no Recife, onde, neste sábado (15), foi realizado um grande adesivaço para aplicação de perfurados em veículos e distribuição de bandeiras e material de campanha.
Desde o início da manhã, formaram-se filas na Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes. Ao todo, 22 equipes participaram do mutirão para adesivar cada um dos mais de dois mil carros que passaram pelo local. Anderson chegou ao comitê por volta das 11h e, como mais um militante pela reeleição de Bolsonaro, fez questão de pôr a mão na massa e colou os perfurados lado a lado da militância bolsonarista.
“Somos todos um só time pela reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Sou um militante que desde o início da pré-campanha tem ido às ruas levar informações sobre os investimentos do Governo Federal e o carinho que o presidente tem para com o povo pernambucano. E reafirmo que, além de reeleito, Bolsonaro terá uma grande vitória em Pernambuco”, afirmou Anderson, ao acrescentar que os próximos movimentos da campanha contarão com motociatas, caminhadas e reuniões com a população.
Uma novidade ruim para quem frequenta o restaurante Coco Bambu, no Shopping Recife, em Boa Viagem: passou a cobrar uma taxa de R$ 19 por cada criança que os pais deixem na área enquanto o pedido não chega. Nunca ouvi falar nisso! Mas fica a dica aos desavisados.
A candidata do PSDB ao governo de Pernambuco, Raquel Lyra, evita a polarização nacional, em entrevista ao GLOBO, dizendo querer discutir as pautas do estado, e tenta colar na adversária Marília Arraes (Solidariedade) o desgaste da gestão do governador Paulo Câmara (PSB), devido ao apoio do partido dele à ex-petista no segundo turno. Leia a entrevista:
Por que a senhora não declarou alinhamento a nenhum candidato à Presidência?
Não farei campanha para ninguém. O momento em Pernambuco é desafiador e o legado do mandato do Paulo Câmara (PSB) é devastador. O estado é considerado o pior para a geração de negócios e os índices de violência batem recordes. Precisamos de pautas locais em debate. A minha decisão de não me atrelar a ninguém é o que me trouxe até aqui.
No cálculo de não declarar apoio a ninguém há o medo de perder votos dos eleitores de direita ou esquerda?
Não estou fazendo um cálculo aritmético ao adotar esta postura. Trata-se de um posicionamento por Pernambuco. Corremos o risco de nos tornar o estado mais pobre do Brasil, temos muita desigualdade. Fui prefeita de Caruaru e sempre trabalhei por todos, independente de bandeiras. Quero chegar na vida dos pernambucanos que não têm água na torneira.
Questões como a fome e a geração de empregos não precisam ser nacionalizadas? Precisamos de um líder capaz de transformar desemprego em oportunidades. Nacionalizar o debate é não tratar os problemas locais. O governo Paulo Câmara passou por três presidentes e só entregou desalento.
Qual é a sua avaliação sobre a relação do presidente Jair Bolsonaro com Pernambuco, a atenção dada ao estado nos últimos anos?
É importante falar, antes de tudo, sobre a falta de capacidade do governo para usar recursos e fazer entregas. Hoje, Pernambuco tem R$ 80 milhões no Fundo Especial de Segurança Pública parados, enquanto é um dos estados mais violentos do Brasil. Temos um déficit habitacional de mais de 300 mil moradias, enquanto existem unidades habitacionais com obras paralisadas. Mas, é claro que existem obras paralisadas que cabem ao governo federal. A Transnordestina, por exemplo. O metrô de Recife está sucateado. Isto é falta do governo federal, sim. Mas, o governo estadual também cruzou os braços.
Sua adversária tem o apoio do PSB de Paulo Câmara, de quem foi opositora. Como enxerga essa aliança?
A população está diante de uma escolha: uma mulher será eleita governadora pela primeira vez. É o momento de comparar realizações e composições de chapas. Nossa adversária está com quem é responsável pelas estradas desse estado. Não dá para falar de mudança e se aliar ao governo.
A senhora associa Marília Arraes ao PSB, enquanto ela tenta grudar na senhora a pecha de bolsonarista.
Mais de 70% da população rejeita o governo Paulo Câmara. Não dá para falar em mudança e se aliar a ele, se escorando num padrinho político.
Como é, para a senhora, concorrer com outra mulher? Como enxerga esse protagonismo?
É um grande avanço. Fui a deputada mais votada, a primeira prefeita de Caruaru. Quebramos paradigmas, com duas mulheres concorrendo ao governo. A minha vice, aliás, é uma mulher. Queremos trazer mais mulheres para espaços de poder. Precisei ser prefeita para comprar macas para exames ginecológicos. Fiz maternidades e criei vagas em creches. É isso que quero fazer em Pernambuco.
