O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), classificou como boa a primeira reunião da cúpula do Congresso com integrantes do governo depois do impasse em torno da derrubada do decreto presidencial do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), na noite de ontem.
“Reunião boa, serviu para retomar o diálogo e agora vamos seguir conversando para encontrar um caminho. Sem definição ainda”, disse ao blog do Gerson Camarotti o presidente da Câmara. Participaram do encontro na Residência Oficial da Câmara o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), os ministros Fernando Haddad, da Fazenda, e Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais, além de líderes do Congresso.
A reunião acontece para retomar o diálogo entre as duas partes antes da audiência de conciliação marcada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes suspendeu, simultaneamente, três decretos presidenciais que elevavam as alíquotas do IOF e um decreto do Congresso que anulava os aumentos.
Questionado se o governo vai insistir em manter o decreto do IOF, Motta disse que ainda não há uma solução, e sinalizou que novos encontros serão agendados. “Não ficou resolvido, penso que as próximas conversas devem ir ajudando a desenhar um caminho”, disse Motta. O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), fez avaliação semelhante à do presidente da Câmara.
“A reunião foi boa e se debateu desde alternativas passando por uma eventual conciliação para a audiência marcada pelo ministro Alexandre de Moraes”, afirmou o senador. O encontro marca um movimento concreto de tentativa de conciliação entre o Executivo e o Congresso após a aprovação, pelo Legislativo, de um projeto de decreto legislativo (PDL) que suspendeu os efeitos da medida editada por Lula.
O decreto, segundo o governo, visava corrigir distorções e ampliar a arrecadação no curto prazo, evitando cortes no Orçamento – inclusive em emendas parlamentares. A medida, no entanto, foi contestada no Congresso e acabou também suspensa por decisão liminar do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Moraes reconheceu que cabe ao presidente da República editar decretos sobre o IOF, mas apontou dúvidas sobre possível desvio de finalidade da norma. Ele agendou para o dia 15 de julho uma audiência de conciliação entre Executivo e Legislativo, cobrando um entendimento entre as partes.
Depois disso, o primeiro movimento de reaproximação partiu, ainda em Lisboa, quando o Advogado-Geral da União (AGU), Jorge Messias, teve uma longa conversa com o deputado Hugo Motta, buscando a pacificação.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em publicação, na noite de ontem, o americano classificou novamente as investigações contra Bolsonaro como “caça às bruxas” e pediu que ele seja deixado em paz. Foi a segunda vez em dois dias que Trump saiu em defesa do brasileiro. As informações são do portal Estadão.
“Deixem o Grande ex-presidente do Brasil em paz. CAÇA ÀS BRUXAS!!!”, escreveu o presidente americano em sua rede social Truth Social. A mensagem citou a primeira publicação de Trump em defesa de Bolsonaro, publicada na segunda-feira, 7. Na ocasião, Trump escreveu que as ações judiciais contra Bolsonaro são ataques políticos e que o Brasil está fazendo algo “terrível” contra o ex-presidente.
A pressão exercida pelos Estados Unidos é a principal aposta do para evitar uma condenação de Bolsonaro, que responde no Supremo Tribunal Federal (STF) pela acusação de liderar uma tentativa de golpe de Estado após ser derrotado na eleição presidencial de 2022.
Filho do ex-presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se licenciou do mandato para morar permanentemente nos Estados Unidos e tentar articular sanções do governo americano ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, relator da ação. Na quinta-feira, Moraes prorrogou por 60 dias inquérito aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar a atuação de Eduardo perante o governo americano.
“Quase meia-noite no Brasil e Donald Trump voltou a postar denunciando a lawfare contra Jair Bolsonaro. Caça às bruxas!”, escreveu Eduardo Bolsonaro. Lawfare é um termo utilizado nos Estados Unidos para descrever a utilização do sistema jurídico para atacar adversários.
As declarações de Trump e de outras autoridades de sua gestão tem incomodado o governo brasileiro, que enxerga a atitude como ataque à soberania do País.
“A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um País soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em nota divulgada pelo Palácio do Planalto após o primeiro comentário de Trump sobre Bolsonaro na segunda-feira.
