O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou, nesta quarta-feira, que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está “mal informado” sobre o que acontece no Brasil em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores. A afirmação feita por Trump de que Bolsonaro é injustiçado, disse Alckmin, não procede.
— Isso é uma coisa totalmente equivocada. Acho que ele (Trump) está mal informado — afirmou Alckmin. —O presidente Lula ficou preso quase dois anos e ninguém questionou o Poder Judiciário. É assunto interno do Poder Judiciário. Não tem sentido uma interferência dessa. Ela não é adequada —completou.
Durante dois dias seguidos, segunda e terça-feira, Trump publicou na rede social Truth Social mensagens de desagravo a Jair Bolsonaro. O presidente americano acusou a Justiça brasileira de promover uma caça a Bolsonaro, que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de tramar um golpe contra a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. As informações são do Jornal O Globo.
Nesta quarta-feira, a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília divulgou uma nota endossando as declarações de Trump, em um tom ainda mais elevado. Segundo o posto, Bolsonaro, seus familiares e apoiadores estão sendo perseguidos de forma vergonhosa e antidemocrática.
Diante disso, o encarregado de negócios da representação, Gabriel Escobar, foi convocado pelo Itamaraty. Em reunião com a secretária de Europa e América do Norte, Escobar ouviu que a manifestação da embaixada foi “indevida e inaceitável” e que as relações bilaterais ficarão comprometidas.
As declarações do vice-presidente, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, foram dadas antes do anúncio, feito pelos EUA, de que seria aplicada uma tarifa adicional de 50% nas importações brasileiras. Para Alckmin, o aumento do imposto para o Brasil seria algo injusto.
— É uma medida é injusta, que prejudica a própria economia americana.
Alckmin disse que não vê razão para o aumento de tarifa. Lembrou que o Brasil tem um déficit comercial com os EUA (US$ 1,6 bilhão no primeiro semestre deste ano) e destacou que, dos dez produtos que os EUA mais exportam para o Brasil, oito não têm imposto sobre a importação.
A Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 5377/2023, que reconhece a obra de Lia de Itamaracá como Manifestação da Cultura Brasileira. A proposta, de autoria da deputada federal Maria Arraes (Solidariedade), foi aprovada por consenso na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC), nesta quarta-feira (09/07), e agora segue para apreciação no Senado.
Ícone da cultura popular pernambucana, Lia de Itamaracá é uma das mais importantes cirandeiras do país. Com a aprovação, sua obra passa a ser reconhecida como representação da cultura e identidade brasileiras, conferindo o status de patrimônio e garantindo sua preservação e divulgação para as gerações futuras.
Para a deputada Maria Arraes, a proposta representa uma forma concreta de garantir que o legado de Lia permaneça vivo. “Esse projeto é uma forma de mantermos vivo o legado de Lia, da Ciranda e da força cultural que temos em Pernambuco. É preciso que gerações futuras conheçam sua história de luta e de resistência através de sua arte”, declarou.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidiu arquivar uma representação apresentada pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) contra o ex-ministro da Previdência Social Carlos Lupi, o atual titular da pasta, Wolney Queiroz, e o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto.
A parlamentar acusava o trio de prevaricação no escândalo dos descontos irregulares aplicados a aposentadorias. No documento, protocolado dias após a demissão de Lupi do ministério, Damares alegou que os três teriam permitido a continuidade do esquema mesmo após tomarem conhecimento das irregularidades durante uma reunião do Conselho Nacional da Previdência Social em junho de 2023. As informações são do Infomoney.
Segundo a senadora, os descontos só foram suspensos após decisão judicial. À época, Wolney era secretário de Previdência Social.
Apesar das acusações, Gonet concluiu que não há elementos suficientes que indiquem responsabilidade direta dos citados, tampouco justificativas para envolvê-los em uma investigação com prerrogativa de foro. Segundo o chefe do Ministério Público Federal, a supervisão do INSS por Lupi e Queiroz “não constitui individualização mínima da conduta”, ou seja, não há base para acusação direta de autoria ou materialidade.
Caso segue na primeira instância O procurador-geral também destacou que já há uma apuração em curso na primeira instância sobre o esquema.
Stefanutto, ex-presidente do INSS, é um dos alvos dessa investigação e teve o celular apreendido e desbloqueado pela Polícia Federal, considerada “prioridade zero” pelos investigadores.
Lupi e Wolney, por ora, não são formalmente investigados.
O argumento central de Gonet é que, para configurar o crime de prevaricação, é necessário comprovar que a autoridade agiu para satisfazer interesse ou sentimento pessoal – o que, segundo ele, não ficou demonstrado.
CPMI do INSS Apesar da decisão da PGR, bolsonaristas se articulam para convocar Carlos Lupi à CPMI mista do INSS, ainda não instalada. Damares é uma das principais articuladoras do colegiado, que deverá ser presidido pelo senador governista Omar Aziz (PSD-AM).
Aziz já afirmou que não permitirá “perseguições políticas” e promete focar nos operadores do esquema, independentemente do governo.
A relatoria é disputada pelo PL, mas o Planalto trabalha para impedir que a oposição assuma o posto e amplie a politização da comissão.
No programa de hoje, comentei os sinais de esgotamento da máquina pública em Pernambuco sob a gestão da governadora Raquel Lyra. A crise atinge áreas essenciais como a saúde, com cenas alarmantes registradas na emergência do Hospital da Restauração, além do desgaste com a Assembleia Legislativa e o Tribunal de Contas do Estado.
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mandou nesta quarta-feira (9) uma carta pública ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A nova taxa está prevista para entrar em vigor em 1º de agosto.
Ao justificar a elevação da tarifa sobre o Brasil, Trump citou Jair Bolsonaro e disse ser “uma vergonha internacional” o julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF).
Na carta, o republicano afirmou, sem provas, que a decisão de aumentar a taxa sobre o país também foi tomada “devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos”. As informações são do g1.
“[Isso ocorreu] como demonstrado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil, que emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS a plataformas de mídia social dos EUA, ameaçando-as com multas de milhões de dólares e expulsão do mercado de mídia social brasileiro”, escreveu o republicano. Segundo a carta, a tarifa de 50% será aplicada sobre “todas e quaisquer exportações brasileiras enviadas para os EUA, separada de todas as tarifas setoriais existentes”. Produtos como o aço e o alumínio, por exemplo, já enfrentam tarifas de 50%, o que impacta diretamente a siderurgia brasileira.
