Sebrae - Semana do MEI

Nível de tarifas que Trump impôs ao Brasil é suportável, diz CNI

Por Houldine Nascimento

Do Poder360

O ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e presidente do Contrif (Conselho Temático de Assuntos Tributários e Fiscais) da CNI, Armando Monteiro Neto, 73 anos, disse que a taxação de 25% dos EUA sobre o aço e o alumínio brasileiros “é relativamente suportável”.

Em entrevista ao Poder360, o empresário avaliou que o Brasil tem condições de manter o patamar exportado para o país depois do tarifaço de Donald Trump (Republicano). “Nossos produtos são predominantemente semiacabados. Isso cria uma certa complementaridade com o setor siderúrgico norte-americano”, declarou.

O segmento de aço e alumínio exportou US$ 5,29 bilhões no ano passado para os EUA. Representa 39,4% do que os brasileiros exportaram para o mundo em 2024. A taxação desses produtos nos EUA entrou em vigor em 12 de março. Em 2 de abril, Trump também decidiu aplicar uma tarifa recíproca de 10% sobre os produtos brasileiros importados. “Foi imposta ao Brasil uma tarifa que, de um modo geral, é uma tarifa mais branda […] Eu diria que, até agora, o impacto direto na economia brasileira é relativamente pequeno”, disse o ex-ministro e ex-presidente da CNI.

Assista à íntegra da entrevista:

Armando Monteiro diz que a decisão de Trump de elevar as tarifas sobre produtos que entram nos EUA era esperada. Para o industrial, o que surpreendeu foi a maneira como se deu.

“Ninguém imaginava que esse processo pudesse acontecer de forma tão descoordenada, tão inadequada, como veio a se realizar. Ou seja, um movimento generalizado de aumento de alíquotas. Critérios que são muito pouco compreendidos em relação ao que determinou o tamanho dessas alíquotas e, sobretudo, um quadro que parece que aponta para uma lógica em que você faz as ameaças e, ora, recua”, declarou.

Completou, dizendo: “Em suma, há um quadro aí de grande incerteza em relação a como vai ficar esse cenário. Eu creio que já se pode contabilizar prejuízos nessa situação”.

Setor automotivo

Só o setor automotivo brasileiro exportou US$ 1,7 bilhão para os EUA em 2024. O valor corresponde, sobretudo, a autopeças. Representou 12,4% do total exportado para o mundo no ano passado. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços).

“O comércio automotivo brasileiro se localiza na América Latina. Nós temos um nível razoável de exportações aqui para a América do Sul e, como eu disse, um acordo automotivo com o México. Nas nossas vendas para o mercado americano, sim, nós seremos afetados no que diz respeito a autopeças – o Brasil tem um volume razoável de exportações para o mercado americano. Aí é possível que sejamos impactados. Mas, ao que parece, os nossos concorrentes também sofrerão”, avaliou.

Guerra comercial

Na última terça-feira (15), a Casa Branca anunciou que a China poderá enfrentar tarifas de até 245% sobre alguns produtos que são exportados para os EUA como “resultado de suas ações retaliatórias” na guerra comercial entre os dois países. “Numa guerra comercial como essa, ninguém ganha verdadeiramente. Alguns poderão, no curto prazo, sofrer de forma menos intensa os efeitos desse processo. Mas, no fundo, todos perderão”, disse Armando.

O empresário diz haver “grande apreensão” sobre os efeitos da guerra comercial que Trump travou com a China no mundo: “Essas duas economias representem mais de 40% do PIB global. Ora, quando essas economias assumem uma posição de guerra aberta, isso causará severo reflexo nos fluxos comerciais, afetando o comércio internacional”.

Oportunidades

Armando Monteiro Neto avalia que alguns setores da economia brasileira podem tirar vantagem do tarifaço. As commodities agrícolas seriam beneficiadas, na sua visão. “Os Estados Unidos concorrem de forma direta contra o Brasil nessa área das commodities agrícolas, sobretudo na soja. Os chineses compram também soja aos Estados Unidos. Na medida em que agora essas tarifas foram tão severamente, tão drasticamente elevadas, é evidente que o Brasil poderá ganhar espaços a curto prazo, sobretudo nas exportações de soja”, afirmou.

“Marco fiscal é frágil e Brasil precisa de novo regime”

Armando defende que uma nova regra fiscal seja instituída. O empresário disse que o marco fiscal “se revelou frágil” e que o Brasil “precisa efetivamente inaugurar um novo regime” relacionado ao controle de despesas. “É preciso que o Brasil promova um novo arranjo macroeconômico de forma a equilibrar melhor a política fiscal com a política monetária”.

Em 31 de agosto de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a medida que substituiu o sistema de teto de gastos do governo. Armando esteve à frente do Ministério da Indústria entre 2015 e 2016, durante o governo de Dilma Rousseff (PT). De 2002 a 2010, presidiu a CNI (Confederação Nacional da Indústria).

O ex-ministro afirmou que o governo Lula tentou “estabelecer uma certa disciplina do crescimento dos gastos” ao instituir o arcabouço fiscal, mas que a alta das despesas obrigatórias – entre as quais, as previdenciárias – supera os limites estabelecidos em lei. Para ele, isso leva à necessidade de uma nova medida. “Isso será absolutamente necessário para estabilizar a dívida e garantir, portanto, melhores condições de financiamento da dívida no futuro”, disse.

Política fiscal de Lula

Armando Monteiro listou algumas ações do governo que resultaram em um “quadro de relativo desajuste fiscal”, na sua visão:

PEC fura-teto – “Ela era necessária até um certo nível, tendo em vista que algumas áreas do governo tinham sido fortemente atingidas por conta das restrições orçamentárias, mas, a meu ver, essa PEC deve ter garantido a ampliação de gastos além do que seria necessário. Tivemos no começo, logo na entrada do governo, o impacto de uma grande expansão de gastos em decorrência da PEC da transição”;

reindexação do salário mínimo aos pisos previdenciários – “Temos, portanto, um grande impacto da política de aumento real do salário mínimo nas contas da Previdência”;

pisos constitucionais da saúde e da educação – “Há ainda o problema daquela indexação que vigora dos gastos na área de saúde e de educação”.

Juros e spread bancário

Armando Monteiro afirmou que o setor industrial “padece” com juros altos e elevados spreads bancários – diferença entre a taxa que os bancos pagam para captar recursos e os juros que são cobrados dos clientes. O empresário defendeu “atacar” essa agenda “estimulando uma maior concorrência entre os agentes financeiros”. “Além da taxa básica ser elevada, o juro na ponta – ou seja, quando efetivamente o setor produtivo se financia, seja a empresa, seja o consumidor –, ainda temos margens de intermediação no sistema financeiro elevadíssimas. Com isso, o custo lá na ponta é muito alto”, declarou.

