SEDEPE leva serviços gratuitos a Caruaru com foco em cidadania e inclusão social

Caruaru recebeu, na manhã de hoje, mais uma edição do programa Juntos pela Cidadania, iniciativa do Governo de Pernambuco voltada à oferta gratuita de serviços públicos à população. A ação foi das 8h às 12h na Escola Municipal Laura Florêncio e reuniu atendimentos promovidos por diversas secretarias estaduais, além de organizações da sociedade civil.

A Secretaria de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo (SEDEPE) participou com orientação profissional, encaminhamento para vagas de emprego, formalização de pequenos negócios como MEI e oferta de cursos do Qualifica PE. Outros órgãos envolvidos também levaram serviços como emissão de segunda via de certidões, orientações jurídicas, informações sobre benefícios sociais e atividades voltadas à cidadania e prevenção à violência.

A ação é coordenada pela Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Prevenção ao Crime e integra secretarias como a da Mulher, da Criança e Juventude, Assistência Social e Desenvolvimento Urbano, além da Compesa. A proposta do Juntos pela Cidadania é descentralizar o acesso a políticas públicas, promovendo atendimento direto em regiões fora da capital, como o Agreste.

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Do g1

O senador Rogério Marinho (PL-RN) afirmou hoje que o ex-presidente Jair Bolsonaro está sendo submetido a uma cirurgia no DF Star, um hospital privado de Brasília, onde ele está internado.

Em mensagem enviada à TV Globo, Rogério Marinho, que tem acompanhado a situação de Bolsonaro nos últimos dias, disse que a operação será “demorada”. O Hospital DF Star ainda não se manifestou sobre a cirurgia.

Em uma rede social, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também mencionou a operação e desejou “força” e “pronta recuperação” ao ex-presidente. Bolsonaro foi transferido, de Natal (RN) para Brasília, em uma UTI aérea na noite deste sábado (12).

Na última sexta-feira (11), ele passou mal em um evento do PL no interior do Rio Grande do Norte. Em um primeiro momento ele foi atendido em um hospital na cidade de Santa Cruz (RN) e, depois, encaminhado de helicóptero para Natal, onde foi tomada a decisão de transferência a Brasília.

Segundo a equipe médica que atendeu o ex-presidente, Bolsonaro está com um quadro de suboclusão intestinal — uma obstrução parcial que impede a passagem normal de gases e fezes.

O problema é causado por aderências formadas em decorrência das múltiplas cirurgias que o ex-presidente já fez após levar uma facada durante a campanha eleitoral de 2018.

“Ele tem tido esses episódios recorrentes, que são comuns em pacientes submetidos a diversas cirurgias. Mas esse caso atual parece mais grave do que os anteriores”, afirmou o médico Cláudio Birolini ontem.

Conforme o especialista em cirurgia, a equipe médica tentava neste sábado resolver o problema com medidas clínicas, como jejum, descompressão gástrica, uso de sonda e hidratação intravenosa, mas não descartava uma cirurgia.

Jaboatão dos Guararapes - UBS Pet Massangana

Foi reinaugurado ontem, em Afogados da Ingazeira, o Cine São José, equipamento cultural histórico do Sertão do Pajeú. A requalificação do espaço, viabilizada com recursos da Lei Aldir Blanc, devolve à cidade um importante palco de exibição cinematográfica e manifestações culturais, marcando também a resistência simbólica da cultura sertaneja.

Durante a cerimônia, o deputado federal Carlos Veras (PT) destacou a importância do cinema como espaço de memória e luta popular. “O Cine São José sempre foi um palco de resistência — da cultura, contra a ditadura, o fascismo e a intolerância”, afirmou. Veras também lembrou sua atuação como coautor da Lei Aldir Blanc e mencionou um novo projeto de lei de sua autoria, intitulado “Ainda Estou Aqui”, que busca garantir que cinemas tradicionais tenham o direito de exibir filmes nacionais simultaneamente com as grandes redes.

Em discurso, o deputado confirmou a destinação de uma emenda no valor de R$ 150 mil para o fortalecimento do espaço. “Está garantida a emenda de 150 mil reais para a gente fortalecer essa parceria. Viva a cultura, viva a resistência, viva o Cine São José!”, concluiu. O gesto foi comemorado por representantes do movimento sindical e por lideranças locais, que defenderam a continuidade dos investimentos em espaços culturais do interior.

Dulino Sistema de ensino

Na noite de ontem, a Prefeitura de São José do Egito realizou evento na quadra da Escola Naná Patriota, onde apresentou à população um balanço dos primeiros 100 dias de gestão do prefeito Fredson Brito (Republicanos). Secretarias municipais subiram ao palco para mostrar as principais ações, projetos e conquistas nesse início de mandato. O evento contou com a presença de Samuel Andrade, presidente estadual do Podemos-PE.

Em discurso, Fredson defendeu que a gestão começou a “tirar do papel” promessas feitas em campanha. “Não é só o tempo que passou, são 100 dias de trabalho, de luta, de enfrentamento de desafios e de realizações”, afirmou. Fredson agradeceu o apoio fundamental do vice-prefeito Zé Marcos (Podemos), a quem chamou de parceiro leal e presente, e também reconheceu o empenho da bancada de vereadores governistas, formada por Aldo da Clipsi (Republicanos), Daniel Siqueira (Podemos), Vicente de Vevéi (Republicanos), Patrícia de Bacana (União Brasil), Gerson Souza (PSB) e Tadeu do Hospital (União Brasil).

O prefeito também mencionou os setores administrativos que não participaram da apresentação, mas são, segundo ele, fundamentais para manter a máquina pública em funcionamento. “Essa gestão é de vocês, é para vocês e será feita com vocês”, disse ao público presente. O evento reuniu secretários, servidores, vereadores, lideranças comunitárias e grande público.

Petrolina - O melhor São João do Brasil

A nomeação de João Lucas, ex-prefeito de Bom Conselho, para a Secretaria Executiva de Infraestrutura de Turismo de Pernambuco, publicada no Diário Oficial do Estado, com efeito retroativo a 7 de abril, escancara a estratégia de Raquel Lyra: usar o governo como vitrine de acomodações políticas. As informações são do blog do Roberto Almeida.

Com a gestão reprovada pela população local, João Lucas chega ao cargo não por mérito, mas por apadrinhamento — é ligado ao deputado estadual Dannilo Godoy, que articula sua projeção para 2026. A movimentação reforça o retorno do grupo Godoy ao Palácio, após 12 anos de domínio político em Bom Conselho.