Ao justificar a medida, Trump também afirmou que a relação comercial dos EUA com o Brasil é “injusta”. “Nosso relacionamento, infelizmente, tem estado longe de ser recíproco”, escreveu.
“Por favor, entenda que essas tarifas são necessárias para corrigir os muitos anos de tarifas e barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil, que causaram esses déficits comerciais insustentáveis contra os EUA. Esse déficit é uma grande ameaça à nossa economia e, de fato, à nossa segurança nacional”, acrescentou Trump. Apesar do argumento, dados do Ministério do Desenvolvimento mostram o contrário. O Brasil tem registrado déficits comerciais seguidos com os EUA desde 2009 — ou seja, há 16 anos.
Ao longo desse período, as vendas de produtos norte-americanos para o Brasil superaram as importações em US$ 88,61 bilhões (equivalente a R$ 484 bilhões na cotação atual).
Por isso, analistas apontam que a postura de Trump com as tarifas tem um forte componente geopolítico, com o objetivo de ampliar seu poder de barganha e influência nas relações internacionais.
Na carta, o republicano também afirmou que o Brasil não será atingido pela tarifa caso empresas brasileiras decidam “construir ou fabricar produtos dentro dos EUA”. Em caso de retaliação, ele prometeu devolver na mesma medida.
“Se por qualquer razão o senhor [presidente Lula] decidir aumentar suas tarifas, qualquer que seja o valor escolhido, ele será adicionado aos 50% que cobraremos”, declarou.
Veja a carta na íntegra:
9 de julho de 2025 Sua Excelência Luiz Inácio Lula da Silva Presidente da República Federativa do Brasil Brasília
Prezado Sr. Presidente:
Conheci e tratei com o ex-Presidente Jair Bolsonaro, e o respeitei muito, assim como a maioria dos outros líderes de países. A forma como o Brasil tem tratado o ex-Presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional. Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma Caça às Bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!
Em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos (como demonstrado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil, que emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS a plataformas de mídia social dos EUA, ameaçando-as com multas de milhões de dólares e expulsão do mercado de mídia social brasileiro), a partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos do Brasil uma tarifa de 50% sobre todas e quaisquer exportações brasileiras enviadas para os Estados Unidos, separada de todas as tarifas setoriais existentes. Mercadorias transbordadas para tentar evitar essa tarifa de 50% estarão sujeitas a essa tarifa mais alta.
Além disso, tivemos anos para discutir nosso relacionamento comercial com o Brasil e concluímos que precisamos nos afastar da longa e muito injusta relação comercial gerada pelas tarifas e barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil. Nosso relacionamento, infelizmente, tem estado longe de ser recíproco.
Por favor, entenda que os 50% são muito menos do que seria necessário para termos igualdade de condições em nosso comércio com seu país. E é necessário ter isso para corrigir as graves injustiças do sistema atual. Como o senhor sabe, não haverá tarifa se o Brasil, ou empresas dentro do seu país, decidirem construir ou fabricar produtos dentro dos Estados Unidos e, de fato, faremos tudo o possível para aprovar rapidamente, de forma profissional e rotineira — em outras palavras, em questão de semanas.
Se por qualquer razão o senhor decidir aumentar suas tarifas, qualquer que seja o valor escolhido, ele será adicionado aos 50% que cobraremos. Por favor, entenda que essas tarifas são necessárias para corrigir os muitos anos de tarifas e barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil, que causaram esses déficits comerciais insustentáveis contra os Estados Unidos. Esse déficit é uma grande ameaça à nossa economia e, de fato, à nossa segurança nacional!
Além disso, devido aos ataques contínuos do Brasil às atividades comerciais digitais de empresas americanas, bem como outras práticas comerciais desleais, estou instruindo o Representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, a iniciar imediatamente uma investigação da Seção 301 sobre o Brasil.
Se o senhor desejar abrir seus mercados comerciais, até agora fechados, para os Estados Unidos e eliminar suas tarifas, políticas não tarifárias e barreiras comerciais, nós poderemos, talvez, considerar um ajuste nesta carta. Essas tarifas podem ser modificadas, para cima ou para baixo, dependendo do relacionamento com seu país. O senhor nunca ficará decepcionado com os Estados Unidos da América.
Muito obrigado por sua atenção a este assunto!
Com os melhores votos, sou, Atenciosamente, DONALD J. TRUMP PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
A política vive de ciclos, e há momentos em que a esperança ganha nome, rosto e direção. Desde ontem, com a confirmação da candidatura de Miguel Coelho ao Senado Federal para as eleições de 2026, esse é um desses marcos que reacendem a confiança de quem ainda acredita na boa política, na gestão séria e no poder transformador do serviço público.
Uma candidatura que nasce do trabalho Ao anunciar Miguel como prioridade nacional do União Brasil, o presidente da legenda, Antonio Rueda, não apenas endossou um nome. Ele cravou um projeto. Um projeto que vem sendo construído com responsabilidade, entrega e resultados visíveis desde os tempos em que Miguel comandou Petrolina.
Na capital do Sertão do São Francisco, Miguel não fez mágica. Fez gestão. Fez planejamento. Fez entrega. Sob sua liderança, Petrolina se tornou um dos municípios mais bem administrados do Brasil, com avanços significativos em infraestrutura, saúde, educação e desenvolvimento econômico.
Um novo tempo para Pernambuco Agora, com o apoio de nomes de peso como Davi Alcolumbre e ACM Neto, Miguel representa mais do que o Sertão: é a voz de um Pernambuco inteiro que quer ser ouvido, respeitado e representado de verdade no Senado Federal.
A aliança com o projeto do prefeito do Recife, João Campos, sinaliza uma nova composição política para 2026. Uma união que visa mais do que vencer eleições: busca governar com diálogo, equilíbrio e visão de futuro. Uma federação partidária que pode recolocar Pernambuco no eixo das grandes decisões nacionais.
O povo quer atitude — não só discurso É verdade: o povo está cansado de promessas vazias. E é justamente por isso que a pré-candidatura de Miguel anima tanta gente. Porque ele já provou que sabe fazer. Que não foge do trabalho. Que não governa de cima para baixo, mas com os pés fincados no chão, ouvindo, planejando e realizando.
Desde o anúncio da sua candidatura, os pernambucanos voltaram a sonhar com um senador que vá a Brasília para lutar de verdade pelo Estado. Que tenha coragem de bater na mesa, defender os interesses do povo, trazer recursos, projetos e visibilidade para um território que tantas vezes foi esquecido.