O STF não se posicionou, deixando a defesa institucional para o Executivo brasileiro. Nos bastidores, contudo, magistrados da Suprema Corte disseram à Coluna do Estadão que a declaração de Trump é “irrelevante” para o julgamento de Bolsonaro no caso da tentativa de golpe.
No mesmo dia que Trump fez o primeiro comentário, a Justiça da Flórida deu 21 dias para que Alexandre de Moraes se manifeste no processo aberto pela plataforma de vídeos Rumble e pela empresa Trump Media & Technology Group, ligada ao presidente americano. As empresas acusam o ministro de censurar conteúdos publicados nessas redes sociais ao determinar que o Rumble suspendesse perfis de influenciadores brasileiros na plataforma.
Polarização política é arma da oposição contra Lula, aponta Veneziano Vital
Por Larissa Rodrigues – Repórter do blog
Nas eleições de 2022 e após a disputa acirrada e extremista a que todos os brasileiros e brasileiras assistiram naquele ano, o Brasil, já dividido, mergulhou ainda mais em um processo de polarização política que não colabora com o crescimento do País. Pelo contrário, só atrapalha.
A falha que consolidou esse desgaste social é generalizada, na opinião do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), líder da maioria na Casa Alta. Ele foi o entrevistado de ontem (8) do podcast Direto de Brasília, comandado pelo titular deste blog.
Para o senador, mesmo depois de quase três anos, a polarização se mantém no mesmo nível das disputas de 2022, algo que ele lamenta e aponta como indutora da tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. Vital disse: “Foram acontecimentos deletérios para a nossa democracia e nossas instituições”. “Não conseguimos, enquanto sociedade, agentes políticos e congressistas, fazer com que separássemos”, destacou.
Ao longo da entrevista, o senador, aliado do presidente Lula (PT), defendeu a gestão petista e sinalizou que a oposição aproveitou a fragilidade da administração para manter o País polarizado, gerar dificuldades ao governo e planejar a disputa de 2026. Um fato, segundo Veneziano Vital, é o desembarque dos partidos do chamado “centrão” do palanque de Lula.
Para ele, não há dúvidas. Os poderosos União Brasil, PP e Republicanos estarão em outro palanque no ano que vem. “Não é fato novo. Legitimamente, cada partido busca seus espaços. O que não é legítimo é que façam a opção de estar no governo mas não sejam honestos em relação à defesa da gestão”, avaliou.
Mas o presidente Lula tem culpa, apontou Vital, que lembrou: “Essa é uma situação que o governo já sabia, porque está claramente exposta desde o ano passado”. Na opinião do senador, o erro do governo petista foi manter ministros e legendas integrando o Poder Executivo mesmo que esses não defendam a gestão. “A correção de rumos não foi feita devidamente, no sentido de saber em quem você pode contar”, opinou.
Justiça tributária – O senador Veneziano Vital defendeu as propostas do governo que visam aumentar as contribuições dos mais ricos e reduzir a carga tributária dos mais pobres. Segundo ele, a queixa da gestão do presidente Lula em relação ao Congresso é que houve um acordo não apenas com os líderes da Câmara, mas também com líderes do Senado sobre o decreto presidencial tratando do IOF. Mas esse acordo teria sido descumprido porque o Congresso entendeu que haveria imposição de impostos a uma classe, no caso, os mais ricos. “Não é impor impostos a qualquer pessoa. É preciso que se diga às pessoas que estão em casa: o que o governo está querendo produzir é justiça tributária”, enfatizou Vital.
Álvaro Porto nas redes contra Raquel Lyra – Depois que a governadora Raquel Lyra (PSD) publicou no Instagram um vídeo no qual afirma que “Pernambuco tem pressa”, cobrando que a Assembleia Legislativa (Alepe) vote os projetos de empréstimo enviados por ela, o presidente da Casa, deputado Álvaro Porto (PSDB), aguardou alguns dias e, ontem (8), enviou uma resposta à gestora, por meio da imprensa e também nas redes sociais. Porto solicitou que o governo informe quais obras deixaram de ser realizadas ou estão paralisadas por falta de recursos aprovados pela Alepe e apontou falta de transparência do Executivo.