Raquel, aliás, tem sido generosa com ex-prefeitos, ex-vereadores e ex-vice-prefeitos: já foram mais de 60 nomeações só neste ano. A conta, porém, não fecha nas urnas. A governadora segue estagnada nas pesquisas, e a tentativa de garantir apoio político via cargos públicos parece não convencer o eleitor.

Ipojuca - IPTU 2025 - Vencimento 30 Abril

Da CNN

Os equatorianos vão às urnas hoje para um segundo turno nas eleições presidenciais, escolhendo entre o presidente de direita, Daniel Noboa, e a candidata Luisa González, do partido de esquerda liderado pelo ex-presidente Rafael Correa, enquanto o país luta contra uma crise de segurança.

O primeiro turno da votação em fevereiro terminou com um quase empate entre os dois candidatos. As urnas no Equador abrem às 9h deste domingo, no horário de Brasília, e fecham às 19h. Os primeiros resultados da votação devem sair às 22h.

De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), mais de 13 milhões de cidadãos estão aptos a votar, incluindo equatorianos que vivem no exterior. Nesse processo eleitoral, serão eleitos o presidente e o vice-presidente da República para o mandato de 2025-2029.

A disputa é entre o atual presidente Daniel Noboa, da Ação Democrática Nacional (ADN), e Luisa González, candidata do Movimento Revolução Cidadã e importante figura da oposição.

No primeiro turno , Noboa obteve 44,15% dos votos, vencendo Luisa González, que obteve 44%. A diferença entre os dois candidatos foi de 0,15 ponto percentual, deixando o resultado em aberto e gerando grande expectativa para o segundo turno.

No Equador o voto é obrigatório para cidadãos entre 18 e 65 anos inscritos no cadastro eleitoral. Para aqueles com idade entre 16 e 18 anos e com mais de 65 anos o voto é opcional. Quem não comparecer às seções eleitorais, conforme estabelecido em lei, deverá pagar multa equivalente a 15% do salário-base unificado.

Os eleitores enfrentam uma eleição importante que definirá o curso do país nos próximos anos. Com propostas diferentes sobre economia, segurança e governança, Daniel Noboa e Luisa González estão representando duas abordagens políticas distintas.

Quem são os candidatos?

Noboa, de 37 anos, filho de um dos empresários mais ricos do Equador, nascido nos Estados Unidos e formado em Harvard, tornou-se presidente após uma vitória surpreendente em 2023, quando derrotou González no segundo turno.

Noboa é herdeiro do magnata da banana e cinco vezes candidato à presidência Álvaro Noboa, dono de uma das maiores fortunas do Equador, e disse que se identifica particularmente com o presidente dos EUA, Donald Trump.

Ao longo de seu primeiro mandato, críticos afirmam que Noboa violou normas políticas ao ordenar que forças de segurança invadissem a embaixada mexicana para prender Jorge Glas, ex-vice-presidente de Rafael Correa, acusado de corrupção. A quebra do protocolo diplomático levou o México a romper relações com o Equador.

Noboa ultrapassou os limites legais do cargo, iniciando e vencendo um referendo para expandir seus poderes de segurança em abril de 2024. Uma parte fundamental da estratégia de segurança foi o envio de militares para as prisões do Equador, que grupos criminosos do país controlam há anos com impunidade.

Quanto à economia, Noboa tem se apoiado fortemente em propostas como pagamentos em dinheiro e perdão de dívidas para agricultores afetados por desastres naturais.

Já Luisa González, de 47 anos, anunciou que, se eleita presidente, restabelecerá relações com o México e a Venezuela. A atual presidente do México, Claudia Sheinbaum, expressou seu desejo de que González se torne a primeira mulher a vencer a Presidência, como fez no México.

González baseou sua campanha em “Revitalizar o Equador”, centrando-se no retorno de uma política mais estatista e voltada para a redistribuição da Presidência de Correa.

Atualmente exilado na Bélgica, Rafael Correa continua sendo uma figura popular na política equatoriana, apesar das alegações de corrupção durante sua Presidência. Em 2020, um tribunal equatoriano condenou o ex-presidente a oito anos de prisão por suborno à revelia, acusação que ele negou repetidamente.

González tomou algumas medidas para se distanciar dele. Em entrevista à CNN pouco antes do primeiro turno, ela enfatizou que, se vencesse, seria ela quem estaria no comando – e não seu mentor.

“Sou o presidente do meu partido”, disse González, “sou eu quem lidera a minha campanha — é o meu plano de governo e os meus planos para o público. Então, quem vai governar? Será Luisa (González)”, afirmou.

O país tem enfrentado diversos cortes de energia ligados ao fenômeno El Niño, que seca os rios que abastecem as usinas hidrelétricas. Em resposta, González pediu maior intervenção governamental na rede elétrica do Equador.

Ela também negou publicamente que negociaria com criminosos. O plano de seu partido afirma que o governo se empenhará em criar um “novo modelo” de segurança baseado na “prevenção, redução da violência e coexistência”.

Contudo, quem vencer as eleições, não terá um fácil governo: nem o ADN nem o Movimento Revolução Cidadã obtiveram a maioria na Assembleia no primeiro turno e, embora sejam as duas principais forças políticas, ambas terão que negociar e forjar alianças para aprovar leis e reformas.

Uma possível luta pela frente

Após a eleição ser transferida para o segundo turno em fevereiro, ambos os candidatos alegaram, sem provas, que a votação foi possivelmente fraudulenta.

Ambos os candidatos encerraram suas campanhas na quinta-feira (10), em uma tentativa final de mobilizar os eleitores antes da eleição deste domingo. Após os resultados apertados do primeiro turno, Daniel Noboa e Luisa González insistiram que aumentarão o controle das urnas para evitar irregularidades.

O Conselho Eleitoral disse que garantirá transparência na contagem dos votos, embora não realizará uma contagem rápida devido à polarização existente.

Cerca de 92.000 delegados de movimentos políticos estão autorizados a monitorar as votações. Serão somados observadores nacionais e internacionais, além de cerca de 100 mil integrantes das Forças Armadas e da polícia, que acompanharão o evento em meio ao estado de conflito armado interno declarado no país há mais de um ano.

O Equador vive um período de grande incerteza política e social na reta final das eleições presidenciais.

Num contexto marcado por uma crescente crise de segurança, o país enfrenta um dos processos eleitorais mais disputados dos últimos anos.