Pernambuco agora vai! Miguel será senador por Pernambuco, mas sua atuação será para o Brasil inteiro. Com sua juventude, preparo e espírito público, ele representa a renovação que tanto se pede. E não é renovação apenas de idade, mas de postura, de atitude, de comprometimento.
Se ele fez por Petrolina, pode — e deve — fazer ainda mais por todo o Estado. Miguel está pronto. O povo está pronto. E Pernambuco, mais do que nunca, precisa ir pra frente.
Que venha 2026. Porque agora sim, Pernambuco vai!
Administrador, contador, historiador e professor universitário*
Uma nota conjunta divulgada nesta quarta-feira (9) por três importantes quadros do Partido dos Trabalhadores (PT) na capital pernambucana denuncia ter havido abuso de poder econômico e “falta de lisura” no Processo de Eleição Direta (PED) do partido, que encerrou no último domingo (6) e elegeu o vereador do Recife Osmar Ricardo (PT), como presidente municipal da sigla.
O deputado estadual João Paulo (PT), o ex-deputado federal Fernando Ferro (PT), candidato derrotado para a presidência estadual do partido, e o cientista político Pedro Alcântara (PT), ex-candidato a presidente municipal do PT no Recife, assinaram a nota em que publicam as denúncias.
No documento, eles afirmam que o processo foi comprometido por ter sido marcado por interferências externas, citando uma relação de tutela do PSB, partido presidido pelo prefeito do Recife, João Campos. Além disso, relataram a ocorrência de vícios, como urnas com mais votos que as listas de votação e apontaram abuso de poder econômico, mas sem citar diretamente nenhuma das chapas.
“Trata-se, portanto, de um processo altamente comprometido, que fortalece uma maioria artificial, descolada da vida e das urgências reais da militância do PT. Um processo eleitoral com esses vícios pode ser chamado de tudo, menos de democrático”, consta em um trecho da nota.
Apesar das denúncias, o grupo registrou que considera ter feito uma campanha vitoriosa, afirmando que pautaram um debate sobre um Partido dos Trabalhadores autônomo, com programa e protagonismo. Eles elencaram ainda uma série de atividades que pretendem desenvolver após o PED, fazendo formações e debates para mobilizar a militância.
“Nossas candidaturas cumpriram a missão militante de apontar os equívocos do partido na política local, cobrar as direções, propor saídas e reanimar parte da nossa militância. Mantemos compromisso com as bandeiras do PT e a coerência, e isso reanimou muita gente antes dispersa, de diferentes correntes e campos de atuação, que somará conosco nos desafios futuros”, destaca outro trecho da nota.
O PT do Recife divulgou na última terça-feira (8) o resultado da eleição que tornou Osmar Ricardo presidente por mais de cinco mil votos.
Confira na íntegra:
A eleição interna do PT em Pernambuco e no Recife encerrou com a votação no último domingo, dia 06 de julho. Durante os dois meses do processo eleitoral debatemos com a militância os rumos do PT e as mudanças necessárias para o fortalecimento do partido.
O sentimento da base petista em cada lugar que passamos era de indignação com o enfraquecimento do PT, com a relação de tutela estabelecida com o PSB e o esquecimento da militância, largada à própria sorte frente a ausência de políticas de formação, de diálogo e da completa falta de vontade política das nossas direções para ações com a base, especialmente no Recife.
Durante o PED buscamos expressar esse sentimento e resgatar o PT desse cenário desolador. Conseguimos pautar o debate e trazer para o centro da discussão a importância de um PT autônomo, altivo, com programa e protagonismo. Conseguimos pautar o necessário resgate do legado e da importância dos nossos governos no Recife, que provaram ainda ter muita ressonância na militância progressista.
Vencemos na política e resgatamos parte da militância do PT. Plantamos sementes que certamente germinarão ao longo dos próximos anos.
Temos convicção que o resultado eleitoral não expressa o sentimento político da base petista. O PED Recife foi marcado por intenso abuso do poder econômico, por influência de forças externas e graves erros de lisura nos procedimentos, carregando vícios como urnas com mais votos que assinaturas nas listas de votação, por exemplo.
O que vimos nos colégios eleitorais foram massas de pessoas reunidas por lideranças comunitárias – algumas ligadas a outros partidos – em troca de favores, sem consciência do processo do qual estavam participando. O PT não merece o que estão fazendo com sua história e sua luta. Esse não é o PT que construímos e sonhamos.
Trata-se, portanto, de um processo altamente comprometido, que fortalece uma maioria artificial, descolada da vida e das urgências reais da militância do PT. Um processo eleitoral com esses vícios pode ser chamado de tudo, menos de “democrático”.
Ao final desse processo maculado por todos esses vícios, nos preocupa o avanço do campo interno no PT do Recife defensor de alinhamento automático com o PSB. Consideramos que esse campo representa a linha política mais nociva ao PT do Recife e de Pernambuco na quadra atual, pois propõe mais que uma aliança, organiza uma verdadeira dependência do PT àquele partido.
Saímos desse PED com clareza da tarefa realizada. Nossas candidaturas cumpriram a missão militante de apontar os equívocos do partido na política local, cobrar as direções, propor saídas e reanimar parte da nossa militância. Mantemos compromisso com as bandeiras do PT e a coerência, e isso reanimou muita gente antes dispersa, de diferentes correntes e campos de atuação, que somará conosco nos desafios futuros.
Agora é hora de seguir organizando nosso campo político, animando as pessoas a se filiarem e fortalecerem o PT. Para isso:
1. Faremos um ciclo de atividades de formação política na base, atuaremos nos núcleos, zonais e bairros perifericos que se reanimaram com o debate que fizemos no PED. 2. Debateremos a construção de um programa político para o PT em 2026 e 2028, que reflita as lutas urbanas, a defesa do serviço público, do transporte público, da moradia, da cultura popular e do trabalho digno. 3. Conectaremos ainda mais nossa militância com os movimentos sociais, sobretudo da juventude, das mulheres, da negritude, da luta LGBTQIA+ e das comunidades de base. 4. Seguiremos firmes na mobilização em defesa do governo Lula, da reeleição do PT ao senado em Pernambuco e da agenda social do combate a escala 6×1, a defesa da taxação de fortunas e outras medidas igualitárias.
A luta não terminou com o PED. Ao contrário: ela está apenas começando. Saímos animados, com uma grande tarefa pela frente e com uma força coletiva que nos orgulha e nos empurra para seguir firmes.
Vamos em frente com esperança, com ousadia, coerência e com a certeza de que um outro PT é possível — e urgente.
A luta continua!