Quais a senhora aponta como os principais problemas, hoje, de Pernambuco?
Quero combater a desigualdade e a pobreza. Também propomos o programa Mães de Pernambuco e queremos entregar bolsas de R$ 300 para essas mães que estão na pobreza. Vivo um momento pessoal muito difícil (o marido de Raquel Lyra morreu no dia 2 de outubro), mas sigo de pé pelo povo.
A senhora vem ganhando apoios de prefeitos e deputados. Por que Marília vem perdendo espaço?
Quero um estado campeão de oportunidade. Isso toca o coração das pessoas. A cada dia tenho tido menos como andar por Pernambuco, em função de tudo que ocorreu na minha vida pessoal. As pessoas têm levado a nossa voz.
A senhora tem o apoio declarado do ex-presidente Lula no segundo turno. Qual a importância de mostrar um lado na polarização nacional?
Vivemos um momento crítico de ataques às instituições e à imprensa. Reproduzimos em Pernambuco o campo pela defesa da democracia. Quem está com Lula é contra Bolsonaro e, em nome disso, temos superado divergências políticas para mostrar que Pernambuco também precisa de um projeto de país, um projeto local que dê suporte a este resgate que queremos localmente com a minha eleição. Vamos intensificar a campanha do Lula. Em Pernambuco, trabalhamos com a perspectiva de um crescimento de 700 mil votos em relação ao primeiro turno. Hoje, a minha eleição e a do Lula são uma coisa só, é uma campanha casada.
A sua adversária diz que permanecerá isenta em relação à disputa presidencial. Como vê essa postura?
Considero uma irresponsabilidade dela com o Brasil. O lado em que você está hoje em relação à disputa para a Presidência diz muito sobre a pessoa, o gestor, o cidadão. Como assim, uma candidata diz que “tanto faz”? Tanto faz entre a democracia e o fascismo? Tanto faz entre a fome e a injustiça social? Entre a ciência e a morte? Mas é a opção dela. Só acho que precisamos ser honestos com o eleitor e mostrar em que lado realmente estamos.
Ela diz que prefere debater as questões do estado…
Como vamos falar em combate à fome em Pernambuco sem falar da política econômica nacional, por exemplo? Pernambuco não é uma ilha. Por isso, nacionalizamos, sim. Existe uma política anti-povo capitaneada por Bolsonaro. Mas, é claro que temos os nossos projetos, como a criação do Fundo de Erradicação da Miséria, o apoio à agricultura familiar e as cozinhas comunitárias. Mas, questões como a construção do Arco Metropolitano e as barragens do estado estão diretamente ligadas à União. Não dá para dizer que tanto faz e ter bolsonaristas a seu lado, como ela faz.
A senhora foi crítica à gestão do PSB no estado, mas hoje o partido a apoia. Não teme ser herdeira dessa rejeição? O apoio vale a pena?
É importante frisar que Pernambuco levou para o segundo turno duas candidatas de oposição ao PSB. Ninguém tem dúvidas quanto à minha posição, mas precisamos olhar para o futuro. O PSB não está exatamente ao meu lado. Na nota que fizeram de alinhamento, sequer citaram meu nome. Mas a Raquel Lyra tem várias lideranças do PSB a seu lado. As lideranças históricas, da época do Miguel Arraes, estão comigo. A ala mais liberal do partido, ligada a Paulo Câmara, caminha com ela.
Como enxerga essa aposta do povo pernambucano em duas mulheres?
É importante termos duas mulheres disputando cargos deste tamanho, independente de serem direita ou esquerda. Pernambuco elegeu uma mulher, a Teresa Leitão (PT), senadora. É um grande avanço. O que eu quero é que outras mulheres nos vejam e digam: “Eu posso ser o que eu quiser”. Precisamos, sim, disputar espaços cada vez maiores.
Quais a senhora apontaria como os maiores problemas de Pernambuco?
Tenho um compromisso claro com a recuperação do sistema de saúde do estado, para atendimentos de alta e média complexidade. Hoje temos dificuldades de realizar atendimentos fora da capital e levar profissionais para o interior. Também tenho preocupação com as rodovias estaduais. Além disso, conto com o governo Lula para dar dignidade às pessoas e garantir três refeições por dia.
Como reverter o quadro mostrado hoje pelas pesquisas, que apontam a Raquel Lyra à frente?