Além dos desafios de segurança, o próximo governo — que tomará posse em 24 de maio — terá que enfrentar desafios cruciais como a crise energética, a recuperação econômica, o combate à corrupção e a revisão das relações diplomáticas, entre outros.

Uma onda de crimes sem fim

O crescente tráfico de drogas nos últimos anos fez com que o Equador tivesse a maior taxa de homicídios da América Latina em 2023 , de acordo com a InSight Crime.

A taxa caiu ligeiramente em 2024, mas a violência continua, pois os grupos criminosos se adaptaram e se fragmentaram após a repressão do governo.

Noboa tentou resolver o problema pela força, adotando uma abordagem firme para combater o crime.

Logo após assumir o poder em 2023, o país sofreu duas emergências consecutivas: um famoso líder de gangue escapou da prisão; dias depois, um grupo de homens armados invadiu uma grande emissora de TV e fez os funcionários reféns.

Em resposta, Noboa declarou o primeiro de vários estados de emergência e “conflito armado interno” no Equador, dizendo à Christiane Amanpour, da CNN, que ele havia “declarado guerra aos terroristas” na luta contra gangues.

Para conter a onda de crimes, Noboa solicitou abertamente a ajuda de governos e empresas estrangeiras, especialmente dos Estados Unidos.

Em março, ele anunciou uma “aliança estratégica” para combater o crime organizado com Erik Prince, fundador da controversa empresa privada de defesa anteriormente conhecida como Blackwater.

Documentos obtidos pela CNN mostram que o presidente está se preparando para abrigar forças militares americanas em uma nova base naval na costa equatoriana.

Correa havia rescindido o contrato de arrendamento da Marinha dos EUA sobre uma base semelhante e banido bases militares estrangeiras no país quando o Equador reescreveu sua Constituição em 2008. Noboa propôs suspender a proibição.

A presença dos EUA no Equador é um ponto de discórdia entre Noboa e González, que se opõe à intervenção estrangeira nas questões de segurança do país.

Além da onda de criminalidade, os equatorianos enfrentam uma economia fragilizada. Isabel Chiriboga, especialista em América Latina do think tank apartidário Atlantic Council, escreveu em fevereiro que o próximo presidente terá que administrar uma economia “à beira do colapso”.

Caruaru - São João na Roça

No exercício da minha profissão, optei pela área política. Bacharel em Jornalismo pela Unicap, na mesma faculdade arrebatei o diploma de pós-graduação em Ciência Política. Grande parte dos meus leitores só me enxergam e me identificam pelo viés da política. Mas meu xodó não é a política, é a poesia, são minhas crônicas que falam da vida e nos levam a fazer profundas reflexões.

Tenho outro grande xodó: a música. Embora não toque nenhum instrumento, sou vidrado na arte mais importante manifestada na sociedade. Aprendi lendo Aristóteles, um dos maiores filósofos da Grécia Antiga, que a música é celeste, de natureza divina e de tal beleza que encanta a alma e a eleva acima da sua condição. E que onde há música, há vida pulsando em cada nota.

Por isso, criei o Sextou, um programa musical na Rede Nordeste de Rádio, levado ao ar todas as sextas para 38 emissoras em quatro Estados do Nordeste, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 96,7 FM, no Recife. Foi a janela que encontrei para entrevistar celebridades da MPB, desde nomes do passado, como Wanderley Cardoso, Wanderléa e Ronnie Von, a talentos mais recentes, como Vanessa da Mata, Ana Canãs, que canta o canto torto de Belchior, e a fantástica Marina Elali, neta de Zé Dantas.

Para mim, a melodia, seja de onde venha, é a poesia do coração, capaz de transformar o silêncio em emoção. É a alma que fala, quando as palavras se perdem. É, também, o eco dos sentimentos mais profundos da humanidade. A música tem o poder de nos levar a lugares onde as palavras jamais chegariam. No ritmo da vida, a música nos ensina a dançar com o coração, cada acorde é uma janela aberta para a alma, revelando quem realmente somos.

Ela nos leva a diversas situações. Na canção “Tudo novo de novo”, Paulinho Moska diz: “Vamos acordar. Hoje tem um sol diferente no céu, gargalhando no seu carrossel, gritando “nada é tão triste assim”. Tem também gente que nos anima, como Fundo de Quintal, que na canção “Pra alegria eu peço bis”, diz: “Siga em frente e não olhe para trás, o melhor da vida é você quem faz”.

Tem também protestos, como fez Chico Buarque, em “Apesar de você”: “Apesar de você, amanhã há de ser outro dia”. Têm ainda quem faz canções para os apaixonados, como eu pela minha Nayla, feito Charlie Brown Jr, em “Dias de luta, Dias de glória”: “O seu sorriso vale mais que um diamante”. Ou o canto do inesquecível e eterno Tim Maia, em “Não quero dinheiro”: “Acontece que na vida a gente tem que ser feliz por ser amado por alguém, porque eu te amo, eu te adoro, meu amor”.

Há gente que nos leva ao delírio, como Belchior: “Não quero o que a cabeça pensa, eu quero o que a alma deseja”. Foi Belchior, de quem sou um dos maiores fãs e colecionador da sua obra, que cantou que viver é melhor do que sonhar. “Tenho pressa de viver, mas quando você me amar, me abrace e me beije bem devagar, que é para eu ter tempo de me apaixonar”. Que lindo e tão profundo o romantismo!

Como falar no canto torto de Belchior sem citar o mais romântico de todos os poetas, Vinicius de Moraes: “Amai, porque nada melhor para a saúde que um amor correspondido. A felicidade é como uma gota de orvalho numa pétala de flor. Mas que seja infinito enquanto dure. Sem rosa, sem nada. Meu Deus, eu quero a mulher que passa”.

Filósofo alemão, conhecido crítico ferrenho da hipócrita sociedade, Arthur Schopenhauer disse que a música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende. Para ele, a música é o fio invisível que nos conecta ao que é eterno e belo. Há canções para todos os momentos da vida e por isso mesmo a música tem essa magia.

Ela tem o poder de direcionar a atenção, de bloquear distrações externas e facilitar a concentração em tarefas específicas. Estudos indicam, por exemplo, que a música instrumental, em particular, pode ajudar a criar um ambiente propício para levantar o astral de pessoas que passam momentos difíceis na vida, internadas num leito de hospital.

Foi Ludwig van Beethoven, um dos mais célebres pianistas alemães, que disse: “A música é o vínculo que une a vida do espírito à vida dos sentidos”. Já o grande Mozart, compositor austríaco do período clássico, disse que para fazer uma obra de arte não basta ter talento, não basta ter força.