Recife 09 de julho de 2025
Fernando Ferro, ex-Deputado Federal Pedro Alcântara, Dirigente Estadual PT João Paulo, Deputado Estadual do PT Corrente interna Diálogo e Ação Petista Corrente interna Avante
O Ministério das Relações Exteriores convocou, nesta quarta-feira (9), o encarregado de negócios dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, para prestar esclarecimentos sobre a nota publicada pela embaixada norte-americana em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Mais cedo, nesta quarta, a representação diplomática dos EUA no Brasil divulgou uma nota reforçando o apoio do presidente Donald Trump ao ex-presidente brasileiro.
No comunicado, a embaixada falou que uma “perseguição política” contra Bolsonaro é “vergonhosa e desrespeita as tradições democráticas do Brasil”. As informações são da CNN Brasil.
“Jair Bolsonaro e sua família têm sido fortes parceiros dos Estados Unidos. A perseguição política contra ele, sua família e seus apoiadores é vergonhosa e desrespeita as tradições democráticas do Brasil. Reforçamos a declaração do presidente Trump. Estamos acompanhando de perto a situação. Não comentamos sobre as próximas ações do Departamento de Estado em relação a casos específicos”, diz a nota.
Na segunda-feira (7), Trump defendeu o ex-presidente em sua rede social, a Truth Social. O republicano afirmou que Bolsonaro está sofrendo um ataque político como aconteceu com ele.
“Estarei assistindo a caça às bruxas de Jair Bolsonaro, de sua família e de milhares de seus apoiadores, muito de perto. O único julgamento que deveria estar acontecendo é o julgamento pelos eleitores do Brasil — isso se chama eleição. Deixem Bolsonaro em paz!”, escreveu Trump.
Na publicação, o presidente dos EUA não menciona diretamente as ações judiciais contra Bolsonaro, mas fala em perseguição e reafirma a inocência do ex-presidente.
O cruzamento das avenidas Marquês de Olinda e Alfredo Lisboa, no Recife Antigo, é um Big Brother. Há pelo menos quatro pontos de câmeras de videomonitoramento. No Pina, a cena se repete: quem entra na avenida Antônio de Góes se depara com totens imensos com câmeras para segurança pública. Nesses dois pontos, porém, as câmeras da Secretaria de Defesa Social (SDS) do Governo de Pernambuco talvez não estejam funcionando como deveriam.
Em uma análise técnica, datada de 5 de março de 2025, a Secretaria de Defesa Social apontou várias irregularidades nesses dois pontos de monitoramento. No PCI – sigla para ponto de captura de imagens – no Recife Antigo foram constatadas imagens com um efeito pêndulo, causando gravações “desestabilizadas”. Além disso, tanto o PCI da Marquês de Olinda quanto o totem do Pina não tinham isolamento elétrico aplicado na superfície – do nível do solo até 3,30 metros de altura – para mitigar riscos de choque elétrico.
Os problemas apontados no Pina e no Recife Antigo são a parte mais palpável de uma série de problemas do contrato milionário firmado entre o Governo de Pernambuco e a empresa paulista Teltex Tecnologia S.A. para a implantação de um sistema integrado de videomonitoramento público. Para um período de cinco anos, o governo assinou um contrato de R$ 122,5 milhões com a empresa, que tem sede em São Paulo, mas muitos contratos no estado de Pernambuco, incluindo clientes como o Tribunal de Justiça.
Desde 2023, o estado estava sem contrato para videomonitoramento em vias públicas. Pelo contrato, a Teltex instalaria 1.347 câmeras, infraestrutura de transmissão e centros de gerenciamento de imagens em vias públicas do estado, cedendo os direitos patrimoniais e propriedade intelectual para o Governo do Estado. Documentos oficiais aos quais a reportagem da Marco Zero teve acesso, porém, indicam uma série de descumprimentos contratuais por parte da Teltex. Há ainda uma ação judicial que pode comprometer a entrega de, pelo menos, 150 totens.
No começo de abril, a SDS notificou a empresa por não ter instalado 180 dos 200 Pontos de Captura de Imagens (PCIs) que estavam previstos na primeira leva de instalações do contrato. Mesmo após ter sido concedida uma prorrogação de prazo para a execução, a Teltex não cumpriu com a instalação e foi novamente notificada no final daquele mês.
Houve ainda falha no fornecimento dos projetos de instalação dos equipamentos, que deveriam conter, no mínimo, o layout e localização dos equipamentos, e o encaminhamento dos dutos de rede de comunicação e alimentação elétrica.
O contrato com a Teltex também foi impactado por movimentações financeiras significativas. Dois empenhos para a Teltex Tecnologia S.A. foram anulados pela SDS em 7 de fevereiro de 2025. Os valores anulados foram de R$ 22.200.909,00, correspondente ao valor anual do contrato, e R$ 1.771.200,00. A justificativa para as anulações, conforme o documento, foi “possibilitar um controle específico do orçamento/financeiro”, o que indica que os empenhos serão feitos serviço por serviço.
Empenho é o documento que atesta que o governo reservou o dinheiro a ser pago quando um bem adquirido for entregue ou o serviço contratado for concluído. Isso ajuda o governo – municipal, estadual ou federal – a organizar os gastos pelas diferentes áreas do governo, evitando que se gaste mais do que foi planejado. Esta explicação foi extraída do Portal da Transparência do Governo Federal.
Houve ainda uma tentativa da Teltex de reduzir a garantia contratual exigida. A empresa solicitou a prestação de uma garantia proporcional ao valor da primeira Ordem de Fornecimento (R$ 3.081.960,00), argumentando que o valor total anual do contrato (R$ 22.950.900,00) ainda não havia sido empenhado em sua totalidade.
Essa diminuição no valor da garantia teria um efeito prático bastante favorável para a Teltex: influenciaria diretamente no valor de uma possível multa compensatória que pode ser aplicada em caso de descumprimento contratual, que varia de 10% a 20% sobre o valor da garantia, o que geraria prejuízos à administração pública.
No parecer jurídico ao qual a Marco Zero teve acesso, de 18 de março, a Gerência Geral de Assuntos Jurídicos e Estratégicos da SDS rejeitou o pedido da Teltex, ressaltando que a garantia de 5% sobre o valor anual do contrato é obrigatória, conforme edital e contrato.
A SDS também apontou que a fintech apresentada pela Teltex como fiador contraria expressamente normas do Banco Central do Brasil, que não autorizam esse tipo de empresa a oferecer fianças bancárias. Em 12 de junho de 2025, uma comunicação da secretaria executiva de Gestão Integrada à Gerência Geral do Centro Integrado de Operações de Defesa Social opinou pela possibilidade de instauração de um Procedimento de Apuração e Aplicação de Penalidade (PAAP) contra a Teltex, em resposta aos descumprimentos.