Cadê os outros bilhões? – O presidente da Alepe detalhou: “Basta verificar as informações disponibilizadas para se chegar à triste conclusão de que, dos R$ 9 bilhões e 200 milhões (autorizados pela Assembleia), só foram efetivamente contratados R$ 3 bilhões e 500 milhões. E, pasmem, o Estado só conseguiu liberar R$ 1 bilhão e 400 milhões, dado constante do Ofício 116, de 2 de junho de 2025, da lavra da Secretaria da Casa Civil”, explicou Porto.
Dificuldade gerencial – Ainda de acordo com Álvaro Porto, os recursos foram disponibilizados no valor pleiteado pelo Executivo, “mas o que se vê hoje é uma realidade que salta aos olhos de todos”. “As obras não saem do papel porque a gestão não consegue rodar os projetos e entregar as obras por pura incapacidade gerencial, e jamais por falta de recursos que foram devidamente colocados à disposição do Executivo por meio das competentes autorizações legislativas”, cravou.
Mirella participou – Aliada de primeira hora da governadora Raquel Lyra, a prefeita de Olinda, Mirella Almeida (PSD), esteve no ato de filiação da primeira-dama de Jaboatão dos Guararapes, Andrea Medeiros, ao PSD, na noite da última segunda-feira (7), evento comandado pela gestora. “Andrea chega para fortalecer ainda mais a participação feminina no PSD e também o time da governadora Raquel Lyra. Estamos bastante alinhadas com o compromisso de ampliar as políticas públicas com mais qualidade e eficiência para todas as mulheres. Seja muito bem-vinda”, declarou Mirella.
CURTAS
JOÃO SOBE O MORRO SEXTA-FEIRA – A Prefeitura do Recife mudou a data do evento de assinatura da ordem de serviço para restauração da imagem de Nossa Senhora da Conceição. Seria hoje, mas o prefeito João Campos (PSB) sobe o morro na próxima sexta-feira (11). A cerimônia é às 12h. O município vai bancar a restauração da imagem de Nossa Senhora da Conceição com serviços técnicos especializados para reavivamento da pintura e tratamento de pontos de oxidação, com o objetivo de garantir a preservação do marco religioso.
AMUPE REUNIU GESTORES – A Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) promoveu, ontem (8), uma assembleia extraordinária de prefeitos e prefeitas em sua sede no Recife. O objetivo foi discutir temas estratégicos que impactam diretamente as gestões locais. O encontro contou com a participação de gestores de diversas regiões, que conheceram novas ferramentas de apoio e capacitação para as administrações públicas das cidades.
ZAZÁ VAI COM RAQUEL – O deputado estadual Izaías Régis (PSDB), fiel aliado de Raquel Lyra na Alepe, acompanhará, nesta quinta-feira (10), a agenda da governadora em Garanhuns, no Agreste, marcada por dois eventos de impacto social: a entrega de títulos de propriedade a 575 famílias dos bairros Heliópolis e Santa Rosa, e o lançamento do edital de ampliação do programa Leite para Todos, que fortalece a agricultura familiar no Estado.
Perguntar não ofende: A governadora Raquel Lyra vai conseguir explicar o motivo de não ter contratado todos os bilhões autorizados pela Alepe?
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, confirmou nesta terça-feira (8) que o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) encaminhado ao Congresso em abril contempla um salário mínimo de R$ 1.630 para 2026, o que representa um reajuste de 7,37% sobre o valor atual e inclui ganho real de cerca de 2,5% acima da inflação — nível que, se aprovado, será o maior em termos reais dos últimos 50 anos; Tebet advertiu ainda que cada real de aumento no mínimo adiciona R$ 420 milhões às despesas públicas, devido aos benefícios vinculados, como aposentadorias e abonos, e a proposta segue em tramitação no Legislativo.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que também preside o Congresso, afirmou nesta terça-feira (8) que promulgará imediatamente o projeto que aumenta o número de deputados, caso Lula não sancione a lei.
Ontem (7), durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que é “pouco provável” que Lula sancione o texto. As informações são do g1.
Aliados do presidente da República, segundo a colunista do g1 Andréia Sadi, têm aconselhado o petista a não sancionar o projeto para evitar desgaste na popularidade do governo.