A eleição ainda está distante e tivemos um primeiro dia pós-primeiro turno atípico, pelo que ocorreu com a Raquel (a morte do marido). Agora começará uma discussão propositiva e com os pés no chão. Sei que vamos virar. As pessoas precisam entender que temos um palanque do Lula e outro que não assume, mas tem lado, sim.
O empresário Thiago Brennand, que estava foragido desde o dia 27 de setembro e havia sido preso nos Emirados Árabes, na última quinta-feira, foi liberado após pagar fiança. Thiago virou réu após agredir a modelo Aliny Helena Gomes em uma academia em São Paulo. Na ocasião, ele empurrou, bateu no tórax, cuspiu e arrancou mechas de cabelo, além de incentivar o próprio filho, que também estava presente no local, a xingar a mulher. As informações são do Diario de Pernambuco.
Segundo a justiça, a modelo passou a ser perseguida por Thiago após recusar suas investidas amorosas. Antes do ocorrido, Helena havia sido alertada por outras alunas da academia a manter distância do rapaz, que não aceitava ser rejeitado.
Thiago deixou o Brasil logo depois de uma matéria sobre o caso ser exibida pelo Fantástico, no dia 3 de setembro, horas antes de ser denunciado pelo Ministério Público de São Paulo. O retorno estava programado para o dia 18 de outubro, porém, a viagem teve que ser finalizada antes, devido a uma determinação da juíza Erika Soares de Azevedo Mascarenhas.
Após a soltura, o empresário está proibido de sair do país sem comunicar a justiça previamente. No momento, Thiago é monitorado pelas autoridades do Brasil e dos Emirados Árabes para não fugir, enquanto aguarda o processo de extradição, que pode durar cerca de 40 dias.
A BM4 Finanças, empresa de criptomoedas que prometia rendimentos diários e era promovida por diversos artistas do SBT, desapareceu do mapa, deixando clientes desesperados com a situação.
Em um mercado de alta volatilidade e que passa por queda nos últimos meses, as criptomoedas não prometem rentabilidade, mesmo assim, empresas golpistas utilizam a imagem dos ativos digitais para prometer lucros e enganar suas vítimas. As informações são do Livecoins.
A prática comum de pirâmides financeiras segue despertando a curiosidade de investidores, mesmo após frequentes alertas sobre os golpes.
Em uma propaganda vinculada em suas redes sociais nos últimos meses, a BM4 Finanças dizia aos clientes que tinha 17 anos de mercado, embora as criptomoedas tenham apenas 13 anos de existência.
A empresa dizia conseguir rentabilizar diariamente os investimentos dos clientes e prometia ganhos de 2.23% ao dia.
Indo além, a empresa afirmava operar no mercado de criptomoedas e “forex agressivo”, se gabando de ser uma das principais infraestruturas do mundo, e dizendo que tinha parceria até com o Google.
“A BM4 Finanças é uma das principais empresas de infraestrutura do mercado financeiro do mundo, com atuação em ambiente de arbitragem, correção [sic] e “cripto moedas”, contando também com operações no mercado de ‘Forex Agressivo com sociedade em capital aberto.’”, diz o site da empresa.
Além disso, a possível pirâmide financeira BM4 Finance se comparava a outros golpes já concretizados no Brasil, como a Unick Forex, Data Ai e Speed Invest.
“A UNICK CAIU. A SPEED INVEST TAMBÉM QUEBROU. A DATA AI DESCEU LADEIRA ABAIXO. MAS A BM4 FINANÇAS NÃO SE ABALA. A CONCORRÊNCIA NÃO RESISTE AO IMPACTO DA BM4, CHORA CONCORRÊNCIA.”
O curioso é que a BM4 cita apenas pirâmides financeiras como concorrentes, praticamente gritando em alto e bom som que também se trata de um esquema de pirâmide.
A Unick Forex, por exemplo, foi encerrada não pela concorrência, mas sim pela Operação Lamanai da Polícia Federal em 2019.
Artistas do SBT promoveram BM4 Finanças
Além das promessas de ganhos fixos, chamou atenção que a empresa era promovida por vários artistas da televisão brasileira, que passaram legitimidade ao esquema e podem ter ajudado a convencer clientes a perder dinheiro.
Entre os artistas que promoveram a BM4 Finanças, estão Xaropinho (Programa do Ratinho), Mágico Ossamá Sato (A Praça é Nossa), Ramon Costa (Cavaleiros do Forró), Flávia Monteiro, Milene Pavorô (Programa do Ratinho), “Comandante Durão (A praça é Nossa) e vários outros.