No dia 18 de fevereiro deste ano, Raquel Lyra assinou o contrato para a criação de centros de gerenciamento de videomonitoramento online das vias públicas com capacidade para 2 mil câmeras, quantidade anunciada pela governadora, apesar do contrator prever a aquisição de somente de 1.347 câmeras, que seriam divididas da seguinte forma:
275 unidades de câmera fixa. 378 unidades de câmera fixa com LPR (para identificação de placas de veículos) 544 unidades de câmera móvel PTZ – tipo de câmera que possui a capacidade de se mover horizontalmente (Pan), verticalmente (Tilt) e de aproximar ou afastar a imagem (Zoom). 150 unidades de câmera panorâmica 360º (sem áudio)
O contrato não usa as palavras “reconhecimento facial”, mas estão previstas no contrato licenças de uso de software para os seguintes analíticos de imagem, além do LPR:
Detecção de aglomeração: Funcionalidade que permite ao sistema identificar e alertar sobre a formação de aglomerações de pessoas em áreas monitoradas
Busca forense: capacidade de pesquisar rapidamente grandes volumes de gravações de vídeo para encontrar eventos, objetos ou pessoas específicas após um incidente, auxiliando em investigações. Os documentos não especificam se inclui reconhecimento facial
Loitering: “vadiagem”, em inglês. Em videomonitoramento, refere-se a uma funcionalidade que detecta e alerta quando uma pessoa ou objeto permanece em uma área por um período de tempo incomumente longo ou pré-definido.
Video Management System – VMS: O VMS é a plataforma central que gerencia e controla todo o sistema de videomonitoramento. Ele permite a captação, transmissão, processamento, análise, visualização e gestão de eventos das câmeras
Decisão judicial pode afetar contrato A Teltex Tecnologia S.A. ainda está envolvida em uma disputa judicial com a Helper Tecnologia de Segurança S/A por infração de propriedade industrial. A Helper alega que a Teltex, em conjunto com a Forward Intelligence Innovation Hub Ltda (Fintih), está produzindo, usando e comercializando totens denominados Kule360, que violam a patente de invenção e o registro de desenho industrial da Helper. A acusação inclui a alegação de que a Fintih e a Teltex estariam sendo utilizadas em uma manobra para burlar uma liminar anterior obtida pela Helper contra a Banksystem Sistemas & Consultores Ltda., que fornecia o mesmo produto.
No processo, a Helper anexou um laudo técnico da Universidade Tecnológica Federal do Paraná que afirma que há “notória semelhança” entre o produto da Helper e o Kule360. Em 29 de janeiro de 2025, uma decisão liminar determinou que a Fintih e a Teltex se abstivessem imediatamente de produzir, usar, colocar à venda, vender, fornecer ou importar o Kule360, sob pena de multa diária de R$ 5 mil. A decisão também ordenou a remoção dos totens já instalados em cidades como Paranaguá (PR), Cajamar (SP) e Louveira (SP).
Teltex está proibida pela Justiça do Paraná de produzir, usar e vender os totens Crédito: Arnaldo Sete/Marco Zero
No entanto, a Teltex recorreu e, em 13 de fevereiro de 2025, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) suspendeu a ordem de remoção e inutilização imediata dos totens, mas manteve a determinação de abstenção de produção, uso e comercialização, considerando que os prejuízos materiais poderiam ser ressarcidos posteriormente e que a remoção imediata poderia impactar o interesse público na segurança.
Ou seja, a Teltex ainda está sob proibição judicial para não utilizar, comercializar ou fornecer esses produtos. O contrato com o Governo de Pernambuco prevê a instalação de 150 desses totens com câmeras de 360 graus.
O contrato também tem a exigência de cessão de direitos patrimoniais para o Governo do Estado, após o fim do contrato. Essa cessão de direitos patrimoniais abrange o “fornecimento de todos os dados, documentos e elementos de informação pertinentes à tecnologia de concepção, desenvolvimento, fixação em suporte físico de qualquer natureza e aplicação da obra”. Torna ainda mais relevante o processo para o Governo do Estado, já que existe a possibilidade da Teltex perder a propriedade intelectual da tecnologia utilizada nos totens que já instalou em Pernambuco.
Para a advogada Raquel Saraiva, do Instituto de Pesquisa em Direito e Tecnologia do Recife (IP.Rec), a situação da empresa (Teltex) deveria ter sido muito bem analisada já na fase de licitação. “Mesmo a recuperação judicial não impedindo a participação em licitações, o Estado tem o dever de fiscalizar se a empresa será capaz de cumprir o contrato, especialmente quando há uma disputa judicial sobre a tecnologia a ser cedida para o Estado ao final do contrato”, afirmou. “Caso a empresa seja impedida de cumprir com o contrato por conta dessa demanda judicial, mesmo que o processo ainda esteja em andamento e a empresa possa, teoricamente, fornecer a tecnologia neste momento, isso pode gerar um prejuízo para o Estado, pois o fornecimento da tecnologia já não vai mais poder ser feito se a empresa for condenada”, diz.
“Procedimentos estão sendo adotados”, explica SDS A Marco Zero questionou a Secretaria de Defesa Social sobre a aplicação de multas contra a Teltex e sobre o andamento da execução do contrato. A SDS não respondeu às perguntas, mas informou que “todos os procedimentos administrativos necessários à execução plena do contrato, bem como de apuração de eventuais descumprimentos, estão sendo adotados pela SDS, respeitando-se as exigências legais aplicáveis e a supremacia do interesse público”.
A reportagem também procurou a Teltex e enviou uma série de perguntas sobre o contrato com o Governo de Pernambuco, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
Auditoria especial do TCE-PE As más notícias sobre a Teltex começaram já quando a empresa ganhou a licitação para o contrato, em novembro de 2024. Na época, foi amplamente noticiado que a empresa estava em recuperação judicial, negociando uma dívida de mais de R$ 40 milhões. Esse fato, no entanto, não era um impedimento para participar da licitação – a Teltex ficou em segundo lugar e assumiu após a desclassificação da primeira colocada.
Logo depois, a empresa Painel Multiserviços LTDA solicitou ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) uma medida cautelar contra a decisão que declarou a Teltex Tecnologia S.A. como vencedora provisória da licitação. A Painel alegou uma série de irregularidades, que iam desde o elevado número de processos judiciais que a Teltex tinha em trâmite até a penalização de impedimento imposta pelos Correios contra a empresa, além de ajuda de outra empresa para ganhar a licitação.