A proposta, já aprovada pelo Congresso, aumenta de 513 para 531 o número deputados. A argumentação da Câmara e do Senado é que era preciso ajustar a proporção de parlamentares em relação às mudanças demográficas do país. Críticos ao projeto entendem que era possível equacionar a proporção sem elevar o número de deputados.
“Se chegar às 10h [para promulgação], vai ser promulgado às 10h01”, declarou Alcolumbre ao ser questionado sobre a possibilidade de o presidente Lula não sancionar o texto.
Prazo de 15 dias O projeto de lei foi aprovado pelo Congresso no dia 26 de junho. A data limite para a sanção presidencial é dia 16 de julho.
A Constituição, no artigo 66, define prazo de 15 dias dias para o presidente da República sancionar ou vetar de forma parcial ou integral os projetos de lei aprovados na Câmara e no Senado.
Passado o períoso manifestação do presidente para sanção ou veto, “o silêncio do Presidente da República importará sanção”, diz a Constituição.
Caso a lei não seja promulgada em 48 horas pelo presidente da República, cabe ao presidente do Senado assinar o ato que coloca a legislação em vigor.
STF determinou atualização de vagas O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou em 2023 que fosse feita essa atualização nas cadeiras da Câmara dos Deputados.
O prazo acabou em 30 de junho. Por isso, o Congresso correu para definir a questão. Se os deputados perdessem o prazo, caberia ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a definição do número de deputados por estado.
A Constituição diz que a representação na Câmara deve ser proporcional à população de cada estado. Nas eleições de 1994, o número de deputados foi determinado com base na população de 1985.
Em 2023 o STF estabeleceu que a Câmara seguiria tendo 513 deputados. Mas os estados estariam sujeitos a uma readequação de tamanho para atender às variações populacionais identificadas pelo último Censo.
Sete estados — entre eles, o do presidente da Câmara — poderiam perder cadeiras: Alagoas, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Outros setes, ganhariam: Amazonas, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará e Santa Catarina.
O vice-prefeito de Serra Talhada, Faeca Melo, esteve nesta terça-feira (8) na Assembleia Extraordinária da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), realizada no Recife. O encontro reuniu gestores de todas as regiões do estado com o objetivo de debater diretrizes e compartilhar informações que impactam diretamente a administração pública municipal.
Entre os temas em pauta estiveram o programa Amupe Capacita, voltado à qualificação de servidores; novos procedimentos de arrecadação; e a parceria com a Secretaria de Controle Interno do Estado (SCGE) para aprimorar transparência e controle social. O consultor da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Eduardo Stranz, atualizou os prefeitos sobre propostas em Brasília, enquanto o lançamento do Intercâmbio de Boas Práticas e a implementação da Nota Fiscal Eletrônica pela Receita Federal também foram apresentados. “Participar desses momentos é essencial para garantir que Serra Talhada continue avançando com gestão eficiente e transparente”, afirmou Faeca Melo.
O líder da maioria no Senado Federal, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), faz elogios ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), a quem atribui caráter “fundamental” para a eleição do presidente Lula (PT) em 2022. Diante dos rumores de que seu partido poderia pleitear a vaga na chapa no próximo ano, o parlamentar afirma que não é o momento para esse debate. Porém, ressalta que a sigla “tem nomes a sugerir, caso a situação venha a se concretizar”.
“Sejamos justos, Alckmin foi muito importante, foi fundamental na eleição do presidente Lula. E tem sido um grande aliado, um grande colaborador, tem produzido resultados efetivos para a indústria no ministério. É digno de todo o nosso reconhecimento. Se mais adiante o MDB puder postular uma presença na chapa majoritária, caso surja essa situação, não vou negar que tenhamos nomes a sugerir. Mas não é um tema que vem sendo tratado.”, ponderou o senador, em entrevista ao podcast Direto de Brasília, apresentado por Magno Martins.