Além dos artistas do SBT, a BM4 Finanças também teve como garoto propaganda Givaldo Alves, ex-morador de rua que ficou famoso quando um vídeo seu fazendo sexo dentro de um carro viralizou.
Nos vídeos gravados pelos artistas, eles pedem que as pessoas “corram” para investir na BM4, afirmando que a empresa é regulamentada e que não existe outra igual.
“Vim convidar você, que ainda não investiu na BM4 Finanças, corre lá e faça seu cadastro, a empresa é simplesmente fantástica e regulamentada no Brasil, não tem nenhuma empresa igual.”
Site fora do ar e clientes sem receber, o fim da BM4 Finanças foi alertado por youtuber antes do colapso
Há algumas semanas, o youtuber Rogério Betin, conhecido por denunciar golpes e pirâmides financeiras no Brasil, divulgou um alerta contra a BM4 Finanças.
Ele tentou conversar com os donos da empresa, que bloquearam seu contato e não responderam às perguntas sobre como o negócio funcionava.
O youtuber Rogério Betin disse que muitos clientes do golpe já lhe procuraram, alguns inclusive após ver seus vídeos, que os ajudaram a não cair no esquema que dizia ter a Liberty Seguros como fiadora, mas que acabou se mostrando um fato mentiroso.
Após tirar o site do ar e desaparecer com dinheiro dos investidores, a BM4 Finanças também removeu todas as suas redes sociais para evitar uma repercussão maior.
Os clientes agora tentam encontrar informações sobre o paradeiro dos responsáveis pela empresa. O Livecoins entrou em contato com a BM4 Finanças, mas não recebeu resposta até o fechamento da matéria, o espaço permanece aberto para manifestações.
Em breve, pernambucanas e pernambucanos, voltaremos às urnas para fazer escolhas que implicarão no futuro do nosso Estado e do nosso País. No último domingo de outubro, elegeremos, pela primeira vez em Pernambuco, uma mulher para governar a nossa terra dos altos coqueiros. Entre semelhanças e diferenças, há de se eleger a melhor opção para conduzir o nosso Estado.
No momento, julgamos, como sendo a melhor opção Marília Arraes. A outra candidata, Raquel Lyra, durante as duas gestões (2017-2022) à frente da prefeitura de Caruaru, não valorizou as professoras e os professores da rede municipal de ensino. Não respeitou a lei do piso e nem a carreira das professoras e professores. O reajuste do piso salarial dos professores da educação básica para 2022 foi de 33,24% (lei federal). Porém, a então prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, reajustou o salário dos professores em 20% a partir de julho/2022.
Ou seja, os professores efetivos, na carreira, perderam, para sempre, de ter, nos seus salários, o percentual de 13,24%. Com isso, um professor com mais de 20 anos de efetivo recebe o mesmo salário que um professor com um mês de efetivo, por exemplo. Acabou com a carreira do professor.
Também no ano de 2020, não concedeu aos professores o reajuste de 12,84% com repercussão na carreira, ou seja, a grande maioria dos professores ficaram com seus salários não reajustados. Nas campanhas que fazia, prometeu junto aos professores, a reformulação do plano de cargos e carreira da categoria, porém foi eleita e reeleita prefeita e nada mudou no nosso plano para valorizar os professores. Por isso, Raquel Lyra não.
Não fez adequação da carga horária de 180 horas-aula para o professor I. A então prefeita Raquel Lyra passou quase 6 anos à frente da Prefeitura de Caruaru e nada fez para adequar a carga horária para 180 horas-aula do professor I (aquela e aquele que ensina do 1º ao 5º ano).
Enquanto grande parte dos municípios de Pernambuco e do Brasil valorizam esse profissional, reconhecendo que trabalham por 180 horas-aulas, a então prefeita Raquel Lyra preferiu continuar desvalorizando essa categoria de professoras de professores que são responsáveis pelo início da alfabetização das nossas crianças de Caruaru, pagando os salários desses profissionais como se trabalhassem por 150 horas- aulas. Por isso, Raquel Lyra não.
Não concedeu às professoras e professores maior tempo para cursar mestrado e doutorado. Ao professor que for cursar um mestrado só lhe é concedido apenas o período de 3 (três) meses de licença, se for doutorado apenas 6 (seis) meses. Isso é incentivo ao professor para se aperfeiçoar? Além disso, um professor com mestrado, devido à falta de valorização, recebe o mesmo salário de um professor com graduação em início de carreira. Que valorização do professor foi essa que Raquel Lyra incentivou e praticou? Por isso, Raquel Lyra não.