“É preciso também viver um grande amor”, alardeou, para completar: “A música é minha vida e a minha vida é a música”.

Camaragibe Cidade do Trabalho

Fiat Pulse T200 Hybrid: vale a pena pagar um pouquinho a mais?

Este colunista ficou uma semana com o Fiat Pulse híbrido, versão Impetus, topo de linha, para testes. A tradicional, exclusivamente a combustão, custa R$ 138.990, conforme consta no site da montadora italiana, na aba Monte o seu. A testada, híbrida leve, com o mesmo pacote de equipamentos, principalmente de segurança, R$ 144.990. A diferença bruta, excetuando-se aqui as inevitáveis negociações entre consumidor e concessionária, é de R$ 6 mil. Vale a pena, então, pagar esse valor a mais? Para ajudar a responder, vamos elencar aqui alguns detalhes e diferenças entre ambas.

O Pulse T200 Hybrid vem com o já conhecido e eficiente motor 1.0 de três cilindros de 130 cavalos e torque de 20,4kfgm. Ao contrário do convencional, traz também um pequeno (por isso chamado de leve) motor híbrido de 12 volts. Acrescenta ao conjunto todo apenas 4cv de potência e 1 kgfm de torque e nem mesmo consegue movimentar sozinho o veículo. Mas o 12 volts ajuda em alguns momentos, quando o motor a combustão supera os 3.500rpm, por exemplo. Esse mecanismo (cuja bateria fica embaixo do banco do motorista) substitui o alternador convencional e o motor de arranque. Por meio de uma central eletrônica específica, ele, enfim, auxilia o conjunto. Então, para o dia a dia das cidades, no chamado ciclo de consumo urbano, vale ter essa versão, sim. O motorzinho absorve energia nas frenagens e desacelerações e a gasta nas arrancadas rápidas em semáforos, por exemplo. E ainda há a adoção do start&stop, que desliga automaticamente o motor a combustão em paradas e o religa instantaneamente assim que o motorista pressiona o acelerador.

Com isso, a média de consumo – e sempre dependendo do comportamento do motorista – chega a até um pouco mais 14 km/l. Louva-se, aqui, a consciência verde, digamos assim. O Inmetro garante que é 12% mais econômico. Esse tipo de híbrido é chamado oficialmente de MHEV (da sigla em inglês Mild Hybrid Electric Vehicle). Por não ser tão cara (bastam um pequeno motor e uma mini bateria de 11 amperes), a tecnologia tem se tornado mais acessível. E, sim, mesmo em pequenas quantidades os híbridos-leves reduzem os níveis de emissões. Importante: o motor é flex, mais limpo ambientalmente que os convencionais. Não há mais diferenças entre as duas versões (só uma cor exclusiva para o híbrido) e a condução continua sendo agradável em ambas. O motor casa bem com o câmbio CVT, a direção é leve, o acabamento é sóbrio para o padrão de preço Fiat e por aí vai. O painel de instrumentos, no caso do MHEV, mostra o nível de carga e regeneração das baterias. E com informações em tempo real.

BYD: o sucesso em Caruaru e Petrolina – As estratégias de mercado da BYD no Brasil, que passam por importações em grandes volumes e estabelecimento de preços agressivos, têm dado resultado. No mês de março, por exemplo, a empresa chinesa chegou ao top 5 no ranking das marcas que mais venderam no varejo (diretamente ao consumidor, por meio de concessionárias). Foram, neste terceiro mês de 2025, mais de 6,8 mil unidades, garantindo uma fatia de 8,3% de participação de mercado – a melhor desde que chegou ao Brasil. No ranking geral, que considera a soma das vendas de varejo com as vendas diretas, a BYD em março ficou na nona colocação. Foram 8.064 unidades vendidas e 4,52% de participação de mercado. Em relação ao mês anterior o crescimento foi de mais de 14% nas vendas e de 8,3% em relação a fevereiro.

No Distrito Federal, os números são chamativos: a liderança de carros Okm foi garantida com 19,15% de participação. E o curioso é que o desempenho no patamar de cima não foi obtido somente em capitais ou grandes centros urbanos. Em Lauro de Freitas, no interior baiano, a greentch foi dona de 25% de mercado em março. Na também baiana Vitória da Conquista, de 22,78%. Idem, com percentuais semelhantes, nas cidades pernambucanas de Caruaru (17,22%) e Petrolina (23,93%). 

Linha 25/25 do Haval H6: veja os preços e o que mudou – A GWM já pôs nas concessionárias a linha 25/25 do Haval H6. Ela chega com diversas melhorias, tanto estéticas quanto tecnológicas, para oferecer ainda mais sofisticação, conforto e inovação aos consumidores brasileiros. A primeira versão disponível para os clientes é o Haval H6 HEV2, híbrido autorrecarregável – que é atualmente o líder de vendas da linha Haval. Seu preço de tabela é de R$ 220 mil. Ele pode ser comprado diretamente no site da GWM (gwmmotors.com.br), no Mercado Livre, no aplicativo My GWM ou nas concessionárias da marca no Brasil. Já as versões plug-in – Haval H6 PHEV19 (R$ 245 mil), Haval H6 PHEV34 (R$ 288 mil) e Haval H6 GT (R$ 325 mil) – estarão disponíveis em breve.

Os novos Haval H6 25/25 apresentam mudanças estéticas sutis. As externas, com lanternas escurecidas e novo logotipo GWM na tampa traseira. As internas, com o acabamento do painel e das portas em novo revestimento que simula aço escovado. Isso, segundo a marca, proporciona uma sensação mais premium, atendendo às expectativas de um público que busca mais qualidade. O SUV chega ainda com novidades na lista de equipamentos. Um dos destaques é o comutador automático de farol alto, que proporciona maior segurança e comodidade ao motorista. O modelo também ganhou travamento automático das portas quando a chave se afasta do veículo.As versões PHEV34 e GT passam a contar com o exclusivo recurso de ajuste automático de banco por reconhecimento facial – uma tecnologia inédita no modelo. Ela vai proporcionar uma personalização ainda maior para os motoristas. O modelo PHEV34 também oferece agora preparação para subwoofer.