Sobre uma eventual federação de seu partido com o Republicanos, Veneziano relata que não houve avanços e que não crê nesse movimento. “Acho que não acontecerá, por uma razão bastante lógica. Existe no MDB uma participação majoritária de quem defende a continuação do governo atual. E sabemos que a esmagadora maioria do Republicanos tem a tendência de direita, sendo contrária ao presidente Lula. Logo, como se faria esse arranjo para a eleição nacional, e como ele se estenderia nas eleições estaduais? Por isso, não creio”, afirmou o senador, se dizendo mais afeito a uma combinação com o PSDB ou com o Podemos. “Mas isso é uma condução que cabe ao presidente nacional, Baleia Rossi”, completou.
O senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), líder da maioria na Casa Alta, defendeu a legitimidade do governo Lula de ingressar no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a derrubada do projeto do IOF por parte do Congresso Nacional. Em entrevista ao podcast Direto de Brasília, apresentado por Magno Martins, o emedebista afirmou que não se trata de uma provocação, mas de que a gestão busca é uma “justiça tributária”.
“Não vejo essa questão como ataques ao Congresso. O governo tem a legitimidade de questionar o comportamento do Congresso. E vai recorrer a quem? Ao STF. Temos que ter calma, vamos entender os dois lados de forma madura. Não há confronto estabelecido. O que o governo quer propor e está a fazer é buscar a justiça tributária. Como podemos ter R$ 800 bilhões de renúncias tributárias? Isso é inconcebível”, colocou o parlamentar.
Ele ressaltou que o governo foi surpreendido com a derrubada do decreto por parte do Parlamento, uma vez que havia sido costurado um acordo na véspera da votação. “Houve uma reunião na residência oficial da Câmara, e depois de seis horas saiu um acordo. Seria apresentado um novo formato de decreto, com as lideranças das duas Casas concordando. E, para a surpresa do governo, veio a votação do projeto de decreto legislativo, gerando uma insatisfação e uma frustração”, relatou.
Para Veneziano, o clima hostil entre Congresso e governo tende a continuar, devido ao calendário eleitoral. Porém, segundo ele, é preciso perseverar. “Sabemos que esse é o cenário, não é novo, foi posto desde o momento em que o governo se instalou, elegendo o presidente mas não fazendo a maioria no Congresso. Temos uma oposição desejosa de atacar o governo com propósitos dos mais variados. Penso que o governo haverá de poder gozar de uma situação mais estável com os resultados, com as entregas. Quando a sociedade puder constatar e responder favoravelmente, isso gerará uma pressão contra o Congresso. Esse recado haverá de chegar”, concluiu o senador.
Os partidos do centrão não fazem parte dos planos de reeleição do presidente Lula (PT). Essa é a avaliação do líder da maioria no Senado Federal, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB). Aliado do petista, ele afirma que não há dúvidas no governo de que siglas como União Brasil, PP e Republicanos não subirão ao palanque.
“Não é fato novo, é sabido (que as siglas não defenderão a reeleição de Lula). Qual a dúvida? Legitimamente, cada partido busca seus espaços. O que não é legítimo é que façam a opção de estar no governo mas não sejam honestos em relação à defesa da gestão. Mas não tenho dúvidas de que o Republicanos não votará na reeleição do presidente Lula, assim como a anunciada federação entre PP e União Brasil também não votará. Essa é uma situação que o governo já sabia, porque está claramente exposto desde o ano passado”, analisou Veneziano, em entrevista ao podcast Direto de Brasília, apresentado por Magno Martins.
Para o senador, o erro do governo Lula teria sido na “correção de rumos”, ao manter ministros e partidos na Esplanada que não defendem a gestão. “A correção de rumos não foi feita devidamente, no sentido de saber em quem você pode contar”, completou.
Com o objetivo de discutir as ações estratégicas do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), a Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) do Senado recebeu o titular da pasta, Waldez Góes, nesta terça-feira (8). O superintendente da Sudene, Danilo Cabral compôs a equipe do ministro e destacou a Ferrovia Transnordestina e a Chamada Nordeste como duas das principais ações da Sudene em favor do reposicionamento da região como protagonista do crescimento sustentável do Brasil.
“A ferrovia é obra que se encontrava paralisada e que tem a Sudene como um importante agente de financiamento. Em 2023, nós liberamos R$ 800 milhões, e no início deste ano, mais R$ 400 milhões. Nestes dias, a gente ainda deve estar aprovando a liberação de outros R$ 600 milhões”, adiantou.