Não realizou concurso público. No município de Caruaru, sabe-se que, embora sem divulgação de números oficiais, cerca de 60% (sessenta por cento) dos professores que lecionam na rede municipal de ensino do município são contratos, oriundos de várias seleções simplificadas na gestão da então prefeita Raquel Lyra. Com isso, desrespeitou o Plano Municipal de Educação, visto que Raquel Lyra preferiu, por várias vezes, realizar processos de seleção simplificada a que fazer concursos públicos. Frise-se que o último concurso público realizado para provimento efetivo de professores aconteceu em 24/01/2010, portanto, já são 12 anos sem concurso público para professor. Por isso, Raquel Lyra não.
Realizou o pagamento do rateio do Fundeb de forma indevida. No rateio do Fundeb do ano passado, a prefeita Raquel Lyra realizou de forma indevida o pagamento do rateio do Fundeb. É tanto que foi notificada pelo Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPCO-PE), por meio da instauração de um Procedimento Preparatório de Representação, que pretende verificar supostas irregularidades em pagamentos com recursos destinados ao complemento do percentual mínimo de 70% do Fundeb, bem como na aplicação das regras sobre o piso nacional dos profissionais da educação no município de Caruaru.
Ou seja, a então prefeita Raquel Lyra, ao realizar o pagamento do rateio do Fundeb, mais de 50 milhões de reais, em vez de pagar apenas aos professores, pagou a outros profissionais que não tinham direito a esse valor, como merendeiras, porteiros, administrativos, auxiliares de serviços gerais etc. Por isso, Raquel Lyra não.
A partir deste sábado (15), a 15 dias do segundo turno das Eleições 2022, nenhuma candidata ou candidato poderá ser detido ou preso, salvo em flagrante delito, de acordo com o parágrafo 1º do artigo 236 do Código Eleitoral (Lei nº 4.737, de 1965). O segundo turno das Eleições 2022 está marcado para o próximo dia 30 de outubro.
De acordo com o parágrafo 2º da mesma norma, caso ocorra qualquer prisão nesse período, o preso deverá ser imediatamente conduzido à presença do juiz competente que, se verificar a ilegalidade da detenção.
O objetivo da regra é assegurar o equilíbrio da disputa eleitoral e o pleno exercício das atividades de campanha por parte das candidatas e dos candidatos. Também busca prevenir que prisões sejam utilizadas como estratégia para prejudicar algum postulante a cargo eletivo por meio de constrangimento político ou o afastando da campanha.
Cientista político rebate críticas às pesquisas em artigo de Ronaldo Lemos, diz que institutos estão atualizados com técnicas modernas, reafirma que levantamentos não são prognósticos e destaca fatores impossíveis de estimar de forma precisa, como a abstenção dos mais pobres, que influem no resultado das urnas.
Os intelectuais públicos generalistas têm o direito e o dever de se pronunciar sobre os temas candentes que empolgam a sociedade, independentemente da maior ou menor familiaridade que tenham com o objeto em questão. Jornalistas também, por obrigação.
Todavia, quando nos deparamos com supostos especialistas, ostentando currículos que aparentemente legitimariam suas assertivas, é importante analisar com lupa a argumentação. Quanto tempo é necessário para alguém se tornar conhecedor qualificado de algo? O pesquisador Malcolm Gladwell respondeu a essa questão.
Segundo ele, não é obrigatório ter um diploma na área, mas 10 mil horas de dedicação a um tema são imprescindíveis para se conseguir isso. Na minha experiência pessoal, formado em quatro áreas das ciências humanas, levei alguns anos estudando neurociência antes de publicar artigos e livros conectando-a com a política e a comunicação, um exercício do que Edward Wilson chamou de “consiliência”.
Por isso, a mim, que frequentemente recuso dar entrevistas sobre assuntos que não domino, mesmo da ciência política, por respeito ao público e por honestidade, causa espécie ver personagens investirem contra a reputação de profissionais e empresas sem a menor autoridade intelectual para fazê-lo.
Ronaldo Lemos, um jovem talentoso advogado, de boa bibliografia na área de tecnologia da informação, com o entusiasmo e a pressa desse admirável mundo novo que fascina a todos e particularmente parece inebriá-lo, atirou-se sem hesitação a uma leitura fulminante das pesquisas eleitorais brasileiras.
Nas páginas da Ilustríssima (9.out), surfou com raro senso de oportunidade a onda da perplexidade e das críticas aos institutos após a eleição de 2 de outubro. Baseado no que supostamente praticam as empresas desse mercado nos EUA, desferiu em estilo pós-moderno uma sequência impressionante de golpes a laser.
