Em Igarassu, a ciência saiu dos livros e ganhou forma nas mãos de estudantes da Escola Evangelina Delgado de Albuquerque. Após projetarem, construírem e lançarem seus próprios foguetes feitos com garrafas PET, papelão, contrapesos e fita adesiva, os alunos foram selecionados para a fase nacional da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA).
Para garantir segurança e precisão nos lançamentos, os próprios estudantes desenvolveram um lançador automatizado com microcontroladores. Mais de dez foguetes foram testados no campo da escola, e os que atingiram as maiores distâncias definiram os três representantes da etapa nacional: Albert Rafael e Edelly Nayane, do 8º ano, e Olavo Cândido, do 7º ano.
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“Eu nunca pensei que um foguete feito com garrafa PET pudesse me levar tão longe. Agora é sério: quero ser engenheiro aeroespacial”, diz Albert, de 13 anos. Edelly, um ano mais velha, conta como foi o preparo: “Construímos o lançador, automatizamos o botão de disparo, testamos os ângulos… Tudo foi planejado. Quando soube que ia para o Rio, chorei de emoção.” Olavo, o mais novo, completa: “Quero mostrar que a gente de escola pública também pode chegar lá.”
Sistema de ensino leva tecnologia prática às escolas públicas
A atividade faz parte do Laboratório 7.0, desenvolvido pela Dulino, sistema de ensino que atua em redes públicas e leva a tecnologia para a sala de aula como ponto de partida para que os alunos desenvolvam soluções, construam projetos e vejam suas ideias ganharem forma.
“A ideia é incentivar o pensamento crítico e a resolução de problemas de forma criativa. Nossos estudantes são desafiados a planejar, construir e testar suas próprias ideias, e o lançamento de foguetes é uma dessas experiências transformadoras”, explica Cibele Reis, coordenadora do laboratório.
A Jornada de Foguetes acontece de 6 a 11 de novembro, no Rio de Janeiro, e reunirá equipes de todo o país. Para os jovens de Igarassu, a classificação já é motivo de celebração. Afinal, essa conquista mostra que, com um olhar atento para os alunos e investimentos bem direcionados, é possível levar a educação pública muito mais longe.
A Dulino, que atua em diversas cidades do Nordeste e do Brasil, desenvolve soluções pedagógicas que aproximam os conteúdos escolares da realidade dos alunos. A conquista dos estudantes de Igarassu reforça o impacto dessa proposta e mostra que, com o apoio certo, a escola pública se transforma em um ambiente fértil para o surgimento de mentes brilhantes.
Gestão municipal aposta em inovação para transformar a aprendizagem
Os avanços na educação de Igarassu vêm sendo impulsionados por decisões estratégicas da gestão municipal. A prefeitura adotou o sistema Dulino em toda a rede, com foco na inserção de tecnologia, cultura maker e metodologias ativas no ensino.
À frente da iniciativa, a prefeita Elcione Ramos, professora de formação, tem priorizado políticas que fortalecem o vínculo entre teoria e prática, ampliam o engajamento dos alunos e criam um ambiente mais propício à aprendizagem. A experiência da rede mostra que, com planejamento e investimento certo, inovação e ensino público podem caminhar lado a lado.
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