Por José Adalbertovsky Ribeiro*
MONTANHAS DA JAQUEIRA – Existe uma sentença proverbial: governo é governo, oposição é oposição. Nunca jamais em tempo algum, alhures ou algures, esta sentença será revogado. Falar em governo de paz e amor febril, conciliação e beijos entre adversários, são histórias da carochinha. Guru da imprensa altiva e independente, Millor Fernandes decretou uma lei em cláusula pétrea: imprensa é oposição, e o mais é armazém de secos e molhado. Mídia bem comportada é papel do diário oficial.
Não seja por isso. Alguns periodistas devotos da seita vermelha estão doidinhos para serem regulamentados, a bem dizer, para serem censurados, em nome da liberdade de opinião. Eis o duplipensar preconizado pelo escritor inglês George Orwell na Novilíngua, na obra “1984”, escrita em 1949. Palavra mágica do pensamento politicamente correto, “Duplipensar” equivale a pensar pelo avesso ou multiplicar as ideias por menos um. Censura é liberdade, liberdade é manifestação antidemocrática. George Orwell foi um profeta.
Os devotos da seita vermelha e da seita do gado criaram os ministérios da pós-verdade e da verdade animalesca. Há quatro anos a guerra é feroz entre eles e não há prenúncios de armistício. Depois da pandemia, com inflação domada, sem recessão, o PIB cresceu, quando nada, na faixa de 1,5 %. As estatais se tornaram rentáveis, a começar pela Petrobras. Estes são dados de realidade. Contestar, quem há de?
Mesmo assim os radicais vermelhos falam em herança maldita. Os legendários do capitão predizem as maldições do futuro. Como diria o Doutor Chuchu noutros tempos, o passado vos condena. Imaginem a herança amaldiçoada da mulher que estocava ventos, de 13 milhões de desempregados e recessão maior da história.
Drante 365 dias de quatro anos, a mídia da pós-verdade anunciou que o capitão estava planejando um golpe. Foi o planejamento golpista mais prolongado desde os tempos da guerra dos gregos e troianos. Eis o golpe à moda da viúva Porcina, aquele que foi sem nunca ter sido. Os guerrilheiros dizem que o MST invade e depreda as propriedades em nome da paz, fazendo declarações de amor aos donos das terras.
Com um cacho de tripas nas mãos depois de levar uma facada, o capitão foi chamado de genocida, fascista, misógino e até de arroz doce, acusado de disseminar o ódio contra os inocentes pacifistas vermelhos. Injuriaram e demonizaram o cara em nome do amor. Acuse os outros daquilo que você é, reza o catecismo leninista.
A Novilingua estabelece a existência do Crimideia, o crime dos pensamentos ideológicos ilegais. Ele avisa: “O grande irmão está de olho em você”, porém sem perder a ternura jamais. Para usar uma palavra bonita, estas são as coordenadas de uma sociedade distópica, regida pela polícia do pensamento e subordinada ao Ministério da Verdade.
Alvíssaras leitores Magnaneanos, gregos e troianos da Nova Lusitânia! Viva a Pátria e chova arroz neste ano de 2023!
*Periodista e escritor