Hoje, a Selic está em 14,25% ao ano. Já a taxa anualizada do juro real –quando desconta a inflação – atinge 8,79%. “O Brasil convive com juros extravagantes há muito tempo. O Brasil tem uma das taxas de juros reais mais elevadas do mundo e, portanto, os setores produtivos são penalizados fortemente por essa situação”, afirmou.

“Criação do Comitê Gestor precisa de aperfeiçoamentos”

Armando afirma que o segundo projeto de lei que regulamenta a reforma tributária deve passar por “aperfeiçoamentos”. “Esse processo terá que se encaminhar através de emendas que serão oferecidas ao texto, sobretudo considerando o cronograma dos trabalhos”, declarou.

O PLP 108 de 2024 está em tramitação no Senado depois de ser aprovado na Câmara. A proposta institui o Comitê Gestor do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), de competência estadual e municipal. Além de estabelecer o colegiado, a proposta define normas para gerenciar e administrar esse novo imposto.

Eis os trechos que precisam de aperfeiçoamento, segundo o empresário:

criação de um comitê executivo – funcionaria na estrutura de governança do Comitê Gestor. “Entre essa estrutura do Conselho [Superior] e da Diretoria Executiva, há a necessidade de um comitê executivo para fazer uma articulação mais efetiva”;

instituir uma câmara de resolução de conflitos – disse ser necessário “harmonizar” as normas do processo administrativo tributário. Na sua visão, é necessário evitar, “no processo de fiscalização, a existência de autos de infração nos diversos entes da Federação”;

prazo para recebimento de saldos credores do ICMS – defendeu abrir espaço para “a possibilidade de antecipar o pagamento desses créditos quando ocorrer aumento real da arrecadação”. Além disso, disse ser necessário “prever, por exemplo, aquelas hipóteses de securitização desses créditos, transformando em títulos públicos que deem liquidez”.

Defesa da reforma

Armando Monteiro Neto presidiu a CNI de 2002 a 2010. O empresário afirma que a indústria brasileira está bastante exposta à concorrência externa e será o setor mais beneficiado pela reforma.

“Consideramos que será um divisor de águas muito importante para reverter esse processo de relativa desindustrialização da economia brasileira. Toda a economia ganhará com a reforma, porque o país vai liberar entraves para que a economia possa crescer num ritmo maior”, declarou. O industrial listou alguns pontos:

não cumulatividade com a criação do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) – “Não vai mais haver essa coisa de calcular os impostos por dentro, ou seja, um imposto integrar a base de cálculo de outro imposto.”;

desoneração de investimentos e das exportações – “É um sistema que se alinha com as melhores práticas internacionais do IVA, pagando só sobre o valor que se adiciona à produção”.

Câmara do Recife - Nova Sede

Do Diário de Pernambuco

Nove deputados federais pernambucanos assinaram o pedido para a tramitação em regime de urgência do projeto de lei que prevê anistia para os condenados pelos atos do dia 8 de janeiro de 2023 e outros envolvidos na trama golpista desde o segundo turno das eleições de 2022. O requerimento já possui o número mínimo de assinaturas para tramitar na Câmara Federal, e a votação depende apenas da decisão do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos).

A maior parte dos apoios partiram do Partido Liberal (PL) e do Partido Progressistas (PP). Ambos possuem quatro deputados federais eleitos. Somando os quadros das duas legendas, somente Fernando Monteiro (PP) não assinou o requerimento.

As demais assinaturas partiram do União Brasil e do Republicanos, partidos que abrigam nomes da direita ao centro – apesar do segundo compor a base do Governo Lula.

Veja a lista dos pernambucanos que apoiaram a urgência:

  • André Ferreira (PL)
  • Coronel Meira (PL)
  • Fernando Rodolfo (PL)
  • Pastor Eurico (PL)
  • Clarissa Tércio (PP)
  • Eduardo da Fonte (PP)
  • Lula da Fonte (PP)
  • Mendonça Filho (União Brasil)
  • Ossesio Silva (Republicanos)

O União Brasil possui, ao todo, três pernambucanos em Brasília. Fernando Filho e Luciano Bivar não assinaram a urgência do projeto. Já o Republicanos possui apenas mais um nome, Augusto Coutinho, que também não assinou.

Os 13 demais deputados federais pernambucanos do Avante, MDB, PCdoB, PT, PV, Rede e Solidariedade não apoiaram a urgência do projeto.

Jaboatão dos Guararapes - Empreendedora

Por Adriano Roberto*

Triunfo, no Sertão de Pernambuco, voltou a ser palco de um dos mais antigos e emocionantes espetáculos ao ar livre do estado: a Paixão de Cristo. Realizada nos dias 17 e 18 de abril de 2025, no Parque Iaiá Medeiros Gastão, conhecido como Via Verde, a encenação gratuita atraiu centenas de moradores e visitantes, reforçando a importância cultural e religiosa da Semana Santa na região. Organizada pelo Grupo de Teatro Nós em Cena, a montagem combinou fé, arte e inclusão, emocionando o público com uma narrativa que resgata os últimos dias de Jesus Cristo.

A edição de 2025 trouxe inovações que enriqueceram o espetáculo. Sob a direção compartilhada de Teco de Agamenon, Renata Lima, Ranison Queiroz e Roberto Araújo, contou ainda com cerca de 70 participantes, entre atores e figurantes, e apresentou 15 cenas que retratam desde os tumultos no Templo Sagrado até a Crucificação e Ressurreição.

Entre as novidades, destacaram-se a inclusão de dois novos personagens, José de Arimateia e Nicodemos, e duas cenas inéditas, além de recursos de acessibilidade como intérprete de Libras e rampa para cadeirantes. “Nossa proposta é levar ao público a emoção do sofrimento de Cristo, ressignificando o sentido de sua entrega pela humanidade”, afirmou Bruno Alves, coordenador geral do evento.

A Paixão de Cristo de Triunfo, cuja trajetória começou em 1975 sob a iniciativa do Frei Humberto e do grupo Jovens Vivendo o Ideal de Cristo (Jovic), é considerada a segunda encenação mais antiga do estado, atrás apenas da grandiosa Paixão de Cristo de Nova Jerusalém. Realizada inicialmente no sítio do Convento São Boaventura, a peça ganhou nova vida na Via Verde, aproveitando a cenografia natural e o clima ameno da cidade, que pode chegar a 18°C à noite nesta época do ano.