Novidades 

Em toda a linha Haval H6 

– Lanternas traseiras escurecidas

– Nova logotipia com destaque para o logo GWM no centro da tampa traseira

– Novo revestimento que simula escovado no console central e nas portas

– Comutador automático do farol alto

– Travamento automático das portas por afastamento da chave

– Iluminação por led no porta-luvas

No H6 PHEV34 e GT

– Ajuste do banco elétrico do motorista por reconhecimento facial, por meio de câmera na coluna dianteira

No Haval H6 PHEV34 

– Inclusão da câmera na coluna dianteira

– Preparação para subwoofer, alto-falante específico para reproduzir frequências baixas, responsáveis pelos sons mais graves nas músicas e áudio em geral

As versões PHEV 34 e GT usam motor 1.5 turbo a gasolina aliado a outros dois elétricos de tração, um dianteiro e um traseiro. Com isso, entregam 393 cv de potência e 77,7 kgfm de torque combinados. As baterias têm 34 kWh de capacidade. Já o PHEV19 não tem propulsor elétrico traseiro. A potência total, nesse caso, é de 326 cv, além do torque de 54 kgfm. As baterias têm capacidade de 19 kWh.

A HEV2 (híbrido por regeneração) usa também o 1.5, oferecendo até 850 km de autonomia. 

Tank 300: meta de um mês em uma semana – E por falar em GWM, a filial brasileira está comemorando outro marco interessante do recém-lançado Tank 300, seu primeiro SUV híbrido plug-in de luxo off-road: ele superou a meta de vendas do mês em apenas seis dias. Lançado oficialmente em 4 de abril, o modelo alcançou 518 unidades vendidas até a quarta-feira  (9), ultrapassando a previsão inicial de 500 veículos para o mês inteiro.

Com preço de lançamento de R$ 333 mil, válido até o dia 30 de abril, o Tank 300 chega ao país já como modelo 2026 e estreia com força no competitivo mercado de SUVs de luxo. Ainda não há definição do preço a partir de 1º de maio. O GWM Tank 300 une força bruta, sofisticação e muita tecnologia. Ele é equipado com um conjunto híbrido plug-in de última geração, composto por um motor 2.0 turbo a gasolina de injeção direta e um motor elétrico, conectados a um câmbio automático de 9 marchas. Juntos, entregam 394 cv de potência e impressionantes 750 Nm de torque, acelerando de 0 a 100 km/h em apenas 6,8 segundos.

Chevrolet prepara o lançamento de sua 100ª série especial – A General Motors chegou ao Brasil em 1925. Desde então, lançou uma versão especial (ou limitada) por ano. Elas marcam por propostas às vezes ousadas, homenagens simbólicas, diferenciais visuais ou mesmo inovações tecnológicas. A S10 100 anos, alusiva ao centenário da fabricante no país, será, curiosamente, a centésima. A S10 100 Anos focará na customização e irá contar, entre outros itens, com suspensão e pneus personalizados, numa referência às versões de rally que trazem um conjunto preparado para trilhas off-road mais extremas.

Mini John Cooper Works – A marca inglesa Mini, mas pertencente à alemã BMW, acaba de trazer a versão apimentada John Cooper Works. O modelo esportivo vem com 231 cv e duas carrocerias: três portas (R$ 319.990) e Cabrio (R$ 349.990). Ambos usam o motor 2.0 turbo do Cooper S, mas com 27cv extras. O torque é de 38,7mkgf. A transmissão é de dupla embreagem e sete marchas. Com esse conjunto, o charmoso hatch só precisa de 6,1 segundos para bater os 100 km/h. O conversível precisa de 6,4 s. A velocidade máxima é limitada a 250 km/h.

Audi abre pré-venda do superesportivo RS 3 sedã – A direção da marca alemã Audi no Brasil acaba de anunciar a pré-venda do novo Audi RS 3. O modelo já pode ser encomendado nas mais de 40 concessionárias. São duas versões disponíveis: RS 3 sedã (R$ 660 mil)e RS 3 sedã Track (R$ 715 mil).  O modelo, vale lembrar, é aquele que bateu o recorde de volta mais rápida em sua categoria no lendário circuito de Nürburgring, na Alemanha. Sob o capô, o propulsor 2.5 de 400 cavalos empurra o superesportivo dos 0 aos 100 km/h em apenas 3,8 segundos – 0,3s mais rápido que a geração anterior, tornando-o o único de sua categoria no mercado nacional a cumprir tal marca abaixo da casa dos 4 segundos. A nova linha RS 3 é equipada com motor 2.5 litros TFSI, turbo, cinco cilindros em linha, com torque de 50.99 kgfm. A transmissão é automática S tronic de sete velocidades, com a consagrada tração quattro.  

Volkswagen: R$ 20 bi,17 modelos – O insano tarifaço de Donald Trump não atrapalhou, pelo menos por enquanto, os planos da Volkswagen para o Brasil. A marca alemã confirmou um investimento histórico de R$ 20 bilhões para a América do Sul. Até 2029. O foco é em novos carros, fábricas e tecnologias mais modernas. Desse total, o Brasil receberá R$ 16 bilhões até 2028. Já a Argentina contará com US$ 580 milhões para ampliar a estrutura da fábrica em General Pacheco. A montadora reconhece que a região se tornou uma das regiões mais estratégicas do mundo. O motivo é o crescimento constante nas vendas e produção. Somente em 2024, a marca cresceu mais de 21% no continente. Foram quase 480 mil carros vendidos, sendo mais de 400 mil apenas no Brasil, segundo dados.

Começa a pré-venda da BMW R 1300 GS Adventure – Os apaixonados por aventura sobre duas rodas já podem garantir uma unidade da mais esperada big trail da marca alemã: a R 1300 GS Adventure. Ela, que é fabricada em Manaus, está em regime de pré-venda e a marca quer que ela seja um novo patamar de inovação, por ser a “mais moderna e tecnológica já produzida no Brasil”. Há condições exclusivas de pré-venda para os primeiros 500 compradores, como o financiamento com taxa de 0,69% em até 24 meses, com entrada de 60%. A R 1300 GS Adventure está disponível em seis versões. O foco do modelo é no conforto e no desempenho – na qual combina ergonomia, proteção aerodinâmica e muita tecnologia. A aventureira, vale lembrar, foi apresentada no mercado mundial em julho de 2024. O motor é o já lendário boxer de dois cilindros. Porém, agora mais potente: são 145cv, com torque de 15,1kgfm. A BMW Motorrad lembra que este é o boxer mais poderoso já produzido em série. 