O TCE-PE, contudo, após ouvir tanto a Teltex quanto o Governo do Estado, realizou dois pareceres técnicos que não consideraram as acusações como impedimentos para a Teltex executar os contratos. Todavia, no mês de março instaurou auditoria especial para acompanhar o cumprimento do contrato.
Sai vadiagem e entra loitering, mas problema continua Ainda em julho de 2024, quando o Governo de Pernambuco anunciou que iria contratar nova empresa para fazer o videomonitoramento, entidades da sociedade civil chamaram a atenção para um termo do edital: as câmeras iriam detectar “vadiagem”. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE) disse na época que “o uso do termo ‘vadiagem’ suscita preocupações sérias sobre a potencial violação de direitos humanos e a perpetuação de práticas discriminatórias”.
No contrato, o termo foi mantido, mas colocado em inglês, como loitering. Para a advogada Raquel Saraiva, do IP.Rec, o fato do Governo do Estado pagar para ter câmeras com essa funcionalidade é uma clara discriminação, pois atinge desproporcionalmente pessoas em situação de rua, um grupo já vulnerável. “Vadiagem é uma contravenção penal de 1941, já desconsiderada pela jurisprudência, o que torna sua inclusão em um edital de segurança pública problemática”, diz.
Raquel também chama a atenção para a mudança de linguagem e termos usados pela SDS. “Por exemplo, a Secretaria não afirma mais que essas câmeras vão ter reconhecimento facial, diz que vai ter ‘inteligência artificial’, porque já há vários casos de prisões de pessoas inocentes. Reconhecimento facial é uma tecnologia falha, principalmente quando analisa imagens de pessoas negras. Agora, no contrato trocaram ‘vadiagem’ por loitering numa tentativa de dificultar a compreensão pública do seu real significado”, explica.
Na época do edital, a SDS afirmou que manteria a exigência da funcionalidade porque “criminosos têm como modus operandi estudar o local e ficar “perambulando” pela rua onde, por exemplo, vão praticar um assalto — e essas atitudes consideradas suspeitas também são estudadas pelos policiais; O “loitering” é usado ainda para identificar situações incomuns que podem gerar um alerta para a inteligência; Assim como acontece com as câmeras de reconhecimento facial, que se baseiam em fotos de foragidos, a tecnologia é apenas um indicativo que auxilia as forças de segurança e jamais funciona como veredito ou substitutivo da atuação das polícias”.
As câmeras da SDS também poderão indicar a formação de grupos de pessoas, como em protestos. “Os agentes responsáveis pela operação das câmeras precisam ser capacitados não apenas tecnicamente, mas também em segurança da informação e direitos humanos, para evitar abusos. O direito de associação e de reunião é assegurado pela Constituição. Não deve ser violado e a tecnologia não deve ser usada para perseguições ou intimação sob pretexto de detecção de aglomerações”, diz a advogada, que alerta para a complexidade de um contrato que lida com questões tão sensíveis quanto a captura e processamento de dados biométricos das pessoas que passam por essas câmeras.
A atual estratégia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de reacender a polarização social entre pobres e ricos não parece estar limitada apenas à disputa presidencial de 2026.
Diante da crescente queda de prestígio nas pesquisas de opinião, Lula – figura central e insubstituível na estrutura do Partido dos Trabalhadores – parece inclinado a radicalizar o discurso social em toda a linha de frente das eleições do próximo ano, com ênfase não só na reeleição presidencial, mas também nas eleições proporcionais e majoritárias.
O raciocínio político é claro: ao reforçar a ideia de que está do lado dos pobres e que seus adversários representam os ricos e poderosos, Lula busca mobilizar a maioria do eleitorado brasileiro, ainda marcada pela desigualdade e vulnerabilidade econômica. Sobretudo na região do Nordeste.
Trata-se de um recurso recorrente em sua trajetória política, mas que agora adquire novos contornos, diante do desgaste de sua imagem e do avanço de forças oposicionistas em várias regiões do país.
Essa estratégia ganhou um elemento revelador: a primeira-dama Janja da Silva promoveu uma reunião com dezenas de influenciadores digitais convidados ao campo favorável do PT.
O objetivo do encontro foi claro — alinhar narrativas e reforçar a presença do discurso lulista nas redes sociais, ambiente decisivo nas próximas eleições.
Esses influenciadores, agora diretamente integrados à lógica comunicacional do Planalto, atuarão como propagadores das chamadas “teses visionárias de classe” de Lula, dando verniz à velha retórica de confronto entre pobres e ricos.
A tendência é que essa linha de ação se estenda também à escolha dos candidatos ao Congresso Nacional. Lula deverá apostar em nomes à Câmara e ao Senado que incorporem esse simbolismo: os “representantes do povo” contra os “candidatos da elite”.
Não será surpresa se os palanques petistas nos estados forem construídos com base nessa narrativa, mesmo que a biografia dos postulantes nem sempre corresponda a esse discurso. Até porque muitos deles já foram flagrados usufruindo mordomias típicas de classes abastadas.
Tudo isso revela uma aposta clara na radicalização do debate político e, ao mesmo tempo, um reconhecimento implícito das dificuldades que o governo vem enfrentando para entregar resultados concretos.
Diante da frustração de parte da sociedade e da base parlamentar fragmentada, Lula volta ao terreno onde se sente mais confortável: o confronto ideológico, a construção de inimigos simbólicos e a retórica emocional.
Resta saber se, em 2026, o país ainda responderá da mesma forma a uma fórmula já conhecida. As pesquisas indicam que o eleitorado brasileiro está mais cético, mais pragmático e cansado da simplificação entre o bem e o mal, entre ricos e pobres.
O uso insistente dessa retórica pode, paradoxalmente, esvaziar o debate democrático e afastar o centro político, que tende a ser decisivo no resultado das urnas.
O TCE expediu mais uma medida cautelar por supostas irregularidades em licitações no Governo do Estado. Desta vez, o alvo foi a estatal COMPESA, um dos maiores orçamentos da administração estadual. Uma empresa foi ao TCE denunciar “supostas irregularidades no edital e na tramitação da Licitação nº 027/2025 (Processo 2887/2025), promovida pela Companhia Pernambucana de Saneamento – COMPESA, cujo objeto é a prestação de serviços de cobrança administrativa e judicial ativa pela performance visando a recuperação dos débitos e a redução da inadimplência.” Os auditores do TCE, em parecer técnico, opinaram pela não concessão da cautelar pleiteada pela empresa, mas o relator do processo, conselheiro Dirceu Rodolfo, decidiu conceder a cautelar requerida pela empresa.