A montagem mantém a essência da história bíblica, mas incorpora interferências contemporâneas, como a escolha de uma atriz negra para o papel de Maria em edições recentes, promovendo representatividade e diversidade. Além do impacto artístico, o espetáculo tem forte cunho social.

O Grupo Nós em Cena mobiliza a comunidade local por meio de oficinas de teatro, dança e música, valorizando talentos triunfenses e incentivando a formação de novos artistas. “É uma oportunidade de unir a comunidade e revelar potenciais nas artes cênicas”, destacou Alves. A apresentação também movimenta a economia local, atraindo turistas que lotam pousadas, restaurantes e o comércio da cidade, conhecida como o “Oásis do Sertão” por sua altitude e belezas naturais.

Com uma produção marcada por iluminação renovada, figurinos detalhados e efeitos especiais, como fogos de artifício, a Paixão de Cristo de Triunfo reafirma seu papel como um marco cultural e espiritual. Para os espectadores, a experiência vai além do teatro: é um momento de reflexão e conexão com a mensagem de amor e sacrifício de Jesus. Enquanto as cortinas imaginárias da Via Verde se fecham, a cidade já se prepara para a próxima edição, prometendo manter viva essa tradição que une gerações.

*Jornalista

Dulino Sistema de ensino

Por Marcelo Tognozzi

Colunista do Poder360

Cresci lendo Mario Vargas Llosa (1936-2025) e Gabriel García Márquez (1927-2014), dois gênios. Com eles aprendi muito, especialmente que escrever é antes de tudo um ato de disciplina e determinação. Esta semana fiquei com o coração apertado ao saber da morte de dom Mario, a quem tive o privilégio de conhecer quando morava em Madri (Espanha) e frequentava algumas reuniões da sua Fundação Internacional para a Liberdade, cujos encontros eram realizados na sede do Instituto Cervantes, na Calle de Alcalá 49, perto da Gran Via.

Lia regularmente suas colunas nos jornais, especialmente no El País. Junto com Fernando Savater e Javier Marías, eram meus preferidos. Agora só me resta Savater, já que Marias se foi em 2022 e dom Mario um dia destes. O mundo parece encolher quando gente como García Márquez, Vargas Llosa ou Javier Marías vão embora. Fazem muita falta para gente como eu, leitor voraz que sai de um livro para outro desde a adolescência.

Faz pouco tempo, li o livro póstumo de García Márquez, “Em agosto nos vemos”, que ele não queria publicar, mas a família o fez num gesto inconveniente – para dizer o mínimo. O livro é ruim, mostra um Gabo claudicante, sem a mesma energia dos livros anteriores.

Vi Gabriel García Márquez numa festa de Ano Novo em Cartagena, em 2012 ou 2013, não tenho certeza. Ele já estava caidinho e morreu logo depois em 2014. O Gabo do livro póstumo era aquele do tabulado da festa de Ano Novo.

Eu ficava esperando sair o último livro de Mario Vargas Llosa e logo comprava na Amazon. Sua obra derradeira, “Le dedico mi silencio”, também não tem aquela vibração de antes. Não vou falar de “Conversa no Catedral”, disparado o melhor livro dele, mas de “Tiempos Récios” ou “Travessuras de la niña mala”, que saíram nos últimos anos.

Com Javier Marías se passou o contrário: seu último romance, “Thomás Nevison”, continuação do incrível “Berta Isla”, é extremamente instigante. Marias morreu jovem, com 70 anos, enquanto García Márquez chegou aos 87 e Vargas Llosa se foi aos 89. Marías, um recluso, tão diferente de Gabo e dom Mario. Quase celibatário.

Um dia, lá se vão uns 50 anos, Mario e Gabriel se encontraram. O colombiano saudou o peruano com um “hermanito!”. Em seguida, foi nocauteado pela direita precisa de Mario Vargas: “Como você tem coragem de se dirigir a mim depois do que fez com Patrícia em Barcelona!”. Gabo cometera a imprudência de assediar dona Patricia e ganhou o troco dolorido.

Mario e suas mulheres. Foram essencialmente três na sua movimentada vida de escritor, Nobel de Literatura e marquês, nomeado pelo rei Juan Carlos de Espanha. Sua tia Julia, transformada em personagem do livro “Tia Julia e o escrivinhador”, Patrícia, sua prima, e, a última, a amiga Isabel Preysler, o romance do homem maduro transformado em adolescente. Cheguei a cruzar um par de vezes com dom Mario desfilando com Isabel a tiracolo, ela linda, ex-modelo, seduzida ainda garota por Julio Iglesias, com quem foi casada por anos.

Ele trocara mais de 50 anos de vida com Patrícia para mergulhar naquele romance adolescente com Isabel. Em 2022, a relação chegou ao fim depois de oito anos.

Mario sabia que tinha uma doença incurável, tentava manter o ritmo de vida o mais normal possível, com exercícios físicos e escrevendo seis ou até oito horas por dia. Proibiu que os mais íntimos revelassem sua enfermidade. Isabel cumpriu o trato e ele voltou para a família, no Peru, e passou os últimos dias da sua vida no apartamento do bairro Barranco, um dos mais boêmios de Lima, joiazinha, encravada naquela capital de céu cinzento na maioria dos dias.

Dom Mario cumpriu um ritual, visitou os lugares que inspiraram seus livros, como o prédio onde funcionou o bar e restaurante Catedral e a Escola Militar, onde teve a inspiração para “La ciudad de los perros”. Quando já estava pronto para partir, a presidente peruana Dina Boluarte foi até sua casa, abraçou Álvaro, o filho mais velho, e solidarizou com a família.

Em 13 de abril, dom Mario partiu para sempre. Cremado, foi transformado em cinzas que couberam em dois potes. O escritor, encantador de palavras e sonhos, agora é poeira a se misturar com o ar salgado de Lima, os aromas, os sabores e os tempos eternos impressos nos livros que deixou de herança para a humanidade.

Petrolina - O melhor São João do Brasil

Mesmo curtindo o feriadão na praia, não relaxo com a corridinha diária de 8 km para manter a forma. Correndo com moderação, melhoro a função cardiovascular, fundamental para reduzir o risco de doenças crônicas. Ao mesmo tempo, melhora o bem-estar emocional.

Se você não corre, pense nisso!