Confira os preços de lançamento

GS Adventure Plus – R$ 136.500

GS Adventure Trophy – R$ 138.500

GS Adventure Triple Black – R$ 138.500

GS Adventure Triple Black ASA – R$ 144.500

GS Adventure Option 719 – R$ 148.500

GS Adventure Option 719 ASA – R$ 154.500

Confira as principais tecnologias 

  • Controle de torque de arrasto do motor;
  • Controle dinâmico de frenagem;
  • Controle de partida em subida;
  • Controle dinâmico de tração de série;
  • Controle de cruzeiro dinâmico com função de freio de série;
  • Assistente de pilotagem com controle de cruzeiro ativo;
  • Aviso de colisão frontal;
  • Aviso de mudança de faixa e aviso de colisão traseira;
  • Controle adaptativo de altura do veículo
  • Faróis e auxiliares em LED integrados à carroceria como padrão;
  • Protetores de mão com indicadores de direção integrados;
  • Compartimento de carregamento para smartphone com entrada USB integrada e tomada de alimentação de 12V integrada;
  • Aquecimento do assento para o condutor e o passageiro
  • Punhos aquecidos; passeio sem chave (direção, ignição e trava do tanque de combustível);
  • Monitor de pressão dos pneus

Você acelera da forma correta? – Pesquisa realizada pelo sistema Mobs2 mostra que mais da metade dos motoristas brasileiros (55%) faz uso excessivo do pedal do acelerador. O que grande parte dessa parcela da população não sabe, no entanto, é que, além do risco de acidentes e multas por excesso de velocidade, acelerar demais e de forma inadequada pode causar sérios danos aos motores dos automóveis. O formato de aceleração mais indicado, conforme ressalta o coordenador de capacitação e suporte técnico dos lubrificantes Mobil, José Cesário Neto, é a progressiva, que se mantém regular após atingir o máximo permitido e viabiliza uma resposta otimizada dos motores. “Em vez de pisar no acelerador de uma vez, aumentar a pressão gradualmente permite que o veículo se ajuste melhor e entregue potência de forma mais eficiente”, ressalta. Para ilustrar casos em que a aceleração estaria incorreta, Cesário Neto lista práticas comuns aos motoristas e os riscos que elas causam aos motores dos automóveis. Confira: 

  • Acelerar de forma brusca com o motor frio pode causar desgaste prematuro – Antes que o lubrificante atinja a temperatura ideal, ele não alcança completamente as peças internas, o que pode aumentar o atrito e o desgaste. 
  • Acelerar antes e logo em seguida desligar o carro pode ser prejudicial – Muita gente faz isso achando que ajuda o motor, mas, na verdade, pode causar acúmulo de combustível não queimado e desgaste prematuro.  Se o veículo for dotado de turbocompressor, haverá desgaste prematuro dos seus componentes, reduzindo sua eficiência e durabilidade.
  • Pisadas curtas e bruscas no acelerador podem gastar mais combustível – Se você acelera e solta rapidamente várias vezes, o motor pode interpretar que precisa de mais potência, injetando mais combustível do que o necessário, o que gera maior gasto na hora de abastecer. 
  • Acelerar até o limite em motores turbo logo após a partida – Turbinas precisam de lubrificação adequada, e forçá-las antes que o óleo esteja circulando completamente pode causar danos ao sistema.

Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025 prorrogado

Por Flávio Chaves*

Há amores que chegam sem dizer nada, sem fazer barulho, sem trazer flores nas mãos ou certezas no bolso. Amores que não vêm pela porta da frente, mas pelos fundos da alma, atravessando o terreno baldio das memórias, das saudades antigas, das cicatrizes abertas como janelas que nunca mais conseguimos fechar.

E quando eles chegam, não anunciam: apenas se instalam. Não pedem, ocupam. Não explicam, invadem. Não acendem a luz — deixam que o escuro diga tudo. E é ali, justamente ali, no lugar onde o medo cochila e a esperança respira devagar, que a pele começa a escutar o que os olhos não veem, o que a mente não entende, o que o corpo sente antes de qualquer tradução racional.

O amor verdadeiro não chega com a luz dos refletores. Ele prefere o escuro dos bastidores, o ranger das tábuas do palco vazio, o silêncio das cortinas antes de se abrirem. Ele vem quando tudo parece indecifrável, quando já desistimos de entender o que sentimos, e apenas sentimos. Ele se apresenta tremendo, suando, cheio de dúvida no olhar e tropeçando nos próprios passos — e ainda assim, ficamos. Não por coragem, mas por um chamado que vem de dentro, como se algo muito antigo e muito íntimo dissesse: fica. E ficamos.

Há quem diga que amor bom é aquele que ilumina, que guia, que mostra o caminho. Mas eu desconfio. Os amores que mais nos transformam são os que nos levam para dentro de grutas. São os que nos obrigam a caminhar tateando paredes, tropeçando em pedras invisíveis, ouvindo goteiras internas, enfrentando nossos monstros escondidos em quartos de infância. São os que nos pedem entrega sem mapa, salto sem rede, permanência sem garantias. São os que nos colocam diante de um rosto que não sabemos descrever, mas que nunca mais conseguimos esquecer. Um rosto que é espelho do nosso próprio avesso. Um rosto que nos reconhece como somos, e ainda assim permanece.

Não há nada mais perigoso do que amar no escuro. Mas também não há nada mais verdadeiro. Porque ali, onde não vemos, sentimos com mais força. Com os dedos. Com a respiração. Com o silêncio. Com os sustos. Com a memória. É nesse escuro que tudo se intensifica. Que o beijo dura mais. Que o abraço diz mais. Que a ausência dói mais. Que a presença cura mais.

O amor verdadeiro não precisa de holofote. Precisa de presença. De coragem. De entrega. De um corpo que treme, mas não recua. De uma alma que sabe que pode doer — e mesmo assim aceita. Porque sabe que há algo naquele toque, naquela voz, naquele gesto, que nenhuma luz seria capaz de revelar.

E talvez seja isso o amor: esse rosto no escuro que nos chama sem prometer nada, mas nos oferece tudo. Essa força que não grita, mas nos cala. Essa vertigem que não nos derruba — apenas nos desarma. Esse susto que, por alguma razão misteriosa, a gente não quer evitar. Esse silêncio que nos ouve por inteiro. Esse abraço que acontece antes mesmo do corpo. Esse olhar que não vemos, mas sentimos dentro do peito. Esse risco que a gente corre com a alma nua. Essa luz que nasce sem precisar acender nada — porque a gente já está inteiro em combustão por dentro.

Não, o amor verdadeiro não precisa de claridade. Precisa apenas de uma verdade íntima, bruta e doce, que diga baixinho: eu te sinto. E um corpo — ainda que trêmulo, ainda que cego — que diga de volta: eu fico.