Ainda segundo Danilo Cabral, um estudo feito pela Federação da Indústria do Estado de Ceará destaca que em um raio de 300 quilômetros por onde a Transnordestina passa estão representados 41% do PIB do Nordeste. “Ou seja, ela é fundamental para a logística e competitividade da região e a Sudene será responsável, quando concluída, por quase 50% do financiamento desta obra, através do FDNE”, complementou.
Outra ação priorizada pelo superintendente foi a articulação da Sudene no âmbito do Comitê Regional das Instituições Financeiras Federais, para integrar e potencializar recursos para o Edital Chamada Nordeste, “uma iniciativa importante que conta com R$ 10 milhões destas instituições e que dialoga com a Nova Indústria Brasil, coordenada pelo Ministro Geraldo Alckmin”. Segundo o gestor, os recursos financeiros serão direcionados à produção de energia limpa, hidrogênio verde, data center, bioeconomia, o polo de fármacos, indústria automotiva e tantos outros projetos.
O ministro Waldez Góes fez uma explanação sobre a atuação do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional no atual Governo Lula. Um dos destaques de sua fala foram as ações de Defesa Civil, que entre 2023 e 2025 contou com R$ 7,66 bilhões para enfrentar as calamidades que atingiram o País, como as enchentes e estiagens.
Enfatizou que a importância dos programas executivos da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), que vem sendo construída “com base nos planos regionais”. Um desses planos é o Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE), elaborado pela Sudene.
O gestor citou, ainda, o Programa Amazônia Azul, que busca promover o desenvolvimento econômico sustentável de forma equilibrada e de acordo com as realidades locais na fronteira marítima do Brasil e conta com “660 municípios elegíveis”. Em relação à segurança hídrica, Waldez informou que “o novo PAC trouxe o eixo Água para Todos, que conta com R$ 32 bilhões, dos quais 12, 7 bilhões são para infraestrutura”.
Se o leitor não conseguiu assistir a exibição ao vivo do podcast ‘Direto de Brasília’ com o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), clique no link abaixo e confira. Está imperdível!
Pesquisa do Instituto Ipespe, patrocinada pela Febraban e publicada na manhã de hoje por O Poder, registra que 38% dos brasileiros entrevistados acham que o país piorou entre abril e junho. Em contraposicão, 33% acham que o Brasil melhorou e para 29% continuou igual. O humor do país com a economia continua negativo.
Segundo o sociólogo Antônio Lavareda, do Ipespe, as notícias sobre o cenário econômico nacional destacaram a taxa Selic em 15%, maior nível desde 2006. O crédito registrou encarecimento e a alta da energia elétrica e o aumento dos custos com habitação contribuem para o quadro negativo. As informações são do Jornal O Poder.
“Além disso, foram anunciados diversos ajustes tributários, incluindo mudanças no IOF, no Imposto de Renda sobre investimentos, novas taxas sobre apostas e a redução de benefícios fiscais. Esse conjunto de fatores afetou o humor da população, com discreto recuo nas opiniões positivas sobre o país”, diz Lavareda.
E o futuro?
O denominado ‘Radar Febraban’ detectou que as expectativas, apesar de tudo, continuam positivas. Lavareda afirma que para o restante de 2025, 40% apostam em melhora e 27% em estabilidade. O quadro é semelhante ao levantamento trimestral anterior, (melhorar: 45%; continuar como está: 23%).
Cerca de um terço (32%) preveem piora no próximo semestre, uma variação dentro dos limites da margem de erro em relação a março (30%). “Note-se que a expectativa positiva recua mas, com a proximidade do segundo semestre do ano, aumenta sobretudo a perspectiva de que o país ficará igual”, afirma Antônio Lavareda.
Percepção de alta dos preços recua
Mas continua alta. Nesta edição do Radar Febraban/ Ipespe, 83% dos entrevistados afirmam que os preços aumentaram muito ou aumentaram nos últimos seis meses. Esse resultado representa um recuo de seis pontos em relação a março e interrompe a linha ascendente registrada desde dezembro de 2023.