Ipojuca - No Grau 2025

Do Jornal do Commercio*

O número de pessoas vivendo em situação de rua no Brasil, registradas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), chegou a 335.151 em março de 2025. Isso representa um aumento de 0,37% em relação a dezembro de 2024, quando haviam sido contabilizadas 327.925 pessoas nessa situação.

O dado consta no informe técnico de abril do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (OBPopRua/Polos-UFMG), elaborado a partir de informações do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) sobre o CadÚnico.

Desde 2013, quando foram registrados 22,9 mil indivíduos vivendo nas ruas, o número cresceu mais de 14 vezes.

Populações em situação de rua nas capitais:

  1. São Paulo, com 96.220 pessoas
  2. Rio de Janeiro, 21.764
  3. Belo Horizonte, 14.454
  4. Fortaleza, 10.045
  5. Salvador, 10.025
  6. Brasília, 8.591
  7. Boa Vista, 8.254
  8. Porto Alegre, 5.597
  9. Curitiba, 4.209
  10. Florianópolis, 3.773
  11. Recife, 3.725
  12. Manaus; 2.524
  13. São Luís; 1.993
  14. Goiânia; 1.888
  15. Maceió; 1.885
  16. Belém; 1.628
  17. Natal; 1.579
  18. Cuiabá; 1.563
  19. Teresina; 1.219
  20. Aracaju; 1.126
  21. Campo Grande; 1.091
  22. Vitória; 1.013
  23. João Pessoa; 953
  24. Porto Velho; 575
  25. Rio Branco; 435
  26. Palmas; 209
  27. Macapá; 156

Nordeste 

A análise por regiões revela que o Nordeste concentra 14% da população em situação de rua no País, com 48.374 pessoas que vivem nessa condição.

Dentro desse cenário, Pernambuco está entre os 12 Estados cujas capitais apresentaram aumento nos registros de pessoas em situação de rua, de acordo com o CadÚnico, em relação à série histórica.

Confira:

Em relação à série histórica, 12 unidades da federação apresentaram em suas capitais aumento no registro de pessoas em situação de rua:

  • Rio de Janeiro
  • Distrito Federal
  • Santa Catarina
  • Pernambuco
  • Rondônia
  • Roraima
  • Pará
  • Amapá
  • Piauí
  • Paraíba
  • Mato Grosso
  • Mato Grosso do Sul. 

O levantamento também traça o perfil da população em situação de rua no País:

  • 84% são homens;
  • 88% têm entre 18 e 59 anos;
  • 9% são idosos, e 3% são crianças e adolescentes;
  • 81% sobrevivem com até R$ 109 por mês, o equivalente a apenas 7,18% do salário mínimo;
  • Mais da metade (52%) não concluiu o ensino fundamental ou não têm instrução.

Esse perfil evidencia o impacto da vulnerabilidade social, da baixa escolaridade e da exclusão econômica, fatores que também estão presentes na realidade de Pernambuco.

No recorte nacional, o relatório ainda aponta que de 2020 a 2024 foram registrados 46.865 atos de violência contra pessoas em situação de rua.

A maioria desses episódios ocorreu em vias públicas, mas também há registros em instituições que deveriam oferecer proteção, como abrigos, unidades de saúde e centros de referência.

Cenário preocupante

Por meio de nota, o OBPopRua/Polos-UFMG declarou que o cenário é preocupante e acentua que as políticas públicas estruturantes como moradia, trabalho e educação voltadas para a população em situação de rua no Brasil são inexistentes ou ineficientes.

“O descumprimento da Constituição Federal de 1988 com as pessoas em situação de rua continua no Brasil, com pouquíssimos avanços na garantia de direitos dessa população.”

O MDS declarou que tem investido “de forma contínua no fortalecimento do acolhimento e da proteção de adultos e famílias em situação de vulnerabilidade, contribuindo para a inclusão social e o enfrentamento das desigualdades”.

O ministério listou as ações do governo federal nesta temática e detalhou que recursos da União são usados para fortalecer os centros de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP). Esses locais oferecem serviços como refeições, espaços para higiene pessoal, apoio na emissão de documentos e outras atividades essenciais.

De acordo com o MDS, há ainda o custeio do funcionamento do Serviço de Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (Paefi), voltado para apoiar famílias e pessoas em situação de risco social ou que tiveram direitos violados.

O serviço é ofertado, obrigatoriamente, em um Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).

*Com informações da Agência Brasil

Caruaru - São João na Roça

Por Flávio Chaves*

Há gestos na política que o tempo não apaga. Palavras que não se dissolvem no esquecimento, porque ferem como lâmina e doem como espinha atravessada na garganta da memória coletiva. Em Carpina, município da Zona da Mata Norte de Pernambuco, um desses episódios ainda ecoa com amargura nas conversas do povo, especialmente quando chega a Semana Santa — tempo de reflexão, fé e partilha. Mas também, infelizmente, tempo de lembrar a frieza de um gesto que marcou a cidade com tristeza e revolta.

O episódio remonta a um dos quatro mandatos do ex-prefeito Manoel Botafogo, que governou a cidade por longos 16 anos. Num desses mandatos, em plena Semana Santa, o então prefeito foi entrevistado ao vivo pelo radialista Francisco Júnior, no tradicional programa de rádio que cobria os assuntos da cidade com coragem e imparcialidade. Era um momento simbólico, em que muitos esperavam ouvir do gestor a renovação de uma prática comum entre os prefeitos que o antecederam: a distribuição de peixes à população mais carente — um gesto cristão, de solidariedade e respeito com os que têm pouco ou quase nada.

A pergunta foi simples, quase previsível, mas a resposta veio como um tapa: “Vai ter muita distribuição de peixe no comércio, vocês preparem cada qual seus R$ 20,00. A prefeitura não deve nada a ninguém.”

Fria. Jocosa. Cruel. A declaração caiu como uma cruz sobre os ombros dos que esperavam o mínimo de compaixão. Não apenas um não, mas um deboche. Não apenas uma negação, mas uma humilhação pública. E o mais irônico — ou talvez o mais triste — é que ela veio de alguém que se apresenta como evangélico, que se diz cristão. Mas que, naquele momento, negou o gesto mais essencial da fé: a solidariedade com o próximo.

A dor daquela resposta reverberou. O povo simples, os moradores dos bairros periféricos, os que contam moedas para comprar o pão, sentiram ali não apenas a ausência do peixe na mesa, mas a presença do desprezo. De lá pra cá, a Semana Santa em Carpina passou a carregar dois sofrimentos: o da Paixão de Cristo e o da lembrança amarga de um prefeito que negou pão e peixe a quem mais precisava.