*Jornalista, poeta e escritor

Toritama - Prefeitura que faz

Da Agência Brasil

Os servidores públicos do Executivo Federal receberão em 2 de maio o reajuste salarial retroativo a janeiro, confirmou ontem o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). Os percentuais serão os da Medida Provisória 286, editada no fim do ano passado, como resultado das negociações do governo com as diversas carreiras do funcionalismo.

Segundo o MGI, o reajuste e os ajustes de carreira terão impacto de R$ 17,9 bilhões no Orçamento deste ano e R$ 8,5 bilhões, no de 2026. Apesar de ter sido substituída por um projeto de lei, conforme acordo entre o governo e o Congresso, a MP 286 continua vigente até 2 de junho.

O MGI confirmou o pagamento do reajuste após a sanção do Orçamento Geral da União de 2025. Por causa do atraso na aprovação do Orçamento pelo Congresso, o aumento acertado no ano passado não poderia começar a ser pago sem que a lei orçamentária estivesse sancionada.

A MP 286 formalizou os acordos das mesas de negociação entre o MGI e os representantes das carreiras civis do Poder Executivo Federal ao longo do ano passado. Segundo o ministério, as negociações de 2024 e os acordos anteriores garantiram a recomposição salarial para 100% dos servidores ativos, aposentados e pensionistas da União.

Em 2023, o governo havia concedido reajuste linear aos servidores do Poder Executivo Federal de 9% nos vencimentos e de 43,6% no tíquete alimentação. No ano passado, não houve atualização.

Planos de carreira

Além dos aumentos salariais, os acordos para 2025 e 2026 preveem ajustes de carreira e mudanças estruturais no serviço público. Em relação aos planos de carreira, o tempo para que os servidores atinjam o topo da progressão foi atualizado, para adequar a evolução funcional à realidade fiscal e às novas exigências de gestão pública.

Na reestruturação do serviço público federal, o governo substituiu 14.989 cargos obsoletos por 15.670 funções, que, segundo o MGI, são mais compatíveis com as demandas de um setor público mais moderno, sendo 10.930 voltados à área da educação. A última rodada de negociação ampla ocorreu em 2015, no governo da ex-presidenta Dilma Rousseff.

Palmares - Pavimentação Zona Rural

Por Jorge Cosme

Do Diário de Pernambuco

O primeiro passo para o armamento gradual da Guarda Municipal do Recife ocorreu na última quarta-feira (9), com o prefeito João Campos (PSB) protocolando o pedido de cooperação técnica na Polícia Federal em Pernambuco, procedimento necessário para iniciar o processo de autorização. Especialistas ouvidos pela reportagem se mostram descrentes com a eficácia da medida, classificando o armamento dos guardas como uma decisão política, arriscada e de pouca efetividade.

Para o ex-secretário Nacional de Segurança Pública e coronel da reserva da Polícia Militar (PM), José Vicente da Silva Filho, é importante que a guarda municipal “procure o seu devido espaço”.

“O aparato da prefeitura não é para combater, é para prevenir a violência. A prefeitura tem estrutura, política e recursos para trabalhar bem essa questão da prevenção”, acrescenta Filho, citando como exemplos, a regulação do silêncio urbano, do fechamento de bares, mediação e conciliação de conflitos nos bairros, iluminação e arrumação de praças. “O ambiente tem impacto sobre o comportamento das pessoas”, completa.

“Essa ilusão de que vai afetar a segurança através do trabalho armado não funciona”, ele resume. Segundo o ex-secretário, há estudos com guardas municipais de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais indicando que não houve impacto do armamento nos níveis de crimes contra a vida ou contra o patrimônio.

“Ou seja, vai armar a guarda municipal e não vai mexer nos indicadores de violência da cidade”, acredita ele, que já visitou um Centro Comunitário da Paz (Compaz), no Recife, e elogia o projeto na redução da violência envolvendo jovens.

A diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo, teme que o aspecto ostensivo tome o espaço do trabalho preventivo e comunitário da guarda.

“Dependendo do contexto, se é um lugar muito violento, talvez a guarda precise ter arma, mas eu acho que é um risco investir nisso”, ela resume.

Ricardo avalia que o tema do armamento está associado ao campo da direita, mas, por falta de repertório, tem sido utilizada pela centro-esquerda e esquerda. “Esse campo progressista não sabe o que fazer na segurança pública”, diz.

“Se eu fosse o prefeito João Campos, se eu quisesse realmente armar minha guarda, eu prepararia um projeto mais amplo, de profissionalização da guarda, para ela ser a mais treinada e profissional do Brasil. Está difícil agora voltar, mas eu trabalharia fortemente para agregar outras transformações na guarda”.

Opinião semelhante é defendida pelo membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) Roberto Uchôa. Segundo ele, o problema de segurança pública é multidimensional e “está longe de se resumir à questão das armas de fogo”.

“A gente tem observado nos últimos anos vários municípios tendo essa ação como uma forma de atuar na segurança pública, quando teriam muitas outras formas mais efetivas”, diz Uchôa.

“Quando você tem a mistura do gestor com o agente político, ele toma medidas pensando não somente na efetividade dela, mas no impacto político que ela terá”, pondera o conselheiro da FBSP. “O gestor está preocupado com a implantação de uma política pública, análise de evidências, como ela foi implantada em outros locais. O político, não. Esse quer saber o impacto eleitoral da medida dele e está pensando no curto prazo”.

Riscos

Uchôa avalia que um dos riscos do projeto é tornar os guardas municipais potenciais alvos. “O criminoso, sabendo que aquele guarda está armado, vai atuar de outra forma. Você aumenta o potencial de letalidade em qualquer confronto”, afirma.

Ele também comenta sobre o treinamento desses profissionais. “A gente sabe que tem um plano de cooperação e treinamento. Agora, como vai ser a continuação disso? Qual vai ser o acompanhamento desse profissional? A gente hoje tem várias polícias que passam por processos de treinamento e não têm outro treinamento posterior”.

“Meu medo é a gente colocar as guardas municipais em uma corrida armamentista com o crime organizado, que não vai ganhar nunca”, acrescenta.

Uchôa se recorda que um estudo mostrou que municípios no interior de São Paulo que passaram por esse processo registraram uma participação mais efetiva das guardas em registros de ocorrências, abordagens e prisões.

