Por Claudemir Gomes
Com o início das disputas das semifinais da Copa do Brasil 2022, hoje à noite, envolvendo dois clubes do Rio de Janeiro, e dois clubes de São Paulo – Flamengo, Fluminense, São Paulo e Corinthians –, teremos a oportunidade de testemunhar mais um capítulo da maior rivalidade do futebol brasileiro: cariocas x paulistas.
Tudo começou no início do século passado, quando o Brasil se preparava para disputar a primeira edição da Copa do Mundo, em 1930, no Uruguai. Na época, a Associação Paulista de Esportes Atléticos – Apae – fez uma reivindicação a Confederação Brasileira de Desportos – CBD – para que um de seus membros fosse nomeado para integrar a comissão da entidade nacional. Como não teve seu pleito atendido, a entidade paulista tomou a decisão de não ceder jogadores para formar o selecionado brasileiro que iria disputar o Mundial em Montevidéu.
Leia maisA guerra, que em alguns momentos atingiu temperaturas altíssimas dentro de campo, segue até os dias de hoje camuflada nos bastidores, bem ao estilo “guerra fria”, protagonizada pelos Estados Unidos e União Soviética. O fato é que, apesar de estarmos no Século XXI, sempre que temos times cariocas e paulistas envolvidos numa decisão, o caldo entorna.
Assim, Fluminense x Corinthians e São Paulo x Flamengo, têm todos os ingredientes para serem jogos apimentados, daqueles que, nem sempre o melhor conjunto, o mais técnico, leva vantagem. Nestes confrontos, pegando uma carona em recente declaração do atacante Gabigol (Gabriel Barbosa), podemos afirmar que: “Os estádios viram um inferno”.
A rivalidade que nasceu na época em que dirigente de futebol era chamado de “paredro” (protetor), já fez muitas vítimas ao longo dos quase cem anos. Tudo com a anuência e respaldo das mídias carioca e paulista, principais responsáveis pela alimentação do bairrismo que teve seus momentos de extremismo.
O fato de a CBD, hoje CBF, ser sediada no Rio de Janeiro, proporcionou alguns privilégios aos clubes cariocas, principalmente quando o foco era a Seleção Brasileira, que, pelo sim, ou pelo não, foi o estopim da primeira crise da história do selecionado verde e amarelo, quando aconteceu o não dos paulistas.
Apesar de Rio de Janeiro e São Paulo serem estados vizinhos, as “escolas” carioca e paulista adotaram estilos diferentes, fato que serviu para alimentar a grande rivalidade existente entre ambos.
Qual dos dois Estados tem o melhor futebol?
A pergunta em voga há quase cem anos sempre dividiu opiniões, e num dos melhores momentos da história da Seleção Brasileira, dois times – Santos e Botafogo – um paulista, e outro carioca, serviam de base para o escrete nacional.
Nos dias de hoje, fato reconhecido por todos os treinadores, o Flamengo tem o melhor elenco do futebol brasileiro, mas isto não lhe assegura a conquista de nenhum título, principalmente numa decisão mata, mata, como a da Copa do Brasil. Ao jovem elenco do São Paulo resta a missão de buscar a surpresa nos dois confrontos.
Fluminense e Corinthians serão protagonistas de uma queda de braço onde as forças são parelhas. Neste caso, a participação efetiva da torcida pode funcionar como ponto de desequilíbrio.
Quem passa?
Pouco importa. Vejamos o que a rivalidade tem a nos oferecer como “prato do dia”. Afinal, decisão entre cariocas e paulistas é igual a gol de placa.
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