A imagem de Cristo crucificado, que ensina o perdão, a humildade e o amor ao próximo, contrasta com a figura pública de Botafogo, que naquele gesto se fez símbolo do descaso e da insensibilidade. A tradição foi quebrada, a esperança esmoreceu, e Carpina, naquela Semana Santa, conheceu o gosto da injustiça no prato vazio.

É por isso que, ano após ano, essa memória retorna como espinho cravado. O povo de Carpina não esquece. Porque há dores que não cicatrizam — e há políticos que, mesmo após deixarem o poder, continuam sendo lembrados não pelos prédios que construíram ou pelas obras que inauguraram, mas pelas feridas que deixaram nas almas e nas mesas vazias do povo.

Hoje, Carpina vive outros tempos, outras administrações. Mas a lembrança daquele gesto segue viva. Não como mágoa apenas, mas como alerta. Que jamais se repita. Que a política volte a ser lugar de serviço, e não de escárnio. Que a fé que tantos professam se traduza em ações concretas de partilha e humanidade.

Porque na mesa do povo, especialmente na Semana Santa, não deve haver espaço para o abandono. Nem para a crueldade travestida de gestão.

*Jornalista, poeta e escritor

Camaragibe - Cidade trabalho 100 dias

Lula mira na conta de luz para melhorar popularidade

Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog

Em mais uma tentativa de melhorar os índices de popularidade, o Governo do presidente Lula (PT) vai mirar na conta de luz. O ministro de Minas e Energias, Alexandre Silveira, enviou para a Casa Civil, na última semana, a minuta de um projeto de lei de reforma do sistema elétrico.

Entre as propostas contidas no texto, está a ampliação da tarifa social, que hoje oferece descontos no pagamento da conta de energia para indígenas, quilombolas, idosos que recebem Benefício de Prestação Continuada (BPC) e famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) do Governo Federal com renda de até meio salário único.

Com a medida, haverá a isenção total de pagamento de tarifa de energia elétrica para essas populações caso elas consumam até 80 kWh por mês, o que chegaria a 17 milhões de famílias, ou 60 milhões de pessoas no país. O Ministério de Minas e Energias defende que a iniciativa “busca tornar o sistema elétrico brasileiro mais eficiente, justo e sustentável”.

Atualmente, a isenção completa do pagamento existe em caso de consumo de até 50 kWh e vale para indígenas e quilombolas, enquanto os idosos com BPC e as famílias do CadÚnico têm direito a descontos escalonados de até 65%, caso o consumo seja menor que 220kWh.

“É um passo importante para consolidar um setor elétrico mais justo, eficiente e alinhado às necessidades do país. Com a implementação dessas mudanças, o Brasil avançará rumo a um sistema energético mais sustentável, acessível e preparado para os desafios do futuro”, enfatizou o ministro Alexandre Silveira.

Mas, como não há “almoço grátis”, a medida vai impactar na conta dos demais usuários. A proposta deve custar R$ 4,45 bilhões aos consumidores que não se enquadrarem no grupo de baixa renda. O impacto imediato na conta de energia elétrica seria de 1,4%.

O governo pretende compensar esse custo por meio da redução de subsídios a fontes incentivadas de energia, como eólica e solar, mas falta explicar melhor como seria esse processo. Depois de passar pela Casa Civil, onde pode sofrer modificações, o texto deve ser encaminhado ao Congresso Nacional. Ainda não há previsão de implementação.

LULA VAI CONVERSAR COM LÍDERES – Em meio ao desgaste provocado pela adesão de deputados de partidos da base do Governo ao projeto de anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro, o presidente Lula (PT) deve se reunir, na próxima semana, com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e com líderes partidários. O encontro será no formato do realizado com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e com líderes da Casa no dia 2 de abril. Na ocasião, em um gesto de aproximação com os parlamentares, Lula foi até a residência oficial do Senado para um jantar.

Por falar em Lula, boas relações com o Chile – O presidente Lula (PT) receberá, na próxima terça-feira (22), o presidente do Chile, Gabriel Boric, em Brasília, para uma visita de Estado, segundo o Ministério das Relações Exteriores, comandado por Mauro Vieira. O encontro será no Palácio do Planalto e simboliza o fortalecimento das relações bilaterais entre os dois países sul-americanos. Após a agenda oficial no Planalto, os dois chefes de Estado seguirão para o Palácio Itamaraty, sede do ministério, onde participarão de um almoço oferecido pelo governo brasileiro. A visita integra a agenda diplomática da Presidência da República e reforça o compromisso de integração regional e cooperação entre Brasil e Chile em diversas áreas.

Inflação cedendo – A inflação desacelerou em março para todas as faixas de renda, na comparação com fevereiro. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para a classe de renda muito baixa, o recuo foi de 1,59% para 0,56%. Para a classe de renda alta, de 0,9% para 0,6%. O Ipea explica que a desaceleração da inflação para as classes de renda menor pode ser explicada pelo reajuste baixo das tarifas de energia elétrica (0,12%) e as quedas nos preços das passagens de ônibus urbano (-1,1%) e do metrô (-1,7%). Em relação às famílias de renda alta, a melhora das taxas do grupo educação, de 0,90% em fevereiro para 0,60% em março, foi mais determinante. O dado traduz principalmente o fim do impacto dos reajustes das mensalidades escolares em fevereiro.

Ofensiva do PSD – O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, não está para brincadeira. Depois de tirar a governadora Raquel Lyra do PSDB e levar para a sigla sob seu comando, vai filiar também o governador do Rio Grande do Sul (RS), Eduardo Leite, que ainda está no PSDB. De acordo com a colunista Ana Flor, do G1, a migração ocorrerá no dia 6 de maio. O MDB também negociava com Leite a filiação, mas o gaúcho fez a escolha pelo partido que mais elegeu prefeitos em 2024 após a articulação de lideranças da sigla no RS. Para 2026, Eduardo Leite, no segundo mandato de governador, deve ser candidato ao Senado. O PSD constrói a candidatura de Ratinho Júnior, atual governador do Paraná, à Presidência da República. Apenas o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, permanece no PSDB.

Reforço na segurança do STF – O Governo Federal publicou, na última quinta-feira (17), uma medida provisória que libera R$ 27,4 milhões para reforço da segurança na sede do Supremo Tribunal Federal (STF). Os recursos foram solicitados pelo presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, após o atentado com explosivos na frente do prédio do Supremo em novembro de 2024, no qual o autor dos ataques, Francisco Wanderley, morreu.