“Isso quer dizer que seja reflexo do armamento da guarda? Não. Mas pode ser que com esse armamento a guarda passe a atuar de forma mais presente, mais firme”, diz ele, que concorda que grupos táticos e que atuem em áreas mais perigosas possam ter armas, mas se preocupa com o uso indiscriminado do instrumento.

Nesta semana, o Ministério Público Federal (MPF) emitiu uma nota técnica expressando preocupação com um projeto no município do Rio de Janeiro que busca permitir o armamento da guarda municipal. A coordenadora regional do Fogo Cruzado em Pernambuco, Ana Maria Franca, analisa que os pontos levantados também dialogam com a realidade do Recife. “Eles listaram a falta de treinamento adequado, porque a arma traz um risco muito grande e vai expor a sociedade, e também o adoecimento mental desses guardas, que é algo que já vem sendo apresentado pelas polícias”, diz Franca.

O ex-secretário Nacional de Segurança Pública e coronel da reserva da Polícia Militar (PM), José Vicente da Silva Filho lembra que muitos guardas em São Paulo procuraram o serviço médico alegando estarem com problemas mentais. “A partir daí, o médico dá uma restrição para o uso da arma. A gente chegou a ter 30% do efetivo da guarda que não podia trabalhar porque não podia usar arma”.

Categoria comemora

Enquanto os especialistas criticam a decisão, a categoria dos guardas tem comemorado as últimas notícias. Ainda em fevereiro, o presidente da Associação das Guardas Civis Municipais de Pernambuco (AGCMPE), Etevaldo Genuíno, celebrava os avanços da proposta na cidade. 

“Finalmente a prefeitura do Recife vai armar a Guarda Municipal. Já não era sem tempo. A violência é cada dia maior e a guarda municipal é um órgão policial”, declarou em vídeo postados nas redes sociais da associação.

Para o presidente da Associação dos Cabos e Soldados de Pernambuco (ACS-PE), Luiz Torres, a guarda municipal armada está chegando de forma tardia ao Recife. “É de suma importância o apoio da guarda. A gente recebe a notícia de hoje com grande satisfação, porque precisamos unir as forças”.

O presidente estadual do Avante, Sebastião Oliveira, divulgou neste sábado (12) um vídeo para parabenizar o campus da Universidade de Pernambuco (UPE) em Serra Talhada, após o curso de Medicina da unidade ter recebido nota máxima (5) no Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes).

No vídeo, Sebastião se disse emocionado com o resultado e relembrou sua atuação para levar o curso ao município. “Tempos atrás, quando não medi esforços para levar esse importante aparelho para Serra Talhada, eu sabia e conhecia o valor dos serra-talhadenses e dos sertanejos”, afirmou.

O dirigente do Avante destacou ainda o impacto do curso para a região, colocando Serra Talhada como um dos principais polos universitários do Sertão de Pernambuco. Ele também aproveitou para parabenizar estudantes, professores e funcionários da instituição. O curso de Medicina da UPE em Serra Talhada foi criado em 2013 e tem se consolidado como referência no interior do estado.

Do g1

De um lado, o maior governo comunista do mundo defendendo o multilateralismo e a “globalização econômica” e investindo em parcerias. Do outro, o país símbolo do capitalismo apontando para o isolacionismo comercial.

Além de provocar uma montanha russa nos mercados mundiais, a guerra tarifária entre Estados Unidos e China também pode estar reconfigurando a atual geopolítica mundial.

Ao longo da semana, em meio aos aumentos mútuos de tarifas entre os dois países, o governo chinês repetiu que a política tarifária de Donald Trump só vai conseguir isolar Washington, enquanto Pequim tem se esforçado para “conectar mercados” — como a África, a América Latina e a Europa.

Desde que começou seu segundo mandato, em dezembro, Trump tem apostado em decretos que afastam mercados e cidadãos estrangeiros, além de investir nas medidas protecionistas, como o tarifaço. É uma forma de o líder norte-americano impor suas regras no tabuleiro mundial, na avaliação do professor de Relações Internacionais da ESPM, Gustavo Uebel, especialista em geopolítica. “Isso é uma forma de Trump alcançar mudanças geopolíticas sem precisar de guerras ou da diplomacia internacional”, disse Uebel.

Já o presidente chinês, Xi Jinping, propôs na última sexta-feira (11), ao se pronunciar pela primeira vez sobre a guerra das tarifas, que o mundo se esforce para “manter a tendência de globalização econômica e resistir conjuntamente ao unilateralismo e à intimidação”.

Uebel diz achar que o líder chinês seguirá investindo em parcerias e alianças globais, “o único caminho possível” para alimentar e manter a economia chinesa. Mas a luta de braço entre Putin e Xi, afirma o professor, deve provocar a fragmentação da multipolaridade, que marca a geopolítica atual. No lugar, o mundo pode se encaminhar para três grandes zonas de influência: os EUA, a China e Rússia. “Essa deve ser uma mudança no regime internacional mais a longo prazo, mas que vai se desenhando”, afirmou Uebel.

Em fevereiro, uma reportagem da revista “The Economist” chamou a política de Trump de “mafiosa”. O texto afirmava que Trump, criando um reequilíbrio de poderes no mundo, rompe com “a era pós-1945” — em referência ao fim da Segunda Guerra Mundial — e propõe um modo de resolução de conflitos “ao estilo de Don Corleone” — o mafioso fictício que protagoniza o filme “O Poderoso Chefão”.

“Aproxima-se rapidamente um mundo no qual quem tem poder faz o que quer e em que grandes potências fecham acordos e intimidam as pequenas”, disse a revista.

Nova configuração mundial

Na nova configuração mundial, a União Europeia, acuada nos EUA com Trump e em uma guerra indireta contra a Rússia na Ucrânia, já vem ensaiando uma aproximação com a China. Na sexta-feira, Xi Jinping se reuniu com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, e pediu que a União Europeia se una a Pequim para uma resistência mútua ao tarifaço de Trump.

A tendência será que os europeus, que devem ser os principais perdedores da guerra tarifária, se aproximem cada vez mais do governo de Xi Jinping, de acordo com Uebel. “Pela primeira vez, a UE não está ditando as regras do jogo na geopolítica mundial. Eles se aliarão à China por exclusão”, afirmou. Em paralelo, o governo chinês também busca ampliar a influência na América Latina, a maior zona de influência dos Estados Unidos.

Também na sexta, o ministro do Comércio da China falou por telefone com o vice-presidente Geraldo Alckmin. Segundo ambas as partes, a conversa, solicitada pelo governo chinês, girou em torno de fortalecer organismos multilaterais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), um dos pilares da globalização.