Não economizou juízos acerbos sobre a suposta obsolescência do setor. Denunciou a “inépcia” absoluta, que levou “a erros clamorosos”, apontando o “esgotamento” do modelo, alimentado pela “nostalgia” que faz essa atividade moribunda.
Não se furtou também a apontar caminhos para uma eventual ressurreição: abraçar a sociologia computacional e a abordagem qualitativa. Tampouco perdeu tempo, aproveitando para “empossar” um apadrinhado, um novo farol, a AtlasIntel, única a “acertar em cheio” o resultado da eleição.
Ocorre que o atleta gnosiológico se jogou na piscina errada. Pior, ela estava vazia.
Desde o primeiro turno das eleições deste ano, pesquisas e institutos têm estado sob ataque das mais diversas fontes, que, infelizmente, não se resumem apenas a críticos em busca de holofote. Vão perigosamente além.
Em uma conjuntura de tensões exacerbadas, pesquisas foram contestadas antes e depois da votação. No âmbito do Executivo, uma investigação foi requerida à Polícia Federal pelo Ministério da Justiça. No Congresso, foi deflagrada uma cruzada obscurantista, com vasto arsenal: CPI, audiência pública e projeto de lei criminalizando a atividade.
Qual a principal “evidência” do “erro” dos institutos? A alegada discrepância entre os números apresentados nas pesquisas e o resultado das urnas.
Então, comecemos pelo que ocorreu no primeiro turno da eleição presidencial. No quadro 1, que elaboramos a partir dos dados oficiais do TSE e dos levantamentos tal como divulgados pelos meios de comunicação, permite a fácil compreensão das estimativas dos institutos sobre o desempenho dos candidatos no momento da realização das pesquisas, em média 48 horas antes do pleito, e os resultados obtidos pelos presidenciáveis.
Tal comparação exige ser realizada sobre os totais das pesquisas e do eleitorado, uma vez que amostras dos institutos devem ser representativas do total dos eleitores. As intenções de voto e outras opiniões colhidas pretendem ser estimativas da ocorrência das mesmas no universo em questão, ou seja, nos 156,5 milhões de brasileiros inscritos para votar.
No quadro referido, estão os percentuais obtidos por cinco institutos, na ordem em que os divulgaram ao longo do sábado (1º.out), com as intenções de voto sobre o total do universo e, uma vez excluídos os votos brancos, nulos e indecisos, os chamados votos válidos.
Observe-se que não se fazem pesquisas para captar votos válidos, embora esses números passem a ser divulgados pela mídia à medida que se aproxima a eleição, com o intuito de tornar mais fácil a comparação com os dados divulgados pelo TSE. Às vezes, eles se aproximam do resultado oficial, às vezes não, por diferentes fatores.
Dois institutos com percentuais sobre o total absolutamente diferentes em magnitude, um deles estando bastante equivocado, podem ter válidos semelhantes ou mesmo iguais.
O que fica encoberto nos votos válidos? Para sua extração, são utilizados os dados das questões estimuladas, que apresentam os percentuais dos candidatos, mais o percentual de votos em branco e nulos e mais um ou dois por cento de “não sabe”, os supostos indecisos.
A partir daí, são excluídas essas duas últimas categorias, recalculados os números e tem-se o que parece uma projeção, baseada na pesquisa, do resultado final. Parece, mas não é.
De onde sairá a abstenção que não foi computada nem declarada? Inevitavelmente, sairá dos contingentes de intenções de voto dos concorrentes. Ela prejudicará igualmente os candidatos? Lógico que não. No Brasil, como na maioria dos países, a abstenção se concentra mais na base da pirâmide social.
Para se ter uma ideia, dos quase 7 milhões de eleitores analfabetos, cerca de 52% não votaram no primeiro turno. Quase metade dos eleitores de Lula tem até fundamental completo. Por isso, eu lembrava no Twitter, na véspera da eleição, que a abstenção precisaria diminuir para aumentar a chance de vitória petista no primeiro turno. Entretanto, ela ainda foi um pouco maior (21%) que em 2018.
De outro lado, nas colunas de totais do quadro, percebe-se sem maior esforço que, em direção contrária às perplexas especulações da noite da eleição e dos momentos seguintes, todas as pesquisas publicadas se aproximaram na margem de erro, ou até coincidiram numericamente, com os 33%, arredondados, da votação de Bolsonaro.
Elas estimaram a mais, porém na margem de erro, todos os concorrentes da terceira via e os nanicos abaixo de 1%. Todavia, todas captaram intenções de voto em Lula entre 7 e 11 pontos acima do voto efetivo (37% arredondados) que ele registrou nas urnas. A explicação para essa distância está na base da última coluna à direita do quadro 1, nos 21% arredondados da abstenção.