CURTAS

Dudu defende São Lourenço – Ao tomar conhecimento da decisão da governadora Raquel Lyra (PSD) de transferir o Batalhão da PM de São Lourenço da Mata para Camaragibe, o deputado federal Eduardo da Fonte (PP) se manifestou contra a medida. “Sugiro que revogue a decisão”, pediu, em requerimento à gestora. Para ele, fechar a unidade da PM numa cidade como São Lourenço, na Região Metropolitana, só vai aumentar a violência. “O que o Governo deve fazer é criar novos batalhões e não reduzir”, afirmou.

Zazá comemora – O deputado Izaías Régis (PSDB), aliado da governadora Raquel Lyra (PSD), está feliz da vida com a publicação do edital de licitação para contratar a empresa responsável pelas obras do Hospital Mestre Dominguinhos, em Garanhuns. “Esse hospital é um sonho antigo do povo de Garanhuns e de toda a região do Agreste Meridional. Quando percorri o Estado junto com a então candidata Raquel Lyra, apresentei essa demanda com firmeza e com dados que comprovavam a urgência dessa obra. Ver agora a licitação sendo aberta é motivo de imensa alegria e gratidão” afirmou Izaías.

Eugênia Lima faz alerta – A vereadora de Olinda, Eugênia Lima (PT), faz um alerta sobre o que considera uma articulação nacional da extrema-direita para manter Jair Bolsonaro (PL) em evidência, mesmo após as graves denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre tentativa de golpe de estado. Segundo a parlamentar, Câmaras Municipais de diferentes regiões do país estão sendo usadas para conceder títulos de cidadão honorário ao ex-presidente, numa estratégia de criar palanques políticos.

Perguntar não ofende: se o PSD lançar Ratinho Júnior à Presidência da República, Raquel Lyra vai abrir palanque para ele em Pernambuco, ou vai se abraçar com Lula?

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025 prorrogado

A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou que só vai se manifestar sobre a suspensão da extradição do búlgaro Vasil Georgiev Vasilev, acusado de tráfico de drogas na Espanha, após a apresentação de recurso pelas autoridades espanholas. A decisão de interromper o processo partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com base no princípio da reciprocidade, após a Justiça espanhola negar a extradição do blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio.

Moraes considerou que, diante da recusa da Espanha em entregar Eustáquio ao Brasil — ele é investigado por crimes como perseguição, ameaça e associação criminosa —, o Brasil também poderia recusar a extradição de um acusado solicitado pelo país europeu. Com isso, autorizou a transferência de Vasilev da prisão para o regime domiciliar e pediu explicações ao embaixador espanhol no Brasil. As informações são do g1.

A decisão gerou críticas de juristas e integrantes do Ministério Público. O procurador regional da República Vladimir Aras argumentou que a reciprocidade mencionada por Moraes não se aplica, já que Brasil e Espanha mantêm um acordo de extradição desde 1988. Segundo Aras, o acordo já prevê a possibilidade de negar pedidos em casos ligados a crimes de natureza política, como foi alegado pela Justiça espanhola ao negar o envio de Eustáquio.

Além disso, juristas destacam que, em vez de suspender a extradição de Vasilev como forma de resposta, o mais adequado seria o governo brasileiro recorrer da negativa espanhola. A Advocacia-Geral da União (AGU), responsável por representar o país no caso de Eustáquio, já prepara um recurso contra a decisão da Justiça europeia, enquanto o Supremo continua sendo responsável pelo caso do cidadão búlgaro.

O subprocurador-geral Artur Gueiros, indicado pelo procurador-geral Paulo Gonet para atuar nas extradições no STF, será o responsável pela manifestação da PGR, caso o processo avance com recurso da Espanha. Até lá, o impasse jurídico e diplomático permanece, com repercussões no campo da cooperação internacional entre os dois países.

Olinda - A cada dia, uma nova conquista

O governo brasileiro concedeu asilo diplomático à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, e ao filho dela, de 14 anos, por razões humanitárias, segundo anunciou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Heredia é esposa do ex-presidente Ollanta Humala, condenado a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro em um caso ligado à construtora brasileira Odebrecht e ao governo do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez. Humala foi preso após a sentença, na última terça-feira (15), enquanto Nadine se abrigava na Embaixada do Brasil em Lima.

De acordo com Vieira, a decisão levou em conta o estado de saúde de Heredia, que passou por uma cirurgia de coluna recentemente, e a necessidade de proteger o filho menor de idade, que ficaria desamparado com a prisão do pai. O governo peruano concedeu salvo-conduto imediato para que mãe e filho pudessem deixar o país e concordou com o transporte por meio de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), que os trouxe para Brasília na quarta-feira (16). As informações são do g1.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o presidente Lula foi informado previamente sobre a decisão. Agora, o Brasil analisará a possibilidade de conceder o status de refugiados a Heredia e ao filho, processo que será conduzido pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), vinculado ao Ministério da Justiça. Enquanto isso, ambos receberam registros provisórios emitidos pela Polícia Federal.

O advogado brasileiro de Humala, Marco Aurélio de Carvalho, afirmou que Nadine Heredia tem câncer e já havia tentado obter autorização para tratamento médico no Brasil durante o processo judicial, mas o pedido foi negado por ainda estar em curso. A sentença, após três anos de investigação e julgamento, foi lida nesta semana em um tribunal peruano, sem a presença da ex-primeira-dama, que respondia em liberdade.

O caso de Nadine Heredia se soma ao histórico de ex-líderes peruanos envolvidos em escândalos de corrupção. Seu marido, Ollanta Humala, cumpre pena em uma base policial especial que também abriga os ex-presidentes Alejandro Toledo e Pedro Castillo. Alberto Fujimori, outro ex-líder preso por corrupção, esteve no mesmo local até ser libertado em 2023.

A concessão do asilo está respaldada na Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954, da qual o Brasil é signatário. O tratado permite que países concedam asilo a pessoas perseguidas por motivos políticos, mesmo sem a obrigação de justificar publicamente sua decisão. A embaixada brasileira mencionou a convenção durante as negociações com o governo peruano para garantir a saída segura de Heredia e seu filho.

Toritama - FJT 2025

Da CNN Brasil

Familiares dos presos pelos atos criminosos de 8 de janeiro começaram a procurar parlamentares bolsonaristas com uma estratégia que estão chamando de “solução Glauber Braga” para pressionar pela aprovação do Projeto de Lei (PL) da Anistia.

A ideia é que parentes, juntamente com parlamentares, iniciem uma greve de fome dentro do Congresso Nacional, com o objetivo de pressionar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar, em regime de urgência, o projeto de lei que concede anistia aos condenados pelo suposto plano de golpe de Estado. Eles estão motivados pelo fato de que, ontem, Hugo cedeu à greve de fome de nove dias do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ).