Embora ainda muito elevada, essa percepção vai ao encontro do último Boletim Focus, que indica melhora das expectativas do mercado financeiro em relação à inflação em 2025. Aqueles que percebem estabilidade nos preços representam 11%, enquanto 5% acreditam que os preços diminuíram nos últimos seis meses.
Daqui a pouco o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), líder da Maioria do Governo no Senado, participa do meu podcast em parceria com a Folha de Pernambuco, o ‘Direto de Brasília’. A entrevista vai ao ar das 18h às 19h, com transmissão ao vivo pelo YouTube da Folha, pelo canal do blog e pelas redes sociais (Instagram e Facebook) deste espaço.
O programa também será retransmitido pela Rede Nordeste de Rádio, composta por 48 emissoras em Pernambuco, Alagoas e Bahia, com a Rádio Folha 96,7 FM, no Recife, como cabeça de rede; e, ainda, pela LW TV, de Arcoverde. Confira:
O senador Fernando Dueire (MDB-PE) reafirmou nesta terça-feira (8) seu compromisso com a aprovação da PEC 66/2023, chamada PEC dos Municípios, cujo parecer final foi lido hoje pelo deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP), relator da matéria. A proposta, de autoria do senador Jader Barbalho (MDB-PA), prevê a reabertura de prazo para o parcelamento de débitos previdenciários dos municípios, medida considerada fundamental para reequilibrar as finanças locais.
Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o estoque de precatórios a pagar pelas prefeituras saltou de R$ 49,5 bilhões para R$ 82,9 bilhões nos últimos quatro anos, e 4.516 municípios acumulam esse tipo de obrigação. Na esfera previdenciária, o déficit alcançou R$ 1,14 trilhão em 2024, e 4.317 cidades têm dívidas junto ao INSS que somam R$ 160 bilhões.
“Essa PEC é uma oportunidade vital para que nossas cidades saiam do ciclo vicioso de falta de receitas e acúmulo de dívidas”, afirmou Dueire. O senador destacou que a proposta representa um passo concreto rumo a um pacto federativo mais justo e garantirá um “respiro” tanto para gestores municipais quanto para os cidadãos que dependem de serviços públicos essenciais.
O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto, emitiu uma nota oficial para rebater as críticas da governadora Raquel Lyra, que tem atribuído ao Legislativo a “ineficiência” da máquina estadual. Porto solicita que o governo informe quais obras deixaram de ser realizadas ou estão paralisadas por falta de recursos de créditos aprovados pela Casa, e apontou que a demora na liberação decorre de falta de transparência do Executivo. Confira o comunicado na íntegra:
Aos pernambucanos e pernambucanas.
Levado por um conjunto de declarações da Governadora do Estado, que, com o intuito de terceirizar a sua responsabilidade pela ineficiência da máquina estadual, tem procurado, através de narrativas cotidianas, transferir para a Assembleia Legislativa de Pernambuco o pesado ônus do Estado ter que conviver com uma gestão inoperante, que não consegue fazer as entregas prometidas que tanto a população espera e precisa.
Para tanto, a Governadora tenta usar como pano de fundo dois empréstimos que estão tramitando na Casa: um no valor de R$ 1 bilhão e 500 mil e outro de R$ 1 bilhão e 700 milhões. Essas solicitações de crédito estão em análise nas comissões da Casa e a demora alegada decorre exatamente da falta de transparência oferecida pelo Governo nas respostas que nos são encaminhadas em função dos múltiplos pedidos de informações que se têm solicitado ao Executivo.
É de rememorar, até porque parece que a Governadora não tem memória, mas esta Casa tem. E o povo mais ainda. A Assembleia aprovou todos os projetos encaminhados pelo Executivo, incluindo autorizações legislativas para o Estado contrair empréstimos na ordem de R$ 9 bilhões e 200 milhões, autorizações que remontam aos exercícios de 2023 e 2024.
Contudo, as dificuldades da gestão por parte do Executivo impediram que, até este momento, o Estado tenha tido acesso à totalidade dos empréstimos autorizados. Basta verificar as informações disponibilizadas para se chegar à triste conclusão de que, dos R$ 9 bilhões e 200 milhões, só foram efetivamente contratados R$ 3 bilhões e 500 milhões. E, pasmem, o Estado só conseguiu liberar R$ 1 bilhão e 400 milhões, dado constante do Ofício 116, de 2 de junho de 2025, da lavra da Secretaria da Casa Civil.