Vez por outra aparece algum curioso que pretende dissociar abstenção e pobreza. Os argumentos variam desde a desatualização dos cadastros da Justiça Eleitoral, em razão de problemas na informação dos óbitos pelos cartórios cíveis, até a falta de transferência de títulos para novos municípios de moradia dos eleitores.
As duas coisas naturalmente devem ocorrer, mas nada nem sequer capaz de chegar perto do montante de 32,7 milhões de ausentes. No caso da falta de transferência, o fenômeno também é fruto da pobreza.
Os dados do TSE, apresentados no quadro 3, relativos à abstenção por faixa de escolaridade no primeiro turno, são eloquentes. A correlação entre o não comparecimento e a baixa escolaridade chega a -0.87. Quanto menos escolaridade, mais abstenção.
A diferença entre o topo e as camadas de escolaridade inferior impressiona. Na base (analfabetos), é mais de quatro vezes superior ao topo da pirâmide (curso universitário completo). É impossível negar a realidade. Em um país democrático que adota o voto obrigatório, não se pode naturalizar a ocorrência, eleição após eleição, de uma lamentável “abstenção compulsória” de tamanha proporção.
O que foi dito acima sobre proximidade entre os números revelados às vésperas da eleição e os das urnas não significa desconhecer o principal postulado dessa atividade, indicado no título da minha fala em seminário dirigido a jornalistas em maio deste ano: “Por que pesquisas não podem ser lidas como prognósticos”.
No texto, aponto alguns dos fatores que desautorizam o uso para tal fim dos resultados de tais levantamentos. Destaco o papel do voto estratégico, típico de sistemas pluripartidários como o nosso, o voto errático e, sobretudo, a abstenção, a qual nenhum instituto tem condições de estimar de razoavelmente, pelo fato de o voto ser obrigatório e os prováveis absenteístas não revelarem essa disposição.
Aliás, mesmo com o voto sendo facultativo nos Estados Unidos, identificar os “likely voters” é uma tarefa difícil para os institutos de lá, cada qual usando uma fórmula diferente e poucas vezes acertando, como observa o jornalista de dados Elliot Morris.
O fenômeno ocorrido neste ano é singular? Não. Aconteceu muitas vezes. Mesmo Fernando Henrique Cardoso, quando ganhou no primeiro turno em 1994, tinha 48% sobre o eleitorado total na véspera do pleito, mas nas urnas obteve apenas 36,2%. A abstenção foi de 17,8%, e o branco e nulo, com voto ainda em papel, chegaram a 15,5%.
Lula, quando por 1,4 ponto não se sagrou vitorioso no primeiro turno de 2006, marcava 46% sobre o total na véspera, mas nas urnas a abstenção lhe tomou nove pontos, e ele só alcançou 37,1% do total de eleitores naquele momento.
E quanto à escolha de governadores em alguns estados, já que na maioria deles não houve alterações significativas em relação às pesquisas? Neles, as mudanças de última hora foram exatamente isso, movimentos finais que ocorreram após as últimas pesquisas divulgadas. Precisamente como a teoria do voto estratégico supõe: eleitores que utilizam a informação dos últimos levantamentos para alterar seu comportamento.
Em estados como São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Bahia, foi nítido o alinhamento com a disputa nacional, que assumiu polarização recorde, repetindo a morfologia de 2006. Isso posto, dirijamo-nos à metodologia. Será que está mesmo moribunda como foi apontado? Salvo a pesquisa do Ipespe, telefônica, as demais foram todas presenciais. Dado que os resultados foram muito próximos, é inócuo discutir qualquer diferencial de acuidade entre elas.
E quanto à pesquisa Atlas, única online, que, segundo Ronaldo Lemos, seria o novo padrão-ouro de medição? Mais uma vez, o crítico olhou para o que não viu e não acertou exatamente porque não viu.
O quadro 2 compara os resultados anunciados pela Atlas na véspera da votação com os resultados das urnas. Esqueçamos os votos válidos, pois, como já comentado, as pesquisas captam intenções de voto identificadas em amostras colhidas sobre o total de eleitores, não sobre votos válidos. Assim, eventual proximidade com os números de Lula válidos é apenas coincidência. A comparação necessária é com os números totais.
Lançado o foco na direção correta, o que se constata é que os dados do Atlas, contrariamente ao que a análise ingênua e apressada de Lemos identificou, foram os que mais se distanciaram tanto do número de Lula quanto do de Bolsonaro.