O presidente da Câmara prometeu não pautar, por 60 dias, a análise em plenário da decisão do Conselho de Ética que, por maioria, votou pela cassação do mandato do parlamentar por quebra de decoro — Glauber expulsou a chutes e xingamentos, de dentro do Câmara, um militante do MBL em 2024.

O parlamentar com quem conversei ainda não tomou uma decisão sobre o assunto. Ele me disse que, a princípio, ficou um pouco surpreso, mas depois admitiu que se trata de uma reivindicação dos familiares “que faz todo sentido”.

O parlamentar com quem eu conversei ainda não tomou uma decisão sobre o assunto. Mas me disse que, primeiro, ficou um pouco surpreso, mas depois, admitiu, é uma reivindicação dos familiares “que faz todo sentido”.

Palmares - IPTU 2025

Da CNN Brasil

As tratativas para a fusão entre o PSDB e o Podemos estão na fase final e o novo partido deve ser formalizado nos próximos 10 dias, segundo fontes envolvidas nas negociações ouvidas pela CNN.

A CNN teve acesso ao documento que está sendo usado como base nas negociações e apurou que a deputada Renata Abreu (Podemos-SP) deve assumir a presidência da legenda, que terá 27 deputados federais, 401 prefeitos e 5330 vereadores. No primeiro momento, porém, vai haver uma “coabitação” na presidência entre ela e o ex-governador Marconi Perillo.

O nome do partido deve ser inicialmente Podemos/PSDB, mas não está descartada a possibilidade da agremiação ser rebatizada como Moderados ou Independentes.

O levantamento do Podemos apresentado ao PSDB mostra que os partidos se complementam em nível municipal. O Podemos tem um número maior de vereadores nas capitais e o PSDB no interior.

“A taxa de sobreposição de mandatários municipais do PSDB e Podemos é de 23,1%, substancialmente menor do que a taxa de sobreposição do PSD (49,2%) e do MDB (58,06%). Tal vantagem complementar do Podemos permitirá um processo de acomodação de forças políticas municipais menos conflitantes”, disse o documento.

O documento também ressalta que a junção do PSDB/Podemos geraria o sexto maior partido em população governada, com 16.370.200 habitantes. Em níveis financeiros, a junção criaria o quinto maior Fundo Partidário (R$ 90.326.891,30), atrás de PL, PT, União e PP.

Da CNN Brasil

No momento em que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, prepara sua saída do PSDB para ingressar no PSD, os tucanos finalizaram as tratativas com o Podemos e o Solidariedade e devem anunciar ainda em abril a união dos três partidos.

Segundo fontes do PSDB ouvidas pela CNN, o anúncio da fusão com o Podemos e a subsequente formação de uma federação com o Solidariedade devem ser anunciadas nos próximos dez dias.

A executiva tucana ainda não foi informada oficialmente sobre a saída do governador gaúcho, que deve disputar o Senado em 2026 pelo PSD, mas a mudança já está precificada e acelerou as negociações intrapartidárias.

Os movimentos de associações partidárias foram intensificados pelo avanço da formação de uma federação entre União Brasil e PP, que deve criar a maior força do Congresso Nacional.

O MDB também avançou nas conversas com o Republicanos com o objetivo de criar um bloco partidário para equilibrar a correlação de forças no Centrão.

Depois da fusão com o Podemos e da federação com o Solidariedade, o novo bloco espera uma composição com o MDB. O presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), voltou a conversar com os tucanos para acertar esse cronograma.

Genuinamente pernambucana e com 93 anos de mercado, a Viação Progresso anunciou o lançamento de uma nova frota composta por 40 ônibus de dois andares, com configuração leito no piso inferior e executivo no superior. Com investimento de R$ 80 milhões, a renovação reforça a aposta da empresa em conforto e modernização no transporte rodoviário de passageiros.

Da CNN Brasil

Para 50% dos brasileiros, as políticas comerciais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prejudicam a economia do Brasil, segundo pesquisa Ipsos-Ipec divulgada hoje.

Os índices dos que acreditam que as decisões do republicano não estão afetando negativamente o Brasil e dos que não sabem ou não responderam estão empatados, com 25% cada.

O levantamento ouviu 2.000 pessoas com 16 anos ou mais em 131 municípios brasileiros entre os dias 3 e 7 de abril. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, e nível de confiança de 95%.

No último dia 2, Trump anunciou uma lista de países que seriam cobrados com tarifas recíprocas. O presidente definiu um patamar de 10% como base — que a princípio seria aplicado a 126 parceiros comerciais dos EUA — e taxas maiores para nações específicas.

Diversas autoridades internacionais reagiram à política. Dias após o anúncio inicial, em 9 de abril, Trump decidiu limitar suas tarifas recíprocas a 10% por um prazo de 90 dias, exceto para a China.

No caso chinês, uma sequência de reações entre os dois países levou a uma tarifa de 145% aplicada pelos EUA, enquanto o governo chinês declarou tarifa de 125% aos produtos americanos.

Governo Trump é positivo ou negativo para o Brasil?

A pesquisa também mediu a percepção dos brasileiros sobre a atuação do governo dos Estados Unidos como um todo, não apenas em relação às políticas comerciais. Nesse caso, 49% dos entrevistados dizem a considerar negativa para o Brasil; 29% como positiva; 2% como indiferente e 20% não sabem ou não responderam.

Os entrevistados foram questionados se consideravam a entrada do governo Trump positiva ou negativa para o Brasil, de modo que as respostas “indiferente” foram espontâneas. Veja:

Governo Trump para os americanos

Em relação a como os brasileiros avaliam a gestão de Donald Trump para os próprios americanos, a pesquisa mostra que 21% dos entrevistados acham que o republicano está fazendo um péssimo governo.

Já os que avaliam como bom ou regular estão empatados em 19%. Outros 9% consideram ruim a administração e 8%, ótima. Não sabem ou não responderam são 24%.

O deputado estadual Eriberto Filhos (PSB) criticou duramente a possível transferência do 20º Batalhão da Polícia Militar de Pernambuco de São Lourenço da Mata para Camaragibe. Em nota divulgada hoje, o parlamentar afirmou que a medida está sendo tomada sem escuta prévia da população e sem embasamento técnico, ignorando dados da própria Secretaria de Defesa Social (SDS) que apontam índices mais elevados de violência em São Lourenço. Em 2023, a taxa de homicídios na cidade foi de 59,88 por 100 mil habitantes, enquanto Camaragibe registrou 44,59. Já em 2024, foram 86 homicídios em São Lourenço contra 68 em Camaragibe.