Diante disso, é de se questionar à Sra. Governadora: qual foi a obra que deixou de ser feita no Estado por falta de recursos de créditos aprovados pela Alepe? Qual a obra paralisada que possa ser atribuída à Alepe como responsável pela sua interrupção?
Com toda certeza, a Senhora Governadora não conseguirá responder a essas indagações. A verdade é uma só. Recursos foram disponibilizados no valor pleiteado pelo Executivo, mas o que se vê hoje é uma realidade que salta aos olhos de todos. As obras não saem do papel porque a gestão não consegue rodar os projetos e entregar as obras por pura incapacidade gerencial, e jamais por falta de recursos que foram devidamente colocados à disposição do Executivo por meio das competentes autorizações legislativas.
Em todos os recantos do Estado, deparamo-nos com queixas da população em relação à segurança pública, à educação, à saúde, a obras estruturadoras e, porque não dizer, à completa ausência do Estado na vida do cidadão.
O povo pernambucano está cansado de promessas, Governadora! Basta de narrativas que não encontram aderência à realidade dos fatos.
Por fim, realmente Pernambuco tem pressa! Mas o Governo só tem pressa no slogan.
A deputada estadual Dani Portela (PSOL) promove nesta quinta-feira (9), às 19h, uma roda de conversa no Centro de Capoeira São Salomão, na Várzea. O encontro, parte das atividades do Plebiscito Popular, vai escutar trabalhadores e moradores sobre propostas como redução da jornada de trabalho sem corte de salário, fim da escala 6×1, isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês e taxação dos super-ricos.
“Nesse momento histórico para o país, precisamos ouvir quem é mais impactado, as trabalhadoras e trabalhadores. É fundamental que a população se informe para fortalecer nossa luta coletiva por melhores condições de trabalho e justiça tributária”, afirmou Dani Portela.
O Plebiscito Popular é organizado por movimentos sociais, sindicatos e partidos de esquerda ligados às frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Até 21 de setembro, urnas espalhadas pelo país recolherão votos sobre essas e outras pautas, cujo resultado será entregue em outubro ao Congresso Nacional, ao STF e ao Planalto.
A Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) promoveu, nesta terça-feira (8), uma Assembleia Extraordinária de Prefeitos e Prefeitas em sua sede no Recife, com o objetivo de discutir temas estratégicos que impactam diretamente a gestão local. O encontro contou com a participação de gestores de diversas regiões, que conheceram novas ferramentas de apoio e capacitação para a administração pública municipal.
Durante a sessão, Érika Lacet, secretária da Controladoria Geral do Estado, apresentou o Conselho Estadual de Controle Interno de Pernambuco (Coneci/PE) e destacou a Escola de Controle Interno como ferramenta de formação de servidores municipais. Em seguida, Hermano Toscano, da Receita Federal, detalhou o funcionamento da plataforma nacional de emissão de Nota Fiscal Eletrônica e sua relevância para reduzir o “Custo Brasil”. O consultor da CNM, Eduardo Stranz, atualizou os participantes sobre a PEC 66 (novo parcelamento previdenciário e precatórios), o PLP 141/2024 (gastos com terceirizações), o aumento de 1,5% do FPM, mudanças no imposto de renda e os pisos salariais da limpeza urbana e da educação básica. A coordenadora regional do Unicef, Immaculada Pietro, também apresentou o panorama do Selo Unicef em Pernambuco, com adesão de 138 municípios até o momento.
Na fase final, a gerente técnica da Amupe, Ana Nery, falou sobre o programa Amupe Capacita, que oferecerá mais de 100 cursos para qualificar mais de 5 mil servidores até o fim do ano, e o presidente Marcelo Gouveia lançou o Portal da Iluminação Pública — em parceria com a Neoenergia — para otimizar a gestão das contas de energia das prefeituras. Gouveia reforçou o compromisso da entidade com a melhoria da gestão pública: “A Amupe reafirma seu compromisso de estar sempre ao lado dos municípios, buscando soluções e fortalecendo a administração para melhorar a vida do povo pernambucano”.