Treze pontos em relação ao primeiro, oito pontos em relação ao segundo. Estamos falando de 20 milhões de votos a mais no primeiro colocado, e 12,5 milhões no segundo. Foi o único instituto a ficar fora da margem de erro no que concerne ao incumbente.
Não que a metodologia online do Atlas esteja errada. Não se trata disso. Ela ainda é apenas inadequada para estudos eleitorais no Brasil, onde um quarto da população não é usuária frequente da internet, onde temos 7 milhões de eleitores analfabetos e 25% da população padece de analfabetismo funcional.
Eu montei em 1999, em companhia de conhecidos cientistas da computação, o primeiro instituto de pesquisa online do Brasil: Diga-me.com. De lá para cá, vários dos institutos criticados em bloco no artigo ora replicado desenvolvem rotineiramente estudos online em segmentos específicos, em geral de classes A, B e C, mas não na base da sociedade.
Isso vai mudar, decerto, mas levará alguns anos. As pesquisas de opinião pública no Brasil, ao contrário de presas à “nostalgia”, avançaram no tempo e frequentemente utilizam métodos híbridos, como nos Estados Unidos.
Aliás, por falar no berço das pesquisas e das redes sociais, nenhuma das quatro organizações dos EUA classificadas com grau A+ pela qualidade do seu desempenho no site FiveThirtyEight, de Nate Silver, utiliza metodologia online, embora por lá sejam comuns pesquisas eleitorais com essa metodologia. As quatro operam entrevistas telefônicas com entrevistadores humanos.
Tampouco o uso das ciências sociais computacionais, recomendado por Lemos, é novidade no setor. As redes sociais são vasculhadas pelos institutos. Índices são estabelecidos com base nas suas interações. Levantamentos de tráfego de pessoas e automóveis são realizados por sinais de telefonia celular com uso intensivo de GPS.
Além disso, boa parte dos projetos de pesquisa de mercado dos mesmos institutos que desenvolvem levantamentos eleitorais usa estratégias “double track”, associando a investigação do comportamento nas redes à busca das opiniões dos consumidores.
Da mesma forma, a guinada qualitativa sugerida no artigo já ocorreu há muito tempo. Todos os principais institutos contam com departamentos qualitativos, o que parece desconhecido por Lemos, com profissionais de sociologia, psicologia e antropologia conduzindo estudos presenciais e online cujos resultados alimentam hipóteses testadas quantitativamente.
Vai-se além. Eu mesmo tive oportunidade de introduzir anos atrás no país a metodologia quali-quanti, unindo as duas dimensões, por meio de baterias de 200 a 400 entrevistas, com roteiros semiabertos, para pré-teste de comerciais.
Lemos adverte que “só sobreviverão as instituições que sejam mais parecidas com a língua que com os dentes”. Esqueceu-se, contudo, que a sabedoria elementar recomenda evitar, pelo uso ansioso do verbo irrefletido, que os dentes mordam a língua.
Por fim, o que explica esse mergulho desajeitado em um universo com o qual demonstra tão pouca familiaridade, passando a nítida impressão de que foi vítima de um aprendizado auricular enviesado?
Dois terços de seu artigo estão voltados ao diagnóstico da liderança da extrema direita no universo digital brasileiro, ancorada em narrativas articuladas na cultura e nas subculturas das plataformas. Essa é a verdadeira preocupação do autor. Legítima e procedente, diga-se de passagem.
Não há como discordar da constatação de que o centro e a esquerda não têm se mostrado em condições de confrontar a vanguarda ideológica e comunicacional dos seus antípodas.
Quanto às pesquisas, há muito que fazer, menos desmerecê-las. São fundamentais para o processo democrático. Governos e outras instituições não podem prescindir delas, das informações e avaliações da repercussão que suas ações e omissões despertam na população. E a sociedade, como se orientaria sem mirar-se periodicamente nesse espelho?
Por tudo isso, entidades como a Abep (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa), Abrapel (Associação Brasileira de Pesquisadores Eleitorais) e ABCP (Associação Brasileira de Ciência Política) cogitam se debruçar após as eleições sobre os resultados, os métodos e as técnicas utilizadas na campanha, incorporando nessa reflexão as opiniões e cobranças dos críticos. Tal como a entidade dos pesquisadores norte-americanos (AAPOR) faz a cada ciclo de eleições.
Certamente, há muito a ser melhorado, aperfeiçoado, atualizado, o que exige uma boa dose de autocrítica. Essa é a essência da atividade científica. Não parar jamais. Questionar-se sempre. Não se satisfazer nunca com o conhecimento alcançado.