“Diante do conjunto fático-probatório constante dos autos, resta patente o requisito da plausibilidade da irregularidade, consubstanciada na ausência de comunicação formal da retomada da sessão pública e, por conseguinte, na supressão do direito de interposição de recurso por parte dos licitantes. Tal falha revela-se suficiente para, em juízo de cognição sumária, amparar a pretensão cautelar”, explicou o relator na decisão. A ordem do TCE para a COMPESA, ao final da decisão, foi “determinar a suspensão dos efeitos do ato de homologação da Licitação 027/2025, promovida pela COMPESA, e a consequente reabertura da fase recursal”.
Nos bastidores, comenta-se que a decisão trará dificuldades para a COMPESA, já que a estatal está sem contrato válido com o mesmo objeto para executar desde março de 2025. O processo ainda será analisado pela Primeira Câmara do TCE e o Governo pode recorrer, no próprio TCE.
A governadora Raquel Lyra (PSD) enfrenta problemas com os órgãos de controle em várias licitações. Na educação, até hoje Raquel não deu uma resposta sobre quando irá enviar os 700 estudantes para o Canadá e os Estados Unidos, prometido desde o ano passado.
Na comunicação, o TCE recentemente modificou parcialmente a cautelar que suspendia os pagamentos do contrato de publicidade do Governo do Estado, com gastos de até R$ 120 milhões por ano. A modificação foi para “permitir pagamento dos serviços efetivamente prestados até a data da decisão monocrática cautelar emitida em 19/06/2025” e para “autorizar a realização de campanhas de publicidade institucional referentes às ações emergenciais, até o julgamento de mérito do processo de auditoria especial”.
A decisão continua amplamente desfavorável para a governadora Raquel Lyra (PSD). Com esse julgamento, muitas publicidades do Governo vão permanecer suspensas, inclusive patrocínios em blogs que falam bem da gestora.
De passagem ontem por Sertânia, terra da minha Nayla, depois de um fim de semana de muita emoção e tristeza em Afogados da Ingazeira com o acidente de carro que tirou a vida da minha cunhada Socorro Martins, lanchamos na confeitaria Top, em frente ao velho e saudoso Clube América.
Não resisti a uma selfie com minha Nayla, minha sogra Ivete e Tayse, prima da minha esposa. Adolescente, fui assíduo frequentador do América, que tinha um calendário de grandes bailes animados pela Marajoara, com uma vocalista que cantava igual a um sabiá das alterosas.
Atendia pelo nome de Paizinha. Com o tempo, depois de fazer sucesso no Brasil e no exterior, virou Maria Dapaz. Morreu em 2018 com apenas 59 anos, vítima de um câncer nos pulmões. O clube ficou fechado por muito tempo, mas, felizmente, recentemente reformado. Uma pena, pois é um patrimônio cultural do município.
Escritor francês, Proust nos ensina preservar nossas lembranças. Quando nos conectamos com símbolos do passado é como viver o presente, uma realidade intensa como a do momento. O passado passa a ser uma entidade viva que se modifica, se reconfigura e adquire novos elementos, lembranças e significados.
Uma professora foi presa em flagrante na segunda-feira (7) pelo crime de maus-tratos contra uma criança de 4 anos em um centro de educação infantil localizado em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. A vítima, diagnostica com Transtorno do Espectro Autista (TEA) não verbal, foi encontrada sozinha, amarrada pelos pulsos e pela cintura com tiras de tecido a uma cadeira em um banheiro da instituição.
A prisão a autora foi efetuada após denúncias recebidas pelo Conselho Tutelar e pela Guarda Municipal, e o caso é investigado pela Polícia Civil do Paraná (PCPR). As informações são do Correio Braziliense.
A pedagoga responsável pela criança confessou ter imobilizado o menino e foi autuada em flagrante. Segundo a Polícia Civil, os demais funcionários da unidade escolar também serão ouvidos e podem ser indiciados por omissão.
De acordo com relatos, o comportamento da criança havia mudado radicalmente nos últimos dias. Além de estar sendo isolado de atividades escolares e que também poderia estar sendo alvo de agressões não verbais.
A repercussão do caso levou a novas denúncias. Alguns vídeos adicionais mostram o menino amarrado em outra sala da escola. As imagens, gravadas em dias diferentes, mostram a criança com roupas distintas, indicando que o isolamento e contenção podem ter ocorrido mais de uma vez.
A Promotoria de Justiça de Araucária acompanha o caso. Em nota, o Ministério Público do Paraná (MPPR) informou que a 3ª Promotoria, responsável pelo aspecto criminal, solicitou à Justiça a conversão da prisão em flagrante para preventiva. A decisão deve ser tomada após a audiência de custódia marcada para esta quarta-feira (9).
Ontem (8), o pai de outra criança registrou boletim de ocorrência relatando possível episódio de maus-tratos ocorrido em 2023, também na mesma unidade. As investigações continuam para esclarecer completamente o caso e as demais denúncias que surgiram após a repercussão do episódio.
Após o ocorrido, a direção da creche fechou o perfil oficial da instituição no Instagram.
O conselheiro Rodrigo Novaes, do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE), utilizou o final da sessão do Pleno desta quarta-feira (9) para fazer um desabafo no sentido de defender o órgão contra acusações consideradas injustas por ele.
Segundo Novaes, alguns jornalistas e blogueiros do Estado afirmaram que o TCE está agindo de maneira combinada com a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) para prejudicar o Governo do Estado durante a gestão da governadora Raquel Lyra (PSD).
Em uma fala de pouco mais de quatro minutos, Rodrigo Novaes ressaltou o trabalho do TCE em colaborar com as instituições, inclusive com o Poder Executivo. No início da declaração, Novaes chegou a apontar que a impressão passada para a sociedade por tais jornalistas e blogueiros pode ser “extremamente equivocada, além de maldosa”.
Em outro trecho, ele afirmou: “acho de uma extrema injustiça levantar contra o Tribunal, de maneira falseada, a impressão para a sociedade de que este Tribunal cria qualquer tipo de equívoco. E mais, o que é mais grave ainda, fazer uma afirmação de que este Tribunal agiria em parceria com o Poder Legislativo deliberadamente para prejudicar o Governo do Estado”.
O prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro, oficializa sua entrada no PSD nesta quinta-feira (10), às 18h55, em cerimônia no Maria José Recepções 1, que contará com a presença da governadora Raquel Lyra, que é presidente estadual da legenda, além de prefeitos, vereadores e correligionários de todo o estado.
Nunca o passado esteve tão presente no Brasil como nos dias de hoje. A vida política nacional se repete em ondas que vão e voltam. Esta semana, o presidente americano Donald Trump postou na Internet um texto em defesa de Jair Bolsonaro. Disse que o ex-presidente vem sendo perseguido pelo Supremo Tribunal Federal, numa verdadeira “caça às bruxas”, que os brasileiros não devem tolerar. E que o único julgamento a que ele pode ser submetido é o das urnas. Trump pede para que Bolsonaro seja deixado em paz.
Algo difícil de acontecer, no momento em que ele e seus apoiadores estão sendo julgados por uma suposta tentativa de golpe de estado em janeiro de 2023. E estão possivelmente já condenados por antecipação com base em delação premiada sem consistência e provas questionáveis.
Mas por conta da nota de Trump, a esquerda e o governo petista caíram de pau em cima do presidente americano, acusando-o de querer interferir no judiciário e na política nacional. Estes mesmos queixosos se esquecem que o Governo dos Estados Unidos enviou, durante o regime militar, em 1977, a primeira-dama Rosalynn Carter para ouvir no Recife dois religiosos americanos, ligados a movimentos de periferia, que foram presos pela Polícia Civil de Pernambuco acusados de subversão. No encontro com a enviada do governo americano, eles disseram ter sido torturados.
Nas 23 horas que passou na capital pernambucana entre 8 e 9 de junho de 1977, ela ouviu, além dos religiosos Lawrence Rosenbaugh e Thomas Capuano, Dom Hélder Câmara e o então governador do Estado Moura Cavalcanti. Ficou clara a violação dos direitos humanos no Brasil, destacada pela visita ou pela “interferência” da esposa do presidente Jimmy Carter. Mesmo sem dar entrevistas, a imprensa internacional repercutiu a iniciativa, denunciando a triste situação brasileira durante o regime militar.
Foi uma “interferência” direta dos americanos no combate à violação dos direitos humanos – enfatizado por Carter em sua gestão – sem que houvesse qualquer queixa oficial do presidente da Ernesto Geisel (1974-1979). E só se ouviu elogios dos perseguidos da época que hoje se posicionam contra a defesa de Trump do ex-presidente Bolsonaro.
Plano Cohen revivido com o “gópi”
Não é novidade o uso de documentos e depoimentos fantasiosos para justificar o crescimento do autoritarismo na política brasileira, como no julgamento dos acusados de um suposto golpe de estado. Do mesmo modo como agem hoje a esquerda e os parceiros do judiciário na perseguição à direita, os esquerdistas foram vítimas em setembro de 1937 da falsa comunicação de um plano cujo objetivo era a derrubada do ditador Getúlio Vargas, arquitetado pelo Partido Comunista Brasileiro e organizações comunistas internacionais.
O Plano Cohen, assim chamado, foi elaborado dentro do governo Vargas por militares da confiança do ditador, simulando uma revolução comunista e um ataque ao estado democrático de direito. O falso documento apresentado como prova previa a eliminação física de chefes militares, ministros de Estado e de representantes do STF da época. A artimanha getulista permitiu a neutralização do Congresso, a outorga de uma nova Constituição e a prisão de adversários, inclusive sob a ameaça de pena de morte. O Estado Novo varguista foi implantado, a ditadura sem disfarces.
Apesar de você, Chico Buarque
Em outra esfera onde o velho é o novo, o compositor e cantor Chico Buarque deve estar se remoendo de raiva. As músicas que fez contra o regime militar em defesa da liberdade e dos direitos individuais, compostas como protesto, estão sendo usadas hoje para a defesa dos princípios democráticos que vêm sendo violados no Brasil com apoio silencioso de Chico. Ele cantava para os brasileiros oprimidos de então: “Amanhã vai ser outro dia/ Hoje você é quem manda/ Falou, tá falado/ Não tem discussão, não/ A minha gente hoje anda falando de lado/ E olhando pro chão, viu/ Você que inventou o esse estado/ E inventou de inventar/ Toda escuridão/ Você que inventou o pecado/ Esqueceu-se de inventar/ O perdão/ Apesar de você amanhã há de ser outro dia”.
Fiel aliado da ditadura cubana e fechado com o mais radical e autoritário petismo, Chico Buarque perdeu a credibilidade para qualquer outra ação libertária. Prefere curtir seu apartamento de Paris. E certamente renegaria a autoria da letra da música “Cálice” que diz num trecho: “Como beber dessa bebida amarga/ Tragar a dor, engolir a labuta/ Mesmo calada a hora, resta o peito/ Silêncio na cidade não se escuta/ De que vale ser filho da santa/ Melhor seria ser filho da outra/ Outra realidade menos morta/ Tanta mentira, tanta força bruta”. E Chico repete: “Pai/ Afasta de mim esse cálice/ Afasta de mim esse cálice/ De vinho tinto de sangue”.
Como se vê não há novidades no front político nacional. O que já foi, volta a ser. O maremoto antidemocrático já faz parte da tradição brasileira, intercalado por breves momentos de maré mansa com perspectiva de um bom futuro. Agora, o melhor é aceitar a sugestão de Paulinho da Viola na música “Argumento”: “Faça como um velho marinheiro/ Que durante o nevoeiro/ Leva o barco devagar”. É isso.
O deputado estadual Izaías Régis (PSDB) defendeu, ontem, a inserção dos Projetos de Lei referentes a autorização para que o Governo do Estado possa realizar empréstimos na pauta dos trabalhos da Assembleia Legislativa de Pernambuco.
Em entrevista ao blog do Carlos Eugênio, o parlamentar analisou a postura da Oposição e destacou que os recursos são essenciais para obras como o Arco Metropolitano e a recuperação de Rodovias.
Izaías também lamentou a suspensão da publicidade institucional do Governo por decisão do Tribunal de Contas, afirmando que isso dificulta a divulgação das ações da gestão estadual.
Sobre o cenário político, o deputado comentou a discrepância entre o apoio de mais de 140 prefeitos à governadora e a baixa performance de Raquel Lyra (PSD) nas pesquisas. Para ele, falta articulação política e engajamento dos gestores municipais na defesa pública da gestão estadual. Izaías também confirmou que avalia disputar uma vaga na Câmara Federal em 2026, representando o Agreste Meridional. “Se o povo quiser, estou pronto para aceitar esse desafio”, declarou.