Para Eriberto, a retirada do batalhão comprometeria os avanços locais na área de segurança, que incluem o reforço da Guarda Civil Municipal, a iluminação em LED e investimentos em espaços públicos. Ele cobrou responsabilidade do Governo do Estado e fez um apelo à governadora Raquel Lyra (PSD) para que reconsidere a decisão.

Confira nota na íntegra:

“Recebo com grande preocupação a notícia da possível transferência do 20º Batalhão da Polícia Militar de Pernambuco do município de São Lourenço da Mata para a cidade de Camaragibe, sem qualquer escuta prévia com a população.

Entendemos que a cidade de Camaragibe tem total direito de reivindicar melhores estruturas de segurança, e reforçamos que esta não é uma crítica ao município, mas sim à forma como o Governo do Estado está conduzindo essa decisão — sem observar critérios técnicos, como os dados da própria Secretaria de Defesa Social, que apontam que São Lourenço da Mata tem registrado índices mais elevados de violência do que Camaragibe nos últimos anos.

Só em 2023, o levantamento da SDS aponta Camaragibe com uma taxa de 44,59 CVLI/100 mil habitantes, enquanto São Lourenço da Mata apresentou uma taxa de 59,88 CVLI/100 mil habitantes. Em números absolutos, no ano de 2024, Camaragibe acumulou 68 homicídios, enquanto São Lourenço da Mata somou 86. Não podemos admitir que o município perca um equipamento de segurança tão essencial em um momento tão delicado. Decisões como essa devem ser tomadas com base em critérios técnicos e com diálogo com a população — e não de forma política ou arbitrária.

Sabemos que o município tem feito sua parte para ampliar a segurança da população. A gestão municipal reforçou o efetivo da Guarda Civil Municipal e implementou medidas relevantes, como a iluminação em LED em toda a cidade e o investimento constante em espaços de convivência. No entanto, é indispensável que o Governo do Estado também assuma sua responsabilidade. A presença da Polícia Militar é fundamental para combater a criminalidade e garantir mais segurança ao povo.

Como representante de São Lourenço da Mata, faço um apelo para que a governadora do Estado reavalie essa decisão, levando em conta a realidade local, os dados oficiais e, principalmente, ouvindo quem vive, trabalha e luta todos os dias por uma cidade mais segura. São Lourenço da Mata precisa — e merece — seguir contando com a presença da Polícia Militar.”

Por Guilherme Waltenberg

Do Poder360

O governo do Espírito Santo vai destinar R$ 500 milhões do seu fundo soberano – abastecido com royalties do petróleo – para a criação de um fundo voltado ao financiamento da transição energética.

O novo instrumento, segundo o governador Renato Casagrande (PSB), será operado por uma gestora, que será selecionada via edital publicado em 29 de abril. A ideia é financiar empresas que troquem combustíveis fósseis por fontes limpas ou aumentem a eficiência de seus processos e gerem descarbonização.

“Teremos R$ 500 milhões do fundo soberano aplicados num fundo de descarbonização para adiantar a transição energética. É um passo importante porque nenhum Estado tem esse instrumento e capacidade de fazer esse investimento“, afirmou o governador em entrevista ao Poder360.

O fundo será estruturado para atrair outros cotistas, como empresas, bancos ou organizações multilaterais. Casagrande citou a maior empresa do Estado, a Vale, como possível interessada.

“Se a Vale quiser colocar recurso para seus fornecedores reduzirem carbono, também pode. Se o Banco Mundial quiser colocar recurso, também pode”, disse Casagrande.

Desde 2015, o Estado capitaliza o fundo soberano com parte dos royalties do petróleo. A lei de 2019 determina que uma fração da receita com royalties e participações especiais seja poupada mensalmente.

Atualmente, o fundo tem R$ 2 bilhões. No passado, ações como a criação do fundo de descarbonização já foram testadas. Eis os valores e a destinação dada pelo Estado:

• R$ 250 milhões – investimento em empresas de inovação que operem no Espírito Santo;

• R$ 250 milhões – investimento em debêntures de empresas que seguem as práticas ESG.

Em todos os casos, a meta é capitalizar a empresa, ter ganho de escala e depois vender a parte do Estado com lucro.

Meta de descarbonização

O Espírito Santo é o primeiro Estado brasileiro a estruturar um fundo de descarbonização com recursos de royalties do petróleo ou de qualquer outra origem.

A medida está alinhada ao plano estadual de neutralidade de carbono até 2050. A meta intermediária é reduzir as emissões em 27% até 2030. Para isso, o governo estima a necessidade de R$ 5 bilhões em investimentos.

“Esta [iniciativa do fundo] não é a única fonte de financiamento, mas é um instrumento importante. Hoje, o Brasil discute como financiar a transição energética, e o Espírito Santo está colocando um instrumento de pé“, afirmou o governador.

Casagrande também pretende apresentar o fundo a potenciais investidores nos Estados Unidos, durante a chamada “Brazilian Week”, em meados de maio, quando empresários e políticos brasileiros fazem um roadshow em Nova York para atrair investidores.

Ele também espera que o fundo esteja operando até agosto, a tempo da COP30, marcada para novembro em Belém (PA).

Disciplina fiscal e recado a Lula

Segundo Casagrande, o fundo só é viável graças à situação fiscal equilibrada do Espírito Santo. Ele defende que o governo federal siga o mesmo caminho. “O Brasil tem que achar o seu equilíbrio fiscal, não tem outro caminho. Não teremos um caminho de segurança se não encontrarmos o equilíbrio.”

Questionado se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estão no rumo certo, Casagrande disse que sim, mas com ressalvas: “O governo está tentando. Está no caminho certo. Mas tem que dar mais velocidade a isso e mostrar mais unidade para gerar confiança a sociedade brasileira“.

Sugestão para a margem equatorial

Casagrande sugeriu que o governo federal adote modelo semelhante ao capixaba ao tratar da exploração de petróleo na margem equatorial. “Se o Brasil tomar a decisão de que o dinheiro que vai para os municípios, os Estados e a União será usado para financiar a transição energética e proteger a floresta, estará usando a alavanca do adversário, que é o combustível fóssil, para energizar uma prática sustentável.”

O edital de seleção da gestora do fundo será publicado no dia 29 de abril. A expectativa é que a operação comece no segundo semestre. O Bandes (Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo) coordena a implantação do instrumento.